Número 01
09 de julho de 2009
ADVERTÊNCIA:
Talvez pouco possa interessar como ele chegou até ela mas não interessa
menos o fato de que desse encontro sugiram tanto a oportunidade de ensinar como
a de ver brotar uma nova "persona".
Por não ter a autorização de mencionar seu nome, a moça que um dia
cruzou meu caminho será chamada de A. Ainda conservo em minha memória as
lembranças de nosso primeiro encontro e da intensidade que senti naqueles olhos.
Será possível que se acredite que, mesmo sem ser uma procura cotidiana, minha
alma e meus olhos agitam-se quando reconhecem a força ou a submissão em olhos
alheios?
Assim foi com A.: atrás de um sorriso doce, de palavras que traduziam uma
afeição inquestionável, percebi, sem muito esforço, que aquela gentileza ocultava o
verdadeiro exercício do Poder.
Sim, A. atraia suas "vítimas" como uma serpente de ébano que se desloca
entre as folhas até que seja muito tarde para evitar-lhe o bote. Seria , para mim, tão
preciosa essa percepção? Sim, não apenas seria como efetivamente o foi. Sorrisos
trocados, uma chamada para que desencadeasse um "jogo" breve de convites e de
propostas não ditas.
- Oras, oras... Você pensa que pode me afrontar, menina? - disse rindo.
- Você duvida? - respondeu séria.
- Sim,duvido...
Esperava sua reação e ela não tardou a vir.