Ela o deixava admirado com seu frescor, com a expresso ingnua de seu rosto e de seus olhos.

At no modo como o vestido lhe caa o corpo, Startsev via algo extraordinariamente encantandor, comovente, uma graa ingnua e simples. Ao mesmo tempo, apesar dessa ingenuidade a moa lhe parecia muito inteligente e madura para a idade. Com ela, podia falar de literatura, de arte, do que desejasse, podia lamentar-se da vida, das pessoas, entretanto, durante uma conversa srie, s vezes acontecia que ela, de repente e sem motivo, comeava a rir ou ento saa correndo para dentro de casa. - Ah, como desconhecem as coisas aqueles que nunca amaram! Parece-me que ningum at hoje descreveu o amor de maneira fiel e talvez seja impossvel descrever esse sentimento terno, radiante, aflitivo, mas quem o experimentar, ainda que s uma vez, no tentar traduzilo em palavras. De que servem os prefcios, as descries? De que serve a eloqncia v? Meu amor infinito... Eu lhe peo, suplico. Startsev visitava diversas residncias e encontrava muita gente, mas no era ntimo de ningum. Os pequenos-burgueses da cidade o irritavam com suas conversas, com seu modo de ver a vida e at com sua aparncia. Aos poucos, a experincia lhe ensinou que, enquanto jogava baralho ou comia alguns petiscos com os pequeno-burgueses, eles se revelavam gente tranquila, benevolente e no de todo idiota, mas bastava conversar com eles sobre qualquer coisa no comestvel, por exemplo, sobre poltica ou cincia, para se verem num beco sem sada, ou desfiarem uma filosofia to obtusa e cruel que no havia outra sada seno desistir e afastar-se.