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AS NULIDADES NO PROCESSO PENAL ara entender as nulidades do processo penal, hé que se falar, primeira- [D_ )mente, em processo. Processo seria uma sucesséio de atos ordenados com 0 fim ultimo de dar eficacia a lei. £ um caminho, uma sucessao de ritos que se fazem necessarios para a aplicagio da lei no caso concreto O proceso € formado por uma relacao juridico-processual entre os sujeitos pro- cessuais. £ uma relacao triangular constituida por trés pessoas: juiz, autor e réu. Pode haver, entretanto, outros sujeitos que intervenham no processo ajudando a impulsionar a realizacao da atividade estatal Para que o processo realze-seregularmente, conduzindo & auténtca atuagdo do Direto, faz-se mister oestabelecimento de sgarantias paraas partes. A observancia dos tose procedimentas insttuidos pela lei 6, portanto, penhor da legitmidade politica e social da decisso proferida ao processo, Nesse sentido, certo @ que o processo recama uma atvidade tipicainstituida pela le. Cabe a ela ndo s6 coordenar, como também regular a constituigdo extrinsecae intrinseca do feito. ‘Assim, para que 0 processo seje perfeto, produzindo seus efeitos juridicos,faz-seimprescindivel sua adaptacao e ajuste ao modelo descrito em|el Tipicidade havera, portanto, quando os atos processuais conformarem-se ao molde dado pele superficie verbal da lei. Se nao ha essa correspondéncia, os atos s80 atfpicos, 0 processo formado por eles, imperfeito, Urge, todavia, analisr a conformidade dos atos néo ape- nas & lei pura e simples, mas também @ todo 0 ordenamento| juridico, principalmente & Constitucéo. Ela também ¢ forte de garantias para as partes © para o préprio processo; nesse sentido, encontramse as opinides de Ada Pellegrin, Fernandes, 26 prance umoice- ano n-ne 126-sereweROO12 Magalhses; e Paulo Sérgio Leite e Georgia Bajer Fernandes. A Carta Magna ndo apenas impde normas dietivas e obxigatoras, ‘como também impee limites negativas aos atosprovenientes da pr6pria AdministragZo Publica, inclusive do Estado- juz, Entre as \vérias garantias asseguradas por ela nara os cidadaos cormuns| esta a preservacio da dignidade humana, que se projeta em todos os preceitos constitucionals garatia do devi proceso legal: irviolablidade da intimidade, da vida prvade, da honra, da imagem das pessoas, da casa, da correspondéncia e das comunicacbes telefonicas. Alem de varias outrasarroladas no art. 5° da Constituigao e no inciso do art. 93 Alguns autores consideram a nulidade como 0 proprio Vicio ou defeito do processo proveniente da atipcidade de um ou mais atos processuals que the constituem (Inacéncio Borges da Rosa, Fernando Cape); outros atribuem a nulidade a caracterstca de sang3o dada pela norma para o descum- primento de formalidades essenciais 8 pereigso do processo (Frederico Marques, Ada Pellegrini, Tourinho Filho, Tit Prades, Helio Tornaghi). A nulidade seri, portanto, para os primeios, uma falha, uma imperfeicao, um defeito em um ou mais atos ‘processus tornando ou podend tornar sem valor ou invaido 0 proprio ato atpico, uma parte do processo ou todo pracesso, ‘a depender da gravidade da atpicidade do ato pracessual Para (5 itimos,entretanto, a nulabilidade seria uma consequéncia atribuida 3 inobservancia de exigéncas legals. abe ressaltar que a nulabilidade pode se referr a todo 0 processo, quando, pela gravidade do vcio, ela acaba por ating Zo apenas um ato, mas toda a atvidade processual desde 0 inicio; a0 procedimento, quando apenas parte da atividade processual é atingida ou, a0 ato processual ou parte del, ‘quando nenhum outro ato processual fo atingido pelo vic. No sistema brasileiro, no basta to somente que os atospro- cessualsestejam em desconformidade com o ordenamento leg faz-se necessario também que uma decsdo judicial a deciare, ‘observando, para tanto, certs pressupostos indispensves, Basicamente, segundo Ada Pellegrini, sao irs 0s sistemas doutrinarios para fxar os citer para anulablidade. O primeira, no qual toda e qualquer violacéo as prescicdes legis leva 8 rulabilidade do ato, prevalecendo o meio em detrimenta do fim; 0 segundo, no qual nul seré © ato que ali expressamente declarar, € outto, no qual 0 ato, ainda que constituido em desconformidade penal, s6 sera nla se sua iregularidade for ‘muito fraca.J8 Julio Mirapete e outros autores, defendem que seriam apenas dois sistemas: 0 Formalista, tambem ensinado or Ada, e 0 da instrumentaidade das Formas ou o Teleoligico, segundo 0 qual o ato ¢ valida se atinge o seu objetivo, ‘Ada ainda sustenta que considerar nulo 0 ato quando a lei 0 declarar € superestimar a capacidade dos legisiadores, acteditando que haveria a possbilidade de esses exaurirem todos 0s vicios e imperfeicbes que o ato podera vir a softer. 0 Cédigo Penal brasileiro procurou evitar um formalismo ‘exagerado, temperando-o com o principio dainstrumentaidade {as formas, materialzado no sistema brasileito como principio do prejuizo, descrito pelo nosso Codigo de Pracesso Penal | na Exposicdo de Motivos: "E consagrado © principio geral de que nenhuma nulidade ocorre se nao ha prejulzo para a _acusagao ou para a defesa” e repetido no art. 65 e § 1° da Le PRATICRIURDICA AMO m= 126 ewsronone 27 : ESPECIAL tierra rani tetes santos 1° 9.099/95 e no art. 563 do Cédigo de Pracesso Penal, Dai a expressio francesa pas de nuliésans grief. Apenas a atipcidade relevante para 0 ordenamento juridico que cause prejuiza a finalidade do processo deve ser anulada. Tal determinacao encontra jusificativa no principio da igualdade das partes eno da economia processual Despreza-se, portanto, 0 formalismo fexcessivo que deixa de lado a finalidade da norma © principio da instrumentalidade das formas processual também fundamenta oar. 566, segundo quals6¢ nuloo ato atipico que howver de alguma forma inferido na apuracao da verdade substancial ou na decisdo da causa. Nao teria sentido considerar nulo um ato que nao teve nenhuma influéncia na decisdo do processo, ensinam Mirabete, Frederico Marques Capez. Sublinha esse aspecto 0 art. 572, incisa I, do CPP Enfim,oconceito mas abrangente seria aproximadamente este: rnulidade ¢ um vcio processual decorrente da inobservincia deex- _génciaslegas capaz de invalidar 0 processo no todo au em parte SPECIES — Quanto as espécies, a doutrina é divergente. iversos ‘autores considera de forma dstinta os tips de mulidade, endo dificl, portanto, estabelecer um crtério dnico e homogéneo. ‘Tentar-se-, neste estudo, englobar varias posigoes da doutiina ‘atual. A principio, o ato inexstent. Ao ato inexistent Ihe faltam urn ou mais elementos consi radios essenciais pela doutrina a sua constituigso, Nao reune elementos suficientes para ser um ato juridico, € um nao at, Ele pode até existirde fato, mas no exists et ure, porque sua inexstencia é questao de dreito, Tal ato nao é contemplado pelo legislador patrio, restando somente a doutrina analisélo. Ada Pellegrini, Cintra e Dinamarco defendem que o ato seria "t30 isforme do modelo legal que em si mesmo nao seria apto 3 ating resultado desejado, no precisaria a negar-Ihe eficci Helio Tomaghi explica © fenémeno contando 0 aso de tres crancas: quando a primeira nasce, verfca-se que nasce sem pernas, inexistem as pernas. J8 a segunda tem pernas, ‘mas no se movimentam, s30 nulas; e a terceta tem pernas ‘que se movem, mas sofrem de uma doenga que acabara por paralisa-as, anulé-as. Stoppato o faz semelhantemente: “0 individuo pode nascer vivo, morte ou ainda mais ou menos perfeito. gualmente o ato pode conter um vicio tae profundo, {0 grave a ponto de se apresentar inidéneo pata a realizacao de sua atividade processual” Nao exstindo © ato, ndo ha que saber se ele acaretaprejuzo ‘04 no, simplesmento ele & desconsiderado; nao necessitando, inclusive, de declaracao jusical. Alem disso, no € coberto pelo manto da coisa julgada (O ato pode ser inexistente também por ofenderdiretamente ‘© texto constitucional. Nesse caso, pode serinexistente ou nulo 2 depender do peso da ofensa, Quanto a0 ato nulo, Hélio Tornaghi, Frederico Marques © Julio Mirabete acordam que nulo 6 aquele ato que nao produz efeitos até que seja convalidado, caso possa ser convalidad, © 28 prarica unioice ano xn 126-serevenoro%2 se nao for possvel nde chegaré a0 menos a produzilo. 13 Ada Pellegrin, Scarence e Magalhaes afirmam que, no ambito do Diteto Privado, 0 ato nulo nao produz nenhum efeito; no Direito Processual,o ato seria efcaz até que a decisso juicial reconhecesse sua nuldade e lhe retirasse a eficécia, Defendem {que até mesmo graves vicios poderiam produc efeitos vidos caso nao seja decretada anulidade ou hajaotrasito em julgado da sentenca final. Para eles, 05 atos nulos dstinguem-se em absolutes e relativos. Os absolutes seriam 0s que possuiriam \icios mais graves, a formalidade violada ndo estaria apenas em lei, mas também na prépria superficie verbal da Constituicao (ou aos seus principio citados anteriormente. Quando nao juridicamente inexistente, o ato pracessual inconsttucional setia absolutamente nulo, pos o vico tinge o proprio interesse ppAblico, portanto, o prejuzo sempre existe independendo de 2 parte sentirse ou nao prejudicada ‘As nulidades relativasseriam as que volariam exigéncia infra constitucional estabelecida nointeressepredominante das partes, pois buscam resquardar um direito dos demandantes. Haveria necessidade de provar o efetivo prejuizo para se arguiranulidade, De cera forma, tas critriosidentiicam-se com os de Mirabete «Frederico Marques, pelos quaisanulidade absoluta no ésanave earelativao é, Sanando-sea nulidade,oato passaria ater efetos "Re mundo juriico. 1 anuldade absoluta nem chegata ates, Frederico Marques e Capez acrescentam ainda a categoria dos atosiegulares. les deixam de atender a exigencias formals sem qualquer importancia proveniente de norma infraconst- tucional, n3o resquardando interesse de qualquer das partes, Tal formalidade seria inapta para gerarprejuzo, uma exigéncia sem nenhuma relevancia para 0 processo. Logo, nao invalids © ato, nao trazendo nenhuma consequencia para o processo, Helio Tornaghi, Mirabete e Frederico Marques trazem 20 estudo da nulabilidade os atos anulaves, Esses seriam os que produztriam efeitos até que a nulidade fosse decretada. Sua cficdciaestaria sueita 8 condigdo resolutva,diferentemente da nulidade relativa, na qual oato nao produzta efeitos caso n30 ‘o38e sanado o vicio (condicao suspersiva). Anulidade pode ser declarada, porque o ato nasce nulo, aauséncia de efeitos est presente desde o seu nascimento; ja @anulabiidade ¢ decretada, porque o ato so passa a ser efetivamente considerado nulo ‘quando decretada a sua nulidade, hd, portant, uma modficagao de seu status no momento em que se decteta a sua nulidade HIPOTESES - 0 art. 564 do Codigo de Processo Penal patio lenumera 05 casos nos quais ocorrerd nulidade. A comacar pelo seu inciso Incompeténcia, suspeicao ou suborno do juiz a} ncompeténcias competénda éamedida da jurscigao,€ ela que estabelece os limites do exerccio do poder jursccional pelo juz ‘A competencia pode ser: competéncia da jurscio (comum € especializada) competéncia hierarquica (originaria do 6raé0 “Quando ha nulidade absoluta ou relativa, © procedimento torna-se nulo pela falta ou omissao de ato ou termos considerados essenciais. Isso impede o julgamento do ‘meritum causa. O ato deve ser novamente praticado ou corrigido porque ocorreu © error in procedendo, Ao juiz, cabe determinar a pratica do ato que foi omitido ou sua repeticao, por meio de renovacéo. Retifica-se o ato alterando-o e restaurando base no principio da economia processual. | ] ‘seus vicios. O procedimento permanece com inferior ou superior; competéncia de foro ou ratione loc tertito fal, competéncia em razdo da materia ou ratione materia (uizo competente) e competéncia recursal (grau de recurso), He um confit de competencia quando ocorre um confronto| fem uma situagao de fato entre normas que regulam e limitam © ode jurisdicional de determinads Grados usicarios. Nesse caso, deduz-se 3 quem ale atibui 0 poder jursaiiona. A verficacao Pode ser espontanea ou provocada. © juiz pode decara deoficio sua incompeténcia ou se maniestar em razBo de impugnacdo do interessado, 0 magistrado s6 possui o poder de presi ejulgar um caso concreto se for competente para faze, ‘A competéncia no processo penal brasileito, geralmente, € absolut. A dstribuigdo em razdo da juisdicao, da herarauia, materia e do recurso 6 estatuda em razao do interesse pio, Portanto, nao pode ser modifcada pelo interesse das partes Em se tratando de competéncia em razao de terteio, essa & relativa; nao estando 0 jiz, portant, privado de sua jurisdic. Essa competéncia &considerada subsdiria em relagdo a do juz teritoraimente competent. Nao sendo uma competéncia em 14220 da ordem publica, 0 érgao incompetente poders decidir 0 caso concteto se as partes assim oquiserem. rata-se de nulidaderelativa Ja em caso de competéncia absoluta, 0 magistrado permanece totalmente privado do seu poder jurisdiconal, deixando de ser Iu natural: 0 vicio, ent, jamats pode ser convalidado, até ser reconhecdo ex officio pelo érgao jurisiconal,Faa-se,nesse caso, em nulidade absolta, ) Suspecaor suspeicdo e impedimenta sae coisas distintas no Cédigo de Frocesso Pena, 20 contrria do Codigo de Process Chi © impedimento,emborandoelencada neseincso,gerainexisténcia do ato juricco, uma vez que o juz peemanece prvado dejrso Esse 60 entendimento de Mirabete, Frederico Marques e Capez J. suspeicéo acarreta a abstengo ou recusa do juz ensejando uma nlidade absoluta, © vcio pode ser arguido por qualquer das partes ou nao o send, pelo propio jule que poder prodamar-se suspeito ou até mesmo impedido. Os casos de suspeico esto arrolados no art. 254 do CPP eos de impedimento nos ats. 252 1 253, Alem desse, ainda ha os impeeimentos defnidos nas les locais de organizacdo judiciara, Vale ressaltar que as causas de incompatibiidade e imped mento referentes aos magistrados abrangem também os pert, interprets, 20s Grgaos do Ministerio Publica eos serventuarios ¢ funcionaris da tustica (© Suborno: ha de se considerar que o termo suborno & mere cedor de nterpretacdo extensiva Seria uma falta de cumprime das obrigacdes inerentes a0 cargo de juz, constituindo crime de concussdo (art. 316) corrupgao passiva (art. 317}; corrupcio ativa (art 333); ou prevaricagao (art. 319 do CP) suborno pode sueitar 0 magistrado a sancao penal e & Vicio causador de nulidade absoluta do ato, Por ilegitimidade de parte ~ A nulidade taminem se configura {quando ha ileitimidade de parte. Quando se tratadefegitimatio ‘2d causam atva ou passva, isto, impertinéncia subjetiva da ‘aga0, nao podendo o autor ser titular da acao ajuizada, ou do podendo o réu integrar a relacao processual, ha rulidade absoluta e insanével porque 0 vicio jamais se convalda, > PRATICA WRDICA AN xI-N T26-serEMeROOY2 29 —_—_————_—_—_—_——————___ 30 prarica sumipica - ano x1- Ne 126 -SeTENBROV2012 No caso deilegitimidade ad processum, decorrente da falta de capacidade postulatéria do querelante ou incapacidade para estar em julzo. Essa, por ser convalidével mediante ratifcacao posterior, ¢ considerada causa de nulidade relatva. Seria 0 aso da vitima menor de 18 anos como autora, ou da falta de representacéo do ofendido ou de seu representante para 0 MinistérioPublico promover acéo penal publica concicionada. © ato é nul, mas a autorizag3o de vontade posterior acerta (5 vcios dos atos anteriormente praticados, Infere-se, portanto, que, se a legitimidade é da parte, os ‘tos por ela praticados nao possuem valor juridico algum, mas permanece o dieito de a parte legitima comparecer em juizo, contanto que sejam atendidos os prazos e requsitos legas Por falta das formulas ou dos termos seguintes a) Denincia ou a queixa © representacsoe, nos processos de

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