A Psicopedagogia é, deste modo, uma área de saber que se ocupa em estudar as melhores
estratégias para levar os sujeitos a adquirir/integrar conhecimento... Isto é a melhor ensinar mas,
também, aprender...
Ao contrário do que se possa pensar a Psicopedagogia não é de uso exclusivo dos Psicólogos, é
um importante instrumento de trabalho para todos os que se dedicam ao Ensino!
Todos os profissionais que se inserem no âmbito do Ensino seja ele básico, secundário, superior
ou universitário devem dominar e aplicar na prática conhecimentos desta área específica já que
esta os auxilia a melhor lidar com o indivíduo e com o grupo turma, mas também a melhor
ensinar conhecimentos que à partida podem parecer sem aplicabilidade na prática logo
considerados como desinteressantes, sem utilidade supérfluos, e tantos outros adjectivos tão
negativos que levam os alunos a não investir na sua aprendizagem.
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todas estas variáveis vão inevitavelmente ser fonte de profunda influencia ao nível formação da
própria personalidade.
O indivíduo humano é um ser que deve ser, invariavelmente, encarado na sua complexidade e de
forma holística, tendo em atenção que todas as suas dimensões influenciam e são influenciadas
umas pelas outras e que é deste incessante jogo de influências que depende o equilíbrio, bem-
estar e qualidade de vida do sujeito. Este equilíbrio é, também ele, resultado de permanentes
equilíbrios e desequilíbrios, por exemplo, basta que a situação ultrapasse as expectativas iniciais
do sujeito para que este sinta algum grau de frustração ou de desânimo, o que provoca algum
desequilíbrio, para logo depois se transformar num novo equilíbrio, quando o indivíduo reflecte
acerca do sucedido e decide não valorizar esse pequeno insucesso, traçando novos objectivos
para si.
Podemos então afirmar de forma resumida que a Psicopedagogia é uma área de charneira entre a
Psicologia e a Pedagogia e que visa desenvolver métodos e estratégias de ensino/educação mais
adaptados ao sujeito individual, já que todos os elementos de um grupo ou sociedade são
diferentes, e aprendem através de modelos e estratégias também eles muito diversificados, não
raras vezes mesmo díspares.
Como se pode inferir a Psicopedagogia tem um papel muito importante ao nível do trabalho e da
realização de tarefas, bem como da formação, não é pois de admirar que se possa afirmar que a
Psicopedagogia está directa ou indirectamente presente na vida de todos os sujeitos desde a mais
tenra idade.
Sabe-se que num primeiro momento aprende-se por imitação e à medida que o ser humano vai
amadurecendo e crescendo, vai-se desenvolvendo a sua capacidade de percepcionar os estímulos
e de os seleccionar, a sua capacidade de: pensamento e de comunicação, de aprendizagem, de
relacionamento e inter-relacionamento com os outros, de dar e receber afecto, permitindo um
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gradual alargamento dos seus horizontes, isto é, de adaptação aos diferentes meios a que
pertence, que vão desde a família, escola, grupo de pares e amigos, diversos grupos sociais,
relacionamento com etnias, nacionalidades e línguas diferentes, lidar com a diversidade cultural,
isto é à medida que o bebé cresce, se torna criança, adolescente, jovem adulto, etc. a sua
aprendizagem vai sendo progressivamente mais complexa e remete-se para a leitura de algumas
teorias explicativas do ser humanos, por exemplo, de Sigmund Freud, de Jean Piaget e Erik
Erikson, de Abraham Maslow, entre muitos outros.
Não raras vezes deparamo-nos com pessoas que encaram a vida de uma forma demasiado
negativa em que tudo se passa como se, para eles o futuro não existisse, até porque este mais não
é que uma repetição de um passado tão frustrante e doloroso. Outros, pelo contrário, por mais
adversas que possam ser as suas condições de vida, esperam sempre que “dias melhores” possam
acontecer.
Nestes dois casos extremos aquilo que se pode concluir é que a aprendizagem e interiorização
que fizeram da vida os influenciaram e transformaram radicalmente. No primeiro caso, em
alguém profundamente ancorado numa realidade/humor negativo (talvez mesmo deprimido)
incapaz de se descentrar da sua realidade para observar o mundo tal como ele é. No segundo
caso, alguém optimista que apesar do sofrimento presente, consegue perceber que “nada está
perdido”, e que se hoje se vive a renúncia, amanhã pode-se estar a viver um grande sucesso...
Ainda de acordo com o exemplo apresentado será de esperar que o primeiro sujeito seja alguém
pessimista, inseguro/imaturo, que se acomoda facilmente à opinião da maioria, algo
desequilibrado por receio de falhar ou magoar os outros; enquanto que o segundo sujeito é
alguém que facilmente aceita os desafios que se lhe deparam e que em situações críticas,
consegue mobilizar as suas capacidades/competências e resolver os problemas, alguém mais
equilibrado, mais seguro, com uma melhor auto-estima.
BIBLIOGRAFIA
(2001). Dicionário de Língua Portuguesa. Colecção “Universal” – edição digital. Lisboa: Porto Editora.
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