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ANTROPOLOGIA & DIREITO temas antropolégicos ASSOCIAGHO BREASILEIRY Dz aNTROFOLOGIA sb para estudos juridicos i COORDENAGAO CERAL Catlos de Souza Lima COORDENAGAO Dos EIxos TEMATICOS Adriana de Resende Barreto Vianna Ana Licia Pastore Schritemeyer as z Claudis Fonsece Bliane Cantarino O'Dwyer Matia Luiza Hellborn Sérgio Carrara LACED at Se mee fon Bae & Gi ANTROPOLOGIA JUR{DICA ELABORAR UM TEXTO DE ANTROPOLOGIA para umt mente, destine-se a ser Ido por p: delogo me parece, e ainda me parece, um empreendimento dealto $0 Porquea nossa tradicao, cepecifcas no que tang 20 sistema de produgto e reprodugac do saber; prea pedegégzese processos d= socidliagio sional do diteto eno seu campo de saber acadé que s&e andloges quelas do embate judiciério e ainda subordi Trata-se de uma técnica escolés- ‘medieval, cujecaracteritica mais importante, ent nosso cam, é ‘oposicdo entre teses, necessariamente con rvencéo de uma terce 2 ctiagdo de uma infnita traditGrias, que s6se resolve ade extéma A dispute e ds partes, e que ser sabilza pela escola de uina das esis qu pte, pe. io nota, certamente, ae essa técnica no se identiice, nem st confunde com o principio do centr 10 principio do contrat égaretido na Constzugso da Repti : Jguais perante «lei sem ditngic de brasieiros e' 20s estangezos >» processo de construcao da ver- igbes judictéries e académicas, como a se choca com 2s formas contemporaneas de produgao da ¢ da verdade cientifca, fandamentadas num proces ‘slo consensual de fatos, sobre os quais se fazer in 3 adversdrias, €e scordo com certas regras preestabelecidas dicidriaescolistica, pois nada pode ser fo, at€ os chamados fatos S30 objeto de con- antigo dito popular e brocardo jurfaico pavtugués que define a atividade de proctgéo da verdade como uma ‘apuragio da verdade des fatos” No aso do conhecmento cient “mento co, procede-se por uma pro- strusdo de consensos sucessvos que define fatos, até que uma revolugdo que produza uma nova e distinta i tanio, mesmo assim, esse etpretacao vem néo de uma autorida- fea extingio da + processo de desafio a sua in Ge — qua, no caso do contr ndores, que str que seus ergumentos sio mais convincentes € do argumento, endo 0 argumento de au © des.inc da disputa. Em face dessa precariedade que sao fontes controversas opinides doutrinérias a sérem instramien- 8 propriedade, nos termos seguia jc on adi 35 5 avtaorococis « ointero izadas de acordo com as necessidades espectticas dos atores do cempo num dado mnemento, Bssa“manualizazio” como que conzela e conhecimento no tempo e no espaco, eimpede o raciocinio a ¢ reflexivo, ocultendo, no mais das vezes, a autoria, a histria ¢ ra2Ges das dissidércias ¢ das escolhs ef acomodidede do itor (K Em tal contexta, relevante & 0 papel que « pesquisa emp! sume ne producio do conhecimento nas ciénci Por oposi¢fo aque'e que tem na producéo do conhecimento j co. Na antropologia, em especial, o combecimento € construtdo p intetlocugio com cs atoves que par mesmos coprodutcres desse conhecimento eientifico. Jé-no campo juridico, em que as verdades so reveladas e, até mesmo, reificadas, como 60 caso da “verdade real’ & empiria néo tem papel relevante,a ‘do ser para confirnar o que jf se sabe, Promover a pesquisa en:pi- rica no campo das prticasj ‘stéo presen- no qual 2 pritica dos atores 40 distinta deqiela explicitamente ‘Proposta pelos livres ¢ ensinada nos cursos juridicos (Lima, 1936, 1995, 2008). Essa breve introducao seria desnecesicia, no fossemn,aa jores cbsticulos epistemolégi micos de diveito eos académicas ciassociais. Essa distonia cognitiva de ambas as partes, par assim dizer, tem impedido, de maneira sstemética, ‘fo produtiva entre as dois carnpos, uma vez que os atgurmentos dis citncias sociais, quando apropriados pela ldgica do contredit6r.o, deixam de ser argumentos de credbilidade centifia - verbetes, por exemplo ~¢ se tornam parte de uma disputati, a ser resolvida por uma autoridede situnda extermnaunente, acima dos contendorés e su: ostamente dotada ce livre convencimento motivado (Mendes, 201 Actescem-se a esas dificuldades as representegdes e 0 preconceites procos entre as duas éreas no Brasil: durante mufto tempo, «s anernoroLocia 1ustaica 5 37 \cias sociais viram o direito como uma decorréneia do aparelho de Estado, e no coma um aspecto notmativo da sociedade. Por 01- tro lado, o direito enxergou as cigncias socizis como um campo de critica ideolégica sistematica ao status quo, como se fosse possivel sociedade viver sem normas, De qualquer forma, amibas as posta- ras eram representagbes do outro comio “extemno” as relagies sociais ‘empirices, como se omundo das normas e o da ciéncia nao fosser apenas modos de vida possiveis, entre muitos outros, em nossa sociz- dade (Lima e, Varela 2001; Lima, 200: Note-se entéo qu, no direito brasileiro, a legitimidade da auto- ridade pela qual se reiolve o que € certo ¢ é errado, o que é ou niéo a verdade dos fatos, 0 que ficou e no ficou provado, reside num s10- mento anterior, no sujeito & disputa e definido pela posigio de po- der ocupada pela tercsira parte na hierarquia do campo jurfdico. tituci io acedémico, Alguém poderia encontrar semelhangas centre esse sistema judiciério e, por exemplo, o sistema académico da cétedra, em que 0 catedratico, do alto de sua autoridade, dispunha © que se podia ou nap transmitir por meio de seus professores repe- tidores. O catedrético, porém, também estava submetido, salvo raras ‘excesSes, a0 sistema Lierérquico acedémico do qual fazia parte e 20 qual devia prestar contas, Quer dizer, além de ser um emprego vite~ a cétedra era urra posicZo num campo de disputas, razZo pela qual havia estratificagéo dos catedrdticos entre os bons ¢ os ruins Ros Seuss respectivos campos, ¢ @ dindmica de cada campo ditava as classificagdes dos proissionais, de acorco com 2 consisténcia co: ‘que acompanhavam, ou nfo, o ritmo de produgdo e produtividade do campo, Ora, no campo juridico brasileiro, além dessa preveléncia de légica do contraditério medieval, operou-se outra grande transfor ‘Widgfo. A tradicéo' da tiVl Law, como mencionam vitios estudiosce, caracteriza-se por uma separagao de funcées ideelmente concet ss termos: 0 papel do Legislativo é a elaboracio das leis, do judicisrio, quando provocado, « sus interpretacéo, e 0 do Execu- tivo, a sue execugdo, Ness sistema, dcupa preeminéncia a figura da 385 Avtnopolocta & ataziro jaists, um académico voltado para a refiexio dos problemas fitos6- ficos, sociolégicos ¢ normativos do direito que estruturam cs pti cfpios que ee vio refletir nZ0 86 nas leis eleboredes, como também na jurisprudéncia fruto de sua interpretegao. Bm tal tradigdo o ristas seriam, em dltime andlise, pela sua sabed distanciamento das causes em disput, os verdadeivos guardites do saber juridico (Gerapon & Papadopoulos, 2003; Merryman & Pérez- “Perdomo, 2097, corre que, pelas n no Brasil st efestaram de seu compro pesquisedoresj dos professoresdas faculdades de di de profissionais que déo aul, quer dizer, de agentes do campo acumulem suasfungSes piblicas come misséo de reproduzir o saber juridico, Ora, ozorte também que, por uma série de circunstincias, 2 profisséo de professor deteriorowse, econdmice ¢ socialmenté, perdendo stazus nos tltimos anos, o que acarrétbu.umacuriose in- campo do direito, em que as remuneraybes do mercado piblice sto consideravelmente mais elevadas do que as de 2ro‘e sor: 05 estudanies de direito precisam formar-se para concorrer no mercado de trabalho, mas, na vetdade, em sua esmagedora naiotia querem adquir um saber instrumental que lhes permite a aprové- #0 num concaso piiblico que Thes reada selatio competi com seu investment, Essasduas crcunstinclas reunidas provocaramuma cclonizagio das faculdades de dizeito pelo campo profissional — em espedal,pe- los Funcionérios piblicos desse campo ~e seus interessesespecifcos inclusive absortendo as oposigdes profisionais do campo et ve calizacdo prépra do mesma em tetmos de reservas de poder 2 auto- ridade legitima (defensozes piblicos, promotores, jutzes, desembar- adores, ministos).Jsso vern se refer, portanto, ma dificuldade que (os atores propriamente universitrios (professores estudantes) tém em dedicar-seaum empreendimento proptiamente centico,basea- oem produgio de pesquisa e agregacio de conhecimento novo. is variades vazbes,as faculdades de & sso de abrigar prot avrnozoLocta yuniorca 5 39 Minha experiéncta, entetento, tem demonstrado que esse qua- dro nao é t50 desesperador quanto parece: professores alunos pocem engafar-se em atividedes da produsio do saber cientfico, carapos e cade vez mais nec do dire suas preocupagBes eo fuer parte de sua atividade, O que tenho irsistido em propor € que nossa tradicio no desdobrada em duas grandes tra -man, 1983, 2003; Gerapon & 1um processo de mundializagao 9 jridico uma imposigo de mercado (Garapon & Papadoposdos, 2003; Amorim, Lima & Burgos, 2003; Amorim, Lima & Mendes, 2005). Com lentifiacao de dois “modelos para rendorres duas tradigoes, que se ref também pare a formacéo dos profis- ee opologia do di modelos também se sole social dispontveis. mosses sociedades. ito e da entropologia do pata entao procura i queda para o pape! que a entropologie pode desemg { trugdo do conhecine do aqui sminhas preocupacdes, Nesse periodo, testo insistido em algumas questées elevertss no contexio da antropologia e do ficaco modelos juricos pare (G: com esse campo. Nos idos de 1975, quando cursava.@ mestrado no Programa de Antrcpologia Social do Museu Nacional, mex orierte~ dor Roberto DeMatta, na époce também coordenador do programa, me uma tirefa: eu deveria me itante Robert Shitley, que, con n curso em antropologia do diteito no qual nenhum alvino se matriculara, Como eu ere formado em dirtito, mew orientacor achou que'o assunto seria de meu intecesse. Na ocasiéo, expliquei- The que eutinhe passedo a est ologia exatemente porque nao desejava mais envolver como le social, por meio do exame d6 material fico colhido em diversas ocasies, qui e um ponto de vista comparativo, como ¢ préprio de certa antropologia contemportna, Ness tts, em muito colaboteram coiegase pac= isa (Cardoso de Oliveira, 2003; Lims, 2004; bem como alunos (Leite, 2003; Ferreira, do campo eaconstugéo de ume , 2008; Baptista, 2008; ‘o saudoso Robert Shitley, 2, Filbauin 42g awrauronocu.e i Og kévtororocix A ptoximidade com.a literatura antropolégica sobre o direita aeabou por produsir futos (Lime, 985,986), mas, pare se ter ideia da dificuldede de instiucionalizagio desse campo 1a antropologia asileira, foi somente na reunigo da Associagdo Brasileira de An- tro de 1996, em Salvador, ne Behia, que o grupo de trabs- tiledo “O offcio da Justica’, constituido e cootdenado por tiva de Luiz de' Castro Faria, com o meu auxiio e o de Lana Lage da Gama Lima, fee com queo tema fosse formalmente acolhido, Acredito que essa dificuldade, sem, divida parcialmente associeds & a entte a postura reflexiva da entropologia social ea postura almente normétiva ¢ instrumental do dizeito em face dos dilemes da sociedade brasilete, ecentuava-se pela proptia repre tego que esta tem do se essemelha 2quela dos pafees em que vigora a civil ou seja, em que ¢ presenca do diteito estéfortermente sssociada & presenca do Estado, ou melhor, da legislagdo positiva ¢ tudo, codificada, nio vale, nao tem forsa pata se impo: diz Garapon, da rule by Law (Garapon t Papadopou- los, 2093), do governo pela lei. Por que, entdo, num campo extrema- comprometido com resultados ¢ tempo com um estudo tao teérico e in pele antropologia? Por outro lado, por q reocupat em dislogar com os port vulzedores de ideologias no poder? natrério, na common Lava tradi¢So, tanto da antropologia— 2 Jural Anthropology — quanto do direito, érepresentar 9 campo jutt- ico como elgo que se ccnsttui dentro da soc itia 2 antropologia se ‘voves da dominacSo estatal, di- ncia na articulagdo com 0s fendmends sociais por ele regulados. A perspective equi, portasto,éa de que o Bstado eo dreita sao parte a sociedadte, e nfo a de que 42 5 avrsonoLosia e pinsito E caractorlstisa dessa tltima verséo das relagdes entre a sccieda- dee o dirtto a cefinigao de que partiv nosso colega Shelton Davis em seu texto pioaeiro sobre o tema no Brasil: ‘A im de escarecer 0 problema no qual nossos autores estZ0 interessados, comecemos por unte stie de proposicoes sim- ples sobre as quais os antropélogos estfo de acardo:-a) em ode sod regras ou c6cigos entre osh fe existe um corpo de categoris cul 1 definem os direitos e devese le juvidices sio seafirmadese/ou tedefinidas (Davis.a973:10). de que nfo s6 os ant glo-amercinos, Ora, ébem verdade que no s6 0s antropélogos an ee, estes, sees inetlca, deede os bancos escolares, quo direto re ¢ defintvaman, oo no para ain inion plaretcuso confit inzitves decorents da ersten dregs, esmperepedarasocilade, recone postmen edo ds hhacmonia do qual foi arranceda pelo coafito. ese ado deharinonia que se consttui em seu estado oviginal. Iso implica qe no tem por fralidade administra, nem mesmo saver ‘mas ectingui-los ~ ou aos seus causadores -, muta vezes simplesmene por esa devoluto®scindade, 6 ent paeremet- te plcada. Bie movinento pacar fo auibudo A pesengs de pespecins loses o dito nes narmas sci em uP loaning ora perspective cide, qu enftize aarmonia oF 2s ja €ufase €0 conflto, Autores tanto do campo do dircito (Berman, 2003, 2006; Garapon & Papadopoulos, 2003) gear tocar po da antropologia (Nader, 1990, 1983, 1996) t8m chamado a etencao joteoratagia junloica 5 42 a ss hem sempre expla egies ete religitoe dito ma sécitdade ocidenal, que conformem disntas exrateiase na de administeeczo insttuct ae especial na sociedade bras 5__Tilveepor cause dss a anrepologia do ditto apresente maior Aesenvolviento, maior Iegitimidade e maior espaga instituconel inclusive desdobrando-se em Anthropology of Lan i ressem erm ela Legal Anthropology, uma reflexzo sistemtica suas diferentes manifestagdes Por outta epolegy of Lavy, ao se constitar num estudo comparati- ectencentes @ difecentes cultures e sociedades, ue gene status de importante locus pata ¢ compre. 'mienos produzidos pelo neocalonialismo e pelos adializagao que contcastam referéncias locaise gl! emergem dos textos conteastes entre os siste- s Vezes acultos por deficiénctas td mecanismos de comperasio sistemStica, tao bem explicitsdos per nossos autores (Davis, 1979: 25-56; 101~ 1), Iso ¢ ainda mais relevante quando sabemos que antropologia juridica foi recentemente introduzida o currlculo das facaldades de direito como disciplina soetptc embora seje. uo eacia de profissionais qual : ida mais se levadas em conta certas pos 44g ssteosoiocia # nuxzito acontece, por exemplo, com a apressada tradugio e comsti- tas, de uma garentia constitucional bog ‘tuclonelizacéo, por nossos, ‘considerade por eles um do: dessa claus, caracteristca do sistema ang 2 alguns paradoxos que ajudam 2 entender a corm estas nda fossem lidase representadas confocme a cultura juridica iro € quea instituigdo brasileira nda € um due processof institugfo jurtica-poltice dos Estados Unidos é urna divida do Estedo pats com o acusedolcidadao era razto de sua condi- fo de cidadao, Lancar mto desse processo devido pelo Estado 6p opgio dele. Emoutras palavras o processa judicial édevido (de) pelo Estado ao cidado ecusado, em fingéo da presunglo de inocén- em condig6es esipuladas pela quinta e pela sexta emendas coas-" ucionais dos Estados Unidos. Essas incluem, entre outros, o direito tum speedy tril, ur j to 1épido, que nZo existe em nosso tis- Igamentos obrigatdrios ternporelidede propria, pelos ptazos metafsi:os dos cédigs de processo. Outra carecteris € que, nfo havendo no processo nem exclesionary rul closto das evidénciaslevadas a julzo)~ salvo, desde a Co sem bierarguia de p:oves, que tornem consensus, no processo, 05 {atos provados eaqueles que néo 0 foram, dentro de um procedimen- to progressive e sequencial — evidence, fact proof- tudo, literalmerte, ‘em fungZo das garentas constitucionais da ampla defesae do pr do contraditério, pode sex alegado ern defese ou em acusac. ANTROFOLOGIA TURIDICA 5 45 Esse método de produgio de vetdade juridica produz uma para- indiios, tanto maisacupla, quanto mais abundantes 30s do scusedo e dos acusadores. Por outro lado, 20 cionalmente 20 acusado o direto de ndo se au: dita pelo 1éu em sua defesa, 0 a possibiidade de fazé-lo apenss por falsidade de declaragio de voha, que € 0 aime de, de que foi acusado; calar-se e. : fo de cu pabilidade, pois quem cala, consente; Beet or Esta ira contrapor-seacuela que extédotada def pblica eco 4 razio para a dentinda efetivada pelo Ministétio Péblico, fcanda io, com a mares da falsideds, que & to a ele quar x ih outas poms ouster oust clateoumincntuctee O processo, desde suas “doutrinas’, a préticas, surge, assim, ccmo um dos la Que se identifiquem asa:ticulagSes entre as orientacSes paradaxais que 105 processos de producto da verdade juridica recebem em nosso direi- 10,0783 da socies rocessual sera préticas, € as procedimentas processus, em especiais as cartoraras, ca 2" esti completamente implicit, neturalizade e inatingiel pele Fo de sts operadores. Esse, como se pode facilmente infeir,€ toridade, que , manifestands, explictament 48 5 anraopotocta e pintsra sistema brasileiro atualiza as gerantias do acusado no devido process Tegal como urna imposiggo subordinada &s gaventias do Es- tedo, indispontveis co cidadao, portanto, para apucar a verdade dos {fotos e atcibuir culpa e response tender a garantia de direito ao processo acaba por retirar da lei teu caréter eminentemente definidor e garaitidor dos dieltos civis,eda jade. Tal representaggo juridic to processual se justifica pela pretensa promocko de une a 20s segmentos inferiorizados e debilitados da sacie- cidapelo Estado, que tem 2 funcio de compenset as desiguelds sama sociedade de de- sigues,na qual estéautoencarregedo de manter a oxdeme aisegura co cumprimento da ei (Almeida Jiinior, 190 "A consequlncia mais prética disso € que, enquanto.nos Estados Unidos quem esté"sendo processad” exigiu seu dlreito a0 procesb do Estado por nfo aceitar as acusactes feitas contra ele ¢ cesafia oy" governo e prover sta culps, no Brasil quem é processado € ofc] presumidamente —embora néo legalmente ~ culpado, pols a aivi- ede da defesa étrdalhar para prover ¢ inocéncia do acusedo. Aele garante-se apenas c dieite ao contraditbrio no processo,rnovido pela 2020 exercicio do principio do cont ‘0 de um proces, como na tradigdo adveiséria do due proces of, sm decorréncia da presungio de inocéncia, a acussyio € que deve provara culpa do xéo, jf que e diivida trabalhe em sea beneficio: 6 pode ter condenado, se sua culpa fcar provada aléra de uma divida razodtel (reasonable doukr). ‘Numa sociedace concébida como seiide composta de segmentos juvidicamente desiguais e complementares, decorse tornar-se ‘ma também 2 eplicagdo desiguel da lt aos mesmos, para que, com0 se costume arguir,ndo se cometam injustigas. Como consequéacia, ose exfatiza, no imbito do processo, a aplicecto urifor- iersal da ‘ei~ da mesma forme para todos e para cada um. anraoroLectA jualotca 5 47 -Afastamo-nos assim do cerne do processo social de intemlizeco da como getantidora de 20ssas opgbes no mercado, cujo resultado ispontvels para a im ialo pelos agentes do Bsiado, néo necessa: nteAqueles da sociedade, tendo o processoa fi com Estado, Thata-se do dizer um espa¢0 ‘todos devemn se engejar num como em République. Ore, se 0 caréter piblico de alguima coisa remete & sue vinculagi ‘que se impée nas coisas publi nde, portanto, que a obedincia & 1gativa no Brasil, sobr. 4B 5 avrnororoans & pinerro dade de cada um. Se nfo é aceita consensualmente como instrumen: to de protecdo de todes, a lei pode ser vista como arma de opressio to, so bastante comuns argumentos ia da lei e, paradoxalmente, de clamot pata que sua aplicagéo seja feta de forma severa 4s faltas ~ geralmente,elhelas — como imperativo'da construglo de ‘uma ordem social mais justa. Nao se cogita o desenvolvimento de aceitagdo da ei atuzis de con- justificativos da jencia por todos, de controle social. Bsa énfase, que em outros sistemas contempor 5m of chamades mecanismos preven nas segunda 0 vis jutidico,o parte deles por serem inrelevantes ou de nal texmnos jurfdicos ~ tecnicarnente inexisten tea lo catastoficos, como se depreende de pesq! 0 das stituigdes pe a administrarinstitucionalmente os confitos, o sistema deixa st administrasio para a linguagem do confrento pessoal, impondo-< como legitima a criances e adultos, que passam a reproduai-la em. sua prética cotidiana (Lima, Elbaum & Pi algemas questbes que podem serlevantedas, entre com ¢ aplicagio do método comperativo da antic- zadas no amt avrnorasoaia juniotca ¢ 49 al, Inclusive entre aqueles que se poderdo trazerluzaesse opeco univers, Bes quem Estado democritica dedirito preconiza Espeto que esta publicacio ea minha contribuigdo atinjam seu objetivo, enfim, no qual conconderias a respeito co que desejamos discordar. ROBERTO KANT DE LIMA REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS 50. 5 avraopotocid z pinetro seman Harold. (698) Direc ereolgt: formato da rai a pallo: Editor Unisines, 2006 (203) Law and Rev Tn: O pode sino Lshos: Dif Berra Bra 1989.20 ‘canDoso x ouiverea Li's Roberto (00a) Dirata legal en Eades Unidos. Ri ennatna, Marco Auli Goncalves (2009) proces gc: un est compara, Rio de Jenico: Lumen Jur ioustns, Luiz Eduardo do jr, Poco Alegee: Sergio Antonio antaopococta juaioica g 51

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