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146 folha CDS ELEICOES EM EVORA VITORIA DE QUEM SOBRE QUEM? 1._No seu estilo caracteristico, 0 PSD, em co- municado ontem divulgado, aproveitou os resultados das eleices de Evora para atacar de. novo. outros partidos. democréticos,, designadamente 0 CDS. Fé- slo, de resto, diversas vezes, ao longo da campanha eleitoral, © nessa altura 0 CDS nao respondeu, [6 que, como divulgou em comunicado da sua Comis- ‘860 Executiva Distrital de Evora, 0 que importava verdadeiramente, a quem quisesse servir os inte- resses do Municipio, era combater politicamente a APU endo acirrar mais os Gnimos entre as forcas democraticas, entraquecendo posicdes e favorecen- do os comunistas. Agora, porém, impde-se uma res- posta, |G que 0 PSD insiste em demonstrar que, em matéria de confrontagdo politica, parece estar inte- ressado em té-la com outros partidos democraticos @ sobretudo o CDS ndo com 0 PCP ou o seu braco ‘autérquico, a APU. 2,_Acusa 0 PSD 0 CDS de sambiguidade for- mal». E, desde logo, além de se repudiar com vee- méncia esta acusacdo sem fundomento, vale a pena recordar como, em'matéria de cambiguidades, 0 PSD pede mecas a quem quer que seja. © CDS votou contra 0 project global de Constituictio © sempre ugnou pela necessidade da sua revisdo—o PSD levou tempo a compreendé-lo, porque a votou favo- ravelmente com entusiasmo, ‘co lado do PS e do PCP, © € responsdvel, por isso, por todas as defi- ciéncias @ vicios dat decorrentes. Onde est 0 am- biguidade? © PSD finge-se escandalizado por 0 CDS estar seis meses no Governo com o PS. Simples- mente 0 PSD esteve dois anos no Governo, com PS e com 0 préprio PCP, sucedendo isto justamente nos Governos que implantaram o Goncalvismo no nosso Pais, com consequéncias tdo funestas cada vez mais @ vista. 0 CDS, quando era claro que PS ndo estava a cumprir em diversas 6reas 0 acordo ‘celebrado conosco, ndo teve qualquer pejo em de- monstrar coeréncia e honrar a fidelidade aos seus prineipios, em abandonar o Governo © em provocar, or isso, @ sua queda. Por seu turno, o PSD nem ‘antes, nem depois do 25 de Novembro tomou se- meihante inioiativa em relagéo aos famigerados Go vernos Provis6rios e, até depois do 25 de Novem- bro, quando era claro que os portugueses néo que- iam os comunistas no Governo, 0 PSD manteve a sua ambiguidade e 16 continuou no IV Governo Pro- visério com 0 PCP, como se ndo fosse nada consigo. ‘Ainda recentemente no ill Governo Constitucional © PSD prociamou-se ser seu apoio, ao mesmo tem- o que se declarava xoposicdo» — que ambiguidade moior pode existir? E concretamente também no III Governo, quando seria itil verificar quo! 0 contetido real do apoio politico que o PSD dispensava e, pe- rante medidas impopulares de aumento de precos, © Governo precisaria de contar com a defesa de quem o apoiara, onde é que estava o PSD? Assumiu © responsabilidade do apoio que fornecera? Apare- seu a defender o Governo que politicamente patro- cinara € cobrir a sua gestéo econémica, como seria légico? Nao! Apressou-se a contestar 0 Go- verno, negou-se a assumir a responsabilidade, acor- feu, oportunista, @ oposicdo, mesmo mais depressa do que aqueles outros partidos que, no momento devido, haviam assumido a franqueza da oposicao. ‘Que ambiguidade maior pode existir, além desta do PSD? 3. De resto, 0 CDS foi sempre claro na sua afirmacao ideolégica e doutrindria e nas relacoes internacionais dat decorrentes, ainda quando era duro néo se ser socialista. 0 CDS bateu-se sempre com clareza pelos seus principios e, por isso, nunca Procurou inventar uma coisa tao absurda como seria uma «democracia-crista anti-Doutrina Social da Igre- jax que corresponderia, do nosso lado, a esse con- tracenso manifesto da’ ¢social-democracia_anti-so- cialista» que parece ser o figurino que 0 PSD, depois das logs ao socialismo, procura hoje afirmar. Ao contrério do PSD, tdo-pouco fizemos, por isso, es- eras patéticas no aeroporto, 4 moda de romaria Gos srs. Willy Brandt ¢ Olof Palme, nem recebemos festivamente na nossa sede 0 MPLA que meteu os Tussos € 0S cubanos em Angola. Nunca seguimos uuma orientagéo de «salta-pocinhas» em matéria Ideolégica © tao-pouco o modelo da «linha politica ‘em regime de turnos», ao contrério do PSD. Por isso, @ nossa forea politica e © nosso peso eleitoral, seja qual for, decorre da estrita fidelidade aos nossos principios e da clara afirmacéo dos nossos valores, @ ndo de um amontoado de ilusdes arrebanhadas @ eito ao ritmo do cotavento.. 4, Pode o PSD encontrar raz6es, no reforco de ‘sua posig¢do minoritéria na Camara de Evora, paro gitar 0 seu triunfalismo sectGrio. Mas 6 desde estranho que © PSD esteja to satisfeito quando a (Camara de Evora foi parar ds maos dos comunistas da APU e insista, de uma forma téo notoria, na linha de divisdo © de hostilidade as forcas democraticas, que favoreceu os comunistos e continuaré a favere- os. Pelo seu lado, perante estes exemplor 0 PSD, 0 CDS faz,questdo em sublinhar o seguint 9 CDS continuaré, como sempre, interessado ¢ er - nhado numa confrontagdo politica com 0 PCP e curr sidera que ela 6 essencial para a clarificacao politica do Pais, a realidade do Estado. de Direito e a conso- lidacéo da democracia pluralista, sendo necessério que se ultrapassem de vez as ambiguidades de re- lagao politica com as forcas totalitérias de qualquer ‘matiz; mos 0 CDS acentua que, talvez ao contrario do PSD, estd interesado nessa confrontacdo em con- digées que garantam naturaimente a vitéria das for- a8 democréticas © a consolidagao da democracia, néo obviamente o reforco das posi¢ées dos comu- nistas, como sucedeu em Evora, 5._ As realidades falam por si. As eleicSes em Evora foram provocadas do lado dos partidos demo- crdticos para que a APU perdesse a Presidéncla da Camara € a gestéo do Municipio sofresse uma mu- danca. As eleicdes em Evora ndo s6 mantiveram a APU na Presidéncia como Ihe deram a maloria abso- uta que ndo tinha. Os democratas de Evora perde- ram. Os comunistas ganharam. Para a populacao democratica de Evora e as expectativas legitimas que detinha, a situagao actual € pior do que era. Mudou-se, mas... para pior. O PSD pode achar que tem razées para agitar 0 seu triunfalismo inconse- quente, mas os eborenses democratas nao o acom- panham, nem o compreendem. Os eborenses demo- cratas julgavam que o PSD tinha por objective der- rotar a APU e que, por iseo, ficaria satisfeito com @ derrota desta e aborrecido caso esta ganhasse, \Véem hoje que ndo assim-—a APU ganhou a maio- rig absoluta que ndo tinha; 0 PSD, triunfal, canta vit6ria! 6. Ultimamente, 0 PSD tem aparecido a falar muito em blocos ¢ frentes de forcas democraticos, ‘com contornos e contelido sempre mal definidos, aliés. O CDS tem desde hé muito a nogdo clara dessa necessidade, a concepodo inequivoca de que enten- dimentos entre forcas democriticas sdo essenciais para dotar de estabilidade as instituicées democra- ticas, nacionais ou locals, para clarificar a situagao politica, pora prestigiar a democracia e doté-la de eficiéncia, para combater 0 desorédito, 0 desanimo, © abstencionismo. Simplesmente, 0 CDS que sempre teve presente esta necessidade e foi coerente com ela, nunca foi ambiguo a seu respeito e fez propos- tas concretas de resolucdo do problema, jd que o CDS julga que a sua intervencao politica ndo se limita a mero vocabulério ¢ palavreado. Logo em 1976, 0 CDS comecou a bater-se pela realidade po- Iitica da maioria presidencial ¢ por que nela deveria ‘assentar a estabilidade dos instituicdes governatl- vas — recusou-o 0 PS @ 0 PSD, este contrapondo- Ihe @ «maioria constitucional»,, isto 6, a maloria PS/PSD/PCP/UDP e dizendo que no cruzamento das dues moiorias (PS/PSD) 6 que se encontrarla © chave do problema. Mais recentemente o CDS tem insistido, na mesma linha, na necessidade de cele- bragdo de um acordo institucional entre 0 Presidente da Repablica e os partidos democréticos, para do- tar de consisténcia e estabilidade 0 Governo © as instituicdes democréticas, e 6 claro que apenas ain- da ndo se avangou para esse acordo, certamente por © Presidente da Repdblica ndo ter encontrado de ou- tros, como 0 PSD, abertura para esse avango poli- tico, antes verificando reserva, reniténcia, oposicéo mesmo. Mesmo em matéria de coligacdes eleitorais, tudo poderia ter ficado esclarecido em 1976, se 0 PSD tivesse aceitado a coligaodo para as eleicdes locais de entdo, que 0 CDS the propos. O CDS pro- pé-Ia. O PSD recusou-a. Perdeu-se tempo. E ainda ‘agora em Evora, Igualmente, o PSD, para beneficio evidente dos comunistas da APU,.como esté a vista, voltou a recusar a proposta de coligacdo bilateral que 0 CDS Ihe renovou para as elei¢es municipais que acabam de ter lugar. Onde esté, entdo, a von- tade real do PSD em contribuir, na verdade, para a unidade de forcas democréticas e, através desta, concorrer efectivamente para a clarificacdo politica € a derrota das pretensdes hegeménicas ¢ totalité- rigs dos comunistas? Pelo seu lado, o CDS julgou ‘sempre e continua a julgar que, mais do que falar no que seria Util, 6 essencial ser-se consequente € fazer, de facto, 0 que 6 preciso... 7. Concretamente no caso de Evora, 6 inso- fismavel que a principal responsabilidade no desaire das forcas democréticas cabe o PS e @ recusa que opés @ coligacdo tripartida que se impunha que 0 CDS e o PSD propuseram. Mas ndo é menos verdade que 0 PSD, ao assumir em seguida a mesma datitude que condenara no PS, recusando a coligacdo bilateral que © CDS the propés, em alternativa, de- pols daquela recusa dos socialistas, se tornou tam- bém.responsével por a maioria absoluta da Camara ter ido parar 8s méos dos comunistas da APU. 8 £ 0 proprio Presidente da Comissdo Distrital de Evora do PSD que o reconhece implicitamente co, ‘firmar, também ontem, @ imprensa, que «se tivesse existido uma frente eleltoral, os eleltores sentir-se- -iam dinamizados © atraidos para discutir os lei 96es com a APU e ter-se-ia registado uma maior participaedo do eleitorador. © CDS sabia-o e, por isso, mesmo depois da recusa do PS, insistiu junto do PSD para que uma frente bilateral fosse formada, de_modo a, constituindo-se’ ainda, naqueias condi- es concretas, um eficaz instrumento objectivo de combate Go abstencionismo, se impedisse que arti- ficialmente a APU viesse a atingir a maioria absolute. © 05 partidos democréticos a .perdessem. O PSD. sabja-0 também, pelos vistos— mas... recusou- E a verdade 6 que os resultados dessa frente elei- toral, pela mobilizactio do eleitorado que consegul- ria, certamente 'teriam evitado que a APU olcan- ‘ease 0 que alcancou e teria assegurado que os par- tidos democréticos mantivessem na Cémara a maio- ria de quatro vereadores que antes detinham. O CDS. sabio-o € quis, a tempo, impedir a vitéria da APU. © PS, primeiro, e 0 PSD, depois, nao quiseram por seu turno, contrariar, de modo consequente, as.am- bicdes de dominio da APU. Os resultados estdo a vista: 0s comunistas da APU ganharom... 0 PSD, tal como © PS, deve estar muito satisfeito. E 08 Portugueses? E Portugal? SERVICO DE PROPAGANDA E EDITORIAL — LARGO DO CALDAS, 5 — LISBOA — TELEF. 861019 Tiragem : 200,000 exemplares

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