Linux no Geral
• Tudo o que queria saber sobre criptografia...
• Um dia sem X
• Escolhendo uma distribuição Linux
• A Internet Assimétrica
• Open Source na prática
• Paravirtualização
• Concentrando-nos no Utilizador Final
CS em Linux
Jogue um
dos melhores
FPS no seu
sistema ope-
Controle o seu desktop com o seu rativo favorito.
telemóvel através de bluetooth.
Editorial
C
omo todos os leitores de- presas portuguesas dedicadas dadeira Revista Portuguesa de
vem ter reparado, não ao software livre, estamos a indi- Linux.
houve edição de Ju- car a eventuais clientes que tais
nho/Julho. Tal deveu-se à falta empresas existem e podem as- Com os melhores cumprimentos,
de disponibilidade da equipa segurar um melhor serviço com
que compõe o núcleo de colabo- as melhores tecnologias. Se co- Joaquim Rocha
radores permanentes. Todos se locássemos a lista ao dispor,
encontravam a trabalhar ou a por exemplo, das empresas bra- Com o apoio do Núcleo de Estu-
gozar umas merecidas férias. sileiras, certamente metade das dantes de Engenharia Informáti-
Esclarecida a nossa ausência, páginas da revista seriam para ca da Universidade de Évora
estamos agora de volta com a publicitar essas empresas.
edição Agosto/Setembro, que Quem nos dera a nós não ha-
não tem um tema principal, mas ver sequer a lista de empresas
cuja qualidade não considera- portuguesas por essa razão –
mos de todo inferior às edições só indicaria que chegámos a um
anteriores. nível bom de divulgação do
É notória também uma grande software livre.
colaboração de colegas brasilei-
ros nesta edição – como nunca Pedindo mais uma vez a com-
tivemos antes. Tal só prova a preensão dos leitores pela nos-
universalidade da revista em ter- sa ausência, espero que gos-
ritório lusófono que contribui pa- tem de mais uma edição da Ver-
ra uma melhor comunicação en-
tre as diferentes comunidades.
Temos recebido alguns emails A Equipa
com pedidos de divulgação de
tecnologia (programas, projec- Coordenador de Projecto/Editor
tos, etc.) mas só devemos fazê- Joaquim Rocha
lo por meio de artigos. Assim,
se alguém quiser divulgar um Colaboradores Permanentes
projecto, pode escrever um arti- Duarte Loreto, Joaquim Rocha, Luís Rodrigues, Pedro
go sobre ele, seguindo as re- Gouveia, Ruben Silva, Valério Valério
gras no site oficial, e enviar-nos.
Colaboradores
Convém também explicar nesta Avi Alkalay, Gustavo Homem, Mayko Nestor, Pedro
altura o porquê da restrição da Gaspar
publicidade da lista de empre-
sas a empresas portuguesas: O Revisores
Linux e demais software open Helena Grosso
source não têm ainda tanta di-
vulgação/uso em Portugal como Website
noutros países (esta foi uma Luís Rodrigues, Joaquim Rocha, Pedro Gouveia
das razões pela qual a Revista
Linux foi criada). Por outras pa- Design
lavras, Portugal ainda está mui- Joaquim Rocha, Ruben Silva
to dependente das tecnologias
de uma empresa grande, nor- Contacto: editor@revista-linux.com
malmente associada a cifrões
brilhantes. Ao haver um espaço Linux é uma marca registada de Linus Torvalds.
na revista com as escassas em- A mascote Tux foi criada por Larry Ewing.
3 Número 4 :: www.revista-linux.com
Revista Linux
Número 4
Tudo o que que- Um dia sem X
ria saber sobre Aporsolução para quando,
alguma razão, não te-
criptografia... mos acesso ao ambiente
Uma descrição da criptogra- gráfico? pág. 11
fia para clarificar o seu con-
ceito. pág. 8 Escolhendo uma
Blogosfera distribuição Linux
Conceitos a saber sobre o tipo
Uma reflexão sobre de distribuição a adoptar.
o "jornalismo" pes-
soal em forma de A Internet
pág. 14
Número 4 :: www.revista-linux.com 4
Revista Linux :: Kernel
E
ste é o quarto artigo na ser capaz de encontrar as entra- ses. Existem três tipos princi-
série sobre o desenvolvi- das e saídas disponíveis e ser pais de standartds de vídeo:
mento de controladores capaz de seleccionar quais as NTSC (usado principalmente na
de vídeo para Linux. Este artigo que deseja operar. Para esse América do Norte), PAL (na mai-
descreve como uma aplicação efeito, a API vídeo4Linux2 for- oria da Europa, África e Ásia) e
pode determinar quais as entra- nece três chamadas ioctl() para SECAM (França, Rússia e par-
das e saídas que estão disponí- tratar as entradas e três equiva- tes de África). Existem ainda va-
veis num dado dispositivo e se- lentes para as saídas. Os con- riações nos standards entre os
leccionar quais as que pretende troladores devem implementar vários países que usam o mes-
utilizar. as três (para cada funcionalida- mo, alguns dispositivos podem
de que corresponde ao hardwa- ser mais ou menos flexíveis no
Em muitos casos, o adaptador re). Os controladores devem suporte destas pequenas varia-
de vídeo não tem muitas op- também ser capazes de forne- ções.
ções de Entrada e Saída. O con- cer valores por omissão razoá-
trolador de uma câmara, por ex- veis. O que um controlador não A camada V4L2 representa os
emplo, fornecerá a câmara e na- deve fazer é limpar a informa- standards de vídeo com o tipo
da mais. Noutros casos, a situa- ção das entradas e saídas quan- v4l2_std_id (que é uma másca-
ção é mais complicada. Uma do a aplicação termina, tal como ra de 64bits). Cada um dos stan-
placa de TV pode ter entradas os outros parâmetros de vídeo, dards é um bit na máscara. As-
múltiplas correspondentes aos em que essas configurações de- sim, o “standard” japonês NTSC
vários conectores na placa, po- vem permanecer inalteradas. é V4L2_STD_NTSC_M com o
de ainda ter múltiplos sintoniza- valor 0x1000, a sua variante
dores capazes de funcionar in- Standards de vídeo V4L2_STD_NTSC_M_JP tem o
dependentemente. Algumas ve- valor 0x2000. Se um dispositivo
zes estas entradas têm caracte- Antes de entrarmos nos deta- consegue processar todas as
rísticas diferentes, umas podem lhes sobre entradas e saídas, te- variantes do NTSC, pode sim-
ser capazes de sintonizar um le- mos de ver os standards de ví- plesmente colocar o tipo a
que mais variado de standards deo. Estes standards descre- V4L2_STD_NTSC que tem to-
de vídeo que outras. O mesmo vem como o sinal de vídeo é for- dos os bits relevantes activa-
se pode afirmar para as saídas. matado para a transmissão, re- dos. Conjuntos equivalentes de
solução, frame rate, etc. São ge- bits existem para as variantes
Claramente, para uma aplica- ralmente definidos por entida- PAL e SECAM. Mais informa-
ção ser capaz de utilizar a totali- des reguladoras nos várioas paí- ção online (1).
dade de um dispositivo, terá de
5 Número 4 :: www.revista-linux.com
Revista Linux :: Kernel
Para o User Space, a V4L2 for- O controlador deve preencher ro e seguindo a partir daí; assim
nece um comando ioctl() VIDI- este campo com o maior deta- que o controlador devolve EIN-
OC_ENUMSTD que permite à lhe possível. Se o hardware não VAL, a aplicação sabe que che-
aplicação inquirir que standards fornece essa informação, o cam- gou ao final da lista. O índice ze-
são implementados pelo disposi- po std deve indicar quais os ro deverá existir para todos os
tivo. O controlador não necessi- standards que podem estar pre- dispositivos com entradas.
ta de responder às questões di- sentes.
rectamente, simplesmente ne- • __u8 name[32]: o nome da en-
cessita de actualizar o campo tv- Todos os dispositivos de vídeo trada definido pelo controlador.
norm da estrutura video_device devem suportar (ou pelo menos Em casos simples pode ser “câ-
com todos os standards que su- afirmar que suportam) no míni- mara” ou algo igualmente sim-
porta. O comando VIDI- mo um standard. Os standards ples. Se um dispositivo tem múl-
OC_G_STD usado para inquirir de vídeo fazem pouco sentido tiplas entradas o nome deverá
que standard está activo num para as câmaras que não estão corresponder ao que está im-
dado momento é também trata- ligadas a um regime regulatório presso no conector.
do pela camada V4L2 através específico. Dado que não existe
do retorno do valor no campo nenhum standard para “Eu sou • __u32 type: o tipo da entrada.
current_norm na estrutura vide- uma câmara e posso fazer tudo Neste momento existem dois:
o_device. O controlador deve, o que quiser” alguns dos contro- V4L2_INPUT_TYPE_TUNER e
aquando da inicialização, actua- ladores de câmara afirmam re- V4L2_INPUT_TYPE_CAMERA.
lizar o campo current_norm pa- tornar dados PAL ou NTSC.
ra reflectir a realidade. Algumas • __u32 audioset: descreve que
aplicações podem ficar “confu- Entradas entradas de áudio podem ser as-
sas” se não estiver activo ne- sociadas com entradas de ví-
nhum standard. A aquisição de vídeo iniciar-se- deo. As entradas de áudio são
á ao enumerar as entradas dis- enumeradas pelo índice tal co-
Quando uma aplicação deseja poníveis com o comando VIDI- mo as entradas de vídeo, mas
activar um dado standard utiliza OC_ENUMINPUT. Na camada nem todas a combinações de
a chamada VIDIOC_S_STD, V4L2 transformar-se-á numa áudio e vídeo podem ser selecci-
que é passada ao controlador chamada ao controlador com: onadas. Este campo é uma más-
com: cara de bits com o bit activado
int (*vidioc_enum_input) para cada entrada de áudio que
int (*vidioc_s_std) (struct file *file, void funciona com a entrada de ví-
(struct file *file, *private_data, struct deo que está a ser listada. Se
void *private_data, v4l2_input *input); nenhuma entrada de áudio é su-
v4l2_std_id std); portada, ou se apenas uma en-
Nesta chamada, o campo file trada pode ser seleccionada, o
O controlador deve programar o corresponde ao dispositivo de ví- controlador pode colocar este
hardware para utilizar um dado deo aberto e o private_data é campo a zero.
standard e retornar zero (ou um um campo privado actualizado
código de erro negativo). A ca- pelo controlador. A estrutura in- • __u32 tuner: se esta entrada é
mada V4L2 tratará da actualiza- put é onde a informação real é um sintonizador (o tipo é
ção do current_norm para o no- passada e tem alguns campos V4L2_INPUT_TYPE_TUNER)
vo valor. de interesse: este campo irá conter o número
do índice corrrespondente ao
A aplicação pode necessitar de • __u32 index: é o número da dispositivo sintonizador. A lista-
saber qual o tipo do sinal de ví- entrada à qual a aplicação pre- gem e controle dos sintonizado-
deo de entrada. A resposta é for- tende aceder; este é o único res serão apresentados numa
necida pelo VIDIOC_- campo a ser definido pelo user próxima oportunidade.
QUERYSTD, que chega ao con- space. Os controladores devem
trolador com: atribuir números às entradas co- • v4l2_std_id std: descreve que
meçando com zero e seguindo standars de vídeo são suporta-
int (*vidioc_querystd) a partir daí. Uma aplicação que dos pelo dispositivo.
(struct file *file, pretenda saber toda a informa-
void *private_da- ção acerca das entradas variá- • __u32 status: dá o estado da
ta,v4l2_std_id *std); veis deverá chamar VIDIOC_E- entrada. O conjunto de opções
NUMINPUT começando com ze- pode ser encontrada na docu-
Número 4 :: www.revista-linux.com 6
Revista Linux :: Kernel
mentação do V4L2 (2). Cada bit lar ao das entradas, assim a int (*vidioc_g_output)
activado no status descreve um descrição será mais breve. A (struct file *file,
problema, pode incluir falta de chamada que suporta a enume- void *private_data,
energia, ausência de sinal, en- ração é: unsigned int *index);
tre outros. int (*vidioc_s_output)
int (*vidioc_enumoutput) (struct file *file,
• __u32 reserved[4]: campo re- (struct file *file, void void *private_data,
servado. Deve ter o valor zero. *private_data struct unsigned int index);
v4l2_output *output);
Normalmente, o controlador de- Qualquer dispositivo que supor-
verá colocar os valores dos cam- Os campos da estrutura te saída de vídeo deve ter as
pos acima e retornar zero. Se o v4l2_output são: três chamadas de saída defini-
índice está fora do intervalo de das mesmo que só seja possí-
entradas suportadas deve ser • __u32 index: o valor do índice vel uma saída.
devolvido -EINVAL. corespondente à saída. Este ín-
dice funciona da mesma manei- Com estes métodos criados,
Quando uma aplicação quer al- ra que o índice de entrada: co- uma aplicação V4L2 pode deter-
terar a entrada, o controlador de- meça em zero e continua a in- minar quais as entradas e saí-
verá receber a chamada a vidi- crementar. das disponíveis num dado dispo-
oc_s_input(): sitivo e escolher entre eles. A ta-
• __u8 name[32]: o nome da saí- refa de determinar qual o tipo
int (*vidioc_s_input) da. de dados de vídeo que passa
(struct file *file, entre estas entradas e saídas é
void *private_data, • __u32 type: o tipo da saída. algo mais complicado. No próxi-
unsigned int index); Os tipos de saídas suportadas mo artigo serão apresentados
são V4L2_OUTPUT_TYPE_MO- os diferentes formatos de dados
O significado do index tem o DULATOR para um modulador de vídeo e como negociar com
mesmo significado que antes de TV analógico, V4L2_OUTPUT o user space.
(identifica a entrada desejada). _TYPE_ANALOG para uma saí-
O controlador deve programar o da de vídeo analógica e,
hardware para utilizar a entrada V4L2_OUTPUT_TYPE_ANA
escolhida e retornar zero. Ou- LOGVGAOVERLAY para dispo- Ver na Web
tros valores de retorno possível sitivos analógicos de VGA.
são -EINVAL (para índice inváli- (1) http://v4l2spec.bytesex.org/
do) ou -EIO (para problemas de • __u32 audioset: conjunto de spec/r7410.htm#V4L2-STD-ID
hardware). Os controladores de- saídas de áudio que funcionam
(2) http://v4l2spec.bytesex.org/
vem implementar esta chamada com esta saída de vídeo.
mesmo que apenas suportem spec/r7058.htm#INPUT-STATUS
uma entrada. • __u32 modulator: o índice do
modulador associado a este dis-
Existe também uma chamada positivo (para dispositivos com Sobre esta secção
para descobrir qual a entrada o typo V4L2_OUTPUT_TYPE_
que está activa: MODULATOR). Os artigos apresentados
nesta secção são tradu-
int (*vidioc_g_input) • v4l2_std_id std: os standards ções autorizadas de arti-
(struct file *file, de vídeo suportados por esta gos relacionados com o
void *private_data, saída. kernel do Linux do jornal
unsigned int *index); online Linux Weekly News
• __u32 reserved[4]: campos re- - http://www.lwn.net .
Aqui o controlador coloca o *in- servados, devem ter o valor ze-
dex com o número o índice da ro.
entrada activa.
Estas são as chamadas para ob-
Saídas ter e definir a saída corrente, es-
pelham as chamadas de entra-
O processo de enumerar e se- das:
leccionar as saídas é muito simi-
7 Número 4 :: www.revista-linux.com
Revista Linux :: Teoria
C
riptografia vem do grego Na Era da Informação e Inter- Mensagem + ChaveSimétrica =
e significa “escrita escon- net, a criptografia tem um papel MensagemCriptografada
dida”. Bem, ainda não te- central porque viabiliza uma co-
mos a tecnologia dos filmes de municação segura. Mais até: Então, a MensagemCriptografa-
fantasia onde um pergaminho não teríamos uma Era da Infor- da é enviada para a Tatiana por
aparentemente em branco reve- mação se a criptografia não fos- uma rede aberta que, para a ler
la um mapa do tesouro quando se de uso dominado por qual- terá que fazer o seguinte:
exposto ao luar, mas a criptogra- quer cidadão, simplesmente por-
fia simula isso transformando a que o mundo comercial não en- MensagemCriptografada + Cha-
informação em algo ilegível ou traria nessa onda de trocar infor- veSimétrica = Mensagem
aparentemente sem valor. Muito mação (e fazer negócios) por re-
fácil: se eu rabiscar bem um des abertas se não houvesse Uma analogia a estas equações
cheque de 100.000 € ele tam- um meio de garantir confidencia- seria como se ambas trocassem
bém perde o seu valor por ficar lidade. caixas que abrem e fecham
ilegível. Trata-se de um tema muito vas- com uma chave (a chave simé-
to, fascinante, com muitos des- trica) que contém cartas secre-
O difícil é o inverso: tornar legí- dobramentos tecnológicos. En- tas. Para a Tatiana abrir a caixa
vel o ilegível, e é aí que está a tão vamos somente preocupar- da Paula, terá que usar uma có-
magia da criptografia. mo-nos em entender aqui o vo- pia da chave que a última usou
cabulário desse mundo. para fechá-la.
O primeiro lugar onde alguém
pensaria em usar criptografia se- Criptografia de Chave- O que representamos pela so-
ria na guerra, para comunicar Simétrica ma (+) é na verdade o algoritmo
estratégias de movimentação a de cifragem (ou o mecanismo
tropas distantes, espionagem, A criptografia digital já era usa- da fechadura) que criptografa e
etc. Se o inimigo intercepta es- da secretamente desde 1949 descriptografa a mensagem. Ho-
sa comunicação, principalmente por militares e governos. Em je em dia, esses algoritmos tem
sem o primeiro saber, ganha a meados da década de 1970 a geralmente o seu código fonte
guerra. Por isso, quem primeiro IBM inventou o padrão DES (Da- aberto, e isso ajudou-os a torna-
estudou técnicas de criptografia ta Encription Standard) de cripto- rem-se mais seguros ainda,
foram os militares, governos e grafia, que passou a ser larga- pois foram limpos e revistos ao
instituições de pesquisa secre- mente utilizado até aos dias de longo dos anos por muitas pes-
tas. Os seus principais interes- hoje. A partir daí tudo mudou. soas de várias partes do mundo.
ses focavam-se em duas coi- Como exemplo do seu funciona-
sas: como criptografar melhor e mento: se a Paula quer enviar A Chave Simétrica é uma
como descriptografar as mensa- uma mensagem secreta para a sequência de bits e é ela que
gens do inimigo (criptoanálise). Tatiana, ela deve fazer isto: define o nível de segurança da
Número 4 :: www.revista-linux.com 8
Revista Linux :: Teoria
comunicação. Ela deve ser sem- Mensagem + ChavePública(Tati- tal de qualidade para as mas-
pre secreta. Chama-se simétri- ana) = MensagemCriptografada sas. Ficou tão popular que se
ca porque todos os interessa- tornou o padrão OpenPGP e
dos em comunicar-se devem ter E Tatiana leria a mensagem as- posteriormente recebeu várias
uma cópia da mesma chave. sim: implementações livres. É larga-
mente usado até hoje, principal-
O DES com chave de 56 bits po- MensagemCriptografada + Cha- mente em troca de e-mails. A
de ser quebrado (a Mensagem- vePrivada(Tatiana) = Mensagem sua popularização exigiu que
Criptografada pode ser lida sem houvesse uma forma para as
se conhecer a chave), e outros E Tatiana responderia para Pau- pessoas encontrarem as chaves
cifradores de chave simétrica la da mesma forma: públicas de outras pessoas, que
(symmetric-key, ou private-key) muitas vezes nem eram conheci-
mais modernos surgiram, como Resposta + ChavePública(Pau- das pelas primeiras. No começo
3DES, AES, IDEA, etc. la) = RespostaCriptografada dos tempos do PGP, havia sites
onde as pessoas publicavam as
O maior problema da criptogra- Ou seja, uma mensagem cripto- suas chaves públicas para as
fia de chave simétrica é que o grafada com a chave pública de outras as encontrarem. Talvez
remetente envia a chave secre- uma, só pode ser descriptografa- esta fosse a forma mais rudi-
ta ao destinatário através de da com a chave privada da mes- mentar de PKI ou Public Key In-
uma rede aberta (e teoricamen- ma, então a primeira pode ser li- frastructure. PKI é um conjunto
te insegura). Se um intruso a vremente disponibilizada na In- de ferramentas que uma comu-
descobrir, poderá ler todas as ternet. E se a chave privada da nidade usa justamente para a
mensagens trocadas. Mais ain- Paula for roubada, somente as classificação, busca e integrida-
da, comprometerá a comunica- mensagens para a Paula estari- de das suas chaves públicas. É
ção entre todo o conjunto de am comprometidas. um conjunto de ideias e não um
pessoas que confiavam nessa O cifrador de chave pública tido padrão nem um produto. Concei-
chave. como mais confiável é o RSA tos de PKI estão hoje totalmen-
(iniciais de Rivest, Shamir e te integrados em produtos de co-
Criptografia de Chave Pública Adleman, seus criadores). laboração como o Lotus Notes
Estes problemas foram elimina- A criptografia assimétrica permi- da IBM, e seu uso é transparen-
dos em 1976 quando Whitfield tiu ainda outras inovações revo- te ao usuário.
Diffie e Martin Hellman trouxe- lucionárias: se a Tatiana quer
ram à tona os conceitos da crip- publicar um documento e garan- Certificados Digitais
tografia de chave pública tam- tir a sua autenticidade, pode fa-
bém conhecida por criptografia zer: Como pode a Tatiana ter certe-
por par de chaves ou de chave za que a chave pública da Pau-
assimétrica. Trata-se de uma re- Documento + ChavePrivada(Ta- la que ela tem em mãos e que
volução no campo das comuni- tiana) = DocumentoCriptografa- está prestes a usar para enviar
cações, tão radical quanto é o do uma mensagem segura, é real-
motor a combustão para o cam- mente da Paula? Outra pessoa,
po de transportes. Eles descobri- Se um leitor conseguir descripto- agindo de má fé, pode ter criado
ram fórmulas matemáticas que grafar este documento com a uma chave aleatória e tê-la pu-
permitem que cada usuário te- chave pública da Tatiana signifi- blicado como sendo da Paula.
nha um par de chaves de cripto- ca que ele foi criptografado com Podemos colocar isso de outra
grafia matematicamente relacio- a chave privada da Tatiana, que forma: como posso ter certeza
nadas, uma privada e outra pú- somente ela tem a posse, o que que estou acedendo realmente
blica, sendo a última, como o significa que somente a Tatiana ao site do meu banco e não a
próprio nome diz, publicamente poderia tê-lo publicado. Nasce um site impostor que quer rou-
disponível para qualquer pes- assim a assinatura digital. bar a minha senha e o meu di-
soa. Estas fórmulas tem a im- nheiro? Não gostaria de confiar
pressionante característica de o Infraestrutura para Cha- nos meus olhos só porque o site
que for criptografado com uma ves Públicas realmente se parece com o de
chave só pode ser descriptogra- meu banco. Haveria alguma for-
fado com o seu par. Então, no O PGP (Pretty Good Privacy) foi ma mais confiável para garantir
nosso exemplo, Paula agora en- o primeiro sistema de seguran- isso?
viaria uma mensagem para Tati- ça que ofereceu criptografia de
ana da seguinte maneira: chave pública e assinatura digi- Em 1996, a Netscape, fabrican-
9 Número 4 :: www.revista-linux.com
Revista Linux :: Teoria
te do famoso browser, atacou que o fabricante do browser ins- camente, qualquer um que tiver
este problema juntando o que talou, acedendo às suas configu- muito recurso computacional dis-
havia de melhor em criptografia rações de segurança. O leitor ponível pode usá-lo para que-
de chave pública, PKI (através vai encontrar lá entidades como brar uma mensagem criptografa-
do padrão X.509), mais parceri- VeriSign, Thawte, Equifax, Geo- da. Teoricamente. Porque esta-
as com entidades confiáveis, e Trust, Visa, entre outros. ríamos a falar de centenas de
inventou o protocolo SSL (Secu- computadores interconectados
re Socket Layer ou TLS, seu su- Segurança Real da trabalhando para esse fim. Na
cessor). Foi graças a este pas- Criptografia prática, hoje isso é intangível, e
so que a Internet tomou um ru- basta usar bons produtos de
mo de plataforma comercialmen- Quanto maior for a chave de criptografia (de preferência os
te viável para negócios e mudou criptografia (número de bits) baseados em software livre),
o mundo. mais difícil é atacar um sistema com boas práticas de adminis-
criptográfico. Outros factores in- tração, e teremos criptografia re-
Para eu mandar a minha senha fluenciam na segurança, como almente segura à nossa disposi-
com segurança ao site do ban- a cultura em torno de manter ção.
co e poder movimentar a minha bem guardadas as chaves priva-
conta, o site precisa primeiro de das, qualidade dos algoritmos
me enviar a sua chave pública, do cifrador, etc. Este último as-
que vem assinada digitalmente pecto é muito importante e tem
por uma outra instituição de de ser estabilizado num bom ní-
grande credibilidade. Em linhas vel alto, porque esses algorit-
gerais, os fabricantes de brow- mos têm sido produzidos num
sers (Mozilla, Microsoft, etc) ins- modelo de software livre, o que
talam nos seus produtos, na fá- permite várias boas mentes au-
brica, os certificados digitais ditá-los e corrigir falhas ou méto-
dessas entidades, que são usa- dos matemáticos fracos.
das para verificar a autenticida-
de da chave pública e identida- A segurança real de qualquer
de do site do banco. Este, por esquema de criptografia não foi
sua vez, teve que passar por comprovada. Significa que, teori-
um processo burocrático junto a
essa entidade certificadora, pro-
vando ser quem diz ser, para ob-
ter o certificado.
Número 4 :: www.revista-linux.com 10
Revista Linux :: Prático
11 Número 4 :: www.revista-linux.com
Revista Linux :: Teoria
mander (12) é a ferramenta ide- Na sociedade da informação em Existe ainda uma outra aplica-
al para esta tarefa. Tem uma in- que nos inserimos, uma das ac- ção que é o screen (21) que
terface similar ao Norton Com- ções mais importantes é a parti- também permite a gestão de di-
mander e é muito fácil de utili- lha de informação. Para parti- versas janelas numas única tty,
zar. lhar informação nada melhor na minha opinião o twin, visto
que um protocolo P2P, como é que é mais “gráfico” do que o
Imagens o caso do Bittorrent. Um dos me- screen.
lhores clientes é o Rtorrent (18).
Até agora, tem sido fácil supor- É uma aplicação baseada na lib- Será mesmo possível sobrevi-
tar um dia sem X. O que aconte- curses com uma utilização de ver um dia sem X? Quando co-
ce se alguém enviar uma ima- memória quase desprezável. O mecei a utilizar Linux o X não
gem espectacular das suas féri- Rtorrent é capaz de competir fa- era o que é hoje e muitas vezes
as em África que o leitor tem cilmente com o uTorrent ao ní- servia apenas para ter um con-
mesmo de ver? A solução é utili- vel da utilização de memória e junto de terminais (xterm) aber-
zar uma aplicação de framebuf- velocidade. O único problema tos a correr várias aplicações.
fer que utiliza a SVGAlib que dá (para algumas pessoas) é o fac- Actualmente é mais complicado
pelo nome ZGV (13). to deste utilizar um esquema de dado que a maioria dos utiliza-
atalhos de teclado parecido ao dores estão habituados às suas
Vídeo emacs, o que torna a curva de aplicações terem cores brilhan-
aprendizagem algo elevada. tes e à fácil integração no ambi-
Para vídeo pode utilizar o ente de trabalho.
MPlayer (14) que tem várias op- Gravação de CDS Deixo, no entanto, o desafio ao
ções de saída de vídeo. Desde leitor mais intrépido: tente pelo
o típico framebuffer até a utilizar Agora que o leitor já se está a menos um dia recordar os “bons
caracteres em modo texto para habituar a não usar o X, por que velhos tempos” em que o Linux
codificar a imagem (aalib). não gravar cds com o bashburn não tinha o GNOME e o KDE!
(19)? O bashburn é uma aplica-
Música ção de consola que faz a interfa-
ce entre as aplicações
que realmente ge- Ver na Web
Não ter X não que dizer que o
leitor não possa ouvir as suas rem/gravam cds, nome-
músicas preferidas. O Cplay adamente cdrtools e (1) http://lynx.browser.org/
(15) é um leitor extremamente dvd+rw-tools, entre ou- (2) http://links.sourceforge.net/
leve excelente para o ajudar a tras. (3) http://w3m.sourceforge.net/
sobreviver no seu dia-a-dia sem
X. Para controlar o volume do Gestão de Janelas (4) http://elinks.or.cz/
(5) http://www.washington.edu/pine/
áudio pode sempre utilizar o al-
samixer (se tem o ALSA instala- Suponho que o leitor se (6) http://www.mutt.org/
do – o que é bastante provável está a questionar como (7) http://www.gnu.org/software/freetalk/
– o alsamixer estará também é possível a gestão de (8) http://naim.n.ml.org
instalado). janelas sem X. Não ter
o X a funcionar não que (9) http://www.irssi.org/
Edição de Texto dizer que não possa ser (10) http://pidgin.im/
possível ter à sua dispo- (11) http://www.raggle.org/
Para a edição de texto existem sição janelas para me- (12) http://www.ibiblio.org/mc/
duas grandes opções: vim (16) lhor trabalhar com as
e emacs (17). Geralmente, toda suas aplicações de con- (13) http://www.svgalib.org/rus/zgv/
a gente já os conhecem e, nor- sola. O Twin (20) é uma (14) http://www.mplayerhq.hu/
malemnte, têm uma opinião mui- aplicação que usa a lib- (15) http://mask.tf.hut.fi/~flu/cplay/
to forte. Para não fomentar essa curses que permite (16) http://www.vim.org/
discórdia, não irei sugerir ne- abrir subterminais den-
nhum deles deixando ao leitor tro de um ambiente cur- (17) http://www.gnu.org/software/emacs/
essa escolha. ses. O Twin permite ter (18) http://libtorrent.rakshasa.no/
o elinks, mutt, raggle ou (19) http://bashburn.sourceforge.net/
P2P qualquer outra aplica- (20) http://linuz.sns.it/~max/twin/
ção de consola aberta
na mesma tty. (21) http://www.gnu.org/software/screen/
Número 4 :: www.revista-linux.com 12
Revista Linux :: Teoria
É
importante começar por mente as chamadas distribui- Uma parte crítica de qualquer
dizer que todas as distri- ções enterprise incluem suporte projecto de TI consiste em corre-
buições Linux, incluíndo junto ao seu produto. lacionar a certificação entre os
as comerciais — Red Hat Enter- Para um usuário, suporte signifi- seus componentes (hardware,
prise Linux, SUSE Linux, Xan- ca: storage, middleware, SO, etc).
dros, etc — e não-comerciais — A característica mais importante
Debian, Slackware, Gentoo, etc 1 :: Um parceiro disponível a e valorizada que uma distribui-
— atendem a maioria das ne- curto e a longo prazo, para ção pode prover, mais do que
cessidades reais. Escolher uma transferir riscos operacionais as tecnologias embutidas no
melhor entre elas é mais uma Este é o ponto mais importante. SO, é a sua capacidade de criar
questão de gosto pessoal do As empresas não querem correr ecossistemas de hardware e
técnico que já a conhece do que riscos — especialmente os ris- software homologado.
pelas suas funcionalidades. cos inerentes ao Open Source.
Mas uma empresa precisa pe- Modelo de Subscrição
sar mais aspectos — além do 2 :: Acesso rápido a actualiza- versus Preço por Licença
gosto — para garantir uma esco- ções de qualidade
lha estratégica de benefícios de No geral, as empresas têm re- Empresas que vendem software
longo prazo. cursos limitados para compilar, comercial (como a Microsoft,
testar e integrar atualizações de IBM, Oracle, etc) vão permitir o
Suporte e Certificação software Open Source. uso dos seus produtos somente
após a compra de um direito de
Todas as distribuições Linux em- 3 :: Acesso a um grande nú- uso. Esses “direitos comprá-
pacotam, de uma forma ou de mero de fabricantes indepen- veis” são hoje em dia chamados
outra, mais ou menos os mes- dentes de hardware (IHV) e de de licença comercial.
mos softwares Open Source (o software (ISV) certificados e O software contido em qualquer
Kernel, Apache, Samba, bibliote- disponibilidade de soluções distribuição Linux é sem custo.
cas, Gnome, KDE, etc), mas so- complexas pré-testadas Os programadores desses
Número 4 :: www.revista-linux.com 14
Revista Linux :: Teoria
15 Número 4 :: www.revista-linux.com
Revista Linux :: Teoria
Número 4 :: www.revista-linux.com 16
Revista Linux :: Teoria
Blogosfera
por Avi Alkalay
U
m blog é um website qualquer cujo conteú- bridades –, só porque agora eles tem acesso a
do é organizado como um diário (log, em in- uma plataforma de publicação independente e di-
glês), ou seja, por datas e em ordem crono- recta: a Internet.
lógica. Os bloggers (pessoas que possuem e escrevem
O nome apareceu quando “web log” virou “weblog” em seus blogs) visitam e lêem outros blogs, fazem
que, numa brincadeira, se transformou em “we comentários, criam links e referenciam-se uns aos
blog”, para por fim se popularizar em “blog”. outros, criando uma espécie de
A cultura dos blogs tem um dicionário próprio: conversa distri-
buída.
Post: um artigo, uma publicação que pode conter
texto, imagens, links, multimédia, etc. Um post tem A consolidação
um título, data e hora e é categorizado sob um ou da cultura dos blogs fez surgir alguns
mais assuntos como “tecnologia”, “vinhos”, “via- serviços como Technorati, Truth Laid Bear, Ping-o-
gens”, “poesia”, etc., definidos pelo dono do blog. matic, Digg, que tem a habilidade de seguir a con-
Este usa geralmente uma linguagem mais directa e versa. Mais ainda, eles conseguem medir a popula-
descontraída, e pode ser tão longo quanto um ex- ridade de um blog ou de um assunto e calcular a
tenso artigo, ou ter só três palavras. Um blog é sua vitalidade na web. Usando extensamente idio-
uma sequência de posts. mas XML como XHTML, RDF, RSS e ATOM, eles
Comentário: Visitantes do blog podem opinar sobre conseguem “avisar” um post de que foi referencia-
os posts e este é um lado muito importante da inte- do noutro blog, ajudando o primeiro a publicar auto-
ractividade dos blogs. maticamente um pingback ou trackback, mostran-
Permalink: um link permanente, o endereço directo do quem o referenciou e como.
de um post específico.
Trackback e Pingback: um post que faz referência A Blogosfera é o fenómeno sócio-cultural materiali-
a outro post, talvez noutro blog. zado nessa malha de interações dinâmicas e se-
Feed: Há ferramentas que permitem ler vários mânticas entre os blogs e seus autores.
blogs de forma centralizada, sem ter que visitá-los Como diz Doc Searls no seu Mundo de Pontas, a
separadamente. O feed é uma versão mais pura Internet é uma grande esfera oca com a superfície
do blog, contendo somente os últimos posts em for- formada por pontas interconectadas. Bem, nós so-
mato XML (RSS ou ATOM) e serve para alimentar mos as pontas e ela é oca porque não há nada no
essas ferramentas. Podcasts nada mais são do meio que limite a nossa interacção. Esta metáfora
que feeds contendo média, ao invés de só texto. explica como os bloggers ganharam voz activa na
Blog é um nome mais actual para o que se costu- sociedade livre da Internet, onde falam bem de
mava chamar de “home page”. A diferença é que quem gostam e denunciam quem ou o que não
antes da era dos blogs, uma pessoa que quisesse gostam. Sendo público e interativo, qualquer assun-
ter um website pessoal, tinha um enorme trabalho to verídico e bem conduzido tem potencial de virar
para publicar conteúdo de páginas, que geralmen- uma bola de neve ao ponto de iniciar um escânda-
te eram estáticas, não interativas, e francamente, lo político, obrigar uma empresa a admitir que deve
sem graça. Era um processo manual que exigia al- fazer um recall de produtos defeituosos, ou dar in-
gum conhecimento técnico e por isso eram geral- formações muito precisas sobre o míssil que caiu
mente técnicos que publicavam o conteúdo na web. no bairro durante uma guerra (warblog).
Com a padronização do conteúdo por ordem crono- Várias empresas têm usado blogs como forma de
lógica em posts, surgiram uma série de ferramen- se aproximarem dos seus clientes. A sua lingua-
tas e serviços de blogging, sendo os mais conheci- gem descontraída, não-institucional e principalmen-
dos o Blogger, WordPress, LiveJournal e Mova- te interactiva derruba barreiras e potencializa comu-
bleType. nidades. Bons blogs corporativos passaram a ser a
Eles facilitaram a publicação de textos, links, multi- peça chave do ciclo de desenvolvimento de produ-
média de forma organizada e apelativa e a web fi- tos, como plataforma de divulgação das próximas
cou muito mais interessante. Se antigamente um novidades e ponto de recepção directa de opiniões
escritor precisava de ter contacto com editoras pa- de usuários.
ra publicar trabalhos, hoje qualquer pessoa é um Do que está à espera para ingressar na Blogosfe-
escritor em potencial. E, sim, os blogs revelaram ra?
inúmeros ótimos escritores – alguns viraram cele-
Ver nota biográfica sobre o autor na
página 10
17 Número 4 :: www.revista-linux.com
Revista Linux :: Teoria
A Internet
Assimétrica por Gustavo Homem
N uma época em que se fa- riores aos actuais é um facto, as classes de tráfego tal como
la diariamente sobre "ban- consequência natural da evolu- estão definidas em Portugal. As
da larga", a situação de ção tecnológica das PME e do normas ADSL, mesmo as inici-
assimetria a esta associada não acesso generalizado a software ais, suportam até 1Mbit de ups-
é totalmente clara para a maio- servidor de grande qualidade tream e é conhecido que pelo
ria dos utilizadores. É fácil en- disponível em domínio público menos parte dos DSLAMs exis-
contrar hoje em dia serviços de (1,2). A capacidade de disponibi- tentes em Portugal o permitem.
acesso à Internet com elevado lizar informação de forma inde- Nas soluções de Internet por Ca-
débito unidireccional, ou seja no pendente liberta as empresas bo a mesma coisa se passa
sentido ISP -> cliente. De facto, das demoradas “interacções” (4,5).
é habitual contratar débitos com o suporte técnico dos ISP e
downstream de 8,16,20 ou mes- deve fazer parte do roteiro para b) O limite no upstream é o “tra-
mo 24 Mbps. No entanto, quan- a inclusão das PME portugue- vão” do tráfego P2P nacional.
do se fala de débitos upstream, sas. Nesse sentido, responda- Ao aumentar este limite o tráfe-
ou seja no sentido cliente -> mos às três questões mais fre- go P2P vai aumentar imediata-
ISP, o cenário parece ser mais quentemente colocadas quando mente e os ISP poderão não es-
nebuloso. Por um lado, as cam- se discute o presente assunto. tar particularmente interessados
panhas de divulgação raramen- nisto (questões legais, tráfego
te fazem referência ao valor de 1) Porque é que os débitos de trocado no GigaPix (12), ...).
upstream - assume-se que o cli- upstream são tão baixos nos
ente final não é sensível a este serviços ADSL e Cabo em Por- c) Os circuitos com upstreams
factor. Por outro, não é fácil, tugal? superiores a 1024Kbps, que em
saindo dos serviços standard cu- Portugal são vendidos invaria-
jos débitos são limitados, ter As razões são várias: velmente como circuitos dedica-
uma noção imediata dos custos dos, são extremamente dispen-
envolvidos, visto que as tabelas a) As tecnologias são assimétri- diosos (um circuito G.SHDSL
de preços não são em geral pú- cas por natureza (3,4) ... o que 2Mbit simétrico pode custar en-
blicas. Apesar disto, a necessi- no entanto não parece justificar tre 300 e 700 EUR mensais de-
dade de débitos upstream supe-
19 Número 4 :: www.revista-linux.com
Revista Linux :: Teoria
pendendo da capacidade nego- ser disponibilizado com upstre- ços ADSL (6,12).
cial da empresa e da quantida- ams melhorados, um serviço
de de serviços contratados). Por ADSL/Cabo nunca terá o mes- No entanto, a existência de
esta razão, os ISP acreditam mo "nível de serviço" que um cir- overheads não afecta a relação
que estão a proteger este mer- cuito dedicado (débito garanti- entre os valores, pois afecta am-
cado ao limitarem os débitos do, contenção, taxa de disponibi- bos os lados da "equação" aci-
upstream do ADSL (11). lidade, prazos de reparação, ma.
etc), pelo que a diferença de
d) Os ISP possuem serviços de custos continuará a fazer senti- Daqui se conclui que, por exem-
datacenter/alojamento e ao limi- do1. plo, o serviço 24/400 vendido
tarem os débitos de upstream até há pouco tempo por um ISP
estão a proteger este negócio, c) Não se pode aumentar indefi- nacional (9) era matematicamen-
impedindo os clientes de se tor- nidamente o débito downstream te impossível, porque a taxa má-
narem mais autónomos a nível sem aumentar o upstream, visto xima atingível em download es-
de disponibilização de serviços que todo o tráfego TCP está su- tá limitada pelo débito de upstre-
e conteúdos. jeito ao respectivo tráfego de am disponível que ficará satura-
ACK (acknowledge (7)) que flui do antes de se atingir o valor
2) É expectável que a situa- no sentido inverso. Isto pode máximo downstream. A situa-
ção vá mudar de futuro? ser rigorosamente calculado em ção foi entretanto corrigida por
função dos tamanhos dos paco- aumento de taxa de upload dis-
A situação só poderá mudar tes enviados. No entanto um ponível. Conclui-se ainda que
quando os ISP se aperceberem simples teste com ferramentas mesmo com um serviço 20/400
de que: universalmente acessíveis o utilizador só poderá usufruir
(wget, iptraf) permite obter que: de 20Mbps em download, se
a) Os clientes pretendem maior não estiver a efectuar nenhuma
flexibilidade na utilização que fa- %tcp upstream rate ~ 1,84 % espécie de upload, pois a linha
zem do serviço de Internet que será totalmente tomada pelos
contratam, incluindo alojamento de onde se obtém as relações: pacotes de ACK. Caso contrá-
local de serviços e acesso remo- 2 Mbps => 36.80 kbps rio, a performance downstream
to a informação interna. 4 Mbps => 73.61 kbps cairá para valores muito inferio-
8 Mbps => 147.22 kbps res.
b) Ao tentarem proteger certos 16 Mbps => 294.45 kpbs
segmentos de negócio (ver aci- 20 Mbps => 368,06 kbps A Netcabo foi o primeiro ISP a
ma) os ISP estão a eliminar ou- 24 Mbps => 441,67 kbps tomar a iniciativa de aumentar
tros segmentos. Por exemplo, as taxas de upstream disponibili-
há muitos clientes potencialmen- Os valores acima referem-se a zando o serviço Netcabo Pro
te interessados em pagar um débitos efectivos a nível IP (ou com débitos 8Mb/1Mb (8). Se-
serviço um pouco mais caro, seja, os débitos calculados pe- guiram-se muito recentemente a
com um melhor upstream mas las aplicações) medidos sobre Vodafone e a Clix (ADSL).
que nunca estarão interessados um serviço ADSL.
nos serviços dedicados cujo pa- 3) Que alternativas economi-
tamar de custo lhes é inacessí- Para se poderem comparar com camente viáveis existem para
vel. Dada a diferença de custos, os débitos anunciados pelos aumentar a taxa de upstream?
este tipo de cliente (tipicamente ISP com os débitos efectivos é
PME) acaba por se manter no necessário descontar os overhe- Enquanto a situação de merca-
serviço mais básico, o que con- ads dos protocolos subjacentes: do não se altera, uma alternati-
duz a perda de negócio para o Ethernet para serviço de Cabo e va a contratar um serviço dedi-
ISP. Repare-se que, mesmo a PPP+Ethernet+ATM para servi- cado é contratar N vezes o servi-
1 De facto, é importante referir que os parâmetros de largura de banda anunciados para os serviços ADSL/Cabo
representam valores máximos teóricos apenas possíveis em situações de baixo congestionamento. No caso dos
serviços ADSL a largura de banda anunciada é garantida apenas entre o CPE e o DSLAM, estando a partir daí
sujeita à taxa de contenção, que é o quociente entre o débito disponível DSLAM <-> ISP e a soma dos débitos CPE
<-> DSLAM. No caso da Internet por cabo, não há sequer qualquer garantia de débito, visto que a largura de banda é
partilhada continuamente por todos os CPE ligados ao mesmo canal.
Número 4 :: www.revista-linux.com 20
Revista Linux :: Teoria
Abreviaturas:
21 Número 4 :: www.revista-linux.com
Revista Linux :: Prático
C
ounter-Strike é o FPS Online mais jogado $ sudo wget http://wine.budgetdedicated.com/
em todo o mundo. apt/sources.list.d/feisty.list -O
Counter-Strike, mais conhecido por CS, foi /etc/apt/sources.list.d/winehq.list
jogado pela primeira vez em 1999 pouco depois de
Half-Life entrar no mercado. Desde essa data até Debian Etch (4.0)
aos dias de hoje, CS tem sido um dos jogos mais
jogados em todo o mundo, responsável pela popu- $ sudo wget http://wine.budgetdedica-
larização das Lan-Houses em todo o mundo. Sen- ted.com/ apt/sources.list.d/etch.list
do considerado um “desporto” para muita gente, -O /etc/apt/sources.list.d/winehq.list
este jogo movimenta muito dinheiro, havendo vári- $ sudo apt-get update
os patrocínios de marcas conhecidas (como a NVI- $ sudo apt-get install wine
DIA e a Intel), e mesmo jogadores a receber um or-
denado fixo para jogar. 2 – Instalar o WineCVS em Ubuntu e Debian
Número 4 :: www.revista-linux.com 22
Revista Linux :: Prático
* Estes são os únicos jogos que confirmamos que joguem, no entanto, certamente que haverá muitos
outros que também funcionam.
23 Número 4 :: www.revista-linux.com
Revista Linux :: Teoria
Open Source
na prática Artigo adaptado para
Português-Europeu
Número 4 :: www.revista-linux.com 24
Revista Linux :: Teoria
mente essa maturidade garante za o surgimento de suporte es- chado, o uso de padrões amplia
a aceitação do produto em em- pontâneo – factor vital para a as escolhas e a liberdade da
presas responsáveis. E hoje os maturidade do OSS. empresa que compra TI para
OSSs como o Linux, o Apache, A indústria tem procurado um compor a melhor mistura do mo-
o OpenOffice.org, o Samba e balanço saudável para misturar mento, com opções OSS e/ou
outros já gozam desse ecossis- componentes fechados com de código fechado.
tema cíclico de uma forma vas- OSS, a fim de maximizar o seu
ta, global e vigorosa. benefício sem abrir mão da ma-
turidade de ponta a ponta. Pro-
Hoje, o OSS tem aplicações va disso é que tem sido cada
mais maduras em infraestrutura vez mais comum a implantação
e alguns nichos de middleware. de ERPs maduros – geralmente
Por sua vez, os softwares de có- de código fechado – sobre plata-
digo fonte fechado apresentam formas abertas maduras – como Ver nota biográfica sobre o
maior desenvoltura de mercado distribuições Linux com suporte. autor na página 10
nas funcionalidades de maior va-
lor agregado ao negócio (ERPs, A receita para o melhor balanço
CRMs ou processos empresari- é insistir no uso de Padrões
ais). Isto porque estas funcionali- Abertos. Por garantirem uma in-
dades têm uma amplitude me- teroperabilidade fácil entre ca-
nor de usuários, o que inviabili- madas abertas e de código fe-
25 Número 4 :: www.revista-linux.com
Revista Linux :: Teoria
Número 4 :: www.revista-linux.com 26
Revista Linux :: Teoria
Número 4 :: www.revista-linux.com 28
Revista Linux :: Teoria
Utilizadores como os descritos vemos atender o nosso público, Não poderia ser este o motivo
acima tentam todos os dias ob- os utilizadores e, se estes não desta distribuição ter sido difun-
ter respostas pela Internet em têm o tratamento adequado nas dida tão rapidamente entre os
Fóruns, ou até mesmo por e- respostas às suas dúvidas, co- utilizadores de computador?
mail para programadores, solici- mo iremos alcançá-los nos seus
tando alguma ajuda ou propon- computadores? Este artigo não pretende atingir
do alguma solução. E muitos nenhum programador, nem dis-
destes programadores, por te- Não podemos julgar os nossos tribuição. Foi escrito somente
rem criado algum projecto, sen- utilizadores. Na verdade, não para ajudar aos programadores
tem-se prepotentes e respon- devemos julgar ninguém pelas a entender o que um utilizador
dem (quando respondem) aos suas atitudes. Além do mais, co- passa antes de aprender o que
utilizadors com dúvida: mo julgaríamos alguém que ti- ele espera utilizando uma distri-
vesse a atitude de tentar apren- buição GNU/Linux, e visa ape-
Ex: der perguntando ao próximo? nas melhorar a aceitação deste
- Você tentou procurar no Goo- sistema operativo que todos es-
gle? Infelizmente, os programadores tão interessados em ter nos
- Não tenho tempo para respon- GNU/Linux têm muito que apren- seus computadores, ou pelo me-
der, estou com muito trabalho der quando se trata de tratamen- nos tentam.
no projecto... to ao utilizador, não há um trata-
- RFM. (Read the ******* Manu- mento adequado para com o
al. - Leia a ***** do Manual.)... consumidor de seu sistema, es-
- Descarregue o manual no link: te deve baixá-lo, instalá-lo sem Ver na Web
x... (Esse é raro) questionamentos. Se houver, de
forma alguma deve perguntar (1) http://www.linux.org
Existem utilizadores sem muito ao programador. (2) http://www.famelix.com.br
conhecimento que tentam fazer Mas não são todos os programa- (3) http://www.fameg.edu.br
algumas perguntas sobre o fun- dores que agem desta maneira,
(4) http://www.debian.org
cionamento de algum sistema e um exemplo são os programado-
fazem esta pergunta de uma res do Ubuntu GNU/Linux (10), (5) http://www.guidohardware.com.br
maneira banal, (para os olhos pois estes tem um sistema de (6) http://www.knopper.de
do programador) que este res- respostas aos utilizadores que (7) http://www.microsoft.com
ponde de forma grosseira e defi- entende as necessidades dos
(8) http://www.freedows.com.br
nitiva, para que o utilizador não mesmos e tratam cada utiliza-
responda ou não peça mais aju- dor do seu sistema como se fos- (9) http://www.blanes.com.br
da. se único. (10) http://www.ubuntu.org
Ex:
- O meu computador não acen-
de a luzinha do “Scrool Lock”
quando eu o pressiono, ele está Sobre o Autor
com algum problema no siste-
ma operativo?
Mayko Nestor Meier, possui graduação em
Administração - Sistemas de Informações
É uma pergunta muito simples
Gerenciais pela FAMEG - Faculdade Metro-
de ser respondida (como: o seu
politana de Guaramirim (2005). Atualmente
teclado deve estar com algum
é técnico em desenvolvimento de sistemas
problema, ou algo assim), contu-
nesta Faculdade. Tem experiência na área
do um programador, quando re-
de Ciência da Informação, com ênfase em Desenvolvimento
cebe uma mensagem como es-
de Sistemas Operacionais. Participa Ativamente do Projeto
ta, responde duma tal maneira
Famelix, Sistema Operacional Famelix GNU/Linux é uma dis-
que rebaixa o utilizador, fazen-
tribuição criada com a finalidade de oferecer um ambiente si-
do com que este nunca mais uti-
milar ao Windows XP ("Linux com cara de XP"), de tal manei-
lize esse sistema.
ra que facilite a migração de usuários do sistema operacional
proprietário a um sistema livre, e que se possa aproveitar os
Devemos pensar, quando pen-
conhecimentos já adquiridos pelos usuários.
samos em difundir o Sistema
(www.famelix.com.br)
Operacional GNU/Linux, que de-
29 Número 4 :: www.revista-linux.com
Revista Linux :: Entrevista
Entrevista com
Vasco Costa entrevista conduzida por
Duarte Loreto
Número 4 :: www.revista-linux.com 30
Revista Linux :: Entrevista
mente a vida pessoal e profissio- de saber técnico, abertos a no- ra testar e detectar bugs?
nal com o seu envolvimento no vos e melhores modos de fazer VC: Não jogo mais. É demasia-
Freeciv? trabalho. O facto de eu já ter ex- do viciante. Se jogasse não ti-
VC: Nos últimos anos eu, bem periência na comunidade aju- nha tempo para fazer mais na-
como todos os administradores, dou-me a conseguir a entrevis- da! [Risos]
temos tido mais responsabilida- ta. Quem conhece a comunida-
des na nossa vida profissional. de sabe que nós somos pesso- RL: A decisão de integração do
No meu caso, isso levou a que as motivadas para o trabalho, Freeciv com o "GGZ Gaming Zo-
tivesse de deixar de lado as ta- que não precisam de muito es- ne" deveu-se apenas à expecta-
refas mais intensivas que eu forço de gestão para obter resul- tiva de atrair mais jogadores/di-
gosto, como a programação em tados. Como diz o ditado: quem vulgar o projecto ou teve outros
C neste projecto, para outras corre por gosto não cansa. motivos?
pessoas. Tento ajudar naquelas Tenho recorrido cada vez mais VC: Os nossos jogadores ado-
tarefas que os outros programa- ao trabalho remoto com outras ram servidores públicos em que
dores de C normalmente não pessoas. Certos gestores de- podem jogar contra outras pes-
gostam de fazer, mas que eles monstram algum grau de abertu- soas. Os nossos servidores pú-
ou os nossos jogadores preci- ra a esta forma de trabalho. Infe- blicos entraram em colapso por
sam e que têm tendência a ficar lizmente, penso que muitos ges- falha de hardware, temos de ar-
para o fim ou a nunca ser feitas. tores ainda têm a mentalidade ranjar um substituto menos cen-
Tento contribuir nos meus tem- enraizada numa era pré-Inter- tralizado, mais resistente a fa-
pos livres e férias, que são cada net, em que as pessoas têm ho- lhas.
vez mais reduzidos, à medida rários fixos para trabalho em lo-
que assumo mais responsabili- cais fixos. Apoiam-se em méto- RL: Quais são algumas das futu-
dades na minha vida pessoal e dos subjectivos e qualitativos de ras funcionalidades que pode-
profissional. Dado que isto tem avaliação. Querem ver a cara rão vir a ser implementadas no
sido problema para os adminis- das pessoas, vê-los de corpo Freeciv?
tradores em geral, tivemos uma presente para ficarem descansa- VC: - Serviço de jogos descen-
quebra de ritmo no desenvolvi- dos que se está a trabalhar de tralizado.
mento do projecto. facto. - Gráficos melhorados.
Conseguimos recentemente Nos projectos de software livre - Editor de jogo integrado.
atrair uma nova geração de pro- nós reconhecemos trabalho pro- - Cliente SDL completo.
gramadores. Por isso, tenho duzido, usamos métricas quanti- - Cliente para Mac OS X que
confiança no futuro deste projec- tativas como linhas de código, não necessite de X-server insta-
to. Estamos sempre abertos a índices de actividade, funcionali- lado.
mais gente e ideias novas. dades implementadas, bugs cor- - Mais campanhas e cenários
rigidos. Sabe-se que para atin- de jogo.
RL: O seu envolvimento no Fre- gir resultados de qualidade em - Suporte IPv6.
eciv contribuiu ou trouxe de al- software, é necessário dar tem- - Suporte para zoom do mapa.
guma forma benefícios durante po para este amadurecer. Que - Música e som melhorados.
a sua licenciatura ou, posterior- às vezes é preciso sair de frente
mente, para a sua vida profissio- do PC, mudar de ambiente, pa- RL: Têm algum tipo de estatísti-
nal, nomeadamente pela experi- ra as ideias surgirem. Penso cas ou valores aproximados que
ência de áreas de desenvolvi- que existiu mais disciplina de de- vos permitam saber qual a per-
mento, gestão de equipas ou de senvolvimento e engenharia de centagem de utilizadores em ca-
trabalho em equipa com equi- software pura e dura nos projec- da uma das diferentes platafor-
pas remotas? tos de software livre, que nos mas suportadas (ou, pelo me-
VC: A experiência que obtive projectos de software tradicional nos, entre Linux/UNIX, Windows
em desenho de interfaces, pro- em que participei. Para não fa- e Mac)? Se sim, esses valores
gramação e administração de re- lar que, devido à dimensão do estão de acordo com as vossas
des, bem como auto-gestão tem nosso mercado, as equipas de expectativas?
sido de grande ajuda. Na empre- desenvolvimento são tradicional- VC: Sim. Temos estatísticas
sa em que trabalhei anterior- mente mais pequenas cá que das pessoas, que se tentam li-
mente, é política usar software li- nos projectos de software livre. gar a servidores de jogo através
vre ou aberto sempre que possí- da Internet. Ficamos surpreendi-
vel. Os sócios não só eram RL: Costuma também jogar Fre- dos por a maioria dos nossos
bons líderes de pessoas e co- eciv com frequência ou limita o utilizadores, ao contrário de há
municativos, como possuidores tempo de jogo ao necessário pa- dois anos atrás em que havia
31 Número 4 :: www.revista-linux.com
Revista Linux :: Entrevista
mais gente com Linux, utilizar a audiência possível, com os me- das caixas na prateleira não faz
plataforma Windows. Porquê nores custos de desenvolvimen- sentido. A ideia que um jogo é
mais gente com Windows? O jo- to de software. Algumas pen- algo que se faz uma vez para
go está mais fácil de instalar e sam que conseguem isto utili- ter poucos patches só faz senti-
lançar. Também penso que as zando DirectX. Assim já podem do para jogos simples. Jogos
pessoas estão fartas de com- vender para Windows e Xbox. complexos, com elevados cus-
prar PCs novos com placas grá- Pensam que o esforço de fazer tos de desenvolvimento, que os
ficas 3D topo de gama para jo- versões para outras plataformas jogadores jogam de forma inten-
gar um jogo de estratégia. Pen- é inusitado. E é inusitado se fo- siva, adaptam-se melhor a um
so que não temos mais utilizado- rem usados os canais tradicio- modelo de subscrição mensal.
res de Mac OS X devido a não nais de distribuição, como ven-
termos um cliente gráfico nativo, der jogos em caixas na FNAC, RL: Pessoalmente, que jogos
fácil de instalar, que não neces- para depois ficarem na pratelei- costuma jogar, sem ser o Free-
site de X-server instalado. O cli- ra. civ? Algumas recomendações
ente gráfico mais utilizado ainda (jogos que corram em Linux nati-
é o GTK+ que eu desenvolvi ori- RL: Qual considera ser a maior vos ou através de Wine/Cede-
ginalmente e depois converti pa- limitação técnica ao desenvolvi- ga/Crossover Office)?
ra GTK+ 2.x. mento de mais jogos para Li- VC: De estratégia: “Europa Uni-
Disponibilizo umas estatísticas nux, quer comerciais, quer versalis III” e “Galactic Civilizati-
baseadas no sistema operativo Open Source? Ou acha que é ons II : Dread Lords” na platafor-
de jogadores que se tentaram li- tudo uma questão de política e ma Windows. “Wesnoth” na pla-
gar aos servidores públicos no economia? taforma Linux.
primeiro semestre dos últimos VC: Não é apenas política e Cada vez tenho menos tempo
três anos. economia. As APIs de multimé- para estes jogos intensivos de
dia no Linux são fracas. Precisa- estratégia. Adoro os velhos clás-
mos de mais APIs de sicos das máquinas de jogos.
software livre e aberto Jogo um bocado, divirto-me, e
multi plataforma, fáceis de desligo. Esses posso jogar em
usar, que também funcio- qualquer plataforma, graças ao
nem em Windows, Mac MAME.
OS X e nas consolas. Pre-
cisamos de melhores dri- RL: Por último, para ficar como
vers para 3D. indicação para os nossos leito-
res, há algum conselho que
RL: Acha que os jogos on- ache adequado transmitir a estu-
line de mundos persisten- dantes (ou outros) que estejam
tes (MMORPG's) são o fu- tentados a iniciar contribuições
turo dos jogos, em que os para o mundo Open-Source?
actuais jogos offline estão VC: Encontra algo que queiras
condenados a desapare- mudar ou adicionar ao teu
cer, ou há espaço para ambos software favorito. Trabalha, sub-
RL: Pessoalmente, acha que há os tipos? mete o teu trabalho a quem de
mercado económico para jogos VC: Penso que os jogos offline direito. Aceita críticas construti-
comerciais que tenham uma ver- continuarão a existir, mas o vas. Não esperes glória ou reco-
são Linux? Por que acha que a meio de aquisição por excelên- nhecimento imediato.
maioria das produtoras ignora cia será a Internet. O modelo
esta plataforma?
VC: Sim, penso que existe mer-
cado para jogos comerciais pa-
ra Linux.
No desenvolvimento de softwa-
re os custos estão na concep- Sobre o entrevistado
ção e produção, sendo os cus-
tos de replicação quase nulos. Vasco Costa, 29 Anos. Estudante de Doutora-
Compreendo as razões das pro- mento em Computação Gráfica no Instituto Supe-
dutoras. Se eu fosse uma produ- rior Técnico.
tora tentaria alcançar a maior
Número 4 :: www.revista-linux.com 32
Revista Linux :: Prático
BluePad
por Joaquim Rocha e Valério Valério
N a cadeira de Computa-
ção Ubíqua da Licencia-
tura em Engenharia Infor-
O BluePad, após a sua avalia-
ção na cadeira, foi lançado sob
a licença GNU GPL e está ago-
manipulada no PC usando o mó-
dulo PyBluez.
33 Número 4 :: www.revista-linux.com
Revista Linux :: Prático
Número 4 :: www.revista-linux.com 34
Revista Linux :: Prático
Conclusão
35 Número 4 :: www.revista-linux.com
Revista Linux :: Eventos
personalidades internacionais
de renome no meio para avaliar
os projectos a concurso (ver cai-
xa júri).
Todos os projectos a concurso
serão divulgados no site do
evento e na Revista Linux, mas,
acima de tudo, os candidatos te-
rão a oportunidade de mostrar
as suas criações aos gurus do
por Valério Valério Software Livre. Os que recebe-
rem melhor cotação serão apre-
sentados no evento Open Delta
P
aLANtejo, para além de ganha-
ela primeira vez em Portu- Em caso de dúvida é possível
rem bons prémios (ver caixa pré-
gal vão ser distinguidos consultar uma FAQ (4) ou con-
mios CNSL).
os programadores de tactar a organização do concur-
Software Livre nacionais, no so através do fórum (5) do even-
A pré-inscrição (6) no concurso
Concurso Nacional Software Li- to Open Delta aLANtejo.
é obrigatória e deverá ser feita
vre (CNSL). Vão ser avaliados e
até ao dia 18 de Setembro de
premiados os projectos de Como a credibilidade é um dos
2007. A entrega dos projectos
Software livre desenvolvidos por factores chave, foi designado
deverá ser feita até dia 23 do
portugueses. um júri composto por diversas
mesmo mês.
Este concurso é organizado pe-
lo Núcleo de Estudantes de En-
genharia Informática da Univer-
sidade de Évora(1), em colabo-
ração com várias personalida- Ver na Web
des e empresas do mundo do
Software Livre, sendo este parte (1) www.neei.uevora.pt
integrante do evento Open Del- (2) www.alantejo.uevora.pt
ta aLANtejo 2007(2). Com o (3) Regras do CNSL
CNSL pretende-se não só divul-
gar o Software Livre em Portu- (4) FAQ do CNSL
gal, mas também promover o (5) www.alantejo.uevora.pt/2007/forum
seu desenvolvimento e distin- (6) Pre-inscrição CNSL
guir os seus produtores. Incenti-
var a partilha de conhecimento
entre os participantes visando in-
cutir espírito de entreajuda é ou-
tra das metas.
Júris
Podem participar no CNSL to-
dos os programadores de
Alex Beregszászi - Programador do Mplayer e FFmpeg.
software livre que tenham nacio-
Damien Sandras - Criador do software de VoIP Ekiga.
nalidade portuguesa, é possível
Dario Rapisardi - Programador do GNU/Linex. (http://rapisardi.org/)
concorrer com projectos pesso-
Gael Duval - Criador da famosa distribuição Mandrake e da nova
ais, com projectos em equipas
distribuição Ulteo.
até 3 elementos, ou com uma
Isaac Clerencia - Programador do jogo Battle for Wesnoth.
contribuição para um projecto
(http://people.warp.es/~isaac/blog/)
de larga escala. Por exemplo,
Jon 'maddog' Hall - Presidente da Linux Internacional.
um programador que tenha feito
Jono Bacon - Responsável pela comunidade mundial do Ubuntu e
um novo módulo, uma nova fun-
criador do software de gravação e edição de áudio - Jokosher.
cionalidade, plugin, etc, para o
Marcelo Tosatti - Red Hat e responsável pela versão 2.4 do kernel
Firefox pode concorrer no
do Linux.
CNSL. Existem no site do con-
Mirco Müller - Participa nos projectos OpenGL, Cairo, GTK+,
curso regras (3) bem definidas
gstreamer entre outros. (http://macslow.thepimp.net/)
para a participação no mesmo.
Número 4 :: www.revista-linux.com 36
Revista Linux :: Book Review
Book Review
Everyday Scripting with Ruby por Joaquim Rocha
for Teams, Testers and You
Ficha Técnica:
ISBN: 0-9776166-1-4
Idioma: Inglês
Nº Páginas: 310
P
assaram-se 12 anos des- mente bom para principiantes. pítulo 10 - “Ruby Facts: Regular
de que Yukihiro Matsu- Arriscaríamos mesmo dizer que Expressions”..
moto lançou a primeira o livro é até adequado para os
versão do Ruby. Agora que o principiantes mais inexperientes O livro pretende que o leitor vá
Ruby conseguiu a popularidade devido ao facto de Brian Marick praticando ao longo deste como
em massa, cada vez mais gente explicar como instalar a lingua- livro prático que é. Não se ensi-
está a aprender esta nova, e tal- gem, usar uma consola do siste- nam aqui conceitos profundos e
vez estranha, linguagem. Entre ma bem como a programação extensos, nem sequer há uma
outras funcionalidades, o Ruby orientada a objectos, etc... introdução relembrando a histó-
é muito adequado para desen- O autor consegue tudo isto sem ria do Ruby. Assim, este é um li-
volver scripts ultra-rápidos e recorrer a outras linguagens. Is- vro prático, directo e “pronto a
aprender como escrever estes é to, ainda que seja muito bom pa- usar” sendo o seu alvo principal
o principal objectivo deste livro. ra principiantes, pode por vezes os “testers” que poderão querer
aborrecer um pouco os progra- automatizar algum do seu traba-
O livro foi escrito à volta de qua- madores mais experientes mas lho.
tro interessantes projectos que não será nada com que estes
lhe ensinam desde o básico do não consigam lidar. Concluindo, apesar do facto do
Ruby até alguns aspectos úteis nome do livro acabar com “for
desta linguagem. Estes projec- Brian Marick guia-nos através Teams, Testers and You”, todo
tos são um verificador de desins- do livro usando uma linguagem ele parece ter sido escrito a pen-
talação, um sistema de controlo simples e directa, por vezes sar nos “testers”. Recomenda-
de versão, um seleccionador de com um ligeiro sentido de hu- mos este livro especialmente pa-
informação de páginas web e mor para acalmar as coisas. Ele ra principiantes que queiram
um monitor de sistema para vigi- não só ensina como usar a lin- aprender o Ruby como sua pri-
ar programas que estão a correr guagem mas também encoraja meira linguagem de programa-
no sistema e enviar informações os leitores a usá-la referindo-se ção e para pessoas que não co-
através de e-mail ou mensa- a eventuais “bugs” e outras coi- nhecem o Ruby e queiram
gens instantâneas. sas que possam parecer estra- aprender de modo rápido como
nhas a principiantes. escrever scripts. Assim, atribuí-
Ainda que o gráfico na contraca- Outra boa característica é a or- mos a este livro uma classifica-
pa do livro diga que este está ganização dos capítulos “Ruby ção geral de 4/5.
destinado a utilizadores entre o Facts”: estes são como resu-
nível de principiante e de experi- mos que introduzem brevemen-
ente, consideramo-lo especial- te alguns conceitos como no ca-
37 Número 4 :: www.revista-linux.com
Revista Linux :: Jogos
S
er o líder de uma civiliza- várias plataformas, como pela As Funcionalidades do
ção. Gerir a sua expan- qualidade do jogo em si, do co- Freeciv
são desde os primórdios nhecido Sid Meyer, este tornou-
do desenvolvimento tecnológico se num sucesso, que teve vári-
Neste momento, a versão está-
até à conquista do espaço. Lu- as expansões e novas versões.
vel do Freeciv é a 2.0.9, estan-
tar contra outras civilizações ou
do em fase avançada de teste o
formar alianças e pactos de não- Em 1995, três estudantes de in-
que vai ser a nova versão, a
agressão. Explorar, conquistar, formática dinamarqueses queri-
2.1.0. Iremos sempre falar da
descobrir... Para quem conhece am poder jogar este mesmo jo-
versão 2.1.0, visto esta incorpo-
e gosta do Civilization, jogar Fre- go em Linux mas não existia ne-
rar novos desenvolvimentos inte-
eciv será um prazer, o voltar às nhuma versão para este siste-
ressantes e também porque a
origens. Mesmo para quem não ma operativo. Descobriram na
actual versão beta4 se encontra
jogou esses jogos que marca- Internet um projecto de imple-
estável ao ponto de ser a mais
ram uma época, mas é fã de jo- mentação em Open Source do
utilizada.
gos de estratégia, encontrará jogo, chamado OpenCiv, e que
aqui horas de divertimento. estava a ser desenvolvido em
O jogo encontra-se disponível
Python. No entanto, este projec-
em várias plataformas, nomea-
A História do Freeciv to estava pouco evoluído e os
damente Linux, várias versões
três amigos decidiram iniciar a
de UNIX, Amiga, Windows e Ma-
O jogo Civilization original come- sua própria implementação, em
cOSX. Adicionalmente, encon-
çou por ser um jogo de tabuleiro código C.
tra-se traduzido em dezoito idio-
(1), lançado no mercado no iní- mas, entre eles o Português.
cio da década de 80. Este jogo Assim nasceu o Freeciv (3),
de estratégia em tabuleiro teve “Porque a Civilização deveria
O Freeciv tem um conjunto de
posteriormente algumas expan- ser Livre” (no original “Because
regras compatíveis com as do
sões, com óptima aceitação den- Civilization should be Free”).
Civilization II e do III, dispondo
tro do seu mercado. de mais de 50 unidades diferen-
Em 1996, poucos meses depois
tes e mais de 100 nações sob
Em 1991 foi lançado o Civilizati- de iniciado o desenvolvimento,
cuja bandeira jogar. Outra funci-
on (2), jogo de computador, pa- foi tornada pública a primeira
onalidade relevante é o sistema
ra o DOS, Mac, Amiga e Atari versão. O jogo foi evoluindo e
de nevoeiro de jogo, em que ca-
ST. Em 1994 saiu uma versão criada uma comunidade em tor-
da jogador apenas consegue vi-
melhorada para Windows e ver- no do mesmo. Os programado-
sualizar o terreno que controla,
sões para SNES e Sega Gene- res iniciais acabaram por se
tornando invisíveis as movimen-
sis. afastar do projecto mas este
tações das civilizações adversá-
continuou, cheio de vida, até
rias.
Tanto pela disponibilização em aos dias de hoje.
Número 4 :: www.revista-linux.com 38
Revista Linux :: Jogos
39 Número 4 :: www.revista-linux.com
Revista Linux :: Jogos
Número 4 :: www.revista-linux.com 40
Revista Linux :: Jogos
Ver na Web
(1) http://en.wikipedia.org/wiki/Civilization_(board_game)
(2) http://en.wikipedia.org/wiki/Civilization_(computer_game)
(3) http://www.freeciv.org
(4) http://freeciv.wikia.com/wiki/Tilesets
(5) http://freeciv.wikia.com/wiki/Extras
(6) http://meta.freeciv.org/metaserver.phtml
(7) http://www.ggzgamingzone.org
(8) http://freeciv.wikia.com/wiki/Introduction_to_Freeciv
(9) http://freeciv.wikia.com/wiki/Game_Manual
e
i c a-s o
(10) http://forum.freeciv.org/ d ad
de
r c e osofi o no
u il d -
So a f guin eme s
n m e s o
pe iga ns vo e r
o s O ue s e, co litati orqu verti
g q d a P d i
Jo s da qu is.
de jogo liber ível rcia bem
lun
a
tar e n me sa
co esen erto r um s co se
A pr ab nte rta ém
a a igo ma e ofe tamb
d
có tanto ao d res iro!
en nte s liv inhe
d
lha guin star
p i n g a
m
se
41 Número 4 :: www.revista-linux.com
Revista Linux :: Jogos
Puzzle
Pirates por Duarte Loreto
T
oda a acção decorre num Uma vez o jogo instalado, ao ini- tente), entramos no jogo propria-
ambiente que se asseme- ciar-se uma sessão é necessá- mente dito.
lha ao descrito em históri- rio indicar o utilizador e senha
as sobre os tempos de pirataria para a nossa conta. Caso não Jogar Puzzle Pirates
nos mares das Caraíbas. Mas tenhamos uma, podemos criá-la
este jogo está longe de ter vio- no momento, gratuitamente. Com franqueza, o grafismo des-
lência. É sim um jogo que mistu- Existem vários servidores de jo- te jogo não é nada de maravilho-
ra os puzzles e paciências com go, denominados “oceanos”. so. Todo ele é feito com gráfi-
jogos e actividades de cariz soci- Uma nova conta é alocada a um cos em 2D com uma perspecti-
al. Vamos embarcar neste diver- oceano de forma aleatória. Ca- va isométrica, sem qualquer ten-
tido mundo da pirataria! Ahrrr! so o jogador esteja a criar uma tativa de foto-realismo. Na ver-
conta com o objectivo de jogar dade, todos os gráficos acabam
Obter o Puzzle Pirates com outras pessoas que conhe- por ter uma aparência de banda
ce, deverá certificar-se de que desenhada, num misto de cómi-
Na página oficial (1) existem altera o oceano pré-definido pa- co com “fofinho”. Claramente
links para se obter o jogo ou jo- ra aquele que lhe interessa. um formato que apela a um gru-
gar imediatamente. A segunda Existe ainda um tipo de oceano po muito distinto de jogadores,
opção realiza primeiro a instala- em que para evoluir o pirata pa- quando comparado com a maio-
ção caso o jogo não esteja ain- ra uma conta paga existem algu- ria dos jogos online tradicionais
da instalado. A página de down- mas diferenças. Caso pondere ocidentais.
load detecta automaticamente o a hipótese de vir a pagar para jo-
sistema operativo do utilizador e gar, será aconselhável ler a sec- Posta esta questão de lado, po-
oferece a opção adequada. ção sobre subscrições e dub- deremos observar que toda a ini-
blons, na página do jogo (2). ciação do jogador neste novo
O Puzzle Pirates foi desenvolvi- mundo é extremamente acom-
do em Java e funciona na gene- O passo seguinte é criar um pi- panhada. São sugeridos vários
ralidade dos sistemas, desde rata. Cada conta pode ter até tutoriais para nos apresentar as
que estes tenham o Java 1.4.2 três piratas. A personalização funcionalidades e regras do jo-
ou superior. Como é um jogo da aparência do pirata é algo li- go, além de nos introduzirem a
que não recorre a grandes efei- mitada, dado o estilo gráfico do alguns dos puzzles mais co-
tos gráficos, os requisitos míni- jogo. Além da sua aparência físi- muns. Cada tutorial dura normal-
mos de equipamento são um ca, é nesta fase que definimos o mente cerca de 5 a 15 minutos
Pentium II a 500Mhz com nome do pirata, que outras pes- a completar. Adicionalmente,
256Mb de RAM. Adicionalmen- soas irão ver. Terminada a cria- existe um bom manual de jogo
te, o tamanho total do download ção do pirata (ou, em vezes se- na página (3), além de existir
são cerca de 50Mb. guintes, selecção de um já exis- uma “Enciclopédia do Pirata”,
Número 4 :: www.revista-linux.com 42
Revista Linux :: Jogos
linha”.
43 Número 4 :: www.revista-linux.com
Revista Linux :: Jogos
Número 4 :: www.revista-linux.com 44
Revista Linux :: Kernel Pan!c
Kernel
Pan!c secção administrada por
Valério Valério
45 Número 4 :: www.revista-linux.com
Revista Linux :: Kernel Pan!c
para vdv100@gmail.com .
comandar um iate onde toda a ter tirado aquelas fotos que es-
tripulação é constituida por rapa- tão na pasta "web_cam";
rigas bem roliças. 1. O problema da impressora
era uma peça de langerie encra-
O génio levanta a mão e puf! O vada.
engenheiro desaparece!
Se a Microsoft fabricasse carros:
Programador: Eu gostaria de es- - O livro para o dono do carro te-
tar agora no Havai a ser massa- ria 1300 páginas e pesaria 3 qui-
jado por duas raparigas da quali- los;
dade da tripulação do iate! - Nos test-drives, algumas "fea-
tures" do carro não estariam dis-
Número 4 :: www.revista-linux.com 46
Revista Linux :: Empresas
Se quiser adicionar a sua empresa a esta lista, envie um email para correio@revista-linux.com com o
assunto "Lista de Empresas". Deverá incluir o nome da empresa, contacto, logotipo, página web, local da
sede e os serviços oferecidos através de palavras-chave.
www.angulosolido.pt
e-commerce, formação,
info@dri.pt Lisboa
migração,soluções web,
...
www.dri.pt
formação e certificação,
geral@caixamagica.pt Lisboa soluções empresariais,
consultoria, migração,
outsourcing, ...
www.caixamagica.pt
consultoria, desenvolvimento
log@log.pt Lisboa (Perl e PHP), integração de
sistemas (CRM e CMS), mi-
www.log.pt gração; outsourcing, ...
consultoria, administração
geral@microskills.eu de sistemas, comunicações,
Lisboa
internet, software, hardwa-
www.microskills.eu re, formação
47 Número 4 :: www.revista-linux.com
Revista Linux :: Agenda de Eventos
Consultoria, implementação
vmn@vmn.pt Matosinhos de soluções Desktop e Ser-
vidor em Linux, VoIP,
www.vmn.pt Software à Medida, Hardwa-
re e Software
Eventos
Open Source
Esta é uma listagem de eventos relacionados com Linux e Open Source na Europa e em países de língua
portuguesa.
Para divulgar um evento envie um email para correio@revista-linux.com com o assunto "Lista de
Eventos". Deverá incluir o nome, a data do início e do fim, local e página web do evento.
OSiM 07
http://osimconference.com 18-19 Setembro 07 Madrid, Espanha
Open aLANtejo | 07
19-21 Outubro 07 Évora, Portugal
http://alantejo.uevora.pt
Número 4 :: www.revista-linux.com 48