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O propósito deste ensaio é o de esclarecer a intenção ética que precede, na 

ordem do fundamento, a noção de lei moral, no sentido formal de obrigação, 
que requer do sujeito uma obediência motivada pelo puro respeito à lei mesma. 
Se falo de intenção ética mais do que de ética é para sublinhar o carácter de 
projecto da ética e o dinamismo que determina este último. Não é que a ideia 
de lei moral não tenha lugar em ética. Ela tem uma função específica; mas 
pode mostrar­se que esta é derivada e deve ser situada no trajecto de 
efectivação da intenção ética. Proponho que se faça uma distinção entre ética e 
moral; que se reserve o termo ética para todo o questionamento que precede a 
introdução da ideia de lei moral e que se designe por moral tudo o que, na 
ordem do bem e do mal, se relacione com as leis, as normas, os imperativos.

Paul Ricoeur, Avant la loi morale: l’éthique

O presente tema, Deontologia e normas profissionais, ao estar subordinado ao


núcleo gerador Convicção e firmeza ética, exige a desocultação dos conceitos
de ética e deontologia, dado que as suas diferenças teórico-conceptuais não
nos permitem concebê-los de forma eminentemente unívoca.
Se se tem em consideração o legado filosófico ocidental, o conceito de ética -
do grego, ethiké – refere-se à disciplina de estuda os fundamentos da
moralidade, isto é, os princípios do comportamento humano que se vinculam
com as noções de bom e mau.
Diferentemente, conceito de deontologia, derivando dos vocábulos gregos
deontos e logos, exige que o interpretemos por um discurso ou tratado de
normas, o que o aproxima significativamente dos conceitos filosóficos
tradicionais de moralidade e axiologia.
Ética e moral são, portanto, expressão duas disciplinas distintas, ainda que
complementares. Pois, se a primeira busca os princípios da moralidade, isto é,
aquilo que permite distinguir entre acções boas ou más; a segunda, tendo
como base estes princípios, busca construir um conjunto de normas às quais
ninguém se pode arbitraria ou livremente furtar.
Deste modo, se é verdade que existe uma relação de dependência entre as
disciplinas da deontologia e da ética, com preponderância da segunda
relativamente à primeira, já que esta última disciplina determina os
princípios pelos quais aquela deve se reger; não deixa de ser igualmente
verdade que a deontologia reveste-se de um carácter eminentemente
pragmático, porquanto permite não só fixar as normas profissionais que
devem reger cada trabalhador assim como afastar a subjectividade inerente
ao critério ético.

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