Paola Giovana 0712353 Resenha: O olhar do estrangeiro Nelson Brissac Peixoto O ensaio O olhar do estrangeiro, de Nelson Brissac Peixoto,

o, uma provocao. Atravs de um paralelo da vida com o cinema, da realidade como imagem, ele critica o olhar do homem moderno e a sua prpria relao com a realidade no mundo atual: imagtica. O olhar atual, como metfora da relao do indivduo contemporneo consigo mesmo e com o mundo abordado como sendo superficial, saturado, banalizado, obsceno. Segundo o autor, O mundo se converte num cenrio, os indivduos em personagens. Cidade-cinema. Tudo imagem.. E, como no cinema, a imagem chapada, sem espessura, como numa tela ou num mural. assim que ele se refere ao modo como os homens representam a construo do mundo, ao invs de criar a representao do mesmo como antigamente. Assim, as imagens passaram a constituir elas prprias a realidade. Brissac critica, tambm, a superficialidade dessa nova realidade imagtica. As vidas no tm vitalidade, so vidas em segundo grau, clichs, repetio infinita de histrias j contadas e vividas. Perde-se a noo de realidade, posto que tudo imagem e representao; perde-se inclusive o sentido das imagens que constituam nossa identidade e lugar. Como contraponto ao olhar acostumado do homem atual ele descreve o olhar do estrangeiro, capaz de ver aquilo que os que l esto no podem perceber. Ele capaz de olhar as coisas como se fosse pela primeira vez e de viver histrias originais, de livrar a paisagem da representao que se faz dela. o nico que consegue ver atravs dessa imagerie. Depois de falar da vida, ele comea a falar do cinema e da tentativa do mesmo de escapar pura espectralidade, da vontade do cinema de resgatar sua integridade. Nesse mundo de simulacros, onde tudo artificial, saiu-se em busca dos personagens e histrias que correspondam a essa nova constituio e percepo do espao e do tempo, a mulher, por exemplo, se faz sujeito e no objeto do olhar no interior da mdia ao tomar conscincia do poder de seduo de sua imagem. Na tentativa de reencontrar o espao e a intimidade no cinema, ele sugere ter por ponto de partida no as imagens, mas as emoes., o afastamento da sua atualidade, carregada de referncias, para se encontrar como vida e emoo. Em nossa inocncia nem um pouco ingnua, vamos, ns que temos o olhar do estrangeiro, atravessando o deserto da solido e do sofrimento em busca de uma vida em alto-relevo para ser tateada com todos os sentidos da alma.