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Fluxos de informação no desenvolvimento de produtos biotecnológicos
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Fluxos de informação no desenvolvimento de produtos biotecnológicos

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Fluxos de informação no desenvolvimento de produtos biotecnológicos trata da análise do fluxo da informação tecnológica no processo de desenvolvimento de produtos biotecnológicos. Para isso, foram consideradas duas categorias principais que se configuram em: 1) elementos que compreendem as fontes, os canais, os atores e as Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) e 2) aspectos influentes no fluxo informacional que levam em consideração as necessidades e motivações para conseguir informações, os determinantes para a escolha das fontes e dos canais e as barreiras informacionais.

Para a pesquisa, foram entrevistados os coordenadores de projetos e os colaboradores de um centro de pesquisa e tecnologia na região Norte do Brasil, onde a biotecnologia é uma área estratégica e em expansão. Por meio desse estudo, foi possível diagnosticar como a informação é adquirida, tratada, compartilhada e utilizada.

Assim, este livro reúne contribuições para o entendimento de como ocorre o processamento da informação no desenvolvimento de produtos de uma indústria intensiva em conhecimento. Além dos resultados empíricos extraídos por meio de um estudo de caso, esta obra também disponibiliza o acesso a uma ampla produção científica nacional e internacional, a qual foi conseguida durante a investigação da atuação de um dos atores.
LanguagePortuguês
Release dateJan 1, 2016
ISBN9788547303440
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    Fluxos de informação no desenvolvimento de produtos biotecnológicos - Danielly Oliveira Inomata

    Editora Appris Ltda.

    1ª Edição – Copyright© 2016 dos autores

    Direitos de Edição Reservados à Editora Appris Ltda.

    Nenhuma parte desta obra poderá ser utilizada indevidamente, sem estar de acordo com a Lei nº 9.610/98.

    Se incorreções forem encontradas, serão de exclusiva responsabilidade de seus organizadores.

    Foi feito o Depósito Legal na Fundação Biblioteca Nacional, de acordo com as Leis nºs 10.994, de 14/12/2004 e 12.192, de 14/01/2010.

    COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO

    AGRADECIMENTOS

    Agradecemos especialmente:

    À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas, por ter fomentado a pesquisa de mestrado, a qual gerou insumos para a produção deste livro.

    Ao departamento de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Universidade Federal de Santa Catarina, por ter servido de espaço para a criação e para o compartilhamento de conhecimentos.

    Ao grupo de pesquisa Núcleo de Gestão e Sustentabilidade (NGS), pelas oportunidades de discussão sobre o tema que envolve este livro, nas quais todos os membros se mostraram disponíveis para as trocas de conhecimento e de experiência durante a realização deste trabalho: Sirlene Pintro, Caroline Rodrigues Vaz, Cássio Wánderson Oliveira Araújo, Mauricio Uriona Maldonado, Ketry Gorete Farias dos Passos, Maurício Manhães e Guillermo Antonio Dávila Calle.

    Aos nossos familiares, os grandes incentivadores e inspiração para esta obra.

    Danielly Oliveira Inomata

    Gregório Varvakis

    APRESENTAÇÃO

    Este livro é resultado de uma pesquisa científica que responde ao objetivo principal de analisar o fluxo da informação tecnológica no processo de desenvolvimento de produtos biotecnológicos. Ele apresenta como foco de investigação as fontes e os canais de informação, os atores (gatekeepers, pesquisadores e colaboradores), as Tecnologias de Informação e Comunicação e os aspectos que influenciam esse fluxo, tais como as necessidades de informação, os determinantes de escolha das fontes e dos canais de informação, as barreiras, bem como aplicações específicas nos projetos de desenvolvimento de produtos biotecnológicos.

    Considerando esses critérios de análise, buscamos verificar empiricamente como ocorre o fluxo de informação. O cenário escolhido envolve um Centro de Pesquisa e Tecnologia em biotecnologia localizado na região Norte do Brasil, onde a Indústria de Biotecnologia vem se estabelecendo fortemente como atividade reconhecida pela agregação de valor e pela transformação de matérias-primas na fabricação de medicamentos, cosméticos, fármacos e alimentos, com notórias possibilidades de comercialização a nível local, regional, nacional e/ou internacional.

    Este livro apresenta também como foco os fluxos de informação, entendidos como um processo de mediação da informação gerada por uma fonte emissora e aceita por uma fonte receptora, o qual, apesar de ser um processo complexo, permite chegar a um processo descritivo de como as informações são transferidas ponto a ponto ao longo dos canais de comunicação. Por essas características, já se verifica que esse é um processo dinâmico e complexo, pois envolve pessoas, tecnologias e contextos, uma vez que cada organização tem um modelo de negócio, o qual por sua vez tem um processo particular de fluxos de informação dependente das atividades executadas, da arquitetura tecnológica (a forma como a tecnologia é empregada) e da arquitetura informacional (a maneira como as informações são organizadas).

    No entanto, em um ambiente inovativo, a informação correta no momento correto deve ser priorizada, principalmente no que tange aos processos de aquisição, tratamento, compartilhamento e uso da informação. Esses aspectos convergem para a compreensão de como melhorar os processos informacionais para criar conhecimentos, tomar decisões, gerar inovação, obter melhores desempenhos e ser mais competitivo.

    Os capítulos aqui presentes apresentam uma forma de diagnosticar os fluxos de informação no processamento de desenvolvimento de produtos, estando organizados de forma sistemática:

    • O Capítulo I apresenta os fluxos de informação por meio da revisão da literatura referente à questão da informação como insumo para a organização e aos conceitos sobre o entendimento da informação tecnológica, a qual tem a função de contribuir para o desenvolvimento industrial e, com isso, auxiliar na produção, na expansão de um conjunto de oportunidades e, consequentemente, na obtenção de maiores resultados e de um valor agregado. Em outras palavras, a informação tecnológica tem a função de contribuir para que sua aplicação favoreça o progresso na forma de aperfeiçoamento e inovação.

    • O Capítulo II aborda os modelos de gestão da informação, identificando as dimensões de análise. Os resultados dessa ação apoiam o planejamento de possíveis categorias para diagnosticar os fluxos de informação tecnológica.

    • O Capítulo III apresenta detalhadamente o processo de desenvolvimento de produtos, destacando as fases e as atividades de um modelo genérico, o qual se mostrou rico dada sua completude.

    • O Capítulo IV apresenta a indústria de biotecnologia, caracterizando-a como promotora de atividades intensivas em conhecimento e dependente de pesquisas básicas e aplicadas, atores qualificados e tecnologia. Nessa perspectiva, o centro de pesquisa é entendido como um tecido social que abrange múltiplas interações entre pesquisadores, agências públicas e privadas.

    • O Capítulo V enfoca um possível modelo para analisar os fluxos de informação, destacando elementos e aspectos que devem ser levados em conta por qualquer organização na qual a informação tecnológica seja primordial para as atividades e para os objetivos estratégicos de seus negócios e ações.

    • O Capítulo VI apresenta os dados empíricos coletados em um centro de pesquisa cujo negócio é a biotecnologia. O lócus da pesquisa traz uma riqueza de detalhes por duas características principais: a localização da organização em uma região com rica diversidade biotecnológica e os relatos dos coordenadores de projetos de pesquisa voltados para o desenvolvimento de produtos biotecnológicos e dos colaboradores dos projetos.

    • Por fim, o Capítulo VII aborda as principais conclusões e ao mesmo tempo aponta direcionamentos que podem fortalecer o estudo deste objeto: o fluxo da informação tecnológica.

    Destacamos que, além dos resultados empíricos extraídos por meio de um estudo de caso, esta obra disponibiliza o acesso a uma ampla produção científica nacional e internacional. Desejamos ainda que esta publicação possa contribuir com as organizações brasileiras em seu crescimento para uma economia de informação e do conhecimento. E que da mesma forma contribua para a comunidade científica que busca compreender o fenômeno de informação para a criação de conhecimentos.

    Os autores.

    PREFÁCIO

    Um dos grandes desafios do mundo contemporâneo é lidar com questões que envolvem a informação, especialmente no curso de sua ação mediadora para promover crescimento econômico, político e científico. Principalmente no que tange ao fator econômico, a informação associada aos processos de inovação se configura como elemento estruturante para o desenvolvimento das nações.

    Nesse aspecto, o assunto tratado nesta obra apresenta grande relevância para o entendimento desta relação triádica que envolve informação, conhecimento e inovação, bem como a conexão com uma área importante para um país que abriga uma rica biodiversidade: a biotecnologia.

    Decorrente de uma pesquisa realizada no Programa de Pós-graduação em Ciência da Informação da Universidade Federal de Santa Catarina, a obra apresenta o resultado da análise do fluxo da informação tecnológica no processo de desenvolvimento de produtos biotecnológicos existente no Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA).

    A escolha dessa área é duplamente emblemática para a autora: primeiro pela contribuição que pretende oferecer ao disposto no Decreto N. 6.041¹, de 8 de fevereiro de 2007, o qual institui a Política de Desenvolvimento da Biotecnologia, que visa promover e executar ações para o estabelecimento de ambiente adequado para o desenvolvimento de produtos e processos biotecnológicos inovadores; e segundo pelo lócus eleito para o entendimento do objeto sobre o qual se debruça, a Amazônia, demonstrando que o olhar perspicaz de uma amazônida pode contribuir significativamente para o crescimento dos povos que habitam uma região abundante em riquezas naturais.

    A obra examina os elementos que compreendem as questões pragmáticas do fluxo da informação, bem como os elementos e barreiras que influenciam na escolha das fontes e canais. Os autores assumem que o fluxo da informação tecnológica deve ser examinado a partir de três elos que se interligam: fontes e canais de informação, atores e Tecnologias de Informação e Comunicação. Também devem ser examinado nos aspectos que envolvem a demanda, a saber: necessidades, seleção das fontes e dos canais e as barreiras.

    A grande relevância do trabalho se configura, entre outros aspectos, pelo estudo comparado sobre os modelos de fluxos de informação. Avaliando o ponto de vista de oito modelos, esta obra destaca suas características e constrói um modelo para a informação tecnológica, o qual apoiará sua percepção sobre o objeto estudado. Essa postura metodológica garante a esta obra a constituição de um robusto procedimento para proceder ao entendimento dos fluxos informacionais nos mais variados ambientes.

    As etapas percorridas para a identificação de como ocorre o fluxo de informação no Centro de Biotecnologia da Amazônia estão expostas de modo detalhado, sendo possível entender como se constituíram as escolhas dos autores para chegarem aos resultados que apontam para a complexidade de se mensurar o fluxo da informação tecnológica no processo de desenvolvimento de produtos biotecnológicos.

    Ao se debruçarem sobre uma temática tão árida, com uma dimensão técnico-científica bem estabelecida, os autores se remetem a uma das grandes necessidades de enfrentamento no país para alavancar sua indústria e, em especial, sua bioindústria, que é examinar as demandas desse processo produtivo à luz da riqueza de possibilidades que a diversidade brasileira oferece e de saberes produzidos no país, quer pelo conhecimento tradicional, quer pelos resultados da pesquisa básica ou aplicada já existentes.

    Tratar de informação, conhecimento e inovação na área de biotecnologia significa problematizar o contexto político e social que se deseja ver constituído para que o Brasil possa, em sua integralidade, usufruir de suas potencialidades de forma equitativa, possibilitando que esses insumos auxiliem todos aqueles que possam se beneficiar da opulência de recursos que a natureza oferece. É nessa concepção que reside a grande contribuição desta obra, a qual, sob uma perspectiva sistêmica, enfrenta com segurança a complexidade de se apontar um método para mapear os fluxos informacionais, possibilitando superar as restrições paradoxalmente oriundas do reconhecimento de que a informação é fator essencial para a produção de bens e serviços, mas que não há, de fato, um olhar atencioso para o entendimento desse processo por muitas cadeias produtivas, o que possibilitaria superar muitos gargalos e avançar na assimilação de soluções concretas para se superar a letargia que envolve a apropriação de conhecimento no setor produtivo brasileiro.

    Profa. Dra Célia Regina Simonetti Barbalho

    Profa. Dra. em Comunicação e Semiótica pela

    Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

    LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

    SUMÁRIO

    INTRODUÇÃO 

    CAPÍTULO I

    INFORMAÇÃO COMO INSUMO PARA A ORGANIZAÇÃO 

    1.1 Conceito de informação tecnológica 

    1.2 Conceito de fluxos de informação 

    CAPÍTULO II

    MODELOS DE GESTÃO DA INFORMAÇÃO 

    2.1 Modelo de Leitão (1985) 

    2.2 Modelo de Lesca e Almeida (1994) 

    2.3 Modelo de Davenport e Prusak (1998) 

    2.4 Modelo de Navarro (2000) 

    2.5 Modelo de Forza e Salvador (2001) 

    2.6 Modelo de Barreto (2002) 

    2.7 Modelo de Choo (2003) 

    2.8 Modelo de Beal (2003) 

    2.9 Considerações sobre os modelos apresentados 

    CAPÍTULO III

    PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS (PDP) 

    3.1 Modelos de PDP 

    3.2 Modelo de Rozenfeld et al. (2006) 

    CAPÍTULO IV

    INDÚSTRIA DE BIOTECNOLOGIA 

    4.1 Aspectos da biotecnologia 

    4.2 Contexto industrial da biotecnologia 

    4.3 Desenvolvimento de produtos na indústria de biotecnologia 

    CAPÍTULO V

    PROPOSIÇÃO DE UM MODELO GENÉRICO PARA A ANÁLISE DO FLUXO DE INFORMAÇÃO TECNOLÓGICA 

    5.1 Atores da informação (agência e agentes) 

    5.2 Fontes e canais de informação 

    5.3 Tecnologias da informação e comunicação 

    5.4 Necessidades e motivações, barreiras e determinantes para o uso da informação no fluxo 

    5.5 Considerações sobre elementos e aspectos que influenciam o fluxo 

    5.5.1 Elementos: atores, fontes de informação, canais de informação e tecnologias de informação e comunicação 

    5.5.2 Aspectos: necessidades e motivações, barreiras e determinantes para escolha de fontes e canais 

    CAPÍTULO VI

    RELATOS DE UM ESTUDO DE CASO 

    6.1 Caracterização da organização do estudo de caso 

    6.2 Identificação do processo de desenvolvimento de produtos e dos atores do fluxo de informação 

    6.3 Caracterização dos atores/coordenadores envolvidos no fluxo informacional

    6.3.1 Atores/coordenadores e as tecnologias de informação e comunicação 

    6.3.2 Atores/coordenadores e o uso de fontes e canais de informação 

    6.3.3 Atores/coordenadores e os aspectos influentes do fluxo informacional 

    6.4 Caracterização dos atores/colaboradores envolvidos no fluxo informacional 

    6.4.1 Atores/colaboradores e as tecnologias de informação e comunicação 

    6.4.2 Atores/colaboradores fontes e canais de informação 

    6.4.3 Atores/colaboradores e os aspectos que interferem no fluxo informacional

    6.5 Considerações sobre o Fluxo da Informação tecnológica no centro tecnológico de biotecnologia 

    CONCLUSÕES E DIRECIONAMENTOS 

    REFERÊNCIAS 

    GLOSSÁRIO 

    INTRODUÇÃO

    A sociedade atual é constituída por diversos fluxos, nos quais se enredam capital, tecnologia, inovação, informação e ciência. Uma variedade de termos tem sido sugerida para designar a transição do limiar de uma nova era, conforme a experiência histórica nos remete, seja do toyotismo às organizações estabelecidas em rede², seja do fordismo ao pós-fordismo³, assim como de uma produção em massa a uma especialização reflexiva.⁴ No entanto, a informação sempre teve relevância em todas essas rupturas históricas, sendo em todos esses momentos considerada um componente essencial.

    A globalização e as Tecnologias de Informação e Comunicação são fenômenos que vêm acelerando os processos na sociedade e causando transformações notórias nos aspectos de ordem social, econômica, política e educacional. É inegável que estamos diante de mudanças organizacionais, ou seja, estão sendo introduzidas novas formas de economia e capitalismo, sendo que, inclusive, o capitalismo se tornou informacional.⁵ Tais transformações estão inter-relacionadas com o ambiente produtivo que influencia a configuração do sistema produtivo local, regional, nacional e mundial.⁶

    Nesse contexto, a informação, o conhecimento e a inovação são aspectos norteadores e estruturantes dos modos de desenvolvimento dos países e das organizações. No que tange à inovação, a informação é uma estratégia para o desenvolvimento de uma nação por derivar de um processo coletivo e gerar uma rede de atores (agentes e agências) empenhados em desenvolver ações para fomentar o progresso. Isso, associado ao conhecimento e às capacidades de diferentes atividades produtivas e áreas científicas, determina sua força e robustez.

    No viés dessas observações, aparece o processo inovativo industrial, o qual é complexo e necessita de informações tecnológicas e no qual o fluxo da informação opera ativamente. Dentro desse processo, ocorre a gestão da inovação do produto que depende da articulação do fluxo informacional. A gestão da inovação é um processo que depende da prospecção da ciência, tecnologia e inovação (CT&I); dos indicadores de desempenho; das lições aprendidas; e das ideias, ou seja, é decorrente de informações que condensam o conceito do produto oriundo da tendência de mercado, das oportunidades de negócio e das necessidades dos clientes.

    No que tange ao estudo da informação na cadeia de abastecimento, verificamos que as pesquisas a relacionam ao estudo do fluxo de informações decorrente da demanda e a seus efeitos sobre os fluxos de materiais.⁹ Diante disso, neste livro, dissertamos sobre o estudo dos fluxos de informação como insumo intelectual para o desenvolvimento de produtos, observando que eles permeiam o Processo de Desenvolvimento de Produtos (PDP) como ferramenta de apoio, à medida que a informação torna-se a matéria-prima para a inovação (produto). O desenvolvimento do produto requer vários componentes e configurações complexas, havendo, consequentemente, maior fluxo de informação. A relevância de se ter bem definido o fluxo de informação no PDP está ligada à visualização dos elementos (fontes, canais, atores, barreiras, TIC) para se dar fluidez ao processo. Como já destacado por Vieira e Forcellini¹⁰, a difícil visualização do fluxo de informação é caracterizada por incertezas, o que pode acarretar na não aceitação do produto no mercado.

    Nesta obra, apresentaremos como ocorrem os fluxos de informação tecnológica no desenvolvimento de produtos biotecnológicos, tendo como unidade de análise um centro de pesquisa e tecnologia localizado no estado do Amazonas, onde a Indústria de Biotecnologia vem se estabelecendo fortemente como atividade reconhecida pela agregação de valor e transformação de matérias-primas na fabricação de medicamentos, cosméticos, fármacos e alimentos com notórias possibilidades de comercialização a nível local, regional, nacional e/ou internacional.

    O centro de pesquisa e tecnologia é um dos atores da rede de inovação que compõem a indústria de biotecnologia, sendo que tem o compromisso com o desenvolvimento de produtos e processos visando a sua incorporação no mercado. Os resultados apresentados são relevantes para a compreensão de como pessoas que constituem uma organização intensiva em conhecimento compartilham informações para gerar novos conhecimentos que são tangibilizados em inovação e tecnologia.

    Sobre a indústria de biotecnologia, destacamos que ela é intensiva em conhecimento e depende de pesquisa, desenvolvimento, inovação e tecnologia para se manter competitiva. Outra característica particular desse segmento são as políticas que influenciam o processo inovativo, com destaque para o apoio público e a parceria entre governo, universidade e centro de pesquisa e tecnologia, a qual amplia a capacidade de combinar interesse comercial e objetivos sociais.

    Atualmente, o Brasil dispõe do decreto N. 6.041¹¹, de 8 de fevereiro de 2007, que institui a Política de Desenvolvimento da Biotecnologia e tem como objetivo geral promover e executar ações para o estabelecimento de ambiente adequado para o desenvolvimento de produtos e processos biotecnológicos inovadores, visando estimular o aumento da eficiência da estrutura produtiva nacional, da capacidade de inovação das empresas brasileiras, da absorção de tecnologias, da geração de negócios e da expansão das exportações. Como o próprio decreto ressalta, existe um universo de oportunidades para a inovação biotecnológica no Brasil, inclusive por sua diferenciada biodiversidade das regiões que valoriza as especificidades locais.

    A indústria de biotecnologia configura-se como um impactante avanço e amadurecimento desse seguimento no território nacional, com visibilidade no mercado internacional. Os dados apresentados pela pesquisa da

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