DEPARTAMENTO DE HISTRIA GHT CURSO DE GRADUAO EM HISTRIA GGH
DISCIPLINA: HISTRIA E LITERATURA
PROFESSOR: ALEXANDRE MORAES ALUNA: ZORA ZANUZO RESENHA: ARAS, Vilma; Na Tapera de Santa Cruz uma leitura de Martins Pena; SP: ed. Martins Fontes, 1987
Professora do Instituto de Estudos da Linguagem da UNICAMP, a autora tem
diversos ensaios sobre grandes autores brasileiros. Ela se destaca por seus estudos sobre a historiografia da literatura brasileira, sobretudo em relao ao comedigrafo Martins Pena, que tambm a temtica deste livro aqui resenhado. Fazendo um belo dilogo com a Histria, ela divide a carreira do autor em trs partes, colocada em trs unidades ao longo do livro. Na primeira, ela fala sobre a fase do escritor nos peridicos, sobretudo na poca que ele escrevia seus folhetins, organizados posteriormente e publicados como livro1. Ali, ele retrata as suas relaes com a diretoria do Theatro de So Pedro Alcntara, tecendo comentrios sobre as apresentaes que ali aconteciam. Na segunda parte, Aras apresenta aquilo que ela definiria como uma evoluo do dramaturgo, ordenando as peas cronologicamente, estabelecendo um dilogo entre o romantismo com o estilo de Martins Pena e este, por sua vez, com o seu contexto. Na terceira unidade do livro, a autora explica o porqu de Martins Pena ser um homem genuinamente de teatro, bem como demonstra o motivo pelo qual ele podia ser considerado nacionalista, ao lado de outros membros do Romantismo. Neste sentido, o dilogo com a historiografia ocorre quando o autor aborda, em suas peas, temticas 1
PENA, Martins; Folhetins A Semana Lrica; RJ: MEC/INL, 1965.
como as relaes sociais e econmicas. Tendo como pblico-alvo os leitores de sua
rea, ela apresenta de forma sucinta, porm satisfatria, as anlises feitas por Jos Murilo de Carvalho e Emlia Viotti da Costa para se compreender as abordagens histricas das peas de Martins Pena. Devemos destacar que o autor foi um homem do sculo XIX, da primeira gerao do Romantismo, e, portanto, a autora no podia deixar de fazer a ponte entre a literatura teatral e o processo poltico que o Imprio do Brasil passava naquele momento. Ainda que no tenha a Histria como rea de formao, a autora faz uma leitura satisfatria deste campo, dando uma luz ao contexto literrio e poltico nos quais o comedigrafo estudado no livro se inseria.