Departamento de Filosofia
Curso: Filosofia
Mossoró,
2009.
Introdução
Muito embora haja vista esses contrastes notados por Hans Jonas, há, porém, nas
suas observações seguintes muitos aspectos em comum como dos três conceitos de:
“totalidade”, “continuidade” e “futuro”, referidos à existência e à sorte de seres
humanos.
Vivendo entre seres humanos, sou responsável por alguém e também sou
responsabilidade de outros.
A marca distintiva do Ser humano, de ser o único capaz de ter responsabilidade,
significa igualmente que ele deve tê-la pelos seus semelhantes.
Ser responsável efetivamente por alguém ou por qualquer coisa em certas
circunstâncias (mesmo que não assuma nem reconheça tal responsabilidade) é tão
inseparável da existência do homem quanto o fato de que ele seja genericamente capaz
de responsabilidade.
A existência do homem é uma prioridade, pouco importa que ele a mereça em
virtude do seu passado, a existência da humanidade significa simplesmente que vivam
os homens. Que vivam bem é um imperativo que segue ao anterior. O fato ôntico bruto
de que eles existam, mesmo sem terem sido consultados, a esse respeito, se impõe a eles
como um imperativo; eles devem continuar existindo como tal.
O homem público, no pleno sentido da palavra, ao longo da duração do seu
mandato ou poder, assume a responsabilidade pela totalidade da vida da comunidade,
por aquilo que costumamos chamar de público.
Mas a responsabilidade por uma vida, individual ou coletiva, se ocupa antes de
tudo com o futuro, bem mais do que com o presente imediato. Isso é verdadeiro em um
sentido trivial para toda responsabilidade, mesmo a mais particular, acompanhando-se a
evolução de uma tarefa até o fim.
A responsabilidade não é nada mais do que o complemento moral para a
constituição ontológica do nosso Ser temporal. Assim, se compreende a tese de Jonas de
uma ética voltada para o futuro.
A responsabilidade é, portanto, na ética, a articulação entre duas realidades, uma
subjetiva e outra objetiva. É forjada por essa fusão entre o sujeito e a ação. Ao mesmo
tempo há, também, um aspecto de descoberta que se revela na ação propriamente dita e
suas conseqüências. A ordem ética está presente, não como realidade visível, mas como
um apelo previdente que pede calma, prudência e equilíbrio. A esta nova ordem Jonas
dá o nome de Princípio da Responsabilidade.
Referências Bibliográficas.
1. HANS JONAS, o princípio responsabilidade: ensaio de uma ética para a
civilização tecnológica. Rio de Janeiro. Contraponto: Ed. PUC, 2006