1 INTRODUÇÃO
Com o passar dos anos, vários paradigmas vem sendo quebrados e vencidos na Área
de Gestão de Pessoas que antes era chamada de Recursos Humanos, as mudanças ocorrem
uma vez que as pessoas não são recursos e as carreiras não têm fronteiras.
No Brasil, até meados do século passado o foco era apenas na preocupação em
distribuir funções. Posteriormente nos anos 80 com a tendência de adequação à Qualidade
Total, o RH direcionou para as negociações sindicais e a produtividade. O desenho de Planos
de cargos e salários e planos de carreira foram grandes avanços nessa época. Depois com o
Código do Consumidor e início das terceirizações, foi à vez dos profissionais encabeçarem
em reengenharia, remuneração variável e trabalho em equipe.
A estrutura de cargos e salários é condicionada pelo desenho organizacional em que
ela está contida. Os cargos e salários fazem parte integrante do formato estrutural da
organização. Se a estrutura organizacional é rígida e imutável, os cargos e salários também
serão fixos, permanentes e definidos, fechados, individualizados e delimitados. Se a estrutura
é flexível e adaptável, os cargos e salários também serão maleáveis, ajustáveis e abertos, com
elevado índice de interação com o ambiente que os circundam. Uma vez que as mudanças no
ambiente dos negócios se têm tornado radicais e ininterruptas, muitas organizações demoram
a adaptar seus modelos administrativos às novas realidades. Com isso, esse tipo de empresa
acaba tentando gerenciar situações novas e distintas com mecanismos burocráticos
tradicionais. E isso invariavelmente parece não funcionar.
No que tange ao perfil de pessoal, cada vez se torna mais importante a capacidade de
aprender, em contraposição à experiência ou ao domínio de técnicas consagradas, as situações
que enfrentamos e enfrentaremos, nos próximos anos, serão cada vez mais diferentes das
situações que vivenciamos no passado. Quer dizer, é cada vez mais crucial que as
organizações atraiam e retenham pessoas com alta capacidade de aprendizagem, em vez de
indivíduos com ampla experiência ou conhecimento de técnicas formalizadas. Hoje se procura
por diversidade e talento.
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2 DESENVOLVIMENTO
Desenho de cargos é o processo de organizar o trabalho através das tarefas que são
necessárias para desempenhar um cargo específico. O desenho de cargos envolve o conteúdo
do cargo, as qualificações do ocupante e as recompensas para cada cargo no sentido de
atender às necessidades dos empregados e da organização. Desenho de cargo é a informação
utilizada para estruturar e modificar os elementos, deveres e tarefas de determinados cargos.
Cada cargo exige certas competências do seu ocupante para que seja bem desempenhado.
Essas competências variam conforme o cargo, nível hierárquico e a área de atuação.
Elas exigem que o ocupante saiba lidar com recursos, relações interpessoais, informação,
sistemas e tecnologias em diferentes graus de intensidade. Pode-se supor que pela avaliação
de cargos é estabelecido um valor relativo a cada cargo, com vistas a construir uma hierarquia
entre os mesmos. Portanto, pelo processo de avaliação, os cargos são analisados e comparados
de maneira a colocá-los em uma ordem de importância. Além de ordenar os cargos, a
avaliação irá permitir o estabelecimento da estrutura salarial que, por sua vez, determinará
consistentemente os salários a serem pagos. Portanto, é através da avaliação de cargos que se
neutraliza o efeito de decisões arbitrárias para a determinação dos salários.
Definir um cargo significa definir quatro condições básicas:
1. O conjunto de tarefas ou atribuições que o ocupante deverá desempenhar (qual é o
conteúdo do cargo);
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É o sistema mais simples de avaliação de cargos. Por esse método os cargos são
hierarquizados de acordo com as dificuldades, responsabilidades e/ou requisitos. Os cargos
são comparados de uma forma global e a avaliação é, muitas vezes, influenciada pelos
salários que atualmente percebem os ocupantes. O método propicia duas formas de escalonar
os cargos: escalonamento simples e escalonamento por comparação binária.
Por este método, os cargos chave são comparados aos pares de tal sorte que cada cargo
em análise é comparado a outro, resultando em uma hierarquização.
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É uma sofisticação do escalonamento simples que, por também não ser um método
analítico, indicará que um cargo é mais importante do que outro em uma visão global, sem
apresentar as reais diferenças existentes em cada cargo.
Neste método são escolhidos fatores que constituirão os critérios para a avaliação.
Conforme a natureza dos cargos a serem avaliados, é escolhido um número reduzido de
fatores (cerca de 5). Refere-se a cinco fatores genéricos que serviriam para a avaliação dos
cargos: requisitos mentais, habilidades requeridas, esforço físico, condições de trabalho e
responsabilidades.
que se dava grande ênfase ao enfoque técnico, metodológico e normativo, e pouca atenção aos
fatores conjunturais e organizacionais.
Parece não haver dúvidas de que os administradores de salários devem abandonar a
fase de rigor tecnicista em favor da outra, da técnica possível e adaptável, que se caracteriza
ainda por exigir mais criatividade para encontrar alternativas diferenciadas de métodos e de
solução de problemas. Com isto se quer dizer que os princípios e métodos dos planos de
cargos e salários tradicionais continuam válidos, mas não representam agora a parte mais
importante da atividade. As palavras de ordem são: adequação, flexibilidade e oportunidade,
mantendo as bases técnicas.
Os administradores de salários devem incorporar novas “ferramentas” de trabalho para
que obtenham sucesso profissional, diante da nova realidade das organizações e do mundo.
habilidades exigidos. Em vez disto, levam em conta tempo de casa e aqueles fatores vagos e
subjetivos chamados de mérito ou desempenho, quase sempre fatores de comportamento ou
conduta, tais como dedicação, assiduidade, cooperação e outros.
por isso, impõe-se adequar a remuneração aos ciclos da economia e aos custos e resultados
das empresas.
Os programas de remuneração variável propiciam mais justiça em relação à contribuição
das pessoas e incentivam maior comprometimento e envolvimento delas com os resultados
das empresas.
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3 CONCLUSÃO
Podemos concluir que lidar com pessoas nas organizações é um papel muito
complicado, porém de extrema importância para um gestor. Cargos e salários são assuntos
discutidos a todo o momento nas mesmas e sua estrutura vária de uma para outra.
Para atender aos desafios da competitividade global, as organizações estão
enfrentando uma série de rupturas em seus paradigmas e se vêem obrigadas a implantar novos
modelos de gestão que privilegiem o desenvolvimento de seus talentos humanos. Assim, a
atual tendência das organizações aponta para um processo de administrar com as pessoas, ou
seja, gerir a organização juntamente com os colaboradores, considerando-os sujeitos ativos do
processo produtivo e decisório. No entanto, para administrar com essa premissa é
indispensável que tais colaboradores estejam satisfeitos com a organização e desempenhando
tarefas que estejam ajustadas ao seu perfil e sejam remunerados como merecem.
Cabe a organização a tarefa de se adequar ao processo de preparação do trabalhador,
do qual as organizações dependerão para atingir o novo padrão tecnológico imposto pela
concorrência. E para obter melhores resultados e ter sucesso, será preciso investir em
tecnologia, e, sobretudo no capital humano. Este capital nada mais é do que as pessoas que
ingressam, permanecem e participam da organização independente do nível hierárquico ou
tarefa que executam, elas trazem para a organização suas habilidades, conhecimentos,
atitudes, comportamentos e percepções.
Enfim, atualmente, empresas menos organizada deixam as carreiras de seus
colaboradores ao acaso, pois muitos trabalhadores estão em posições qualificadas ou semi-
qualificadas e não conseguem visualizar qualquer perspectiva de carreira, encarando suas
posições como definidas. Isto geralmente ocorre em funções cujo trabalho é repetitivo,
aborrecido e que não apresenta qualquer desafio. Assim, o principal intuito da elaboração do
Plano de Cargos e salários é de propiciar justiça e equidade interna e principalmente visão de
futuro para o colaborador, fazendo com que este fique motivado para crescer e desenvolver-se
profissionalmente, buscando assim o sucesso também para a organização.
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4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CASTRO, Alfredo Pires et al. Manual de Gestão de Pessoas e Equipes. 2. ed. São Paulo:
Gente, 2002.
GIL, Antonio Carlos. Administração de Recursos Humanos. São Paulo: Atlas, 1994.
PONTES, Benedito Rodrigues. Administração de Cargos e Salários. 7. ed. São Paulo: LTR,
1998.