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Asas de mármore

Muitas vezes quando encurralados estamos,


e o sol parece um fatídico companheiro,
e a lua não traz o amor consolador,
e o desamparo é o cais derradeiro.

Quando nos lembramos da vontade de lutar,


mas nosso ímpeto se enfraquece.
Também lembre-se do abutre imaterial
que neste sol se aquece.

Lançamo-nos à roda de amigos,


abrindo um pouco de nós para cada.
Mas a vida se desgasta
corroborando para o nada.

Enfeitamo-nos com as penas do que resta,


uma plumagem nova como de pássaro novo.
Mas nesse alçar para os ares,
nada há de renovo.

As asas que então nos deram


é um vôo total sem alento,
pois o melhor de nós
morrera-se na calada do vento.

E juntos com os outros


buscamos aquele feeling principalmente
e cheios de vida,
mas só há o desânimo em mente.

Então o nosso voejar


é um voejar que lembra o cemitério,
pois tudo foi-se acumulando
em grande sacrilégio.
porque vemos a vida
não como outrora a víamos.
Nada se compara ao começo
onde tudo novo sentíamos.

Voamos porém com asas de mármore


que nos leva aos territórios espirituais.
Subjugados de tempos em tempos,
essa dor dói demais.

São as asas da ignomínia


que vem para nos absorver,
principalmente na calada da noite,
afunda o nosso peito a si entreter,

E assim vemos o mundo


como em um caleidoscópio
de formas bizarras e indefinidas.
Não sabemos o que se passa ao microscópio.

E assim podemos suportar esse vôo,


até que fira os ossos dos sentimentos,
e neste ir e vir,
contente-se com os passamentos.

Nelly Netuno
A Vida é Um Carrasco

Minha vida nunca foi um rio tranqüilo.


Sempre estive no meio das ondas bravias.
Um insulto me deram na cara.
Tirou-me todas as garantias.

A mulher a quem amara


alimentou-me durante algum tempo.
Mas eu acreditei
que era só um contratempo.

Com aquele desprezo fiquei,


e essa lembrança me corrói.
Pois ao amor que foi devotado
a amargura rói.

Sou um cadáver do amor,


e seu chicote vem noite e dia,
açoitar-me sem pena,
nem um outro pensamento me alivia.
Éramos duas almas sintonizadas,
mas seu orgulho nos separara.
E o frio da desesperança cobriu-me o peito.
Ela ainda é minha jóia rara.

Desde então o que existia de melhor em mim,


pouco a pouco foi morrendo,
como o passarinho abatido,
minha vida foi enegrecendo.

Dando lugar á amargura


e a falta de amor interior
Assim se fez essa sepultura
que é a pressão do opróbrio seja ela qual for.

minha vida no momento


é um navio sem porto ancoradouro,
e enquanto não chego,
meu interior é morredouro.

Vivo sempre neste banimento


da verdadeira vida.
Quero voltar à paz.
Quero a vida realmente vivida.

E enquanto não vem,


desfolho meu rosário de tormentos.
Como um carrasco implacável
vai destruindo todos os meus bons momentos.

Nelly Netuno

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