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INFORMATIVO N 321 - STF

PLENRIO Crime de Racismo: Alcance Concludo o julgamento de habeas corpus em que se discutia o alcance da expresso "racismo", contida no inciso XLII do art. 5 ("a prtica do racismo constitui crime inafianvel e imprescritvel, sujeito pena de recluso, nos termos da lei;"). Tratava-se, na espcie, de habeas corpus impetrado em favor de condenado como incurso no art. 20 da Lei 7.716/89 (na redao dada pela Lei 8.081/90) pelo delito de discriminao contra os judeus, por ter, na qualidade de escritor e scio de editora, publicado, distribudo e vendido ao pblico obras anti-semitas, delito este ao qual foi atribuda a imprescritibilidade prevista no art. 5, XLII, da CF (v. Informativos 294, 304, 314 e 318). O Tribunal, por maioria, acompanhou o voto proferido pelo Min. Maurcio Corra no sentido do indeferimento do writ, sob o entendimento de que o racismo antes de tudo uma realidade social e poltica, sem nenhuma referncia raa enquanto caracterizao fsica ou biolgica, refletindo, na verdade, reprovvel comportamento que decorre da convico de que h hierarquia entre os grupos humanos, suficiente para justificar atos de segregao, inferiorizao e at de eliminao de pessoas. Vencidos os Ministros Moreira Alves, relator, e Marco Aurlio, que deferiam a ordem para declarar a extino da punibilidade pela ocorrncia da prescrio da pretenso punitiva do Estado, por entenderem no caracterizada na espcie a prtica do delito de racismo. O Min. Marco Aurlio, ao proferir seu voto, salientando a necessidade do exame da causa em face da realidade social brasileira - na qual no h predisposio para a prtica de discriminao contra o povo judeu, diferentemente do que ocorre com o negro, para o qual a CF/88 conferiu a proteo prevista no inciso XLII do art. 5 -, e tendo em conta a coliso entre os direitos fundamentais da liberdade de expresso e da proteo dignidade do povo judeu, considerou no demonstrado que a conduta do paciente pudesse resultar em incitao prtica de discriminao ou colocar em risco a segurana do

povo judeu, a justificar limitao do direito liberdade de expresso. Vencido, tambm, o Min. Carlos Britto, que concedia a ordem de ofcio para absolver o paciente, por reconhecer a atipicidade da conduta a ele imputada. HC 82.424-RS, rel. orig. Min. Moreira Alves, red. p/ o acrdo Min. Maurcio Corra, 17.9.2003. (HC-82424)

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