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O compositor na sala de aula As discussdes ¢ as experiéncias relatadas neste capitulo So 0 resultado de dois convites para trabalhar com estu- dantes de miisica nas escolas. No verdo de 1964, fui convidado a fazer parte de um ert- po de ensino do North York Summer Music School ¢, sob 2 tleulo vee she Musicanship, tive duas geamntes (uimas de alunos de misica instrumental e vocal. As quatro primei- tas discusses deste capitulo aconteceram por essa ocasido, Tive também # sorte de ser um dos catorze compositores ‘canadenies escolnidos para realizar um semindrio em 1965, patrocinado pelo The Canada Council ¢ organizado pelo ‘The Canadian Music Centre, no qual foram estudadas as relaghes entre 6 compositor contemporiineo ¢ a misica nas sscolas. Grande parte do tempo foi de visitas a essas esco- las, onde conversévamos ¢ debatiamos com os jovers, an- tes de iniciarmos propriamente as atividades musicais com cles. A quinta ea sexia discusses ocorreram nesse ano. Em ambas meu trabalho foi facilitado por um educador muito especial, Sr.C, Laughton Bird, Coordenador de Muisica da North York Board of Education. Nada teria sido possivel semi a sua inclinayav & aventura, ‘Os demais textos sio transcrigSes condensadas de alguns esses encontros. As experincias foram freqientemente utl- lizadas para reforear pontos levantados em discusses ¢ pa- 2» 1R, MURRAY SCHAFER receram surgir naturalmente dos alunos. A exceglo da “Mascara do Deménio da Maldade”’, que envolveu alunos da escola priméria, estava lidando com estudantes da esco- la secundaria, com idades entre 13 € 17 anos, PRIMEIRO CONTATO ‘Como um desconhecido e ansioso para trabalhar de mo- do no ortodoxo com os estudantes, foi preciso primeiro que eu os deixasse em uma relaxada ¢ boa disposi¢ao m tal. Dai a necessidade deste contato mais aberto para i ciara discussao. ‘SCHAFER: — Gostaria de conhecer um pouco de vocés € de seus interesses musicais. Como sabem, no sou um profes- sor regular, mas um compositor. Pensei que poderiamos co- megar fazendo uma lista dos generos de musica que vocts gostam ou nfo. Todas as pessoas tém um tipo de misica favorito c provavelmente repudiam violentamente os outros; nao quero dizer pecas individuais, mas categorias de miisi- ‘ca — como miisica de cémara ou jazz. Enumerem as suas preferidas e as ndo preferidas e ew vou escrevendo no qua- dro. Vamos rotular seus tipos Favoritos com “‘aceitas”” eas que voces néo gostam com ‘*ndo aceitas””. As respostas stio dadas e copiadas, Depois de alguns mo- mentos 0 quadro fica assim: MUSICA ACEITA MUSICA NAO ACEITA Ja Miisica Folcl6rica ‘Miisica Popular Opera Miisica de Camara Tazz Opera Miisica Moderna € Miisica Country do Oeste Eletrénica Miisica de Banda Miisica Sinfonica ‘Musicais Miisica Country ¢ do Pecas Favoritas de Miisica Oeste Ligeira (© COMPOSITOR NA SALA DB AULA, a SCHAFER: — Isto € muito interessante, Vejo um bom ni ‘mero de categorias em ambas as colunas. O que vocés acham. que indica? ALUNO: — Mostra que as pessoas tm gostos niusicais diferentes SCHAFER: — Voc® acha que isso € bom ou mati? ALUNO: — Eu acho que é bom, porque mostra que hd mui tas personalidades diferentes ¢ um tipo especial de miisica para cada uma. SCHAFER: — Voc? quer dizer que as pessoas gostam ape- nas do tipo de musica que reflete sua prdpria personalida- de? Voce gosta sé de um género? ALUNO: — Eu gosto de country e do oeste. SCHAFER: — $6? ALUNO: — Também de misica de banda, SCHAFER: — para a classe. Quantos de voces gostam 36 de uum género demisica da nossa lista? Mos? Ninguém levan- ta a mao. Mais de um? Todas as maos so levantadas, ago- 1a, deixem-me fazer uma comparagio por wm momento. Quantas religides temos representadas aqui nesta classe? Descobre-se que hd um mimero de alunos de varias seitas pro- testantes e outros de religiGo judaica. Deixem-me perguntar: quantos de vocts pertencem a mais do que um desses grupos ‘mencionados? Ninguém levanta a mao. Cada um escolheso- ‘mente uma religigo, Todavia, ninguém de vocés restringe seu interesse musical a um género apenas, claro, entio, que voce pode gostar de mais de um género musical, sem ter uma crise de consciéncia por isso. Essa éuma distin¢o muito im- portante entre 0 julgamento de uma manifestagao artistica € de outro tipo de atividade intelectual. Com a religito — €0 mesmo ¢ verdadeiro para politica ou filosofia —, voce aceita um sistema que Ihe parece o mais razodvel, porém, fazendo isso, automaticamente nega todos os outros. No épossfvel alguém ser comunista ¢ capitalista ao mesmo tem. po, assim como ninguém é juden e cristo. Mas a apreci Go artistica nao €assim; ela éum processo acurmulativo; voce descobre novos pontos de interesse, porém isso nao quer di- zer que precise negar 0 que gostava antes. Algném pode con- firmar esta observasio pela experincia pessoal? 2 R, MURRAY SCHAFER ALUNO: — Bem, primeiro eu gostava de jazz ¢ agora gosto de Beethoven também; mas ainda gosto de jazz. SCHAFER: — Provavelmente, muitos de vocés tiveram ex- perincias semelhantes, Para as artes em geral ‘mos 0 fato de que pessoas diferentes tém opit siasmos diferentes, e aceitamos isso. Todo mundo, a prin- cipio separava os dois tipos de miisica que vocé mencionou. A de Beethoven foi escrita originalmente como diversao para, ‘aaristocracia européia de cento e cingiienta anos atrés, en- quanto o jazz. ctesceu como a expresso musical dos nezros escravos norte-americanos. A prinefpio, uma forma era para aristocratas e a outra para escravos. Hoje nao somos nem. escravos, nem aristocratas, e podemos apreciar ambas ob- jetivamente, Nao declaramos guerra as nagSes porque gos- fam da espécie errada de miisica. ALUNO: — Exércitos diferentes, marchando para a guerra, tero hinos nacionais diferentes. SCHAFER: — Ah, mas eles ndo esto fazendo guerra porque ndo concordam com a melodia de um hino nacional. Este €um caso de miisica sendo usada para dar suporte a alguma coisa — nesse caso, uma ideologia politica. Sim, os homens certamente vao Intar por politica, mas ninguém vai atacar uum pianista s6 porque ele est tocando a miisica errada. ALUNO: — Mas assim parece que a miisica niio é importante. SCHAFER: — E 6? ALUNO: — Bem, eu acho que sim, SCHAFER: — Daf necessariamente se segue que nfo é im- portante, por que os homens nao hutam por ela? OUTRO ALUNO: — Talvez ela seja importante justamente por isso. Talvez ela faca os homens ficarem juntos em vez de separé-los, SCHAFER: — Bom! Mas ¢ essas opinies diferentes sobre miisica? Como podemos, vocés ¢ eu, por exemplo, nos en- tendermos se eu gosto de miisica de camara e odeio misica popular, e para voces a situagio é exatamente inversa? O que é.. ALUNO DO FUNDO: — em pé. Pressupde-se que professo- res gostam de miisica de cimara, SHAFER: — procurando ouvir. lguém 14 no fundo fez uma hipétese. Suponham que eu também faea uma. Ado- lescentes sto doidos por paradas de sucessos. Quantos de © COMPOSITOR NA SALA DE AULA 2 voots ouvem regularmente a parada? Mais ou menos 70% da classe levantou a mao. Pela amostragem, minha hipéte- se esté certa, Agora vejam que 0 que nds fizemos foi asso- ciar a parada de sucessos com os adolescentes, assim como ‘© nosso amigo If do fundo associon professores com musi- ca de camara, Assim, certos géneros de miisica parecem ser representativos de certas classes de pessoas; mas eu quero dizer que isso € uma generalizacao extrema. Supondo que eu ndio goste de adolescentes — espero que saibam que nto é verdade, mas supondo que fosse —, qual seria o efeito em meu gosto musical? ALUNO: — Acho que vocé nao gostaria de nada que se re- ferisse a eles, incluindo a sua miisica. SCHAFER: — Sim, provavelmente, Porém, 0 que a minha reacdo contra adolescentes teria realmente a ver com misi- ca,.que & sobretudo uma arte abstrata? ALUNO: — Nafo deveria ter nada a ver, mas provavelmente teria. (SCHAFER: — Temos uma tendéncia para associar certas ma- \nifestagdes artisticas a certas pessoas ou grupos de pessoas, isso, sem diivida, afeta a nossa apreciaco, Imagino fre- iientemente se seria possivel dissociar a miisica dos seres hhumanos e aprecié-la assepticamente em sua forma pura. Nio creio que seja inteiramente possivel. Mas acho que as ‘yezes é necessério experimentar e ver por esse lado 0s nos- sos gostos musicais e desenvolvé-los para mudé-los. Em ou- tras palavras, deixem a miisica falar por si mesma, no por associagdes. Eu nunca seria to cego e preconceituoso a pon- to de me recusar a ouvir a parada de sucessos; voces tam- ‘bem nao seriam a ponto de recusar-se a ouvir misica de ca- mara. Miisica nfo 6 propriedade privada de certas pessoas ou grupos. Potencialmente, todas as misicas foram es \ tas para todas as pessoas. | Realmente o que quero dizer a voces é, principalmente, | sejam curiosos em relagao & miisica. Nao se contentem em ficar s6 nas suas preferéncias musicais, pois, como eu disse ‘pouco antes, ninguém estaré traindo seus velhos habitos pela aquisi¢do de novos. Este horizonte pode seguir se expan- indo; em toda a sua vida haverd coisas novas a descobrir. 4 1, MURRAY SCHAFER /Certamente nfo estou dizendo que vocés devam gostar de | tudo o que ouvem ou véem, Somente um tolo faria isso. ! Estou simplesmente dizendo que quem quiser descobrir mi : sica interessante terd que procurar e achar. B a mesma coisa que ir a biblioteca. Voc€ pode exami- har vinte livros antes de achar aquele que quer ler, mas, se no tivesse passado por todos aqueles, nao chegaria ao que procurava. E 0 mais estranho, é que o livro escolhido este ano niio vai ser o mesmo que voce vai escolher no ano que ‘vem, O tempo realmente nos forga a adquirir novos gos- [tos. INao vamos ler s6 quadrinhos a vida toda, vamos? \LUNO: — Algumas pessoas Iéem! SCHAFER; — O que vocé acha de alguém que, com quarenta anos, ainda J@ quadrinhos? ALUNO: — Eu diria que é um caso de desenvolvimento re- rdado. Risos. (SCHAFER: — Certo! E alguém que segue a vida inteira sé | gostando de um género de musica, sem desenyolver novos interesses, também é um caso de retardamento. | Uma ver, algném disse que as duas coisas mais impor- | tantes para desenvolver o gosto sao: sensibilidade e inteli- | géncia, Eu nao concordo; diria que so curiosidade e cora- | gem. Curiosidade para procurar 0 novo e 0 escondido, co- ragem para desenvolver seus préprios gostos sem conside- rar 0 que 0s outros podem pensar ou dizer. Quem se arris- ca a ser ridicularizado pelos seus gostos individuais em mui- sica (¢ isso vai acontecer) demonstra coragem. As pessoas que gostam de coisas s6 porque € um costume social cha- mamos de snobs, Ouvir musica é uma experiéncia profun- damente pessoal, ¢ hoje, com a sociedade caminhando pa- * rao convencional ¢ uniforme, é realmente corajoso desco- brir que vocé é um individuo com uma mente e gostos indi- viduais em arte. Ouvir musica cuidadosamente vai ajuda- Jo a descobrir como voce é tinico. A campainha toca. © COMPOSITOR NA SALA DE AULA as O QUE E MUSICA? Nesta discusstio expde-se uma gama muito grande de con- copgies erréneas, através desta questo basica: O que é mit- sica? A interessante conclusao alcangada érealista, com vis- tas ao cendrio musical de nossos dias, e, embora ela talvez no seja compativel com o Oxford English Dictionary ou com 8 cadernos de apreciagdo musical, os estudantes merecem © beneficio de uma definigdo de miisica que seja tile “viva”, ‘SCHAFER: — Lembro-me de um professor que tive que pe- dia para a gente descrever uma escada circular sem usar as méios — uma coisa muito dificil de fazer, mas nao impossi- vel. Bem, hoje vou fazer a vocés uma pergunta que é tam- bém dificil de responder, embora também nfo seja impos- sivel. Achei que poderfamos discutir juntos ¢ ver se pode- mos estabelecer uma definigao. A pergunta é: “0 QUE E MUSICA?" Uma das piores coisas que podem acontecer na nossa vida é continuarmos a fazer coisas sem saber bem 0 que elas sév ou por que as fazemos, Voces todos esto es- tudando misica hé alguns anos e esperamos que continuem por muito tempo ainda, Mas 0 que é essa coisa com a qual Voeés gastam tanto tempo? Alguma definicdo? Hesitantes no comeco, depois mais vigorosamente, fo- ram surgindo definigoes, que eran escritas no quadro: Miisica é alguma coisa de que vocé gosta. Musica é som organizado com ritmo e melodia. Miisica € som agradavel ao ouvido Musica é uma arte. ‘Miisica € uma atividade cultural relativa ao som, SCHAFER: — EF suficiente para comegar, Podemos retrabalhé-las, se necessario. Vamos examindlas mais de perto. Primeiro: “Miisica é alguma coisa de que voc8 gos- ta”. Schafer vai ao toca-discos e poe o primeira disco que ade pegar, Por acaso éa Raggedy Waltz, de Dave Brubeck, do disco Time Further Out. Isso € miisica? 26 1, MURRAY SCHAFER CLASSE: — Ouvem-se “sins” misturados. SCHAFER: — Os que nfo gostam de jazz, por favor, levantem-se. Alguns se levantaram. Schafer, a um dos que estdo em pé: Yoo’ nao gosta de jazz? ALUNO: — No, odeio! SCHAFER: — Mas concorda que era misica 0 que voce ALUNO: — Sim, | SCHAFER: — Hid algo estranho aqui. Misica é definida co- ‘mo “algo de que vocé gosta”. Ouvimos jazz. Vocés con- cordaram que ouvimos miisica; porém, se voo’s nfio gos- tam de jazz, como pode ser miisica? ‘ALUNO: — Hi algo errado na definig&o. SCHAFER: — Obviamente, é insatisfatéria. Hd algo muito pessoal ém dizer que misica € algo de que voce gosta. A. grande questio é: quem é “yoc8""? ¢ o que da a “voce” © direito de distinguir entre misica e nfo-mmisica para as ‘outras pessoas? O que quer que misica seja, estd claro que no pode depender do gosto de uma s6 pessoa. Precisa ser alguma coisa mais geral do que isso. ‘Vamos vera terceira definigdo: “‘miisica é som asradé- vel.ao ouvido”. Aqui climinamos 0 controvertido “voce”, que era muito pessoal, e substituimos por uma espécie de Ouvido coletivo — todos os ouvintes de misica, O que acham? : ‘ALUNO: — Bem, hé alguns sons que sto agradéveis a0 ou- vvido de todos, e outros, que sao desagradaveis. Os sons da rua no so musica. SCHAFER: — Um carro na rua cantando os freios — musica? ToDos: — Nao! SCHAFER: — Por qué? Pausa: nenhum comentério. Tudo ‘bem, vamos deixar esse assunto por um momento ¢ voltar a isso mais tarde. Voc@s todos concordam que ruido nao pode ser misica? Sinais de assentimento. Muito bem, va~ ‘mos ver. Schafer vai até o timpano e toca ritmicamente, va- rias vezes. Isso & miisica? CLASSE: — Sim! No fundo da classe hé uma grande lata de lixo. Tambi ela é percutida varias vezes, ritmicamente. (© COMPOSITOR NA SALA DE AULA Fa SCHAFER: — Isso ¢ miisica? CLASSE: — Nao! SCHAFER: — surpreso. Oh! H uma diferenga? Podem me dizer qual? ALUNO: — O timpano soa numa altura defi de lixo € s6 rufdo, SCHAFER: — Pode alguém me dizer qual a altura definida do timpano? TIMPANISTA: — Bu acho que é “LA”. SCHAFER: — Tudo bem. Tocando o timpano. Classe, can- tem “LA, Confusio total. Hi tantas alturas diferentes quanto alunos. Um estranho “LA”. Risos, Acho que erra- ‘mos ao pensar que o timpano tem altura definida, E verda- de que, as vezes, ele toma o tom de outros instrumentos na orquestra quando toca com eles; mas de fato nao tem altu- deni. O som que produz€ to rido quanto © da lata le lixo. ida, ea lata ‘Segue-se uma breve discussdo sobre a diferenca entre vi- bracdes regulares e irregulares. O que se afirma é ser isso © que distingue os sons de altura definida do mero rufdo. Em seguida, Schafer vai novamente ao timpano ea lata de lixo e percute os dois do mesmo jeito. SCHAFER: — Agora, o que vocés acham disso? Ainda pen- sam que um é misica € 0 outro no? ALUNO: — Ha alguns outros instrumentos, as vezes empre- gados na orquestra, que produzem ruidos do mesmo modo que a lata de lixo — por exemplo, a bigorna. SCHAFER: — Certo! Vocé pode achar outros? ‘YozES: — Sinos! Lixas! Apitos! Sirenes! Maquinas de escrever! SCHAFER: — Bom! Quero que vooés pensem por um mo- mento nessa questo: a lata de lixo produz. ou nfo miisica? ‘Voltaremos ao assunto daqui a pouco. Mas vamos conti- nuar com a nossa defini¢ao de misica: “Sons agradéveis a0 owvido”’, Para nos ajudar, proponho um trabalho. Pe- guem seus instrumentos e estejam prontos para tocar. 2 1, MURRAY SCHAFER (Os estudantes tomam seus instrumentos. Toda a orques- tra estd representada, SCHAFER: — A tarefa é a seguinte: vooés foram contrata- dos por Alfred Hitchcock para escrever a misica de seu mais recente filme de horror. Na cena em que estamos trabalhan- do hoje, a vitima esta entrando numa casa escura, O assas- sino se esconde atras da porta e, num certo momento, tapa a boca da vitima, golpeando-a. Como vamos reforgar esta cena dramética com musica? Muitas sugest6es sito dadas. Para acompanhar a entra- da da vitima na casa, a classe decide fazer um trémulo gra- ve e swaye nas cordas, que vai crescendo aos poucos ¢, en- 0, &cortado de repente, no momento em que a vitima abre a porta fatal. Quando o assassino salta, a orquestra inteira toca um acorde em sforzando, Mas que acorde? Isso vira outra discussio. Alguém sugere que no importa qual, desde que seja forte. Experimenta-se Sol maior. A classe rejeita ‘porque & muito brilhante, Alguém sugere Sol menor. Repete- ‘se a seqiténcia com Sol menor. A classe ainda no estd sa- tisfeita. Acham “muito convencional’” e “ndo bastante assustador””. SCHAFER: — Acho que o St. Hitchcock concordaria com voces, Uma coisa est clara: para ilustrar esta situago ten- sae brutal, precisamos de um acorde de maxima tensiio. Posso fazer uma sugestio? Cada um vai conversar com set. vizinho, ver que nota ele quer tocar, ¢ entio escolher uma, diferente para si, Escolham qualquer nota, mas toque © mais forte possivel. Prontos ao meu sinal de entrada! A classe se diverte com essa sugestio, mas estd ansiosa para experimenté-la. O resultado é impressionante! O som produzido é verdadeiramente terrificante. SCHAFER: — Nés temos também cantores aqui e ainda no demos nada para eles fazerem. Como vamos inclni-los? ALUNO: — Acho que no podemos inclui-los. Nao hé na- da que eles cantem que caiba agi (© COMPOSITOR NA SALA DB AULA, » UM CANTOR: — Nao sabemos nenhuma cangao de horror. SCHAFER: — Digam, o que vocés fariam se alguém pulas- se de trés de uma porta e ameagasse vocés com uma faca? caNToR: — Eu gritaria. SCHAFER: — Entiio? Todos os olhos britham. CANTOR: — Quando voc® atacar o acorde, quer que a gente rite? SCHAFER; — Com toda a forea dos pulmées! Pronto? Va- mos lat A segiléncia é repetida, dessa vez, com as vozes. O som € tao terrificante que algumas meninas tapam os ouvidos € estremecem. Trés pessous aparecem na porta perguntan- ‘do “0 que aconteceu"? Todas estiio certos de que Hitchcock Jicaria encantado, SCHAFER; — Agora, ninguém tem qualquer diivida para de- Cidir se esse som foi agradvel ao ouvido} com certeza, nao foi, Porém, como som, ele serviu perieitamente a nossa pro- posta. Considero que foi um som musical porque era a tri- tha sonora (‘musical’) que nos foi pedida para o filme. Mas, se é assim, 0 que acontece com a nossa defini¢ao de mnisica “Som agradével ao ouvido”? Pensem sobre isso até amanh. A campainha toca; acabou a aula. No dia seguinte: SCHAFER: — Estamos ainda tentando definir “O que é mi- sica’”. Ontem fizemos miisica para um filme de horzor. Hoje quero comecar tocando uma gravagao. Nela hé um narra- dor que é acompanhado por orquestra.¢ coro, Ble €um dos poucos sobreviventes do exterminio dos judeus pelos nazis- tas, no ghetto de Varsévia. Bstd descrevendo a cena que tem na meméria. — » R, MURRAY SCHAFER ‘Um sobrevivente de Varsévia, de Schoenberg, € tocado. A obra com seu texto confuso, um misto de pathos e édio, € intensamente dramdtica. Quando acaba, a classe, que con- tém grande numero de judeus, esté obviamente chocada e profundamente emocionada. Somente quando a classe se recobrou foi posstvel continuar. SCHAFER: — Embora possa ter ficado alguma diivida a res- peito de nossa experincia de ontem, foi misica legitima, acho que ninguém pocle negar que o que acabamos de ou- vir agora foi experiéncia musical poderosa e emocionante. Alguém quer dizer algo sobre isso? ‘ALUNO: — Acho que a miisica foi eficiente ao descrever a tragédia, Houve momentos em que ilustrou perfeitamente © texto, Por exemplo, nas palavras “suspiros ¢ gemidos””, a orquestra inteira produziu um tipo de som doloroso que den muita forca a0 texto. OUTRO ALUNO: — Achei que 0 acompanhamento para 0 oficial alemfo foi especialmente eficaz. Fez.dele uma eria- tura odidvel. UMTERCEIRO ALUNO: — Para mim, a sevgio mais dramé- tica foi quando o narrador acha que esta ouvindo 0 coro dos judeus mortos, e, entio, repentinamente, eles irrom- em 0 canto. SCHAFER: — Este é 0 ponto marcante da pera. Antes dis- so tinha sido completamente negativo. Vocés usaram as pa- layzas “doloroso”” e “odioso” para descrever esta obra. Po- rém, quando o coro dos judeus mortos entra, o elemento positivo ressalta; 0 seu canto tem uma determinacao tortu- rada e perseguida, que transmite luta e muita forga. E co ‘mo se 0 compositor estivesse dizendo: “*Mesmo que vo: ‘matem o povo judeu, nunca poderdo matar sua meméria.”” Mas o que nos interessa agora & encaixar essa pega na de- {inigGo de miisica como “Som agradavel ao ouvido”. Tenko ‘medo que sejam incompativeis. Uma delas precisa cai fora ‘ALUNO: — A defini¢&o € que precisa cair fora. SCHAFER: — Sim, também tenho medo disso. Uma defini so precisa incluir todos os membros da familia a que se propée definir. Ela liga todos. Voo® niio pode ter uma de- finigo que deixe algo de fora. Vamos contrapor mais uma (© COMPOSITOR NA SALA DE AULA a das definieGes a Um Sobrevivente de Varsdvia. “Miisica € som organizado com ritmo e melodia,” E agora? Havia rit- mo e melodia na pega de Schoenberg? ALUNO: — Ni acho que se possa dizer que havia melodia. SCHAFER: — O que vocé entende por melodia? ALUNO: — Bem, alguma coisa que se possa assobiar ou cantar. OUTRO ALUNO: Nao concordo. Acho que havia melodia af, mesmo se vocé nao puder assobid-la. Talvez possa haver ‘melodias tio tristes quanto alegres. Até 0 acompanhamen- to para ‘‘suspiros e gemidos”, talvez, pudesse ser descrito como melodia, SCHAFER: — Tudo esti dependendo da nossa definigo de melodia, néo? Para comecar, uma melodia é feita de qué? ALUNO: — Uma série de sons. SCHAFER: — Que sons? ALUNO: — Poderia ser.qualquer um. SCHAFER: — Estes? Vai ao piano e toca cinco ou seis sons disjuntos, em re- gistros e dindmicas diferentes. ALUNO: Suponho que poderia, mas nao é uma melodia mui to boa. Risos. SCHAFER: — Provavelmente voce est certo, mnas lembre- se: estamos procurando definir 0 termo e nfo tentando dis- tinguir entre melodias boas e ruins. ALUNO: — Mas uma melodia nfo precisa ter alguma ordem se € para expressar uma certa emocio? SCHAFER: — Gostei do que vocé disse, A sucessiio parti- cular de sons que o compositor escolhe — sua tessitura, di- namica, instrumentagaio —, tudo isso dit um certo caréter a melodia e, por sua vez, obtém uma certa resposta emo- cional dos ouvintes. A série de notas que acompanha “‘ge- midos e suspiros”” de Um Sobrevivente de Varsdvia tem um, carter emocional do mesmo modo que o movimento coral da “9! Sinfonia de Beethoven’* tem um caréter completa- mente diferente, porque a intengo do compositor € ferente. 2 R, MURRAY SCHAFER ALUNO: — O mesmo se aplica ao ritmo? SCHAFER: — Voct pode responder a isso. Schafer bate um ritmo regular e, depois, outro ao acaso. Ambos so ritmos? ALUNO: — Devem ser, mas um mais organizado que 0 outro. SCHAFER: — Bom! Um ritmo pode ser qualquer seqiiéncia de apoios que organizamos ou desorganizamos & vontade, dependendo do efeito particular que queiramos. Hé alguns meios de organizacao que chamamos metro (como em poe- sia) e outros de desorganizacdo, como o rubato (tempo rou- ado), sincope, ritardando, acelerando, e assim por dian- te, ou pela superposigo de metros diferentes, que assim con fundem os simples apoios decisivos de cada metro indivi- dual. Podemos' querer desorganizar completamente os apoios para obter um efeito especifico. Por exemplo, se et puser uma série regular de pontos no quadro e disser a Vo- cs que cada um deles é um apoio. Posso ento confundir a regularidade desses pontos, acrescentando varios outros em volta deles, de tal modo que, apesar de a primeira série ainda estar presente, vai ser difi~ cil distingui-los. ALUNO: — Parece que Unt Sobrevivente de Varsdvia fax isso. SCHAFER: — De certo modo, sim. Uri Sobrevivente de Varsévia 6 uma pega ritmicamente mais complexe do que, i- (© COMPOSITOR NA SALA DE AULA 3 gamos, uma sinfonia de Beethoven; mas munca se pode con- fundir complexidade ritmica com falta de ritmo. A falta de ritmo € 0 puro caos — embora mesmo isso possa ter o seu, ugar. ‘Assim, podemos resguardar, para nossa definico, as pa- lavras ritmo e melodia, se nos lembrarmos de usé-las do jeito que foi discutido. Melodia é simplesmente uma seqiiéncia organizada de sons; ritmo, uma seqiiéncia organizada de apoios. A palavra-chave é “organizada”. O fato de que 0 compositor pensou nisso transforma-a numa coisa muito diferente dos ruidos que ouvimos na rua, por exemplo. Mas quero pedir a voeés para lembrarem sempre que também essa organizagao pode, algumas vezes, criar um efeito de- sorganizado, pois, mesmo quando desorganizamos os sons, estamos, assim, ainda organizando-os. ‘Assim, a segunda definigo do quadro — Miisica é som organizado com ritmo melodia — pode parecer perfeita- mente correta, se considerada mais amplamente. Schafer, entiio, vai ao timpano e toca. Mas ¢ agora? E melodia? ALUNO: — Nao. 86 ritmo. SCHAFER: — Pode sor mtisica ento? ALUNO: — Bu... realmente ndo sti. Da iitima vez que vo- ‘8 tocou, nds dissemos que era musica, mas agora... nfo se. SCHAFER: — Lembrem-se do que et. disse um momento atrds a respeito de tornar a definieo mais ampla, para en- volver o que est4 para ser definido, Nunca facam a coisa em si ser a propria definigzio. Deve haver outro caminho por perto. Sigam seus instintos ‘ALUNO: — Entiio, ainda é miisica SCHAFER: — Ainda? To surpreso? O que vocé diria en- tio acerca da definicao? ALUNO: — Nao acho que esteja errada da maneira como est colocada, porém parece que nao é absolutamente ne- cessfrio ter ritmo e melodia para haver miisica. SCHAFER: — Vamos providenciar melodia e ritmo em nos- sa definigo modelo, mas ndo ¢ absolutamente nevessério que ambos estejam sempre presentes, Esté bem? CLASSE: — Sim. SCHAFER: — Muito bem, Outra pergunta entiio: em ho- mem est martelando um prego numa tdbua. Estd fazendo ea R. MURRAY SCHAFER misica? A turma considera pensativamente. ¥, como aque- Ja velha questo da lata de lixo. Se eu bato nela, estou fa- zendo musica? Expressdes pensativas. Um carro canta os freios na rua, mtisica? ‘ALUNO: — brilhantemente, Nao, senhor, porque o som dos freios nfo est organizado. SCHAFER: — Bom! Mas isso ainda nos deixa com o carpin- teiro martelando ¢ a lata de lixo. ALUNO: — A respeito da lata de lixo —nés decidimos que poderia ser usada como um instrumento musical, quero di- zer, para efeitos sonoros especiais. SCHAFER: — Se eu escrever uma pega chamada “Polea da lata de lixo” e quiser ter uma lata de lixo de verdade tocan- do durante a pega, essa percussio pode ser misica? ALUNO:— Poderia, mas no acho que seria muito inte- ressante, SCHAFER: — Isso nflo vem ao caso. Nao estamos fazendo distingdo entre miisica boa ou mé; mas apenas tentando des- cobrir o que é misica, Se nessas condigSes ela pode ser mi- sica, porque nfo 0 seré quando o lixeiro a joga no caminhao? ALUNO: — Ele ndo tem a intengfio de fazer misica. SCHAFER: — Essa 6 a resposta que estvamos procurando! Continue. ALUNO: — Bem, voc? decidiu usar a lata de lixo como um. instramento musical ¢ 0 lixeiro, ndo. Essa a tnica diferenga, /SCHAFER: — Exatamente! A palavra que vale é “intencAo” Faz uma grande diferenca, se um som é produzido inten- cionalmente para ser ouvido, ou no. Nao existe intenciio de que os sons da rua sejam ouvidos; sao incidentais. Se {os fabricantes de automéveis pudessem fazer freios silen- iciosos — estou certo que os fariam, embora, naturaimen- jte, se possa pensar que os freios, do mesmo modo aue as ‘buzinas, sao sinais de alerta, Isso quer dizer que ha inten- ; efio de que sejam ouvidos, embora nao pelos seus préprios ! motivos, mas antes porque os sinais nos avisam do perigo { iminente, Mas e um som que ¢ produzido incidentatmente } e ndo tem esta outra proposta? e o nosso carpinteiro? | ALUNo: — Ble ndo esté fazendo miisica enquanto martela © COMPOSITOR NA SALA DE AULA s «Porque nao tem intenedo de fazé-la, Os sons que ele esté produzindo so apenas incidentais; 0 importante é marte- lar 0s pregos. OUTRO ALUNO: — Mas, professor, e se 0 carpinteiro esti- ver assobiando enquanto martela? SCHAFER: — Voc® respondeu. ‘ALUNO: — Suponho que o assobio é misica mesmo que as ‘marteladas nio o sejam. SCHAFER: — Isso esti ficando um pouco ou um tanto filo- s6fico, Para comegar a assobiar, o carpinteiro deve ter ou- vido 0 som do martelo. E 0 que sugeriu 0 assobio a ele, ‘mesmo que a sugestdo tenha sido subeonsciente, E assim © marielo se tornou um tipo de miisica para ele e, desde que fornesa o acompanhamento ritmico para sua melodia, se torna parte da misica para nés também. ALUNO: — Se eu estiver jantando, o som dos talheres ba- tendo na louga nfo é misica, mas, se eu encher de 4gua al- guns copos e percuti-los, isso se torna misica. Certo? SCHAFER: — Voc® respondeu. A intengdo faz a diferenga, ‘Agora vamos ver onde a palavra “intencfio’” fica na nossa definigo de misica. Jé decidimos que ‘“Misica € som or- ganizado”. Sabemos também que a miisica pode incluir cer- tos aspectos como ritmo e melodia, Acabamos de concluir, agora, que miisica é som “com intencao dé ser-ouvido” Aleuém gostaria de experimentar unir essas conclusGes mu- ‘ma definigo? ALUNO: — Misia 6... uma organizagao de sons... com rit- ‘mo e melodia... com intengo de serem ouvidos. SCHAFER: — copiando no quadro. Vamos colocar entre pa- r€ateses “ritmo” e “melodia”, uma vez que ja sabemos ser ppossivel existir mtsica sem eles e que também, se fOssemos dar uma definico completa, teriamos que considerar ou- tros aspectos do som. MUSICA B UMA ORGANIZACAO DE SONS (RITMO, MELODIA BTC) COM A INTENCAO DE SER OUVIDA, | sumo: — ste agua ours etnies de ms | mo “‘uma arte ¢ uma atividade cultural relativa ao som "2 36 R, MURRAY SCHAFER (Scuaven: — 1 um outro assunto, Para considerd-la, temos {aue coresar tudo de novo e perguntar ““O que é arte?” & IO que € cultura?’’. E, como o sinal vai tocar dentro de {tr@s minutos, vamos deixar para uma outra vez. Mas pelo menos chegsmos a algumas coneluses que nos permitem formar a base ce uma definigao, apesar de, sem divida, ser preciso mais refinamento. ALUNO: — Professor, ontem quando comegamos essa dis- cussfo fui ao dicionétio para procurar a definigao de mi- sica. Essa definicio € diferente da nossa. SCHAFER: — Voc8 copiou? Pode nos dizer qual &? ALUNO: ~ Sim. Ele diz: “Miisica — a arte de expressar ou excitar emosifo pela combinacio melodiosa e harmoniosa. dos sons; qualquer som agradvel.” SCHAFER: — Esté perto de uma que eliminamos, nfo? Is- so pode dar algo mais para pensar. Vou deixi-los com este ppensamento: definigdes explicam “coisas”. Quando as coisas rudam, as definigdes também mudam, Talvez a misicate- aha mudado, desde que o seu dicionério foi escrito, Tal- vez, quem sabe, um dia, um de vocts escreva um dicion- no e possa dar’ uma definicso atualizada. ALUNO: — Professor, isso é esperar muito. SCHAFER: — Tudo bem. Vamos apenas esperar por isso: ue nosso pequeno debate tenha dado a voets algo em que pensar e que talvez estejamos mais préximos de entender © que estamos fazendo cada vex que entramos nesta sala de misia. O sinal toca. Isso foi msica? Classe dispensada. MUSICA DESCRITIVA O verdadeiro propésito dessa discusso era descobrir um caminho para perceber a potencialidade de improvisagio dos alunos. Comegou-se com “imitagzo da natureza”. Pareceu-nos um método eficiente para relaxar os alunos ¢ prepard-los para algumas experiéncias de improvisaco mais sutis que se seguiram, (© COMPOSITOR NA SALA DE AULA ” SCHAFER: — Como vocts sabem, sou compositor. Quero comegar hoje perguntando: — Por que um compositor es- creve misica? Alguma idéia? ALUNO: — Porque quer expressar algo. SCHAFER: — Expressar 0 qué? ALUNO: — Sentimentos, talvez, ou pensamentos. OUTRO ALUNO: — Talvez ele queira deserever alguma coi- sa, ou imitar a natureza. SCHAFER: — Suponhamos que ele queira imitar a nature- za-usando os virios instrumentos da orquestra, Podem pen- sar em alguma coisa que um compositor poderia imitar em ‘um instrumento especifico? ALUNO: — Poderia imitar uma queda d’égua ha harpa. SCHAFER: — Sim, certamente! Infelizmente ndo temos aqui uma harpa para demonstrar isso, Dé para pensar em algo ‘mais que poderiam imitar com os instrumentos que esto aqui? ALUNO: — Uma metralhadora numa caixa. SCHAFER: — Peroussionista, voc pode tocar uma metra- Thadora para nés? Golpes répidos na caixa como uma metrathadora, Os alu- nas acham divertido, SCHAFER: — O que mais? ‘ALUNO: — Um exército marchando para a guerra, no trompete. SCHAFER: — Trompetista, pode descrever isso para nés? O trompetista estd relutante. Nesse ponto, um profes- sor de miisica que estava Id no fundo levanta-se e grita: “Yeoman Bold”, p. 5. Felizmente o trompetista continua relutante, SCHAFER: — Hi algum outro instrumento que poderia nos dar 0 tipo de fanfarra que estamos procurando? ‘TROMPETISTA: — A trompa faria melhor. Os trompistas sito menos timidos. Um depois do outro, improvisam pequenas fanfarras.

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