Anda di halaman 1dari 40

INSTITUTO DE ESTUDOS SUPERIORES DA AMAZÔNIA – IESAM

ADMINISTRAÇÃO EM AGRONEGÓCIOS

ALEXANDRE GONTIJO
ITALO BITTENCOURT

O ESTUDO DA VIABILIDADE ECONÔMICA DO SISTEMA


SILVIPASTORIL NA REGIÃO BRAGANTINA DO ESTADO DO
PARÁ

BELÉM/PA
2008
INSTITUTO DE ESTUDOS SUPERIORES DA AMAZÔNIA – IESAM
ADMINISTRAÇÃO EM AGRONEGÓCIOS

ALEXANDRE GONTIJO
ITALO BITTENCOURT

O ESTUDO DA VIABILIDADE ECONÔMICA DO SISTEMA


SILVIPASTORIL NA REGIÃO BRAGANTINA DO ESTADO DO
PARÁ

Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado


como requisito para obtenção do grau de Bacharel
em Administração com Habilitação em
Agronegócios.

Orientadora: Profª Katiane Baptistella.

BELÉM/PA
2008
INSTITUTO DE ESTUDOS SUPERIORES DA AMAZÔNIA – IESAM
ADMINISTRAÇÃO EM AGRONEGÓCIOS

ALEXANDRE GONTIJO
ITALO BITTENCOURT

O ESTUDO DA VIABILIDADE ECONÔMICA DO SISTEMA


SILVIPASTORIL NA REGIÃO BRAGANTINA DO ESTADO DO
PARÁ
Esta monografia foi julgada adequada para a obtenção do grau de Bacharel em Administração
com Habilitação em Agronegócios, e aprovada na sua forma final pelo Instituto de Estudos
Superiores da Amazônia – IESAM.

Data: 11 / 12 / 2008
Conceito: 10

__________________________________________
Profª. Katiane Baptistella,
Orientadora – Coordenação de Pós-Graduação – IESAM

_______________________________________________
Profº Dr. Paulo Júlio da Silva Neto

BELÉM/PA
2008
Para nossos pais, nossa eterna gratidão, pela
dedicação, amor e carinho, e aos nossos
familiares, amigos e companheiras, por sempre
nos apoiarem em todos os momentos.
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.....................................................................................................................1
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.............................................................................................3
2.1 SISTEMAS AGROFLORESTAIS – SAFs..........................................................................3
2.2 SISTEMA SILVIPASTORIL...............................................................................................4
2.3 PASTEJO ROTACIONADO INTENSIVO (PRI)...............................................................5
2.4 MOGNO-AFRICANO (khaya ivorensis).............................................................................6
2.5 MOMBAÇA (Panicum maximum cv. Mombaça).................................................................7
2.6 OVINO SANTA INÊS..........................................................................................................8
2.6.1 Características Zootécnicas da Raça..................................................................................8
2.6.2 Carne..................................................................................................................................9
2.6.3 Mercado...........................................................................................................................10
3. METODOLOGIA...............................................................................................................12
4. DESCRIÇÃO DO SISTEMA.............................................................................................13
4.1 SISTEMA SILVIPASTORIL “VIBRA..............................................................................13
4.1.1 Antecedentes....................................................................................................................13
4.1.2 Preparo do Solo................................................................................................................14
4.1.3 Estabelecimento da Pastagem..........................................................................................14
4.1.4 Entrada e Manejo dos Ovinos no Sistema........................................................................15
4.2 SISTEMA PRODUTIVO TRADICIONAL.......................................................................16
4.3 COMPARAÇÃO DE PRODUTIVIDADE ENTRE OS SISTEMAS................................20
4.3.1 Componente Animal........................................................................................................20
4.5.2 Componente Florestal......................................................................................................23
4.3.3 Custos de Implantação e Manutenção..............................................................................25
4.3.4 Viabilidade Econômica....................................................................................................28
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................................31
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................................32
ANEXOS..................................................................................................................................35
1

1 INTRODUÇÃO

A Região Bragantina do estado do Pará é conhecida pelas predominantes áreas alteradas,


resultantes do uso da terra por pequenos agricultores, bem como da formação de grandes
extensões de pastagens. O clima característico é do tipo Ami, segundo a classificação de Köppen
e o solo é Latossolo Amarelo Álico textura média (FALESI; BAENA, 1999). A Classificação de
Köppen estabelece os tipos climáticos ttropicais chuvosos (Afi, Ami e Awi), com base nas
temperaturas médias dos meses, que nunca são inferiores a 18° C e as variações do clima não têm
verão ou inverno estacional, e o clima Ami é identificado por ter o regime pluviométrico anual
que define uma estação relativamente seca, mas o total de chuvas é suficiente para manter o
período (EMBRAPA AMAZONIA ORIENTAL, 2006).
A Fattoria Piave com 128 ha de área, localiza-se no km 2 da travessa Pantoja, município
de Igarapé-Açu (PA). Há 25 anos , era uma propriedade revestida de capoeiras terciárias, sem
valor econômico. A partir de 1983, seu proprietário, Sr. Italo Claudio Falesi, engenheiro-
agrônomo e ex-pesquisador da Embrapa, desenvolveu um projeto com recursos próprios, para o
aproveitamento sustentável da área. Inicialmente, estabeleceu-se pastagem cultivada consorciada
com milho, com aporte de corretivo e fertilizantes, mantendo desde 1998 esse novo ecossistema
cultivado e produtivo, criando-se uma pecuária envolvendo bovinos, eqüinos e ovinos.
Com o declínio da produtividade da pastagem que ocorreu 10 anos depois, adotou-se para
recuperação desse sistema o cultivo de espécies florestais, tanto nativas, quanto exóticas. Entre as
nativas citam-se: Mogno (Swietenia macrophylla); Paricá (Schyzolobium amazonicum);
Sumaúma – (Ceiba pentandra); Tachi-preto (Tachigalia paniculata); Parapará (Jacaranda
copaia) e Andiroba – (Carapa guianensis). Entre as exóticas, citam-se: Mogno-africano (Khaya
ivorensis); Acacia mangium; Teca (Tectona grandis) e Nim indiano (Azadirachta indica).
Os sistemas de plantio adotados na área total da fazenda foram o consórcio florestal, SAF
(Sistemas Agroflorestais) e SSP (Sistemas Silvipastoris), mantendo-se como componente animal,
apenas os ovinos.
Atualmente, a Fattoria Piave possui cerca de 55 mil árvores plantadas, destacando-se a
Acacia mangium, o mogno-africano, a teca, o nim, o tachi preto, a sumaúma e o mogno
verdadeiro (FALESI, 2008).
2

“O SAF – Vibra (Khaya ivorensis x ovinos x pastagem) estabelecido na Fattoria Piave no


ano de 2003, possuia um revestimento superficial do solo, formado por gramíneas, leguminosas e
outras espécies, que se estabeleceram como conseqüência do manejo do solo no decorrer dos
diversos períodos de uso agrícola” (FALESI 2007). Após estudos preliminares e observações de
experiências com sistemas silvipastoris realizadas na propriedade Fattoria Piave, o Eng. Agr°.
Italo Claudio Falesi decidiu implantar um Sistema Silvipastoril em Pastejo Rotacionado
Intensivo, o que teoricamente elevaria a produtividade devido ao conforto ambiental das árvores,
ao mesmo tempo em que aumentaria a unidade animal por área, desgastando menos a pastagem e
aumentando a produtividade tanto dos ovinos quanto da pastagem e das árvores.
O objetivo do trabalho foi testar a Viabilidade Econômica do Projeto e a produtividade
comparada à sistemas tradicionais. Por isso o estudo calculará a eficiência do uso de sistemas
silvipastoris em Pastejo Rotacionado Intensivo visando comprovar o aumento de lucro
proporcionado, e com isso fornecer mais uma alternativa ao produtor, de aumento da receita
líquida, promovendo um bem estar econômico, social e ambiental.
3

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 SISTEMAS AGROFLORESTAIS - SAFs

Smith em 1998 referiu que os sistemas agroflorestais (SAFs) são freqüentemente vistos
como uma maneira de ajudar a frear o desmatamento por quebrar a predominância do ciclo de
agricultura itinerante ou migratória, praticado pela maioria dos pequenos agricultores.
Alguns observadores desconfiam que os sistemas agroflorestais possam ter um papel
importante para aliviar a pobreza ou retardar o desmatamento na região (FEARNSIDE, 1995),
estas certamente podem ajudar os agricultores a tornar seus sistemas de produção não-
sustentáveis em sistemas mais sustentáveis (SMITH, 1998).
Em 1991, Alvim referiu que a melhor alternativa para o uso do solo na Amazônia estaria,
sem dúvida, no estabelecimento de sistemas agroflorestais, elegendo-se componentes que
possuam valores agronômicos, econômico e ecológico, e que garantam a sustentabilidade
ambiental. Entretanto conforme referiram Macdicken e Vergara (1990), deve-se considerar que
como em qualquer cultivo agrícola, os SAFs também apresentam vantagens e desvantagens
biológicas e econômicas, devendo-se levar sempre em consideração os fatores relacionados ao
custo e benefício.
De acordo com Myers (1992) os SAFs são freqüentemente promovidos como uma das
maneiras mais ambientalmente adequadas para desenvolver áreas rurais nos trópicos úmidos,
onde, além de seus benefícios ambientais locais, a comunidade global está começando também a
conhecer que a conservação da floresta e o plantio de árvores nos trópicos podem absorver e
seqüestrar carbono.
Os sistemas agroflorestais são particularmente apropriados para reabilitar áreas
degradadas porque possuem o potencial de reduzir a erosão e melhorar a estrutura do solo, e
proteger as bacias hidrográficas em áreas manejadas (PIMENTEL et al., 1992; SANCHEZ,
1995).
Várias tipologias agroflorestais tem sido propostas, algumas compostas de numerosos
subsistemas, a outras relativamente simples, mas com uma terminologia um tanto peculiar para os
não-especialistas (JOHNSON; NAIR, 1985; NAIR, 1990; NAIR; DAGAR, 1991). Três tipos
4

principais de sistemas agroflorestais são geralmente reconhecidos na literatura especialista:


silviagrícola, silvipastoril e agrossilvipastoril (NAIR, 1991).
Os sistemas silviagrícolas incluem árvores plantadas com cultivos anuais; os sistemas
silvipastoris, tipicamente combinam o pasto com cultivos arbóreos e; as configurações
agrossilvipastoris combinam os cultivos perenes e anuais com a produção animal (BANDY,
1994).

2.2 SISTEMA SILVIPASTORIL

O estabelecimento do sistema silvipastoril visa o aproveitamento de uma mesma área com


a participação de mais de um componente econômico, como por exemplo: o mogno-africano, as
espécies anuais alimentares de macaxeira e feijão caupi e, posteriormente, a pastagem, como
referido em trabalho realizado por Falesi e Baena em 1999, que após preparo da área,
estabeleceram o plantio de mudas do mogno-africano e em seguida, no período chuvoso, a
macaxeira, onde, após a colheita desta, semeou-se o feijão caupi, variedade BR3 Tracuateua, e,
no segundo ano de implantação do sistema, após a colheita das plantas anuais, cultivaram a
pastagem utilizando a C. pubencens, a qual aos seis meses de idade, se encontra apta a ser
utilizada por ovinos, componente animal do sistema.
“O componente arbóreo constitui importante fator de estabilização do solo por conferir
proteção contra ação direta das chuvas, do sol e da erosão pluvial e eólica, minimizando os danos
causados pela lixiviação” (MAGALHÃES. et.al., 2004)
Além disso, Magalhães et.al. (2004) citou que, a vegetação arbórea pode alterar o
microclima, permitindo melhor ciclagem de nutrientes por processos naturais, por meio da
matéria orgânica originada de plantas mortas e dos dejetos animais, e essa proteção do solo pelas
árvores pode refletir no aumento da palatabilidade das pastagens, e além disso, a influência das
árvores sobre a produção das pastagens, considerando a intercessão da radiação solar, poderá
reduzir a sua capacidade produtiva. No entanto, Karlin; Airsa (1982) relataram que, quando o
componente arbóreo não é muito denso, permitindo que a radiação solar penetre pela copa até o
solo, as gramíneas existentes sob esse dossel mantêm por mais tempo seus níveis de proteína e
maior digestibilidade do que aquelas que estão fora da influência dessa cobertura vegetal.
5

Quando protegidos do calor, os animais pastam por períodos mais longos, requerem
menos água (20%) para beber, apresentam melhor eficiência de conversão de forragem,
maior crescimento e produção de lã e de leite, atingem a puberdade mais precocemente,
aumentam a taxa de concepção e promovem maior regularidade do período fértil e uma
maior vida reprodutiva. (BAUMER, 1991).

Os SSPs são considerados como uma boa alternativa para conciliar e garantir a produção
simultânea de animais, madeira, frutos e outros bens e serviços, além de favorecer o bem estar
animal, criando-se condições mais propícias ao desenvolvimento de um manejo pecuário
sustentável e ainda, pesquisas demonstraram haver um aumento na produtividade do sistema
(OLIVEIRA, 2008).
Desse modo, sistemas agroflorestais alternativos, que levem em consideração as
peculiaridades dos recursos naturais da região, como a integração de árvores, forrageiras e
animais, devem ser concebidos e testados de modo a tornar a atividade agropecuária mais
produtiva, mais sustentável e menos danosa ecologicamente (MAGALHÃES et.al. 2004).

2.3 PASTEJO ROTACIONADO INTENSIVO (PRI)

O pastejo rotacionado intensivo (PRI) permite o controle mais homogêneo da colheita da


forragem e o melhor aproveitamento do pasto, evitando a desuniformidade de pastejo. Com esse
sistema, também é possível controlar a freqüência de desfolha das plantas, possibilitando sua
recuperação de forma adequada e evitando a degradação da pastagem. “Dessa forma, busca-se
por meio de palestras e consultorias passar as informações necessárias para a implantação dos
sistemas de pastejo rotacionado nas propriedades rurais” (EMBRAPA, 2008).

Os objetivos principais do manejo são: a) manter elevada a densidade populacional das


espécies mais palatáveis e aceitáveis pelos animais ao longo do tempo; b) equilibrar o
fator produção e qualidade do pasto dentro de uma faixa razoável para ambos, uma vez
que estes não podem ser maximizados simultaneamente; c) fornecer nutrientes
suficientes para os animais desempenharem suas funções produtivas como crescimento e
produção de carne, lã e leite; d) tornar a produção das pastagens sustentável ao longo
dos anos e acima de tudo mantendo o equilíbrio do ecossistema; e) manter relação
harmônica entre solo, planta, animal e meio ambiente. (PILAR, 2002)
6

O uso do sistema de pastejo rotacionado implica em intensificação do sistema de


produção. Desta forma fica claro que deve haver condições naturais ou artificiais para se
intensificar a produção de forragem. O produtor que optar pelo pastejo rotacionado em
sua propriedade deve entender que para intensificar a produção algumas condições
devem ser atendidas. (PILAR, 2002)

2.4 MOGNO-AFRICANO (Khaya ivorensis)

A Khaya ivorensis é originária da Costa do Marfim, Gana, Togo, Benim, Nigéria e sul de
Camarões, ocorre desde 0 a 450 metros de altitude, normalmente em vales úmidos, suportando
inclusive inundações durante o período das chuvas, sendo, no entanto, sensível ao período de
estiagem (Acajou D’Afrique, 1979).
Árvores do gênero Khaya são conhecidas comercialmente por diferentes nomes: Acajou
D’Afrique, na França e Bélgica; na Inglaterra e Estados Unidos como African mahogany; na
Alemanha denomina-se Khaya mahagoni; na Holanda como Afrikaans mahoganie e mogno-
africano pelos portugueses. O quadro 1 mostra diversas denominações vernaculares da Khaya
ivorensis A. Chev. em diversos países. (FALESI; BAENA, 1999).

DENOMINAÇÕES VERNACULARES PAÍS


Acajou D’Afrique França e Bélgica
African mahogany Inglaterra e Estados Unidos
Khaya mahagoni Alemanha
Afrikaans mahoganie Holanda
Mogno-africano Portugal
Dakuma, Acajou de Bassam, Kra-lah, Krala Ira e Acajou Blanc. Costa do Marfim
Dubine, Duku makokre, Duku mafufu, Ahafo mahogany Gana
Oganwo, Oganwo nofwa Nigéria
N’Gollo, Acajou N’Gollon, Zamenguila e Mangona Camarões
Samanguilla Guiné espanhola
Zaminguila, Ombega Gabão
N’Dola e Ewé Congo
Deké África Central
Udianuno e Quibala Angola
Quadro 1: Denominações vernaculares da Khaya ivonensis A. Chev. em diversos países.
Fonte: Acajou D’Afrique, 1979.
O mogno-africano tem uso comercial extraordinário, devido às características
tecnológicas e à beleza da madeira, sendo utilizado em movelaria, faqueado, construção naval e
em sofisticadas construções interiores (AUBREVILLE, 1959; LAMPRECHT, 1990).
7

A Khaya ivorensis, também conhecida pela denominação de mogno-africano, tem sido


uma das espécies preferidas dos reflorestadores no Estado do Pará, provavelmente devido não
somente à facilidade em se produzir as mudas, mas ao elevado valor econômico que representa
no mercado internacional e ao aspecto ambiental, devido ao crescimento relativamente rápido,
promovendo a recuperação de áreas alteradas (FALESI; BAENA, 1999).

2.5 MOMBAÇA (PANICUM MAXIMUM CV. MOMBAÇA)

O capim-mombaça (Panicum maximum cv. Mombaça) é uma gramínea que forma


touceiras com ate 1,65m de altura, de folhas quebradiças e colmos levemente arroxeados. As
folhas possuem poucos pelos na face superior e as bainhas são glabras, ambas não apresentam
cerosidade. A inflorescência é do tipo panícula semelhante a do capim-colonião comum”
(COSTA et.al., 2001).
O Capim-mambaça requer solos de média a alta fertilidade para um bom e rápido
estabelecimento, apresenta alta percentagem de folhas, cerca de 82% durante o ano sendo bem
aceito por bovinos, bubalinos, ovinos e caprinos. Para um bom estabelecimento, a semeadura
deve ser realizada no início do período chuvoso, em linhas espaçadas de 0,5 a 1 m ou a lanço.
Nos solos ácidos, deve-se fazer a correção com 2 a 3 t/ha de calcário dolomítico, 80 a 120 kg de
P2O5/ha e 40 a 60 kg de K2O/ha. (COSTA et.al., op cit.)
Segundo Freitas (2007), a proteína bruta (PB) presente em forragem de capim-mombaça
varia de 8 a 12%, dependendo dos níveis de nitrogênio. Costa et.al., 2001, referiram que o
primeiro pastejo deve ser realizado entre 90 a 120 dias após o plantio, os ganhos de
peso/animal/dia variam de 450 a 700 g no período chuvoso e de 150 a 350 g na época de
estiagem, os ganhos de peso/ha encontram-se entre 350 a 600kg, e também, sempre que possível,
deve-se utilizar o pastejo rotacionado intensivo, de modo a otimizar o desempenho animal e a
persistência da pastagem.

2.6 OVINO RAÇA SANTA INÊS


8

A ovinocultura por ser uma atividade, de fácil manejo e com rápido retorno do capital
investido, se apresenta então, como uma alternativa técnica e economicamente viável
para o desenvolvimento rural. Sua prática em outras regiões de forma exclusiva ou
consorciada tem sido fortemente incentivada pelos Governos Estaduais, como solução
sócio-econômica para áreas carentes e por representar também, um positivo fator de
fixação do pequeno produtor à sua região de origem. (FAEPA, 2006).

2.6.1 Características Zootécnicas da Raça

O Santa Inês é um deslanado de porte grande, que apresenta peso corporal em torno de 80
kg para os machos e 60 kg para as fêmeas (animais adultos), providos de troncos fortes, quartos
dianteiros e traseiros grandes e ossatura vigorosa. Entretanto são encontrados machos com mais
de 100 kg, e fêmeas com mais de 80 kg. As fêmeas são ótimas criadeiras, parindo cordeiros
vigorosos, em freqüentes partos duplos. Têm excelente capacidade leiteira, com aprumos corretos
e boa inserção de úbere. Tratando-se de um ovino de porte expressivo, é exigente em
alimentação. É a ovelha indicada para ser criada nos ambientes de melhores recursos nutritivos
(SEBRAE, 2008).
É uma raça nativa do Nordeste brasileiro. resultado de cruzamentos alternados com as
raças mais antigas do Nordeste, a Morada Nova (vermelha e branca), Bergamácia e Criola. As
características apresentadas pelo ovino Santa Inês correspondem a esse cruzamento, havendo
evidências do Bergamácio no seu porte, tipo de cabeça, orelhas e vestigem de lã e da raça Morada
Nova (vermelha e branca), a condição de deslanado (SEBRAE, op cit.).
A raça encerra alto valor adaptativo e reprodutivo, o que a destaca como excelente
alternativa na produção de carne para quase todas as regiões tropicais do Brasil, notadamente as
zonas semi-áridas do nordeste. Os animais apresentam uma boa resistência à parasitas
gastrintestinais, excelente qualidade de pele, além de um bom desenvolvimento ponderal
(SOUSA et al., 2005).
O ganho de peso é uma variável importante do desempenho produtivo do animal,
associado à faixa etária em que ocorre a maior taxa de crescimento, sendo um indicativo
para que o abate ocorra numa fase em que inicia o declínio da eficiência de conversão
alimentar. A redução da velocidade de ganho de peso pode ser uma referência para a
determinação do momento de abate. Assim, evitam-se idades muito avançadas e/ou alta
deposição de gordura na carcaça. Essa característica é fundamental para o consumidor
moderno, que não tolera mais carcaças com elevados teores de tecido adiposo. (PILAR,
2002).
9

Segundo Pilar (2002) “O cordeiro, de 3 a 4 meses de idade, é a categoria de maior


aceitabilidade no mercado consumidor, apresentando boa carcaça e com um ciclo curto de
produção”.

Entende-se como eficiência reprodutiva a somatória da fertilidade, da prolificidade e da


sobrevivência dos cordeiros, em que o número de cordeiros nascidos por ovelha
acasalada é resultado da fertilidade e da prolificidade, e a sobrevivência desses cordeiros
está na dependência da alimentação pré-parto, da habilidade materna e do manejo
adequado da mãe e do cordeiro pós-parto. (PILAR, op cit.)

2.6.2 Carne

A Produção de Carne ovina, segundo Siqueira (1996), tem aumentado ultimamente, sendo
estimulado, pelo potencial do mercado consumidor dos grandes centros urbanos brasileiros.
Observa-se, também, que além das tradicionais regiões produtoras, a ovinocultura expande-se
agora em outros estados, sobretudo Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo e
recentemente Minas Gerais. A produção de carne apresenta-se, como uma atividade alternativa
capaz de adicionar renda aos negócios, não só dos ovinocultores, mas à atividade rural como um
todo, independente de ter ou não tradição na criação de ovinos. (SILVA, 1999).
O mercado de carne de cordeiro, no momento, é de franca expansão. De acordo com Carvalho
(1996), além do aumento na quantidade de consumidores, uma conjuntura de fatores, dentre os quais
a entrada de pessoas com decisão e visão empresarial para construir o mercado e a baixa remuneração
da lã e a vigência de um sistema nacional de tipificação de carcaças, são os responsáveis por
impulsionar e dar bases concretas para o estabelecimento de um mercado que não tem concorrência
com produtos sintéticos. (PILAR, op cit.).
Os ovinos de corte valem quanto pesam, por ser um negócio fácil de ser visualizado, uma
vez que não há preço artificial, os animais não vão à exposição ou leilão, todos comem a mesma
ração e gramínea, o que torna possível calcular qual será o lucro da atividade ao final do ano.
Cabe ressaltar que na pecuária seletiva, isso é impossível, visto o produtor obter preços
fantásticos, mas também as despesas serão igualmente fantásticas, devendo estar presente a
exposições, leilões, etc. ( PROJETO AMAZON, 2007, p.58).
10

“Segundo Mertens (1983), o consumo alimentar depende:


A. Do animal, que está diretamente associado ao peso vivo, nível de
produção, variação do peso vivo e estado fisiológico, dentre outros;
B. Do tipo de alimento: teor de nutrientes, densidade energética,
necessidade de mastigação, capacidade de enchimento, dentre outros, e
C. Das condições de alimentação: disponibilidade de alimento, espaço
no comedouro, tempo de acesso ao alimento e freqüência de alimentação”
(PILAR, 2002).

2.6.3 Mercado

A produção de lã, através da criação de raças laneiras e mistas, foi o principal objetivo da
exploração econômica da ovinocultura no século XX. Os sistemas produtivos eram
desenvolvidos com o intuito de se obter a maximização da produção de lã nos rebanhos, enquanto
a produção de carne, produto considerado secundário, apenas supria o consumo dos
estabelecimentos rurais (VIANA, 2008).
O Brasil é detentor do décimo quarto rebanho mundial de ovinos, cerca de 16,1 milhões
de cabeças, sendo a região Nordeste do país a que apresenta o maior rebanho efetivo. A região
Norte, com um rebanho, em 2005, na ordem de 499 mil cabeças, encontra-se em último lugar
(FAEPA, 2006).
O Pará isoladamente é responsável por 50% do rebanho da região Norte desse ruminante.
Informações da Agência de Defesa Agropecuária do Pará (ADEPARA), atestam que esse
rebanho encontra-se espalhado em todo o território paraense. (FAEPA, 2006).
Quanto ao mercado de produtos, a análise quantitativa da demanda de carne ovina,
permite concluir que existe no Norte e Nordeste do Brasil, uma grande demanda potencial desses
produtos, deixando transparecer o tamanho das responsabilidades que estão reservadas à
ovinocultura nos próximos anos. (FAEPA, 2006)

O aumento do poder aquisitivo da população e o incremento do abate de animais jovens


trouxeram um novo mercado para a ovinocultura, onde a carne ovina começou a ser
11

apreciada, levando a uma maior demanda de consumo, o que indica um excelente


potencial para se tornar um produto substituto no mercado. (VIANA, 2008)

“Estudos de mercado revelam que o consumo de determinado tipo de carne é influenciado


por dois fatores principais: a tradição e o preço. O primeiro só é alterado a médio prazo; já o
preço tem impacto e influencia na formação de novos hábitos” (FAEPA, 2006).
A inserção da análise de custos no contexto do agronegócio é imprescindível para a
expansão da sua competitividade tanto no mercado interno como no externo. A aplicação de um
sistema de custos simplificado para as empresas agroindustriais permitirá o acompanhamento dos
valores e de todas as operações realizadas na propriedade, possibilitando a descoberta das causas
para a obtenção de lucro ou prejuízo (CALLADO, 2005; VIANA, 2008).
A demanda por essa categoria se explica, pelo fato de ser o cordeiro a categoria dos ovinos
que fornece carne de melhor qualidade e apresentar os maiores rendimentos de carcaça e eficiência de
produção, em conseqüência de sua alta velocidade de crescimento. Sabe-se que além da idade, fatores
como a raça, o peso ao abate e a alimentação influenciam no produto final. (VIANA, 2008)
“A Santa Inês vem sendo difundida em grande parte do Brasil tropical devido à sua
rusticidade, produtividade e habilidade materna nos diversos climas brasileiros. É uma raça de
duplo propósito: produção de carne e pele” (SEBRAE, 2008).
12

3 METODOLOGIA

Acompanhando o pensamente de Condurú (2007), de que:

Desde a tenra idade, o homem é induzido, de forma natural, a obter respostas. O bebê
tateia os objetos e presta atenção aos sons, na tentativa de descobrir o novo; a criança
procura entender o mundo com seus porquês; o adolescente reflete e experimenta para
definir os seus caminhos; o adulto trabalha para encontrar as condições que, cada vez
mais, melhorem sua vida; e os maduros observam, analisam e explicam a vida, a partir
de suas experiências e vivências.

Percebe-se que a pesquisa é algo que vem instintivamente ao ser humano, onde todos
exercem meios que possibilitam a absorção da informação, que até então era desconhecida.
Na busca de uma boa compreensão sobre o que se trata a pesquisa, Boente; Braga (2004)
demonstraram qual foi o tipo de pesquisa, que o estudo utilizou:
Descritiva: Nesse caso a dúvida é quanto, e o que ocorre, que tenta, por fim, descrever um
fato ou fenômeno de interesse. Ou seja, se caracteriza nas conexões entre base teórico-conceitual
existente ou outros trabalhos realizados sobre o assunto e o fato relatado.
O estudo foi realizado através entrevista realizada com o Engenheiro Agrônomo Ítalo
Cláudio Falesi, proprietário da Fazenda Fattoria Piave e com os dados fornecidos pelo mesmo,
referentes à utilização do Sistema Silvipastoril em Pastejo Rotacionado Intensivo.
A avaliação da eficiência do uso do sistema a condições referidas foi realizada através da
comparação dos resultados encontrados pelo Dr. Ítalo Falesi com os sistemas tradicionais de
criação de animais e reflorestamento, que por conseguinte subsidiou a análise da viabilidade
econômica do projeto, bem como a produtividade.
Para ter idéia do efeito do sistema sobre o aumento de produtividade animal, selecionou-
se 12 capões, sendo 6 pastando no SSP. “Vibra” e 6 no sistema de pastejo extensivo, e em
pastagens nativas presentes na região. Do mês de maio até outubro, foram feitas três avaliações,
onde se dá para comparar e analisar o ganho de peso por capão, e o ganho de peso médio obtido
em cada sistema de produção.
13

4 DESCRIÇÃO DO SISTEMA

4.1 SISTEMA SILVIPASTORIL “VIBRA”

4.1.1 Antecedentes

O Consórcio florestal “Vibra” estabelecido na Fattoria Piave no ano de 2003, possuía o


revestimento superficial do solo, formado por gramíneas, leguminosas e outras espécies, que se
estabeleceram como conseqüência do manejo do solo no decorrer dos diversos períodos de uso
agrícola. Algumas espécies como os capins gengibre e quicuio predominavam no ambiente. Nos
últimos anos esse consórcio florestal vem sendo utilizado para pastejo de reprodutores e borregos
(cordeiros recém desmamados destinados à engorda), aproveitando-se a disseminação das
gramíneas, bem como, de espécies não consideradas como forrageiras, porém consumidas pelos
ovinos. (FALESI, 2007)
O Consórcio florestal “VIBRA”, como é chamado, é composto por algumas diferentes
espécies florestais, sendo predominantemente composta por 292 exemplares Mognos-africanos
(Khaya ivorensis A. Chev.) , além de 25 Mognos verdadeiros (Swietenia macrophyla), 6 Nim
indiano (Azadiractha indica A. Jussieu), 3 Cumarús (Coumarona odorata), 15 Tachis-preto
(Tachigalia paniculata Aubl.) e 3 freijós (Córdia goeldiana), estabelecidos em 2003, adotando-se
o espaçamento de 4 x 4m, totalizando 344 árvores (Tabela 1 e Anexo 1).

Tabela 1: Quadro do número de árvores florestais.


Espécies de árvores Ano de plantio Nº árvores
Khaya (2003) 292
Mogno (2001) 25
Tachi (2002) 15
Nim (2003) 6
Cumarú (2002) 3
Freijó (2002) 3
Total 344 árvores
Fonte: Dados da pesquisa, 2008
14

4.1.2 Preparo do Solo

O preparo de solo se deu através do sistema de plantio direto, nos 1,4ha, onde obedeceu-
se a seguinte ordem de processos:
a) Foi aplicado glifosato 2 l/ha sobre a vegetação existente. Aguardando-se assim o efeito
dessecante;
b) Efetuado a aplicação de 1 t de calcário /ha distribuída à superfície do solo. Total aplicado
foi de 1400 kg de Calcário (56 sacos de 25kg);
c) Após 8 dias, foi aplicado 100 kg Super fosfato simples /ha + 100 kg de KCl /ha e 100 kg
sulfato de amônio / ha, acrescido de 2kg de ácido bórico /ha + 2kg de sulfato de Zinco /ha
e 2kg de sulfato de manganês /ha. Total : 306 kg/ha.

4.1.3 Estabelecimento da Pastagem

A pastagem foi implantada obedecendo a regra básica dos sistemas Silvipastoris, que
como já foi dito anteriormente, só pode ser implantada se houver ate 70% de luminosidade no
solo, uma vez que menos que 70% de luminosidade, as gramíneas terão problemas para se
desenvolver e ate mesmo podem não se desenvolver o bastante, tendo assim uma queda de
produtividade, prejudicando o sistema como um todo (MAGALHÃES, 2004).
Em cada piquete (4 piquetes) , figura 1, com 3476m², totalizando 13.905m² o equivalente
a 1,4ha foi-se estabelecida a gramínea Panicum maximum Cv. Mombaça através do plantio de
mudas enraizadas, adotando-se o espaçamento de 50x50cm com adubação de NPK na cova.
Posteriormente, após o estabelecimento da pastagem foram realizadas Capinas, mantendo a
pastagem livre de invasoras.
15

77,25m 77,25m 77,25m 77,25m

Mombaça Mombaça Mombaça Mombaça45 M


4 3 2 1
0,35 ha 0,35 ha 0,35 ha 0,35 ha

309 m

Porteira Bebedor
Figura 1: Croqui do sistema de 1,4 ha
Fonte: Dados da pesquisa, 2008

4.1.4 Entrada e manejo dos ovinos no sistema

O objetivo principal deste SSP – PRI é a criação capões para a engorda. O total do
número de cabeças, em função da capacidade de suporte da pastagem, são 20 capões, que
deverão compor o sistema em manejo rotacionado intensivo, figura 2.

Figura 2: SSP/PRI VIBRA, capões pastando sobre as copas das árvores.


16

Fonte: Arquivo pessoal, 2008


Os ovinos permanecerão, 8 dias em cada piquete, ficando portanto, 32 dias de descanso
para cada parcela, após o ciclo total da rotação. Cada piquete contém um saleiro com sal mineral
e bebedouro para ovinos. Durante o período chuvoso do ano, os ovinos se abrigam sob as copas
das árvores, evitando-se assim o estresse animal causado pela chuva. Os ovinos antes de entrarem
no sistema, são identificados e pesados, do mesmo modo vermifugados, obedecendo a um
calendário que é regido pelos resultados dos exames de fezes.
A medida que os cordeiros atingem a idade de desmame, são apartados. Os machos são
castrados e as fêmeas selecionadas para a reprodução, permanecendo, entretanto, ambos no
sistema.
As matrizes passam assim a compor o lote das ovelhas em reprodução e nesse momento, é
feita a avaliação do peso de cada uma.

4.2 SISTEMA PRODUTIVO TRADICIONAL

Ao longo do tempo, o preparo do solo, onde hoje encontra-se o plantio de mogno, sofreu
diversas modificações, em citação de Felesi e Baena (1999), diz que:

Esta área originalmente era revestida pela floresta hileiana, que após
derrubada e queimada, há cerca de 70 anos, pelos pequenos produtores da
época, procederam a utilização do solo com cultivos itinerantes, seguidos
de pousios. A regeneração natural ou espontânea dessa floresta,
conhecida como capoeira, a princípio exuberante e ainda rica de espécies
arbóreas, sucedeu a capoeiras de menores biomassas, com predominância
de espécies de baixo valor comercial. Em 1982, a área foi preparada para
plantio de capim-quicuio-amazônia, Brachiaria humidicola, consorciado
com milho, visando-se estabelecer a pastagem e reduzindo-se os custos
com a colheita desse cereal. Essa pastagem apresentou boa produtividade
durante 12 anos, sendo consumida inicialmente por bovinos e
posteriormente também por eqüinos e ovinos, adotando-se o sistema
tradicional de pastejo.

Quando houve o declínio da produtividade da pastagem, optou-se pelo estabelecimento de


SAFs, onde um dos componentes obrigatoriamente seria a ovinocultura, Figura 3.
17

Figura 3: Ovinos pastando em vegetação nativa, caracterizando os sistemas de pastejo tradicionais


Fonte: Arquivo pessoal, 2008

No ano de 1996, 322 mudas de mogno foram plantadas, que nessas, 50 de mogno-
amazônico e 272 de mogno-africano.
O motivo pelo qual se determinou a utilização dos dois tipos de mogno em um mesmo
sistema, foi em verificar o comportamento vegetativo com relação ao aparecimento de broca do
broto terminal, proveniente da lagarta Hypsipila grandella.
Por volta de 1997 estabeleceu-se uma capina no sistema, por sua vez, promoveu o
crescimento vegetativo locado naquela área, como componentes arbóreos e revestimento do solo
formado pelas leguminosas.
Falesi; Baena (1996) ressaltam que “Após a limpeza e a adubação química, as
leguminosas revestiram totalmente a superfície do solo, inclusive misturando-se entre si”.
E ainda diz que:

Esse seria o momento adequado para a entrada dos ovinos, quando a pastagem se
encontrava verdejante e palatável. Entretanto, as plantas de mogno se encontravam
apenas com pouco mais do que 30 dias de idade, portanto vulneráveis à ação tanto
mecânica, quanto de consumo de suas folhas pelos animais. Por isso, o estabelecimento
da pastagem de ser feito quando o componente arbóreo se encontrar como pelo menos
oito meses de idade, momento que este se encontra com altura suficiente para não ser
molestado pelos ovinos.
18

Não se manejou a pastagem com a reposição de nutrientes, principalmente de P e K,


através de fertilizações químicas. Em conseqüência, o sistema declinou, havendo naturalmente a
invasão de plantas indesejáveis, com a predominância de vassoura-de-botão (Borreria
vertisillata), ciperáceas, capim-gengibre (Paspalum notatum) e outras. Deve-se salientar que
além dessas espécies outras compunham o novo sistema, e que eram apreciadas pelos animais
como a centrosema (C. pubescens), e merecendo especial citação o jambu-bravo (Synedrella
nodiflora Gaertn), consumido com avidez, principalmente pelos ovinos, por apresentar valor
agrostológico excelente. (FALESI; BAENA, 1999).
A análise procedida em folhas de jambu-bravo, efetuada no Laboratório de Nutrição
Animal da Embrapa Amazônia Oriental, apresentou os seguintes resultados: nitrogênio (3,90);
fósforo (0,39); potássio (3,47); cálcio (1,79); magnésio (0,54); sódio (0,76) e enxofre (0,34). Os
teores de zinco, cobre, ferro, magnésio e boro, medidos em partes por milhão (PPM), foram 80,
10, 442, 241 e 60, respectivamente. (FALESI; BAENA, op cit.).
Comparando-se esses resultados com os teores adequados, segundo Malavolta, 1987,
contidos em soja e amendoim (Tabela 4), verifica-se que vários elementos componentes do tecido
vegetal do jambu-bravo são bem superiores aos destas leguminosas, daí o interesse dos ovinos em
consumir essa planta. (FALESI; BAENA, op cit.).

Tabela 2: Teores adequados de nutrientes contidos em folhas de soja e de amendoim


Nutriente Teor na soja Teor no amendoin
N% 4,5-5,5 4
P% 0,26-0,50 0,2
K% 1,7-2,5 1,5
Ca % 0,4-2,0 2
Mg % 0,3-1,0 0,3
Zn PPM 21-55 -
Cu PPM 10-30 -
Fe PPM 51-350 -
Mn PPM 21-100 110,44
B PPM 21-50 140-180
S PPM 0,25 0,25
Fonte: Falesi; Baena (1999)
Foram executadas também análises no Laboratório de Nutrição Animal da Embrapa
Amazônia Oriental para avaliação da composição química em percentual de matéria seca, resíduo
19

meneral fixo, matéria orgânica, proteína bruta e fibra bruta em folhas de jambu-bravo, obtendo-se
valores surpreententes, principalmente no relativo ao percentual de proteína bruta (Tabela 5).
(FALESI; BAENA, 1999).

Tabela 3: Composição química em percentual de matéria seca, resíduo mineral fixo, matéria
orgânica, proteína bruta e fibra bruta em folhas de jambu-bravo (Synedrella nodiflora Gaertn)
Composição química (%)
Matéria seca 90,95
Resíduo mineral fixo 18,12
Matéria orgânica 81,88
Proteína bruta 29,32
Fibra bruta 17,99
Fonte: Falesi; Baena (1999)

O valor de proteína bruta contido nas folhas de Synedrella nodiflora foi superior ao
determinado nas melhores leguminosas forrageiras, conhecidas como Leucena (19,43% PB) e
siratro (19,07% PB). (FALESI; BAENA, op cit.)
A S. notiflora vem sendo estudada sob diferentes aspectos, tais como a toxonomia do
gênero Synedrella (Asteraceae, Heliantheae), abordando também a distribuição geográfica no
mundo, pelo Departament of Botany, University of Texas, Austin, Texas USA. Turner (1994) e
Albersberg e Singh (1991) estudaram a Synedrella como planta medicinal e produtora de óleo
essencial; Serra et al. (1997) estudaram, nas Filipinas, o conteúdo de proteína, fração da parede
celular concentrado de minerais em folhas de S. nodiflora colhidas de pastagens de caprinos.
Adehan et al. (1997) fizeram em Benin um estudo comparativo de palatabilidade em 23 espécies
vegetais, onde estava incluída a S. nodiflora, usando machos, fêmeas e machos de coelhos.
Dessas 23 espécies, a Synedrella e mais oito outras espécies foram as que apresentaram
melhor palatabilidade para a produção de carne desses animais. (FALESI; BAENA, op cit.)

4.3 COMPARAÇÃO DE PRODUTIVIDADE ENTRE OS SISTEMAS

4.3.1 Componente Animal


20

A comparação de produtividade nos animais foi calculado através de medições de peso


em 6 animais componentes do Sistema de Produção “Vibra” e 6 animais componentes do sistema
tradicional extensivo, bastante utilizado por pequenos produtores da região bragantina paraense,
tabela 6.
Como observa-se na teoria, os animais componentes de Sistemas Silvipastoris bem
organizados, geralmente levam vantagem sobre os animais que pastam em sistemas extensivos
convencionais, e de acordo com os dados constantes na tabela 6, observa-se que na prática, os
fatores de ambiência e de melhor nutrição das gramíneas refletem positivamente na produtividade
dos ovinos, fazendo com que os animais presentes no SSP “Vibra” levem vantagem no ganho de
peso em relação aos animais criados em pastejo tradicional. Vale ressaltar que as pastagens
nativas são compostas por leguminosas de alto poder nutritivo, e que podem nutrir bem as
necessidades dos ovinos, além de que, na Fattoria Piave, os animais que pastam extensivamente,
recebem um concentrado alimentar no fim do dia, para melhorar o incremento de peso por ovino.
Portanto, conforme a teoria, na prática a ambiência e a diminuição do estresse animal causado
pelo sol intenso, conciliada com uma pastagem de qualidade e bem nutrida demonstram certa
vantagem se comparados com os sistemas comuns utilizados conforme mostra o gráfico 1.

Tabela 4: pesagem de 6 animais pertencentes ao SSP “vibra” e de 6 pertencente ao sistema


extensivo tradicional com suas respectivas médias
Pesagem de Animais em Diferentes Idades, 5, 9 e 10 meses, Fattoria
Piave
Capões SSP "Vibra" Capões Sistema Extensivo
21

kg/mês kg/mês

animai nº
s 5 meses 9 meses 10 meses animais 5 meses 9 meses 10 meses
326 26 35 35 270 18 26 26
327 27 38 39 258 21 21 24
328 29 36 36 262 22 22 30
332 27 35 37 329 17 25 27
333 28 40 44 330 17 24 25
334 30 36 37 331 28 33 34
Média 27,8 36,7 38,0 Média 20,5 25,2 27,7
Fonte: Dados da pesquisa, 2008

Figura 4: curva de incremento médio de peso, nos dois sistemas, com o passar dos meses.
Fonte:Dados da pesquisa, 2008

Outro aspecto interessante a ser colocado é o grau de eficiência dos sistemas, aonde uma
pesagem antes dos animais irem a campo, e uma após o pastejo, revela o quanto de pasto é
consumido pelos animais e principalmente, o quanto desse consumo é transformado em ganhos
reais de peso. Provavelmente, existem muitos fatores que podem influenciar na transformação de
peso de pastagem bruto consumido, e o quanto dessa pastagem vai se transformar em peso real
nos animais, no entanto, a grosso modo, realizou-se duas pesagens, uma com os ovinos em jejum
e outra após o fim do pastejo em seus diferentes sistemas, conforme mostra a tabela 3.
22

Tabela 5: Tabela comparativa de peso, antes e depois do pastejo, suas médias e respectivos
ganhos brutos de peso.

Ganho de peso (kg) bruto por dia


Capões SSP "Vibra" Capões Sis. Ext.
nº Peso em Peso pós- Peso em Peso pós-
animal jejum (kg) pastejo (kg) nº animais jejum (kg) pastejo (kg)
326 35 36 270 26 28
327 39 41 258 24 25
328 36 38 262 30 33
332 37 37 329 27 28
333 44 46 330 25 26
334 37 39 331 34 36
média 38,0 39,5 Média 27,7 29,3
Ganho Ganho
médio 1,5 médio 1,7
Fonte: Dados da pesquisa, 2008

Os dados da tabela 3 mostram que o ganho bruto de peso obtido nas pastagens
encontradas no sistema tradicional é maior do que o obtido no Sistema Silvipastoril, o que
demonstra que os animais consomem mais pasto no sistema extensivo. No entanto, nem sempre
consumir mais é sinônimo de maior ganho de peso, uma vez que os animais componentes do SSP
têm um ganho real de peso bem mais elevado que os animais que não estão no sistema como
mostra o Gráfico 1. Isso pode significar que a pasto de Capim Mombaça consumido pelos
animais apresenta maior eficiência na transformação de proteínas em ganhos de peso, ou que o
conforto ambiental promovido pelas árvores maximize o metabolismo dos animais, fazendo com
que a transformação de matéria verde em quilos seja maior.

4.3.2 Componente Florestal

Quanto ao incremento florestal dentro do sistema, como dito na teoria, possivelmente


poderá se obter um aumento nos ganhos dendrométricos das árvores se comparado a sistemas de
plantio convencionais. Grande parte desse incremento é em função do aproveitamento dos adubos
utilizados para a manutenção das pastagens pela arvore, o que melhora a nutrição das plantas
proporcionando um crescimento mais acelerado. Outro fator importante que ajuda no melhor
23

desenvolvimento das espécies florestais, é a reciclagem de nutrientes através da decomposição da


palhada do capim após a roçagem ou de restos de pastejo deixados pelos animais, ou ainda, por
dejetos produzidos pelos ovinos, tanto esterco quanto urina, que são comprovadamente grandes
fornecedores de nutrientes ao solo.
Para uma melhor apreciação das vantagens do cultivo de Mogno-africano em sistema
silvipastoril, foram avaliadas num período de um ano, como mostra a figura 4, tendo-se assim
uma idéia real da diferença das médias das plantas avaliadas. Com esta análise poderá se observar
se há vantagem no plantio em sistemas silvipastoris em relação ao monocultivo, além de
possibilitar a avaliação de quanto foi o ganho real em altura e diâmetro das árvores em um ano
como componente do Sistema.

Figura 5: Avaliação dendrométrica das árvores de Khaya ivorensis


Fonte: Arquivo pessoal, 2008
Antes da implantação do sistema, foi feita uma avaliação dendrométrica (Altura do fuste e
Diametro a Altura do Peito) nas árvores do sistema, com 5 anos, e após 1 ano da implantação da
pastagem no sistema foi feita outra avaliação para observar o efeito das adubações para
estabelecimento e manutenção da gramínea, assim como, o efeito das dejeções sólidas e líquidas
deixadas pelos ovinos durante o pastejo. A tabela 8 mostra a comparação dos resultados obtidos
na primeira e na segunda avaliação, realizadas em árvores sorteadas ao decorrer do sistema.
24

Tabela 6: Avaliação comparativa 2007/2008 em 30 árvores componentes do sistema

h (m) DAP (cm) h (m) DAP (cm)


n° árv. 2007 2008 2007 2008 n° árv 2007 2008 2007 2008
1 8,5 8,7 13,7 19,8 16 6,6 6,8 13,6 17,5
2 6,0 9,8 11,4 15,0 17 9,5 9,5 15,3 20,6
3 8,1 9,5 12,5 18,0 18 6,5 6,7 12,2 16,8
4 8,4 8,4 12,5 15,1 19 7,5 10,1 12,4 18,1
5 8,0 8,0 13,3 18,4 20 5,8 7,7 12,6 18,9
6 8,1 8,1 11,1 16,0 21 7,4 7,5 13,4 16,7
7 8,9 8,7 12,0 15,5 22 6,0 6,2 14,1 21,7
8 7,4 7,6 11,4 15,6 23 5,0 5,2 14,5 19,6
9 7,9 8,1 13,1 16,2 24 5,2 7,3 11,8 19,0
10 9,5 9,5 13,4 18,7 25 7,4 7,8 13,0 18,5
11 7,4 7,4 13,8 19,2 26 8,4 8,0 11,3 16,0
12 7,3 7,4 12,7 17,9 27 8,0 8,1 12,3 17,0
13 8,0 8,9 14,2 19,1 28 5,9 8,1 12,3 18,0
14 7,9 9,2 13,6 18,6 29 8,0 8,2 14,6 19,0
15 8,2 8,3 14,0 19,7 30 7,9 8,2 13,9 20,0
Média 7,50 8,1 13,0 18,0
IMA 0,61 5,01
Fonte: Dados da pesquisa, 2008

As avaliações dendrométricas realizadas comprovam o que se defende nas bibliografias


sobre componentes vegetais de sistemas silvipastoris, ou seja, a carga de adubação utilizada para
a consolidação e manutenção da pastagem com alta produtividade, junto com as dejeções
despejadas pelos ovinos, causam efeitos positivos no incremento das árvores, levando-as a
produzir madeira e sementes mais cedo, proporcionando assim um retorno mais rápido ao
produtor.

4.3.3 Custos de implantação e manutenção

Os custos de Implantação e Manutenção do sistema foram coletados através de pesquisas


de preço de insumos na época e leva-se em consideração que a estrutura física dos apriscos e
esterqueira já existe na fazenda, portanto, o custo de construção dessas duas infra-estruturas não
foram consideradas. Apenas foram calculados os custos de produção e manutenção do sistema
produtivo (cercas, pastagem e animais). Foi considerado um horizonte de custeio de 6 anos, o que
25

corresponde à produção de 12 (doze) grupos de carneiros para engorda, uma vez que é produzido
2 grupos por ano sendo um a cada 6 meses. Tabela10.

Tabela 7: Custos de implantação e manutenção de 1,4ha até o 6º ano de produção.


26

CUSTOS DE IMPLANTAÇÃO E PRODUÇÃO DE 1,4ha DURANTE 6 ANOS - VALORES MARÇO DE 2007


ITENS Unidade Preço Ano-1 Ano-2 Ano-3 Ano-4 Ano-5 Ano-6
(R$1,00) Qtd. Valor Qtd. Valor Qtd. Valor Qtd. Valor Qtd. Valor Qtd. Valor

A. CUSTOS TOTAL DAS KHAYAS - 5 ANOS


Abertura de covas cova 0,15 292 36,45
Adubação de cova diária 20,00 1,8 36,00
Plantio de mudas diária 20,00 1,4 28,00
Coroamento diária 20,00 4,8 96,00
Roçagem da área hora/trator 50,00 2,5 125,00
Arranquio de ervas de passarinho diária 20,00 2,4 48,00
Cobertura morta diária 20,00 2,2 44,00

B. PREPARO DA ÁREA DO SISTEMA


Preparo de esteiotes diárias 20,00 6,1 122,00
Construção de cercas diárias 20,00 6,8 136,00
Aplicação de Herbicida + Herbicida Diárias + litro 28,00 1 28,00
Calagem diárias 20,00 1,9 38,00
Aplicação de adubos diárias 20,00 1,1 22,00

C. IMPLANTAÇÃO DA PASTAGEM
Arranquio de mudas mombaça diária 20,00 13,1 262,00
Plantio de mudas enraizadas diária 20,00 47 940,00

D. TRATOS CULTURAIS NO PASTO


Capina de formação diária 20,00 38 760,00
limpeza de pasto diária 20,00 12 240,00 12 240,00 12 240,00 12 240,00 12 240,00 12 240,00
Aplicação de fertilizantes diária 20,00 0,45 7,50 0,45 7,50 0,45 7,50 0,45 7,50 0,45 7,50 0,45 7,50

E. MANEJO DOS OVINOS


Casqueamento diária 20,00 4 80,00 4 80,00 4 80,00 4 80,00 4 80,00 4 80,00
Vermifugação diária 20,00 1 20,00 1 20,00 1 20,00 1 20,00 1 20,00 1 20,00
Condução dos animais diária 20,00 7,5 150,00 7,5 150,00 7,5 150,00 7,5 150,00 7,5 150,00 7,5 150,00

F. INSUMOS
N.P.K 10.28.20 saco 50kg 42,00 6,5 273,00
Arad saco 50kg 27,00 1,6 43,20
Super Fosfato Simples saco 50kg 52,00 2 104,00 2 104,00 2 104,00 2 104,00 2 104,00 2 104,00
Cloreto de Potássio saco 50kg 52,00 2,9 150,80 2,9 150,80 2,9 150,80 2,9 150,80 2,9 150,80 2,9 150,80
Calcário dolomítico saco 25kg 6,00 497,6 2.985,6
0
Sulfato de amônio saco 50kg 52,00 2,9 150,80 2,9 150,80 2,9 150,80 2,9 150,80 2,9 150,80 2,9 150,80
Arame liso rolo 205,00 2,7 553,50
Grampos kg 4,50 6 27,00
Piche galão 18,00 1 18,00
Óleo queimado litros 1,00 16,70 16,70
Vermífugo litros 46,00 0,8 36,80 0,8 36,80 0,8 36,80 0,8 36,80 0,8 36,80 0,8 36,80
Sal mineral kg 2,60 180 468,00 180 468,00 180 468,00 180 468,00 180 468,00 180 468,00

G. SUB-TOTAL (A+B+C+D+E+F) 8.046,3 1.407,9 1.407,9 1.407,9 1.407,9 1.407,9


27

5 0 0 0 0 0
Fonte: Dados da pesquisa, 2008.
28

Figura 6: Variação dos custos durante os 6 anos


Fonte: Dados da pesquisa, 2008

4.3.4 Viabilidade Econômica

O retorno financeiro foi estimado de acordo com informações fornecidas pelo


proprietário, Dr. Italo Claudio Falesi. O produto de venda desse sistema é o capão em peso
para o abate, portanto a venda é por peso vivo do animal, cujo preço obtido foi de R$ 4,50/kg.
Portanto considerando 20 animais que após 6 meses de pastejo estão com 30 kg em média,
obtêm-se o valor de R$ 2.700,00 a cada seis meses, totalizando R$ 5.400,00 por ano. Além
disso é importante levar em consideração, que no 6º ano, já será incluída às receitas
financeiras o valor da venda dos 75,85m³ de madeira de Mogno-africano produzidos, o que
eleva bastante o lucro no sexto ano tabela 11.

Tabela 8: Valores anuais dos custos e receitas durante os 6 anos e o Fluxo de Caixa Líquido.
CUSTOS RECEITAS FCL
Ano-1 (8.046,35) 5.400 (2.6
29

,00 46,35)
(1.40 5.400 3.
Ano-2 7,90) ,00 992,10
(1.40 5.400 3.
Ano-3 7,90) ,00 992,10
(1.40 5.400 3.
Ano-4 7,90) ,00 992,10
(1.40 5.400 3.
Ano-5 7,90) ,00 992,10
(1.40 50.91 49.5
Ano-6 7,90) 1,89 03,99
Total (15.085,85) 77.911,89 62.826,04
Fonte: Dados da pesquisa, 2008

A figura 7, indica o fluxo de caixa mostra perfeitamente os anos em que houve


prejuízo e os anos onde se obteve lucro, além de representar melhor as variações de
lucratividade.

Figura 7: Fluxo de caixa líquido durante os 6 anos


Fonte: Dados da pesquisa, 2008
A receita com a venda da madeira do plantio de Khaya ivorensis foi obtida através de
uma projeção dendrométrica das árvores que teve como base os dados de altura e Diâmetro a
Altura do Peito (DAP) das avaliações de 2007 e 2008, e após estimar a metragem dos fustes
das árvores com 11 anos, foi multiplicado pelo preço de mercado do m³ da madeira
beneficiada, que está estimado em R$ 1200,00/m³ segundo a AIMEX 2008 como mostra a
tabela 12. Outro fato importante a destacar é que da metragem em tora obtida pelo corte das
30

árvores, é perdido 50% no beneficiamento, portanto será descontado da madeira em tora


metade para obter-se o valor de retorno da madeira beneficiada.

Tabela 9: retorno financeiro provindo da venda da madeira de Mogno-africano com 11 anos.


Espécie n° árv./sist. Idade Vm³/árv. Vm³/sist. IMA Benef. Valor total
(anos) (m³)/árv. (-50%) (R$)
Mogno-africano 146 11 0,52 75,85 0,05 37,93 45.511,89
Fonte: Dados da pesquisa, 2008

Observando custos e receitas produzidos pelo sistema, pode-se concluir que apesar do
elevado custo de implantação, as receitas cobrem o que foi gasto no horizonte de 6 anos, além
de trazer lucro ao produtor no final do sistema. Portanto é viável a implantação deste sistema
produtivo, mesmo levando em consideração perdas de 30% na comercialização.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Levando em consideração o desenho do sistema formado por árvores florestais ,


pastagem de Mombaça e capões para engorda em manejo rotacionado intensivo , observa-se
que a produtividade e a sustentabilidade desse sistema está alcançando o que se pretende, que
é a recuperação ambiental e a satisfação econômica do produtor rural, através do equilíbrio
relativo ao bem estar econômico, social e ambiental.
Alguns fatores positivos são considerados com a adoção desse sistema silvipastoril.
31

 Fácil manejo dos animais, usando-se o homem somente para dar entrada e
saída em cada piquete;
 Capacidade de suporte elevada, o correspondente a 25 ovelhas por 1,4ha;
 Fornecimento de alimentação a base de forragem fresca e sadia;
 Supressão do fornecimento de concentrado protéico (farelo de soja e de milho,
reduzindo consideravelmente os custos operacionais);
 Conforto animal fornecido pela sombra das árvores componentes do sistema –
ambiência;
 Produção “orgânica” de carne em sistema exclusivo a pasto;
 A introdução de árvores e arbustos em pastagens contribui para a melhoria da
produção animal e abre caminho para uma pecuária mais sustentável e mais
rentável (Falesi & Baena, 1999);
 A pecuária na Amazônia deve estar alicerçada ao aumento de produtividade,
com adoção de novas tecnologias, poupando o desbaste da floresta natural
(Magalhães, 2004);
 Estabelecimento de pastagem em áreas alteradas – antropizadas com adoção de
árvores de valor econômico e ambiental visando uma atividade produtiva
sustentável;
 Os SSPs bem planejados e portanto, apropriados a realidade regional, com
certeza promovem o aumento considerável da sustentabilidade das pastagens;
 “Poupança verde” ao produtor, através do futuro uso das árvores florestais
componentes do sistema.

REFERÊNCIAS

Acajou D’Afrique. Revue Bois et Forêts des tropiques, n.183, p.33-48, 1979.

AIMEX. Disponível em: <http://www.aimex.com.br/> Acesso em: 01/11/2008.

ALVIM, P. de T. A. Agricultura apropriada para uso contínuo dos solos na Região


Amazônica. Espaço, Ambiente e Planejamento, v.20, n.11, p.3-71, mar.1991.

BANDY, D. E. ICRAF’s strategies to promote agroforestry systems. 1994. In: Anais do I


Congresso Brasileiro sobre Sistemas Agroflorestais, Porto Velho, 3-7 julho, L. J. Montoya
32

and M. Medrado (Eds), v.1, p.15-31. EMBRAPA (Centro Nacional de Pesquisa de


Florestas/Centro de Pesquisa Agroflorestal de Rondônia), Colombo, Paraná, 1994.

EMBRAPA AMAZÔNIA ORIENTAL. Glossário. Disponível em


<http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Acai/SistemaProducaoAcai_2ed/
paginas/glossario.htm> Acesso em: 28 ago. 2008.

EMBRAPA. Catálogo de Produtos e Serviços. Disponível em:


http://www.Catalogosnt.Cnptia.Embrapa.Br> Acesso em: 27 set. 2008.

FAEPA. Programa para o Desenvolvimento do Agronegócio da Ovinocultura do Estado


do Pará. Belém: FAEPA, 2006.

FALESI, I. C. Sistema Silvipastoril em Pastejo Rotacionado Intensivo “Vibra” 2007.


Belém, 2007. (Trabalho não Publicado)

FALESI, I. C.; BAENA, A. R. C. Mogno-africano Khaya ivorensis A. Chev. em sistema


silvipastoril com leguminosa e revestimento natural do solo. Belém: Embrapa Amazônia
Oriental, 1999. 52p. (Embrapa Amazônia Oriental. Documento, 4).

FEARNSIDE, P. M. Agroforestry in Brazil’s Amazonian development policy: the role and


limits of potential use degraded lands. In: CLÜSENER-GODT, M.; SACHS, I. Brazilian
Perspectives on Sustainable Development of the Amazon Region. Paris: UNESCO/Oxford
University Press. 1995. p.125-148.

JOHNSON, D.; NAIR, P. K. Perennial crop-based agroforestry systems in Northeast Brazil.


Agroforestry Systems. n.2, p.281-292, 1985.

MACDICKEN, K. G.; VERGARA, N. T. Agroforestry classification and management.


New York: Wileym, 1990.

MAGALHÃES, J. A. et al. Sistemas silvipastoris: alternativa para Amazônia. Bahia


Agrícola. Salvador, v.6, n.3, p. 52–54, nov. 2004.

MYERS, N. Tropical forests: the policy challenger. The Environmentalist (Spring). 1992. In:

SMITH, N.; DUBOIS, D.; CURRENT, D.; LUTZ, E.; CLEMENT, C. Experiências
agroflorestais na Amazônia Brasileira: restrições e oportunidades. Programa Piloto para a
Proteção das Florestas Tropicais do Brasil, Brasília, Brasil. 1998. 146p.
33

NAIR, P. K. State-of-the-art of agroforestry. Forest Ecology and Management. n.45, p.5-29,


1991.

NAIR, P. K. The Prospects for Agroforestry in the Tropics. Technical Paper 131, World
Bank, Washington, D. C., 1990.

NAIR, P. K.; DAGAR, J. C. An approach to developing methodologies for evaluating


agroforestry systems in India. Agroforestry Systems. n.16, p.15-81, 1991.

PILAR, Rui de Castro. Considerações Sobre Produção de Cordeiros. 2002.

PIMENTEL, D. U. et al. Conserving biological diversity in agricultural/forestry systems.


Bioscience, v. 42, n.5, p.354-362, 1992.

PROJETO AMAZON. Produzir carne é um bom negócio. O Berro. Uberlândia, n.107, p.58-
64, nov. 2007.

SANCHEZ, P.. Science in agroforestry. Agroforestry Systems, n.30, p.5-55, 1995.

SEBRAE. Disponível em: <http://www.sebrae.com.br> Acesso em: 10 set. 2008.

SILVA, C. A. B. da; BATALHA, M. O. Competitividade em sistemas agroindustriais:


metodologia e estudo de caso. In: WORKSHOP BRASILEIRO DE GESTÃO DE
SISTEMAS

AGROALIMENTARES, 2., 1999, Ribeirão Preto. Anais... Ribeirão Preto:


PENSA/FEA/USP, 1999. p. 9-20.

SMITH, N. et al. Experiências agroflorestais na Amazônia Brasileira: restrições e


oportunidades. Programa Piloto para a Proteção das Florestas Tropicais do Brasil, Brasília,
1998.
146p.

SOUSA, Wandrick Hauss de; LOBO, Raimundo Nonato Braga; MORAIS, Otávio Rossi.
Santa Inês: estado de arte e perspectivas. O Berro. Uberlândia, n.82, p.78-82, out. 2005.
34

VIANA, João Garibaldi Almeida. Análise Econômica e custos de Produção Aplicados aos
Sistemas de Produção de Ovinos. Rio Branco, 2008.
35

Anexo I
45 m

ANEXOS
Área útil: 0,96 ha
Área Total: 1,4 ha
Espaçamentos = 4 x 4 m
6,5 x 6,5 m
K

K
M
K
T
N
C
m

m
9
0
3

0
3

F
T
M

K M

32m

CROQUI DO PLANTIO DAS ESPÉCIES FLORESTAIS

Anda mungkin juga menyukai