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Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! Aula 02 ~ Processo Administrative Federale Atos Administrativos Prof. Fabiano Pereira CLEP Wee Uno.) ola! Na aula de hoje abordaremos dois t6picos distintos no ambito do Direito Administrativo: Lei 9.784/1999 (Processo Administrativo Federal) e Atos Administrativos. Em relagéo aos atos administrativos, aconselho que vocé conceda atencio especial aos requisitos, anulacdo e revogacSo, pois sao temas muito cobrados em provas! No mais, estou a sua disposig&o no férum de duvidas. Bons estudos! Fabiano Pereira FACEBOOK: WWW. facebook.com.br/fabianopereiraprofessor www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! Aula 02 ~ Pi Administrativo Federal e Atos Administrativos SUN fe) ROCESSO ADMINISTRATIVO FEDERAL (LEI 9.784/99) 1. As diversas denominagées da expressdo “processo”’, 03 2. Conceito .. 04 3. Abrangéncia da Lei 9.784/99 ... 05 4. Principios inerentes ao processo administrativo federal ... 05 4.1. Principio da legalidade objetiva . 06 4.2. Principio da oficialidade .. 06 4.3. Principio do informalismo 06 4.4. Principio da “verdade material” ou “verdade real” ...... 07 4.5. Principios do contraditério e da ampla defesa . 08. 5. Objeto ... 08 6. Principios expressos .. 09 7. Critérios a serem observados nos processos administrativos .. 15 8. Dos direitos e deveres do administrados .... 16 9, Da competéncia .. 17 10. Dos impedimentos e da suspeicao .. 19 11. Fases do processo administrativo 20 12. Da desisténcia e outros casos de extingdo do processo .. 23 13. Do recurso administrativo e da reviséo 24 14. Dos prazos .. 28 15. Resumo de Véspera de Prova ... 29 16. Questées comentadas . 31 17. ATOS ADMINISTRATIVOS .... 46 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 2 6) Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! ae ‘Aula 02 Processo Administrative Federal e Atos Administrativos ros concuasos Prof. Fabiano Pereira 1. As diversas denominagées da expresso “processo” A expresso “processo” representa um conjunto /égico e seqdencial de fatos e procedimentos adotados para se atingir um determinado objetivo. Em regra, essa express&o € utilizada para referir-se ao processo judicial, mas é importante destacar que varias séo as classificagdes para a expresséio “processo”, que representa um género: 1.1, Processo judicial: trata-se do instrumento pelo qual o juiz exerce o seu poder jurisdicional (de aplicar o direito ao caso em concreto), decidindo um possivel conflito existente entre as partes que participam do processo. 1.2. Processo legislative: é composto pelo conjunto de regras constitucionais e legais que devem ser obedecidas pelo legislador ao elaborar as leis. 1.3. Processo ad rativo: pode ser entendido como © conjunto sequencial de atos administrativos necessarios a produzir uma deciséo referente a um conflito de natureza admi rativa. Como o foco da nossa aula é estudar as normas gerais sobre o processo administrative federal, iremos nos restringir a essa ultima espécie de processo, que esta prevista na Lei 9.784/99. Atengo: é importante que vocé saiba que a prépria expresso “processo administrative” possui diversas espécies, que, frequentemente sao encontradas em provas de concursos. A professora Maria Sylvia Zanella di Pietro nos informa que, na linguagem corrente, a expresséio processo administrativo é utilizada em varios sentidos diferentes: 1. num primeiro sentido, designa 0 conjunto de papéis e documentos organizados numa pasta e referentes a um dado assunto de interesse do funciondrio ou da administracéo; 2. 6 ainda usado como sinénimo de processo disciplinar, pelo qual se apuram as infragdes administrativas e se punem os infratores; nesse sentido & empregado no artigo 41, § 1, da Constitui¢éo Federal, quando diz que o servidor publico estével sé perderd o cargo em virtude de sentenga judicial transitada em julgado ou mediante proceso administrativo em que Ihe seja assegurada ampla defesa. Esse tipo de processo é conhecido por "PAD" no meio juridico. 3. em sentido mais amplo, designa o conjunto de atos coordenados para a solucao de uma controvérsia no Ambito administrativo; www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 3 Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! Orit Aula 02 ~ Process Administrative Federal e Atos Administat Ses oncunsos Prot Fabiano 4. como nem todo processo administrativo envolve controveérsia, também se pode falar em sentido ainda mais amplo, de modo a abranger a série de atos preparatérios de uma decisao final da Administracao. A Lei 9.784/99, conforme destaquei anteriormente, estabelece normas basicas e gerais sobre o processo administrativo no ambito da Administragdo Federal direta e indireta, visando, em especial, 4 protegéio dos direitos dos administrados e ao melhor cumprimento dos fins da Administrac&o. Assim, os processos administrativos especificos, a exemplo do Processo Administrative Disciplinar - PAD, 0 Processo Administrative Federal de Determinacéo e Exigéncia de Créditos Tributdrios - PAF, entre outros, continuar&o a reger-se por normas préprias, aplicando-se-lhes apenas subsidiariamente os preceitos da Lei 9.784/99. Processo Administrativo Disciplinar - PAD, quando instaurado na esfera federal, por exemplo, serd regulamentado pela Lei 8.112/90. Por outro lado, o Processo Administrativo Federal de Determinacio 2 Exigéncia de Créditos Tributarios ~ PAF, seré regulamentado pelo Decreto 70.235/72. ‘@ caiu na proval No concurso publico para o cargo de Analista em C&T do INCa, realizado em 2010, o CESPE considerou correta a seguinte assertiva: "O processo administrativo estabelece uma relacao bilateral, de um lado 0 administrado, que deduz uma pretensao, e de outro a administracao, que, quando decide, nao age como um terceiro, estranho a controvérsia, mas como parte”. 2. Conceito saudoso professor Didgenes Gasparini apresenta um conceito bastante completo sobre processo administrative, a0 defini-lo como o “conjunto de medidas juridicas e materiais praticadas com certa ordem e cronologia, necessdrias ao registro dos atos da Administracéo Publica, ao controle do comportamento dos administrados e de seus servidores, a compatibilizar, no exercicio do poder de policia, os interesses publico e privado, a punir seus servidores e terceiros, a resolver controvérsias administrativas e a outorgar direitos a terceiros”. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 4 Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! ‘Aula 02 Processo Administrative Federal e Atos Administrativos Prof. Fabiano Pereira 3. Abrangéncia da Lei 9.784/99 A Lei 9.784/99, que estabelece normas basicas sobre 0 processo administrative no Ambito da Administragdo Federal, alcanca tanto as entidades da Administragio Direta (Unido e seus respectivos érg&os), quanto as entidades da Administrag&o Indireta (autarquias, fundagdes publicas, empresas ptiblicas e sociedades de economia mista). Lembre-se de que a Lei do processo administrativo federal néo se restringe ao Poder Executivo, pois abrange também os poderes Legislativo € Judiciério, bem como o Ministério Ptiblico da Uniao e o Tribunal de Contas da Uni&o, quando estiverem exercendo fungao administrativa. Pergunta: professor, a Lei 9.784/99 também seré obrigatéria para os processos administrativos instaurados no ambito dos Estados, Distrito Federal ¢ Municipios? Em regra, nao. As entidades politicas possuem competéncia legislativa para criarem as suas préprias legislagdes sobre processo administrativo. No Estado de Sao Paulo, por exemplo, vigora a Lei Estadual 10.177, publicada em 30 de dezembro de 1998. Da mesma forma, no Estado de Minas Gerais vigora outra Lei Estadual, a de n° 14.184, editada em 30 de janeiro de 2002. Apesar dos Estados, DF e Municipios possuirem competéncia para legislar sobre o tema, ndo existe proibicéio a que a Lei 9.784/99 seja utilizada em Ambito municipal ou estadual, por exemplo, enquanto a respectiva legislacéo local néo seja criada. 4. Principios inerentes ao processo administrativo federal © professor Hely Lopes Meirelles destaca que sao cinco os principios inerentes aos processos administrativos no Ambito federal, a saber: 4.1. Principio da legalidade objetiva © principio da legalidade objetiva impée a obrigatoriedade de que o processo administrative se desenvolva nos termos da lei, cumprindo-se fielmente a sua finalidade. Ocorrendo qualquer violag&o ao texto legal, o processo administrativo, consequentemente, deverd ser declarado nulo. 4.2. Principio da oficialidade www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 5 6) Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externa/TCU — 201 ae ‘Aula 02 Processo Administrative Federal e Atos Administrativos ros concuasos Prof. Fabiano Pereira Esse principio imp3e & Administragéo o dever de dar andamento automético ao processo administrativo, independentemente da manifestacdo do administrado. Também € conhecido como “principio da impulséo de oficio” ou “principio do impulso oficial”. E interessante destacar que, contrariamente ao que ocorre no Poder Judicidrio, que deve ser provocado pelo interessado a fim de que possa tomar alguma providéncia, no Ambito administrative a propria Administragéo se encarrega de adotar as providéncias necessérias para garantir o andamento e a conclusio do processo. A oficialidade se revela na instauracéo, na instrug&o, na deciséo e na eventual revisdo de decisdes tomadas nos processos administrativos © caiu na prove Para responder as questées do CESPE: O processo administrativo pode ser instaurado de oficio, por iniciativa da administraco, ou a pedido do interessado. Caso instaurado a pedido deste, seré vedado 4 administracéo impulsionar e instruir 0 processo, em ateng&o ao principio da oficialidade (Analista em C&T Junior - Direito/INCA 2010/CESPE). Assertiva considerada incorreta pela banca. 4.3. Principio do informalismo © processo administrativo caracteriza-se pelo _informalismo, dispensando a solenidade e 0 rigor exacerbado na edig&o de seus atos. E claro que n&o é possivel exagerar no informalismo, pois é necessdrio garantir a confianga e a credibilidade do processo administrative. Assim, a lei poderé estabelecer uma maior rigidez para a pratica de alguns atos, cominando a respectiva nulidade em caso de sua inobservancia. Como © administrado nao esta obrigado a contratar um advogado para atuar em processo administrative, o principio do informalismo apresenta-se como essencial e de extrema relevancia, permitindo que qualquer pessoa possa acessa-lo e praticar os atos necessdrios ao seu desenvolvimento e conclusao. 4.4. Principio da “verdade materi ou “verdade real” Nos processos administrativos, a Administragdo deve sempre buscar a realidade dos fatos. Nesse sentido, deve adotar todas as providéncias que se fizerem necessdrias para esclarecer, com exatidéo, 0 que realmente ocorreu. Para isso 0 processo administrative é instaurado. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! Orit Aula 02 ~ Process Administrative Federal e Atos Administat Ses oncunsos Prot Fabiano A professora Odete Medauar nos ensina que, como consequéncia do principio da verdade real ou material, "a Administragdo deve tomar decis6es com base nos fatos tais como se apresentam na realidade, nao se satisfazendo com a verso oferecida pelos sujeitos. Para tanto, tem o direito e o dever de carrear para 0 expediente todos os dados, informagées, documentos a respeito da matéria tratada, sem estar jungida aos aspectos suscitados pelos sujeitos”. Pergunta: professor, verdade material é 0 mesmo que verdade formal? Nao. Fique bastante atento a essa diferenga, pois, frequentemente, ela é objeto de concursos. A verdade formal, que se objetiva nos processos judiciais (com exceg&o dos criminais), caracteriza-se por n&o representar a realidade dos fatos. Para decidir um conflito que Ihe foi apresentado, o juiz esté restrito as provas que foram apresentadas pelas partes e que esto no processo, nao podendo se referir a fatos ou documentos de que teve ciéncia “fora” do processo. Para que fique mais facil o entendimento, basta que vocé se lembre de que ao ser citado para responder a uma aco judicial, o acusado sera advertido de que “no sendo contestada a agdo, se presumiréo aceitos pelo réu, como verdadeiros, os fatos articulados pelo autor" (artigo 285 do Cédigo de Processo Civil). Exemplo: caso JOAO ingresse com uma ac&o judicial em face de PEDRO, alegando que ele Ihe deve a quantia de R$ 500,00 por um servico prestado e ndo pago, PEDRO tera que apresentar a sua contestagao (defesa) no processo, mesmo que a cobranca seja absurda (sequer conhece Jodo, por exemplo), pois, caso contrario, presumir-se-do verdadeiros os fatos alegados por Joao. Assim, por mais mentirosa e absurda que possa parecer tal cobranga, se JOAO néo se defender, apresentando os seus argumentos, ela sera considerada verdadeira. Eis a verdade formal, que nao corresponde & realidade dos fatos. No concurso piiblico para o cargo de Analista Judi do TRE/MS, realizado em 2013, 0 CESPE elaborou a seguinte questéo sobre o tema: www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 7 Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! Orit Aula 02 ~ Process Administrative Federal e Atos Administat Ses oncunsos Prot Fabiano @ caiu na prova (CESPE/Analista Judicidrio - TRE MS/2013) No processo administrativo, a administragéo ptiblica tem o poder- dever de produzir provas com o fim de atingir a verdade dos fatos, néo devendo, por isso, ficar restrita ao que as partes demonstrarem no procedimento. Esse pressuposto, conforme a doutrina pertinente, refere-se ao principio da a) da gratuidade. b) oficialidade. ©) lealdade e boa-fé. ) do informalismo. e) da verdade material. Gabarito: Letra "e”. 4.5. Principios do contraditério e da ampla defesa Os principios do contraditério e da ampla defesa esto expressamente previstos no inciso LV do artigo 5° da Constituicéo Federal de 1988, que assim declara: "LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral so assegurados 0 contraditério e ampla defesa, com 0s meios e recursos a ela inerentes”. 0 principio da ampla defesa, de uma forma bem resumida, assegura ao acusado a prerrogativa de valer-se de todos os meios existentes para provar a sua inocéncia, desde que licitos. Por outro lado, o principio do contraditério impde.a obrigatoriedade de se garantir ao acusado a oportunidade de se manifestar sobre todos os fatos e acusacées a ele imputados, bem como o direito de contradizer um por um, caso entenda cabivel e necessério. 5. Objeto © processo administrativo ser utilizado no ambito da Administragdo Publica para tratar sobre os mais diversos temas. O professor Diégenes Gasparini, apresentando alguns exemplos, informa que podem versar sobre a padronizag&o de um bem, cuidar da investigacéio de um fato, visar a aplicacéo de uma pena, objetivar uma decisdo, encerrar uma dentincia, consubstanciar www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 8 Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! Orit Aula 02 ~ Process Administrative Federal e Atos Administat Ses oncunsos Prot Fabiano uma sugestéio, exigir um tribute, comprovar o exercicio do poder de policia, visar a apuracdo de certos fatos e a indicacéio dos respectivos autores. Afirma o citado professor que 0 objeto é, portanto, o tema versado no processo administrativo e esse pode ser qualquer um. 6. Principios expressos artigo 2° da Lei 9.784/99 apresenta um rol de principios que devem ser obrigatoriamente observados durante os processos administrativos federais, a saber: Principio da legalidade Principio da finalidade; Principio da motivacao; Principio da razoabilidade; Principio da proporcionalidade; Principio da moralidade; Principio da ampla defesa e do contraditério; Principio da seguranga juridica; Principio do interesse piiblico; e Principio da eficiéncia. Para responder as questées de prova, abordaremos, mais detalhadamente, alguns dos principios arrolados na Lei 9.784/99. CLR ERR KEK RK Para fins de concursos publics, entenda que o principio do interesse pablico impée para a Administragdo a obrigatoriedade de sempre almejar a satisfacdo do interesse piblico, 0 que Ihe assegura uma supremacia juridica em relac&o aos particulares. Como interesse piblico, podemos entender aquele que esta previsto na lei, 0 que nos remete ao principio da legalidade. Isso porque o interesse puiblico deve estar presente tanto no momento da edig&o da lei quanto no momento de sua execugio em concreto pela Administragéo. 6.1. Principio da Motivagao O principio da motivacéio impée & Administracéio Publica a obrigacéo de apresentar as razées de fato (o acontecimento, a circunstdncia real) e as razées de direito (0 dispositive legal) que a levaram a praticar determinado ato. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 9 Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! Orit Aula 02 ~ Process Administrative Federal e Atos Administat Ses oncunsos Prot Fabiano A necessidade geral de motivagdo dos atos administrativos no esté prevista expressamente no artigo 37 da Constituigéo Federal de 1988, mas consta no artigo 93, X (em relac&o aos atos administrativos editados pelo Poder Judiciério) e 129, § 4° (em relaco aos atos administrativos editados pelo Ministério Publico). Em termos gerais, 0 principio da motivagio pode ser considerado implicito, pois ndo existe previséo expressa na Constituigéo Federal de 1988 de que os atos editados pelo Poder Executive também devam ser motivados. E claro que se a Constituigo Federal impée a obrigatoriedade de motivagao dos atos administrativos do Poder Judicidrio e do Ministério Publico, implicitamente, também a estende aos atos editados pelo Poder Executivo, que € aquele que possui na edic&o de atos administrativos @ sua funcdo principal, tipica. A Lei 9.784/99, no inciso VII do artigo 2°, declara expressamente que nos processos administrativos federais serdo indicados os pressupostos de fato e de direito que determinarem a deciséo. Além disso, afirma no § 1° do artigo 50 que a motivacao deve ser explicita, clara _e congruente, podendo consistir_em declaracéo de concordancia com fundamentos de anteriores pareceres, informagées, decisées ropostas, que, neste caso, serdo parte integrante do ato, o que a doutrina convencionou chamar de motivacgo aliunde. Isso significa que, no momento de motivar um ato administrativo, o administrador poder invocar fundamentos que ja estejam em pareceres ou decisées anteriores, por exemplo. Assim, para concluir a motivago, basta que faca uma afirmagéo declarando que a motivago é a mesma constante da “decisdio Y”, “em anexo”, A imposic&éio de que a motivacdo seja explicita, clara e congruente deriva, dentre outros, dos principios do devido proceso legal, do contraditério e da ampla defesa. Para que o administrado ou mesmo os agentes piiblicos (nos casos em que estiverem respondendo a um processo administrativo, por exemplo) possam contestar ou defender-se dos atos administrativos praticados pela Administragéo, é necessario que tenham pleno conhecimento de seu contetido. Sendo assim, no momento de motivar 0 ato, o administrador no pode limitar-se a indicar 0 dispositivo legal que serviu de base para a sua edicdo. E essencial ainda que o administrador apresente, detalhadamente, todo o caminho que percorreu para chegar a tal concluséo, bem como 0 objetivo que deseja alcangar com a pratica do ato. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 10 6) Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externa/TCU — 201 ae ‘Aula 02 Processo Administrative Federal e Atos Administrativos ros concuasos Prof. Fabiano Pereira Agindo dessa maneira, o administrador estaré permitindo que os interessados possam exercer um controle efetivo sobre o ato praticado, que deve respeitar as diretrizes do Estado Democratico de Direito, o principio da legalidade, da razoabilidade, proporcionalidade, do devido processo legal, entre outros. Pergunta: Seré que todos os atos administrativos devem ser motivados? Diante do que escrevi até o momento, parece que sim, no é? Bem, para fins de concursos puiblicos, devemos ficar atentos a essa pergunta. Embora renomados professores como Didgenes Gasparini e Maria Sylvia Zanella Di Pietro, por exemplo, entendam que todos os atos administrativos devam ser motivados, sejam eles vinculados ou discriciondrios, é vélido destacar que existe uma exceco muito cobrada em concursos publicos: a nomeagéo e exoneragSo de servidores ocupantes de cargos em comisséo (cargos de confianga). No momento de nomear um cidad&o para ocupar cargo ptblico em comissao (aquele em que nao é necessério ser aprovado em concurso puiblico e que possui atribuigdes de direc&o, chefia e assessoramento, como o cargo de Secretario Municipal, por exemplo), a autoridade competente néo estd obrigada a apresentar os motivos, por escrito, que a levaram a optar pelo cidadao “a”, em vez do cidadao “b”. Da mesma forma, acontece na exoneracao. A autoridade competente nao esté obrigada a apresentar, por escrito, os motivos que a levaram a “dispensar” © ocupante do cargo em comisséo, independentemente de quais sejam. Sendo assim, como 0 nosso objetivo é ser aprovado em um concurso ptiblico, fique atento a essa exceg&o que comprova que nem todos os atos administrativos devem ser motivados. Por fim, n&o confunda o motivo do ato administrativo (que estudamos anteriormente) com a necessidade de motivacdo. O primeiro é a razo de fato e de direito que justificou a edicéo do ato. O segundo nada mais é que a exposic&o dos motivos, por escrito, detalhadamente. Exemplo: Imagine que o Departamento de Recursos Humanos de um determinado érg&o publico tenha solicitado ao servidor “X” a apresentagdo de algumas informages e documentos para proceder a atualizacdo de seus dados cadastrais. Contudo, apesar da solicitagio formal da Administracéo, imotivadamente, 0 servidor se recusou a fornecé-los. Diante do exposto, o servidor seré punido com uma adverténcia em virtude de nao ter apresentado as informacdes e documentos solicitados (motive), mas, no momento da www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira i Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! Administrative Federal e Atos Administrati aplicagéo da penalidade, a Administragio deverd explicar por escrito o “porqué” de ter sido aplicada a referida adverténcia (motivacio). 0 artigo 50 da Lei 9.784/99 apresenta um rol de hipéteses que ensejam, obrigatoriamente, a motivac&o do ato administrativo. Entretanto, é importante esclarecer que as hipéteses elencadas legalmente nao séo as unicas que impdem a necessidade de motivacéo (esse é o entendimento da doutrina majoritaria, para fins de concursos puiblicos). Art. 50. Os atos administrativos deverdo ser motivados, com indicagao dos fatos e dos fundamentos juridicos, quando: I'- neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses; II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sancées; III - decidam processos administrativos de concurso ou selecao publica; IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatério; V - decidam recursos administrativos; VI - decorram de reexame de oficio; VII - deixem de aplicar jurisprudéncia firmada sobre a questSo ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatérios oficiais; VIII - importem anulagéo, revogacSo, suspensao ou convalidacao de ato administrativo. Em regra, todos os atos administrativos devem ser motivados, sejam eles vinculados ou discriciondrios. Esse é 0 entendimento da doutrina majoritéria. Todavia, como as excegées esto sempre presentes no Direito, lembre-se de que o Supremo Tribunal Federal ja declarou, por diversas vezes, que 0 ato de nomeacao e exoneracdo ad nutum dos ocupantes de cargos em comisséo (cargos de confianca) no necessita de motivacao. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 12 Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! Orit Aula 02 ~ Process Administrative Federal e Atos Administat Ses oncunsos Prot Fabiano 6.2. Principios da razoabilidade e da proporcionalidade Grande parte da doutrina afirma que os principios da razoabilidade e da proporcionalidade s&o sinénimos. Outra parte afirma que tais principios séo auténomos, apesar do fato de a proporcionalidade ser um dos elementos da razoabilidade. Sendo assim, apresentarei ambos os principios conjuntamente, mas citando as peculiaridades de cada um para que vocé nao se confunda no momento de responder as questées de prova. O principio da razoabilidade esta diretamente relacionado ao senso gomum do homem médio, do aceitavel, do justo, do mediano. Em respeito a tal principio, as condutas administrativas devem pautar-se no bom senso, na sensatez que guia a atuacio do homem mediano, pois, caso contrério, seréo invalidadas. © principio da razoabilidade tem origem no sistema juridico anglo- saxo, mas foi no Direito norte-americano que se desenvolveu e ganhou autonomia, como consequéncia do devido_processo legal, servindo de parametro obrigatério para a conduta tanto dos administradores quanto do legislador. Eis aqui uma importante informac&o que vocé deve guardar: o principio da razoabilidade, que é considerado um principio implicito (em termos gerais), deriva do principio do devido processo legal, este previsto expressamente no inciso LIV, artigo 5°, da CF/88. AtengSo: se analisarmos os principios da razoabilidade proporcionalidade nos termos da Lei 9.784/99, eles poderao ser considerados expressos, mas somente para a Administrag&o Publica Federal. A professora Lucia Valle Figueiredo, na tentativa de distinguir a proporcionalidade da razoabilidade, informa que a proporcionalidade pressupde a adequagao entre os atos e as necessidades, ou seja, “sé se sacrificam interesses individuais em fung&o dos interesses coletivos, de interesses primérios, na medida da estrita necessidade, n&o se desbordando que seja realmente indispensavel para a implementagao da necessidade puiblica™”. © principio da proporcionalidade também pode ser entendido como principio da “proibicSo de excesso", j4 que o fim a que se destina é justamente limitar as agées administrativas que ultrapassem os limites adequados. Em outras palavras, significa dizer que tal principio impSe @ Administracéo Publica a necessidade de adequacdo entre meios e fins, sendo vedada a imposicao de * FIGUEIREDO, Licia Valle. Curso de Direito Administrativo. Séo Paulo: Malheiros, 2008. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 13 Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! One Al 2 =P Administrative Federal e Atos Administrati Prof. Fabiano obrigagées, restrigges e sangdes em medida superior aquelas estritamente necessdrias ao atendimento do interesse ptiblico (inciso VI, artigo 2°, da Lei 9.784/99). Para fins de concurso ptblico, € importante que vocé saiba as caracteristicas tanto da razoabilidade quanto da proporcionalidade, pois nunca se sabe de que forma a banca iré abordar o tema. (Especialista em Regulacao - ANATEL 2010 / CESPE) O principio da proporcionalidade - que tem fundamento no texto constitucional brasileiro - aplicado 4 garantia do individuo, em face do poder regulador do Estado, é uma das formas de manifestagao da fungao de garantia e protecdo que desempenha a Constituicso. (Correta) 6.3. Principio da seguranga juridica Para que o homem possa conduzir os atos de sua vida civil, familiar e profissional, necessita de certo grau de estabilidade, de confianca e de certeza de que as decisdes tomadas no dia a dia nao serao alteradas unilateralmente, por terceiros, em momento posterior. Assim, € possivel programar o futuro e estabelecer projetos a curto, médio e longo prazo. A necessidade de estabilidade, certeza e confianga se mostra ainda mais latente nas relagées entre a Administracio e os administrados. Conforme nos informa a professora Di Pietro, 6 muito comum, na esfera administrativa, haver mudanca. de interpretacéo de determinadas normas legais, com a consequente mudanca de orientacéo, em carater normativo, afetando situagdes j4 reconhecidas e consolidadas na vigéncia de orientacao anterior. Essa possibilidade de mudanga de orientac&o é inevitavel, porém, gera uma grande inseguranga juridica, pois os interessados nunca sabem quando a sua situacao sera passivel de contestacao pela prépria Administragao Publica. Daf a regra que proibe a aplicacdo retroativa de nova interpretacéo, prevista no artigo 2°, XIII, da Lei 9.784/99: Art. 2°, pardgrafo Unico: Nos processos administrativos, serao observados, entre outros, os critérios de: XIII - interpretagéo da norma administrativa da forma que melhor garanta 0 atendimento do fim publico a que se dirige, vedada aplicacdo retroativa de nova interpretacéo. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 14 Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! Orit Aula 02 ~ Process Administrative Federal e Atos Administat Ses oncunsos Prot Fabiano Sendo assim, se a Administragdo Publica praticou certo ato amparada em uma determinada interpretaco da lei, posteriormente, caso seja alterada a interpretacao, ndo poderd a Administrac&o aplicd-la ao ato que ja havia sido praticado com base na interpretagao anterior. Nessa situaco, a nova interpretagdo somente poder ser aplicada em casos futuros, desde que se enquadrem na nova interpretag3o. A Constituigéo Federal de 1988 vai ainda mais longe, pois declara em seu artigo 5°, XXXVI, que nem mesmo a lei podera prejudicar ato juridico perfeito, direito adquirido e a coisa julgada. Para responder as questdes de concursos, lembre-se sempre de que o objetivo do principio da seguranga juridica & proteger os administrados em face de novas interpretacées adotadas pela Administrac&o e que possam prejudica- los, no caso em concreto. 7. Critérios a serem observados nos processos admii rativos Além de apresentar um rol de principios que devem ser obrigatoriamente observados, a Lei 9.784/99 também enumerou, no pardgrafo Unico do artigo 2°, uma relacéo de critérios que devem pautar as condutas das autoridades nos processos administrativos. Perceba que os critérios decorrem diretamente dos principios arrolados anteriormente, portanto, fique atento ao responder as questdes de concursos: I - atuagdo conforme a lei e 0 Direito (principio da legalidade); II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a rendncia total ou parcial de poderes ou competéncias, salvo autorizagéo em lei (impessoalidade) III ~ objetividade no atendimento do interesse pUblico, vedada a promocao pessoal de agentes ou autoridades (impessoalidade); IV - atuagSo segundo padrées éticos de probidade, decoro e boa-fé (moralidade); V - divulgagao oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipdéteses de sigilo previstas na Constituicdo (publicidade); VI - adequagao entre meios e fins, vedada a imposicéo de obrigacées, restrigdes e sangées em medida superior aquelas estritamente necessdrias ao atendimento do interesse publico (razoabilidade e proporcionalidade); www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 15 Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! Orit Aula 02 ~ Process Administrative Federal e Atos Administat Ses oncunsos Prot Fabiano VII - indicago dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a deciséo (motivagao); VIII ~ observancia das formalidades essenciais 4 garantia dos direitos dos administrados (seguranga juridica); IX - adogdo de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de certeza, seguranga e respeito aos direitos dos administrados (seguranca juridica e informalismo); X - garantia dos direitos 4 comunicago, 4 apresentacao de alegacées finais, 4 produg&o de provas e a interposicao de recursos, nos processos de que possam resultar sangées e nas situagdes de litigio (ampla defesa e contraditério); XI - proibicgo de cobranga de despesas processuais, ressalvadas as previstas em lei; XII - impulsio, de oficio, do processo administrative, sem prejuizo da atuagao dos interessados (oficialidade); XIII - interpretagéo da norma administrativa da forma que melhor garanta 0 atendimento do fim publico a que se dirige, vedada aplicacéo retroativa de nova interpretaco (impessoalidade e seguranga juridica). 8. Dos direitos e deveres do administrados A fim de que nao restem diividas sobre os direitos e deveres dos administrados, quando forem parte em processo administrativo, cuidou a Lei 9.784/99 de apresentd-los expressamente, em seus artigos 3° e 4°, vejamos: 8.1. eitos 1°) ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que deverao facilitar 0 exercicio de seus direitos e 0 cumprimento de suas obrigagdes; 2°) ter ciéncia da tramitagdo dos processos administrativos em que tenha @ condigéo de interessado, ter vista dos autos, obter copias de documentos neles contidos e conhecer as decisées proferidas; 3°) formular alegagées e apresentar documentos antes da deciséo, os quais sero objeto de consideracao pelo érgéo competente; 4°) fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo quando obrigatéria a representacao, por forca de lel. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 16 6) Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! ae ‘Aula 02 Processo Administrative Federal e Atos Administrativos ros concuasos Prof. Fabiano Pereira No concurso publico para o cargo de Técnico Administrativo da ANAC, realizado em 2013, 0 CESPE considerou incorreta a seguinte assertiva: “Wo processo administrativo, 0 administrado seré, obrigatoriamente, assistido por advogado, de modo que Ihe sejam garantidos a ampla defesa e 0 contraditério”. 8.2. Deveres 1°) expor os fatos conforme a verdade; 20) proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé; 3°) nao agir de modo temerario; 49) prestar as informagées que Ihe forem solicitadas e colaborar para o esclarecimento dos fatos. 9. Da competéncia A competéncia pode ser definida como um conjunte de poderes que a lei confere ao agente public para o exercicio das fungées inerentes ao cargo publico. Assim, para praticar um determinado ato, o agente publico deve ser competente para tal. Se um ato administrativo é editado por agente publico incompetente, em regra, devera ele ser anulado, exceto nas hipéteses em que seja cabivel a convalidaggo (correg&o). Um érg8o administrative e seu titular poderéo, se n&o houver impedimento legal, delegar parte da sua competéncia a outros érgéos ou titulares, ainda que estes ndo Ihe sejam hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em raz&o de circunstancias de indole técnica, social, econémica, juridica ou territorial. = tome Lembre-se sempre de que a delegagao, em regra, ocorre quando um érgéo ou autoridade superior transferem a outros érgaos ou autoridades que Ihes so subordinados a responsabilidade pela pratica de determinado ato. Entretanto, também é possivel a delegacao sem que exista relacdo de subordinacao, nos termos do art. 12 da Lei 9.784/99. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 7 Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! Aula 02 ~ Processo Administrative Federal e Atos Administrativos Orie ‘DOS coNcURSOS Prof. Fabiano Pereira A delegacg&o nada mais é que o ato administrative que desloca a competéncia para a edicéio de determinado ato para outro érgéio ou autoridade. Ocorre, por exemplo, quando uma autoridade superior transfere a competéncia para a edic&o de um determinado ato para o seu subordinado, sendo possivel a revogacao a qualquer tempo pela autoridade delegante. © caiu na prova Para responder as questées do CESPE: A delegacdo de competéncia em razo de circunstancias de indole técnica apenas pode ocorrer dentro do préprio 6rgéo administrative, sendo incabivel delegacdo para este fim mediante transferéncia de competéncia a outros érgos ou titulares, que ndo estejam na mesma linha. = de_~—sihierarquia’ =e ~—ssubordinacéo —-(Analista Ambiental/IBAMA/CESPE 2009). Assertiva considerada incorreta pela banca. Nem todas as atividades administrativas podem ser objeto de delegacao, conforme previsto expressamente no artigo 13 da Lei 9.784/99: Art. 13. N3o podem ser objeto de delegac3o: I - a edig&o de atos de cardter normativo; II - a deciséo de recursos administrativos; III - as matérias de competéncia exclusiva do 6rgéo ou autoridade. As decisdes adotadas por delegacéo devem mencionar explicitamente esta qualidade e considerar-se-o editadas pelo agente puiblico delegado (que recebeu a delegaso). Muito cuidado para nao confundir os institutos da delegagao e avocagao, pois possuem caracteristicas antagénicas. Na delegacao, um érgao ou agente puiblico transfere a competéncia para a edicéo de um ato para outro érgao ou agente publico. Na avocaco ocorre justamente 0 contrério, pois um agente ptiblico ou érgéo hierarquicamente superior chama para si (avoca) a competéncia para editar determinado ato. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 18 6) Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! ae ‘Aula 02 Processo Administrative Federal e Atos Administrativos ros concuasos Prof. Fabiano Pereira ‘A avocagéo somente serd permitida em carater excepcional e por motivos relevantes, devidamente justificados, ao contrério da delegacao. Por ultimo, € necessdrio que vocé saiba que quando nao existir competéncia legal especifica, 0 processo administrativo deverd ser iniciado perante a autoridade de menor grau hierarquico para decidir. 10. Dos impedimentos e da suspeicao A Lei 9.784/99 nao apresenta maiores detalhes sobre o impedimento e a suspeig&o, apenas informa quem pode ser considerado impedido ou suspeito de participar de um processo administrative, bem como as providéncias que devem ser adotadas quando isso ocorrer. Nesses termos, é necessdrio esclarecer que o impedimento e a suspeicdo se diferenciam em razdo do nivel de comprometimento que o agente publico possui com 0 processo em si, 0 que poderia interferir na sua imparcialidade. Quando a Lei 9.784/99, em seu artigo 18, declara as situagdes que impedem um servidor ou autoridade de participar de um proceso administrativo, assim o faz para evitar que possam tomar decisdes motivadas por interesses pessoais, jé que existe uma presungdo absoluta (juris et de jure) de parcialidade (como se j4 fosse certo que a atuag&o do agente iria favorecer ou prejudicar, intencionalmente, o administrado). E por isso que a autoridade ou servidor que incorrer em impedimento deve comunicar o fato & autoridade competente, abstendo-se de atuar. Caso n&o cumpra o seu dever de comunicar o impedimento, esté cometendo falta grave, sendo passivel de punico. Nesses termos, esté impedido de atuar em processo administrative 0 servidor ou autoridade que: 1°) tenha interesse direto ou indireto na matéria; 20) tenha participado ou venha a participar como perito, testemunha ou representante, ou se tais situagées ocorrem quanto ao cénjuge, companheiro ou parente e afins até o terceiro grau; 3°) esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado ou respectivo cénjuge ou companheiro. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 19 One Al 2 =P Administrative Federal e Atos Administrati Prof. Fabiano Por outro lado, na suspeig&o a presuncdo de parcialidade é apenas relativa (juris tantum), e, portanto, pode ser arguida quando a autoridade ou servidor tiver amizade intima ou inimizade notéria com algum dos interessados ou com os respectivos cénjuges, companheiros, parentes e afins até o terceiro grau. Caso seja indeferida a alegacéio de suspeigo, esta poderd ser objeto de recurso, sem efeito suspensivo. 11. Fases do processo administrativo Os processos administrativos, em regra, desenvolvem-se em quatro grandes fases: instauracao, instrucdo, relatorio e decisao, nesta sequiéncia. E claro que existem algumas espécies de processos administrativos, a exemplo do processo disciplinar - PAD, previsto no Lei 8112/90, que se desenvolvem de maneira diferente: instaurago, inquérito administrativo e julgamento. Todavia, 0 nosso foco é o processo previsto na Lei 9.784/99. 11.1. Fase de instauragso A instaurag&o do processo administrativo pode ocorrer mediante pedido de um interessado qualquer ou, ainda, ex officio, no interesse da Administracao. Antes de instaurar 0 processo administrativo, a Administragao pode exigir que o interessado preencha algum formulério especifico, em conformidade com © assunto a ser tratado. Neste caso, 0 preenchimento sera obrigatério. Entretanto, devera ser disponibilizado o auxilio de um servidor ptiblico para aqueles que demonstrem dificuldade no preenchimento das informacdes solicitadas, evitando-se assim que eventuais falhas possam levar 4 nulidade do processo. No requerimento inicial apresentado pelo interessado, deverdo conter as seguintes informagées: 1°) 6rgao ou autoridade administrativa a que se dirige; 20) identificacao do interessado ou de quem o represente; 3°) domicilio do requerente ou local para recebimento de comunicagées; 4°) formulacéo do pedido, com exposicgéo dos fatos e de seus fundamentos; 5°) data e assinatura do requerente ou de seu representante. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! 20 ©) Quando forem iguais os pedidos de varios interessados, poderdo ser formalizados conjuntamente, em uma dnica peticéo ou formulério, salvo disposigao legal em contrario. Apés ter recebido a peca inaugural do processo, a autoridade administrativa deveré determinar a sua autuagdo (ato que efetivamente inicia © processo), com a numeragio das paginas, preenchimento da data e demais informag@es constantes da capa do proceso. 0 artigo 9° da Lei 9.784/99 relaciona aqueles que so legitimados como interessados no processo administrativo: a) pessoas fisicas ou juridicas que o iniciem como titulares de direitos ou interesses individuais ou no exercicio do direito de representacao; b) aqueles que, sem terem iniciado 0 processo, tém direitos ou interesses que possam ser afetados pela deciso a ser adotada; ¢) as organizagées e associagées representativas, no tocante a direitos e interesses coletivos; d) as pessoas ou as associagées legalmente constituidas quanto a direitos ou interesses difusos. 11.2. Fase da instrugéo Trata-se da mais complexa fase do processo administrativo, pois agrega todas as atividades de instrucdo destinadas a averiguar e comprovar os dados necessérios & tomada de decis&o. Inicia-se logo apés a instauracéo do processo administrativo, finalizando-se quando concluidas todas as diligéncias necessérias para o esclarecimento dos fatos e posterior tomada de decisdo pela Administracao. O interessado poder, na fase instrutéria e antes da tomada da deciséo, juntar documentos e pareceres, requerer diligéncias e pericias, bem como aduzir alegagdes referentes a matéria objeto do processo (artigo 38). As provas propostas pelos interessados somente poderéio ser recusadas quando sejam ilicitas, impertinentes, desnecessarias ou protelatérias, mediante decisao fundamentada. No concurso piiblico para o cargo de Analista Judicidrio do CNJ, realizado em 2013, o CESPE considerou correta a seguinte assertiva: “E defeso 4 administracéo recusar imotivadamente o recebimento de documentos. Nesse caso, o servidor deveré orientar o interessado quanto ao suprimento de eventuais falhas”. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! ae ‘Aula 02 Processo Administrative Federal e Atos Administrativos Prof. Fabiano Pereira 2. 6) Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! ae ‘Aula 02 Processo Administrative Federal e Atos Administrativos ros concuasos Prof. Fabiano Pereira E importante esclarecer que compete ao interessado provar todos os fatos que tenha alegado. Entretanto, quando as provas estiverem registradas em documentos existentes na prépria Administragao responsdvel pelo processo ou, ainda, em outro érgao administrativo, o érgao competente para a instrugdo provera, de oficio, a obtengdo dos documentos ou das respectivas cépias (artigo 37). © artigo 40 estabelece que quando dados, atuagdes ou documentos solicitados ao interessado forem necessérios apreciacio de pedido formulado, © no atendimento no prazo fixado pela Administragdo para a respectiva apresentagéo implicaré arquivamento do processo, j4 que ndo serd possivel alcancar a verdade material ou real. Atencdo: pode ocorrer a necessidade de se ouvir no processo administrative, antes da deciséo, algum érgao administrativo consultivo, que sera responsével por orientar a decisdo final da autoridade administrativa. Nesse caso, as regras a serem observadas esto relacionadas no artigo 42 da Lei 9.784/99: Art. 42. Quando deva ser obrigatoriamente ouvido um érgao consultivo, © parecer deverd ser emitido no prazo méximo de quinze dias, salvo norma especial ou comprovada necessidade de maior prazo. § 1° Se um parecer obrigatério e vinculante deixar de ser emitido no prazo fixado, o processo n&o teré seguimento até a respectiva apresentacdo, responsabilizando-se quem der causa ao atraso. § 2° Se um parecer obrigatério e nao vinculante deixar de ser emitido no prazo fixado, 0 processo poderé ter prosseguimento e ser decidido com sua dispensa, sem prejuizo da responsabilidade de quem se omitiu no atendimento. Quando for necessaria a prestagéio de informagdes ou a apresentagdo de provas pelos interessados ou terceiros, seréio expedidas intimagées para esse fim, mencionando-se data, prazo, forma e condicdes de atendimento. Nao sendo atendida a intimago, poderé o érgao competente, se entender relevante a matéria, suprir de oficio a omisséo, no se eximindo de proferir a decisdo (artigo 39). © artigo 46 estabelece que os interessados tém direito a vista do processo e a obter certidées ou cépias reprograficas dos dados e documentos que o integram, ressalvados os dados e documentos de terceiros protegidos por sigilo ou pelo direito a privacidade, & honra e & imagem. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 22 6) Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! ae ‘Aula 02 Processo Administrative Federal e Atos Administrativos ros concuasos Prof. Fabiano Pereira Encerrada a instrugo, com a produggo das provas consideradas imprescindiveis para a Administracéo, 0 interessado teré o direito de manifestar-se no prazo maximo de dez dias, salvo se outro prazo for legalmente fixado. 11.3. Fase do relatério E nesta fase que se elabora o relatério. Nas palavras do professor Diégenes Gasparini, trata-se de uma pega informativa-opinativa que, salvo previsdo legal, no é vinculante para a Administragao Publica ou para os demais interessados. Por esse motivo, a autoridade competente pode divergir da conclus&o ou sugest&o oferecida e decidir de modo diferente, bastando que fundamente sua deciséo. © relatério nada mais € que um “resumo geral” do processo administrative, no qual devera constar 0 pedido inicial, o contetido das fases do procedimento e, ainda, uma proposta de decisdo, objetivamente justificada. Logo apés apresentado o relatério, o processo deverd ser encaminhado & autoridade competente para decisao. 11.4. Fase da decisdo ou julgamento Concluida a instrug&o de processo administrativo, a autoridade ou o érgao competente tem o prazo de até trinta dias para decidir, salvo prorrogag&o por igual periodo expressamente motivada. A Administragéo n&o possui a faculdade de “deixar de decidir”. Trata-se de um verdadeiro poder-dever, que deve ser exercido em conformidade com as provas e informagdes existentes no processo, com motivac&o explicita, clara congruente. 12. Da desisténcia e outros casos de extingdo do processo Instaurado 0 processo administrative a pedido do interessado, ndo existe a obrigatoriedade de ele seja conduzido até a sua conclusdo. Através de manifestagao escrita, 0 interessado poder, a qualquer momento, desistir total ou parcialmente do pedido formulado ou, ainda, renunciar a direitos disponiveis. Se forem varios os interessados participando de um mesmo processo, a desisténcia ou rentncia somente atingiré aquele que a tenha formulado e o processo continua tramitando em relac&io aos demais. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 23 Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! Orit Aula 02 ~ Process Administrative Federal e Atos Administat Ses oncunsos Prot Fabiano Caso a Administragaio entenda que o objeto do processo administrativo é de relevante interesse ptiblico, mesmo que o interessado se manifeste pela desisténcia 0 processo pode continuar tramitando, até a sua normal conclusao. No concurso publico para o cargo de Técnico Administrativo da ANAG, realizado em 2012, 0 CESPE considerou incorreta a seguinte assertiva: "Depois de iniciado 0 processo administrativo, ao interessado é vedado desistir total ou parcialmente do pedido formulado”. © 6rgao administrative competente poderd declarar extinto o processo em duas situacdes distintas, que, frequentemente sao cobradas em provas de concurses puiblicos: 12) quando exaurida sua finalidade; 22) quando 0 objeto da decisdo se tornar impossivel, intiti) ou prejudicado por fato superveniente. 13. Do recurso administrativo e da revisdo Ao deparar-se com uma deciséo desfavordvel, proferida pela Administrag&o em processo administrativo, 0 interessado poderé apresentar um recurso administrativo para a autoridade superior aquela que proferiu a decisao. Entretanto, é importante esclarecer que o recurso deverdé ser encaminhado para a mesma autoridade que proferiu a decisdo desfavoravel, que podera reconsiderar a decisdo (alterd-la) no prazo de cinco dias. Caso n&o ocorra a mudanca de posicionamento, a autoridade que proferiu a deciséo deveré ent&o encaminhar o recurso administrative para a autoridade superior. Nao é necessario apresentar caugde (depésito ou disponibilizacéo de dinheiro) para a propositura de recurso administrativo, pois tal exigéncia viola o texto da samula vinculante 21, editada pelo Supremo Tribunal Federal e publicada no Didrio Oficial em 10 de novembro de 2009, que assim declara: E inconstitucional a exigéncia de depésito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 24 ©) Para responder as questées do CESPE: Segundo jurisprudéncia recente do STF, & inconstitucional a exigéncia de depésito prévio da muita aplicada pela administracao publica como condigao de admissibilidade do recurso na esfera administrativa (Técnico Federal de Controle/TCU/CESPE 2009). Assertiva considerada correta pela banca examinadora. No momento da propositura de recurso administrativo, o interessado poderé questionar o mérito da decis&o (a auséncia de justica) ou, ainda, a sua ilegalidade (decisdo contrdria ao que esté previsto na lei). Se 0 recorrente alegar que a deciséo administrativa contraria enunciado da sumula vinculante, caberé & autoridade prolatora da decisdo impugnada, se n&o a reconsiderar, explicitar, antes de encaminhar o recurso 4 autoridade superior, as razdes da aplicabilidade ou inaplicabilidade da simula, conforme o caso (§ 3° do artigo 56) © recurso administrativo tramitaré no méximo por trés instancias administrativas, salvo disposicio legal diversa, e poderd e poder ser interposto pelos seguintes legitimados: 1°) os titulares de direitos e interesses que forem parte no proceso; 20) aqueles cujos direitos ou interesses forem indiretamente afetados pela decisao recorrida; 3°) as organizagées e associagées representativas, no tocante a direitos € interesses coletivos; 4°) os cidadaos ou associagées, quanto a direitos ou interesses difusos. © prazo para a propositura do recurso administrative é de dez dias, contado a partir da ciéncia ou divulgagao oficial da deciséio recorrida. Nao confunda esse prazo com aquele que é concedido a autoridade que proferiu a decisdo para reconsiderd-la, que é de cinco dias. Apresentado 0 recurso administrativo, a autoridade competente possui o prazo de 30 (trinta) dias para decidi-lo, caso a lei no apresente prazo diferente. Esse prazo € contado do recebimento do processo pelo érgao competente e poder ser prorrogado por mais 30 dias, mediante justificativa por escrito. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! ae ‘Aula 02 Processo Administrative Federal e Atos Administrativos Prof. Fabiano Pereira 25 Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! Aula 02 ~ Processo Administrative Federale Atos Administrativos Prof. Fabiano Pereira Orie Prevé o artigo 61 da Lei 9.784/99 que, salvo disposig&o legal em contrério, 0 recurso néo tem efeito suspensivo. Isso quer dizer que a decis&o proferida produziré imediatamente todos os seus efeitos até a decisdio final do recurso proposto. Entretanto, havendo justo receio de prejuizo de dificil ou incerta reparagao decorrente da decisdo que fora proferida, a autoridade recorrida ou a imediatamente superior poder, de oficio ou a pedido, dar efeito suspensivo ao recurso. © recurso no sera conhecido quando interpost a) fora do prazo; b) perante érgo incompetente; ©) por quem ndo seja legitimado; d) apés exaurida a esfera administrativa. 6rgaio competente para decidir o recurso poderd confirmar, modificar, anular ou revogar, total ou parcialmente, a déciséo recorrida, se a matéria for de sua competéncia (artigo 64). Todavia, se a decisdo do recurso administrativo puder causar ainda maiores prejuizos & situag&o do recorrente, este devera ser cientificado para que formule suas alegacées antes da decisao. f Fique atento! Vocé deve ter conhecimento de que ao decidir um recurso, a Administracaéo podera agravar a situacdo do recorrente. Se a deciso recorrida ja era lesiva aos interesses do administrado, raz4o pela qual apresentou um recurso administrativo, poder ficar ainda pior, pois, ao decidir, a Administracdo poderd tanto amenizar ou majorar a penalidade ou teor da decisdo proferida pela autoridade de hierarquia inferior. Eo que a doutrina costuma denominar de “reformatio in pejus”. Assim, lembre-se sempre de a reformatio in pejus & possivel quando a Administrac&o estiver decidindo um recurso administrativo. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 26 Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! ‘Aula 02 Processo Administrative Federal e Atos Administrativos Prof. Fabiano Pereira Orie ©, caiu na prova! O érgao competente para decidir 0 recurso administrativo pode confirmar, modificar, anular ou revogar, total ou parcialmente, a decisdo recorrida, se a matéria for de sua competéncia, mas no pode agravar a situacdo do recorrente (Analista de Recursos Humanos/MCT - FINEP/CESPE 2009). Assertiva considerada incorreta pela banca. Além do instituto do recurso administrativo, a Lei 9.784/99 também prevé a hipétese de reviso dos processos administrativos. Declara 0 artigo 65 que os processos administratives de que resultem sangées poderao ser revistos, a qualquer tempo, a pedido ou de oficio, quando surgirem fatos novos ou circunstancias relevantes suscetiveis de justificar a inadequag&o da sancdo aplicada. Perqunta: professor, para fins de concursos ptblicos, qual a diferenca entre 0 recurso administrativo e a reviséo? Bem, 0 recurso administrativo é utilizado pelo interessado para rediscutir uma decis&o que acabou de ser proferida. Neste caso, tudo 0 que consta no processo administrativo serd reanalisado por um érgéo superior, que poderé decidir de forma diferente, mesmo que prejudicando ainda mais o recorrente (reformatio in pejus). Por outro lado, o pedido de revisao ocorre, em regra, apés a decisdo jé ter sido proferida e o recurso administrativo decido. Trata-se de um instrumento que viabiliza a “reabertura” do processo administrativo, pois ocorre uma reapreciag&o total, agora com base em fatos novos ou circunstancias relevantes suscetiveis de justificar a inadequac&o da sancdo aplicada. Ao contrario do que ocorre na decisio de recurso administrative, na reviséo do processo administrativo néo podera resultar agravamento da sangdo (reformatio in pejus). © caiu na prova Para responder as questées do CESPE: Os processos administrativos de que resultem sangées poderdo ser revistos, a qualquer tempo, a pedido ou de oficio, quando surgirem fatos novos; entretanto, dessa reviséo nao poderé resultar agravamento da sango (Analista Judiciério/TRT 17.2 Regiéo/CESPE 2009). Assertiva considerada correta pela banca. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 27 6) Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! ‘ Aula 02 Processo Administrative Federal e Atos Administrat ros concuasos Prof. Fabiano 14. Dos prazos Os artigos 66 e 67 da Lei 9.784/99 apresentam algumas regras gerais sobre os prazos, a exemplo do seu inicio, forma de contagem e possibilidade de suspensao, vejamos: Art. 66. Os prazos comecam a correr a partir da data da cientificagao oficial, excluindo-se da contagem o dia do comego e incluindo-se o do vencimento. § 10 Considera-se prorrogado 0 prazo até o primeiro dia Util seguinte se 0 vencimento cair em dia em que nao houver expediente ou este for encerrado antes da hora normal. § 20 Os prazos expressos em dias contam-se de modo continuo. § 30 Os prazos fixados em meses ou anos contam-se de data a data. Se no més do vencimento n3o houver o dia equivalente dquele do inicio do prazo, tem-se como termo o ultimo dia do més. Art. 67. Salvo motivo de forca maior devidamente comprovado, os prazos processuais nao se suspendem. No mais, eis as principais informagées que deveriam ser destacadas em relacdo a Lei 9.784/1999. Lembre-se de que o CESPE n&o costuma se aprofundar no tema, portanto, é suficiente que vocé efetue uma atenta leitura da legislacao. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 28 Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! One Aula 02 = Processo Administrativo Federale Atos Administra 1. A Lei do processo administrativo federal nao se restringe ao Poder Executivo, pois abrange também os poderes Legislativo e Judicidrio, bem como © Ministério Publico da Unigo e o Tribunal de Contas da Unido, quando estiverem exercendo fungdo administrativa. 2. O principio da motivacéio impée & Administracéo Publica a obrigagéo de apresentar as razées de fato (0 acontecimento, a circunstancia real) e as razées de direito (0 dispositivo legal) que a levaram a praticar determinado ato. 3. A norma administrativa deve ser interpretada da forma que melhor garanta o atendimento do fim piiblico a que se dirige, vedada aplicacdo retroativa de nova interpretacéo. 4. € direito do administrado ter ciéncia da tramitagio dos processos administrativos em que tenha a condicio de interessado, ter vista dos autos, obter cépias de documentos neles contidos e conhecer as decisdes proferidas. 5. Um rgéo administrativo e seu titular poderdo, se néo houver impedimento legal, delegar parte da sua competéncia a outros érgdos ou titulares, ainda que estes nao Ihe sejam hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razéo de circunstancias de indole técnica, social, econémica, juridica ou territorial. 6. Nao podem ser objeto de delegagio a edicéo de atos de cardter normativo, a deciso de recursos administrativos e as matérias de competéncia exclusiva do érgao ou autoridade. 7. Quando nao existir competéncia legal especifica, 0 processo administrativo deveré ser iniciado perante a autoridade de menor grau hierarquico para decidir. 8. Esté impedido de atuar em processo administrativo o servidor ou autoridade que tenha interesse direto ou indireto na matéria; tenha participado ou venha a participar como perito, testemunha ou representante, ou se tais situagdes ocorrem quanto ao cénjuge, companheiro ou parente e afins até o terceiro grau; ou, ainda, que esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado ou respective cénjuge ou companheiro. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 29 Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! Orit Aula 02 ~ Process Administrative Federal e Atos Administat Ses oncunsos Prot Fabiano 9. Os interessados tém direito & vista do processo e a obter certiddes ou cépias reprogréficas dos dados e documentos que o integram, ressalvados os dados e documentos de terceiros protegidos por sigilo ou pelo direito @ privacidade, & honra e a imagem. 10. Instaurado © processo administrative a pedido do interessado, nao existe a obrigatoriedade de ele seja conduzido até a sua concluséo. Através de manifestacdo escrita, 0 interessado poderé, a qualquer momento, desistir total ou parcialmente do pedido formulado ou, ainda, renunciar a direitos disponiveis. 11. No momento da propositura de recurso administrative, o interessado podera questionar 0 mérito da decisdo (a auséncia de justiga) ou, ainda, a sua ilegalidade (decisdio contraria ao que esta previsto na lei). 12. © prazo para a propositura do recurso administrative é de dez dias, contado a partir da ciéncia ou divulgagao oficial da deciséio recorrida. Nao confunda esse prazo com aquele que é concedido a autoridade que proferiu a decis&o para reconsideré-la, que é de cinco dias. 13. Prevé o artigo 61 da Lei 9.784/99 que, salvo disposigSo legal em contrario, @ recurso n&o tem efeito suspensivo. Isso quer dizer que a decis&o proferida produziré imediatamente todos os seus efeitos até a decisdio final do recurso proposto. 14. O érgdo competente para decidir o recurso poderd confirmar, modificar, anular ou revogar, total ou parcialmente, a decis&o recorrida, se a matéria for de sua competéncia. 15. Os prazos fixados em meses ou anos contam-se de data a data. Se no més do vencimento n&o houver o dia equivalente aquele do inicio do prazo, tem-se como termo o ultimo dia do més. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 30 Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! One Aula 02 = Processo Administrativo Federale Atos Administra Col] ay fo) 2000 ELC) (Procurador Federal/AGU 2012/CESPE) Tendo em vista a disciplina legal que rege o processo administrativo brasileiro e 0 entendimento do STF acerca do tema, julgue os itens que se seguem. 01. No processo administrativo, eventual recurso deve ser dirigido a prépria autoridade que proferiu a decisio, podendo essa mesma autoridade exercer o juizo de retratacdo e reconsiderar a sua decisio. 0 recurso administrativo realmente seré dirigido autoridade que proferiu a decisdo, a qual, se nao a reconsiderar no prazo de cinco dias, encaminharé & autoridade superior. Assertiva correta. 02. Os atos do processo administrativo dependem de forma determinada apenas quando a lei expressamente a exigir. Esse realmente é 0 mandamento contido no art. 22 da Lei 9.784/1999, ao prever que “os atos do processo administrative no dependem de forma determinada sen&o quando a lei expressamente a exigir”. Assertiva correta. 03. Se um parecer obrigatério e vinculante deixar de ser emitido no prazo fixado, o processo pode ter prosseguimento e ser decidido com sua dispensa, sem prejuizo da responsabilidade de quem se omitiu no atendimento. ‘Ao contrario do que consta no texto da assertiva, se um parecer obrigatério e vinculante deixar de ser emitido no prazo fixado, 0 processo no terd seguimento até a respectiva apresentacéio, responsabilizando-se quem der causa ao atraso. Assertiva incorreta. (CESPE/Analista administrative - ANS/2013) A empresa A recorreu perante a ANS contra uma multa que Ihe foi imposta. A empresa B, por sua vez, solicitou & ANS o ingresso no processo da empresa A na qualidade de interessada, argumentando que foi autuada em situagao semelhante a desta empresa e que a decisdo do referido recurso sera um precedente que poderd influenciar o julgamento futuro do recurso que pretende interpor. Com base na situacdo hipotética acima apresentada e na legislacdo sobre 0 processo administrativo no 4mbito da administracao publica, julgue os itens que se seguem. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 31 Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! One Aula 02 = Processo Administrativo Federale Atos Administra 04, Apés ter apreciado o recurso apresentado pela empresa A, a ANS ngo precisara intimar esta empresa para que ela tome ciéncia da deciso, dado que é dever dos interessados acompanhar o tramite dos recursos administrativos. O art. 26 da Lei n° 8.429/1992 dispde que “o érgao competente perante o qual tramita 0 processo administrativo determinaré a intimago do interessado para ciéncia de decis&o ou a efetivag&o de diligéncias”. Assertiva incorreta. 05. Caso a empresa A tenha alegado, em seu favor, que a decisdo recorrida viola enunciado de simula vinculante editada pelo Supremo Tribunal Federal, d 40 da ANS que venha a indeferir o recurso deverd explicitar, obrigatoriamente, as razées da inaplicabilidade da stmula ao caso. O art. 56, § 3°, da Lei n° 9.784/1999, dispde que “se o recorrente alegar que a decisdéo administrativa contraria enunciado da sumula vinculante, caberd & autoridade prolatora da decisdo impugnada, se nao a reconsiderar, explicitar, antes de encaminhar o recurso & autoridade superior, as razdes da aplicabilidade ou inaplicabilidade da stimula, conforme o caso”. Assertiva correta. 06. O pedido da empresa B deve ser indeferido, j4 que, no processo administrative, séo consideradas partes interessadas somente as pessoas titulares dos direitos e interesses que dao origem ao proceso. © art. 9° da Lei n® 9,784/1999 apresenta um rol de legitimados como interessados no processo administrativo, a saber: I - pessoas fisicas ou juridicas que 0 iniciem como titulares de direitos ou interesses individuais ou no exercicio do direito de representacéo; IT - aqueles que, sem terem iniciado o processo, tém direitos ou interesses que possam ser afetados pela decisdo a ser adotada; III - as organizagées e associagdes representativas, no tocante a direitos e interesses coletivos; IV - as pessoas ou as associacées legalmente constituidas quanto a direitos ou interesses difusos. Nesses termos, 0 pedido formulado pela empresa B deve ser deferido, pois autorizado pelo inc. II do art. 9°. Assertiva incorreta. (Analista em C&T Junior - Direito/INCA 2010/CESPE) Com relacgao ao processo administrativo, julgue os seguintes itens. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 32 tit es concvset Prof Fabiano P 07. O processo administrativo estabelece uma relagSo bilateral, de um lado o administrado, que deduz uma pretensio, e de outro a administragdo, que, quando decide, nado age como um terceiro, estranho a controvérsia, mas como parte. © texto da assertiva simplesmente reproduziu o entendimento da professora Maria Sylvia Zanella di Pietro, ao afirmar que “o processo administrativo, que pode ser instaurado mediante provocagao do interessado ou por iniciativa da prépria Administrag&o, estabelece uma relagao bilateral, ‘inter partes’, ou seja, de um lado, o administrado, que deduz uma pretenséo e, de outro, a Administragéo que, quando decide, n&o age como terceiro, estranho & controvérsia, mas como parte que atua no préprio interesse e nos limites que Ihes s&o impostos por lei”. Assertiva correta. 08. © processo administrative pode ser instaurado de oficio, por tiva da administracéo, ou a pedido do interessado. Caso instaurado a pedido deste, seré vedado a administracdo impulsionar e instruir 0 processo, em atengao ao principio da oficialidade. Independentemente de quem seja o responsvel pela instauracdo do processo administrativo, a Administragdo sempre poderd impulsiond-lo ¢ instrui-lo de oficio, conseqiiéncia do principio da oficialidade. Assertiva incorreta. 09. Aos processos administrativos disciplinares instaurados para apurar infragao disciplinar praticada por servidor piblico civil da Unido serao aplicadas, de forma subsidiaria, as normas insertas na Lei n.° 9.784/1999 (lei que regula o processo administrative no ambito da administragao publica federal). 0 texto da assertiva esté correto ao afirmar que a Lei 9.784/1999 poderé ser utilizada subsidiariamente aos processos administrativos disciplinares instaurados em face de servidores piiblicos federais, pois, em regra, tais processos serdo regidos pela Lei 8.112/1990. (CESPE/Titular de Servicos de Nota e de Registro - TIRR/2013 - adptada) Com base no disposto na Lei n.° 9.784/1999, que regula os processos administrativos, assinale a opgao correta. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! 33, 6) Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! ‘ Aula 02 Processo Administrative Federal e Atos Administrat ros concuasos Prof. Fabiano 10. A competéncia, irrenunciavel, pode ser delegada a outros érgdos ou titulares, ainda que estes ndo sejam hierarquicamente subordinados ao 6érgao originalmente competente, quando for conveniente, em razio de circunstancias de indole técnica, social, econémica, juridica ou territorial. A delegacéo, em regra, ocorre quando um érgdo ou autoridade superior transferem a outros érg&os ou autoridades que Ihes so subordinados a responsabilidade pela pratica de determinado ato. Entretanto, também é possivel a delegacdo sem que exista relagdo de subordinagdo, nos termos do art. 12 da Lei 9.784/99. E 0 que ocorre, por exemplo, quando a Geréncia Executiva do INSS, em Belo Horizonte/MG delega & Geréncia Executiva de Montes Claros/MG a pratica de determinado ato que, a principio, era de competéncia do primeiro érgéo. Assertiva correta. 11. O nao atendimento da intimacao para ciéncia de decisdo importa o reconhecimento da verdade dos fatos pelo administrado. O art. 27 da Lei n° 9.784/1999 dispde expressamente que “o desatendimento da intimaco nao importa o reconhecimento da verdade dos fatos, nem a renuincia a direito pelo administrado”. No dmbito do processo administrativo federal vigora 0 principio da verdade real ou material e nao o principio da verdade formal, como ocorre nos processos judiciais civis. Assertiva incorreta. 12. O andamento do processo administrativo deve ser feito mediante atuac&o do interessado, vedada a impulsao de oficio. Diferentemente do que ocorre no Poder Judicidrio, que deve ser provocado pelo interessado a fim de que possa praticar atos de movimentagao do processo judicial, no ambito administrative a prépria Administracéo se encarrega de adotar as providéncias necessérias para garantir o andamento e a conclusdo do processo. A oficialidade se revela na instauracdo, na instrucéio, na deciséo e na eventual revisio de decisées tomadas nos processos administrativos, independentemente de provocacéio das partes envolvidas. Assertiva incorreta. 13. A edigo de atos de carater normativo podera ser delegada, desde que a delegacSo se mostre conveniente, em razSo de circunstancias de indole técnica, social, econémica, ju ou territorial. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! One Aula 02 = Processo Administrativo Federale Atos Administra O art. 13, I, da Lei n° 9.784/1999, proibe expressamente a delegagao da edigéo de atos de cardter normativo, néo apresentando eventuais excecdes. Assertiva incorreta. (Promotor de Justiga Substituto/MPE SE 2011/CESPE - adaptada) Acerca do processo administrative e do controle da administracao, julgue os itens seguintes. 14. O processo administrativo, como o judicial, somente se instaura por provocagao do administrado, ainda que a administracdo possa, de oficio, adotar as medidas necessarias a sua adequada instrugdo. © principio da oficialidade se revela na instaurac&o, na instrugdo, na decisio e na eventual revisio de decisées tomadas nos processos administrativos, 0 que torna incorreta a assertiva. 15. Est impedido de atuar no processo administrativo o servidor ou autoridade que tenha interesse direto ou indireto na matéria ou que esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado; entretanto, ndo constitui suspeico a relacéo de amizade intima com os cénjuges, companheiros, parentes e afins com algum dos interessados. A Lei 9.784/99 ndo apresenta maiores detalhes sobre o impedimento e a suspeig&o, apenas informa quem pode ser considerado impedido ou suspeito de participar de um processo administrativo, bem como as providéncias que devem ser adotadas quando isso ocorrer. Quando a Lei 9.784/99, em seu artigo 18, declara as situagdes que impedem um servidor ou autoridade de participar de um processo administrativo, assim o faz para evitar que possam tomar decisdes motivadas por interesses pessoais, jé que existe uma presungdo absoluta (juris et de jure) de parcialidade (como se ja fosse certo que a atuagao do agente iria favorecer ou prejudicar, intencionalmente, o administrado). E por isso que a autoridade ou servidor que incorrer em impedimento deve comunicar o fato a autoridade competente, abstendo-se de atuar. Caso nao cumpra o seu dever de comunicar o impedimento, esté cometendo falta grave, sendo passivel de punicao. Nesses termos, esté impedido de atuar em processo administrative o servidor ou autoridade que: 1°) tenha interesse direto ou indireto na matéria; www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 35 Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! One Aula 02 = Processo Administrativo Federale Atos Administra 2°) tenha participado ou venha a participar como perito, testemunha ou representante, ou se tais situagdes ocorrem quanto ao cénjuge, companheiro ou parente e afins até 0 terceiro grau; 3°) esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado ou respectivo cénjuge ou companheiro. Por outro lado, na suspeic&e a presuncéio de parcialidade é apenas relativa (juris tantum), e, portanto, pode ser argilida quando a autoridade ou servidor tiver amizade intima ou inimizade notéria com algum dos interessados ou com os respectivos cénjuges, companheiros, parentes e afins até o terceiro grau, 0 que invalida o texto da assertiva. (CESPE/Analista de Planejamento - INPI/2013) Com relacio a processo administrative e a Lei 9.784/1999, juigue os itens subsequentes. 16. A autoridade ou o servidor que tenha amizade intima ou ade notéria com algum dos interessados ou com os respectivos cénjuges, companheiros, parentes e afins até o terceiro grau estao impedidos de atuarem no mesmo processo. Pode ser argilida a suspeigaio, e ndo 0 impedimento, de autoridade ou servidor que tenha amizade intima ou inimizade notoria com algum dos interessados ou com os respectivos cénjuges, companheiros, parentes e afins até o terceiro grau. Assertiva incorreta. (Auditor Federal de Controle Externo/TCU 2010/CESPE) Com relagao ao processo administrativo no 4mbito da administracdo federal, julgue os itens que se seguem. 17. A suspeico gera presungdo relativa de incapacidade, mas o defeito é sanado se o interessado nao a alegar no momento oportuno. A suspeicéo realmente gera a presuncéo relativa (juris tantum) de parcialidade, sendo passivel de argiic&o quando a autoridade ou servidor tiver amizade intima ou inimizade notéria com algum dos interessados ou com os respectivos cénjuges, companheiros, parentes e afins até o terceiro grau. Por outro lado, se o interessado nfo a alegar no momento oportuno, nao mais seré possivel de argulico. Assertiva correta. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 36 Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! One Aula 02 = Processo Administrativo Federale Atos Administra 18. As normas previstas na Lei n.o 9.784/1999, que disciplina o Processo administrativo no 4mbito da administracéo federal, sao aplicdveis apenas a administracdo federal direta. Eis uma quest&o que, certamente, vocé jamais erraré em prova. Isso porque resta claro e evidente que a Lei 9.784/1999 alcanca toda a Administragéo Publica direta e indireta, em todos os poderes (quando no exercicio de atividade administrativa). Assertiva incorreta. (Analista Judic rea judiciéria/ TRE BA 2010/CESPE) Com relacéo a0 processo administrativo e aos poderes conferidos a administracao publica, julgue o item que se segue. 19. A doutrina destaca a aplicagdo do principio da pluralidade de instancias ao processo administrative como decorréncia do poder de autotutela da administracaéo publica. Sua aplicacdo, contudo, nao autoriza 0 administrado a alegar em instAncia superior o que nao foi arguido no inicio do processo. © principio da pluralidade de instancias realmente € conseqiiéncia do poder de autotutela conferido & Administrag&o Publica para anular os seus préprios atos, quanto ilegais, ou revoga-los, quando inconvenientes ou inoportunos. Esse principio assegura ao administrado que se sentir lesado por uma decisao proferida por autoridade administrativa o direito de recorrer as autoridades superiores, até chegar a autoridade maxima do érg&o, limitando-se tais recursos a trés instancias administrativas (conforme preceitua a Lei 9.784/99, em seu artigo 57). € importante esclarecer que em virtude de 0 processo administrativo vislumbrar sempre alcangar a verdade material (verdade real dos fatos), admite-se que seja alegado em instancia superior o que nao foi argilido perante a primeira autoridade responsavel pela decisfo. Ademais, admite-se ainda a produg3o de novas provas, que podem ser essenciais para fundamentar © pedido de nova decis&o. Portanto, esté incorreta a assertiva. (CESPE/Analista Técnico - MS/2013) Com base nessa situacdo hipotética, julgue os itens que se seguem. 20. N&o gera nulidade do ato administrative o fato de o servidor processado, apesar de intimado, néo se fazer acompanhar por advogado no momento do seu interrogatério. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 37 Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! One Aula 02 = Processo Administrativo Federale Atos Administra A sumula vinculante n° 5, editada pelo Supremo Tribunal Federal em 07/05/2008, dispde que “a falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar n&o ofende a constituicéo”. A constituigéo de advogado para acompanhamento e orientacéo dos atos praticados durante processo administrativo é faculdade assegurada ao administrado, portanto, a auséncia de defensor no invalida o feito. Assertiva correta. (CESPE/Técnico Judicidrio - TIDF/2013) A luz do que dispée a Lei n.° 9.784/1999, julgue os préximos itens. 21. O servidor que estiver litigando judicialmente contra a companheira de um interessado em determinado processo administrativo estara impedido de atuar nesse processo. O art. 18 da Lei n° 9.784/1999 afirma que é impedido de atuar em processo administrativo 0 servidor ou autoridade que: I - tenha interesse direto ou indireto na materia; II - tenha participado ou venha a participar como perito, testemunha ou representante, ou se tais situagdes ocorrem quanto ao cénjuge, companheiro ou parente e afins até o terceiro grau; III - esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado ou respectivo cénjuge ou companheiro. Assertiva correta. 22. © processo administrative pode ser iniciado a pedido do interessado, mediante formulagdo escrita, nao sendo admitida solicitagiio oral. © art. 6° da n° Lei 9,784/1999 afirma que “o requerimento inicial do interessado, salvo casos em que for admitida solicitagao oral, deve ser formulado por escrito € conter os seguintes dados”. Analisando-se o dispositivo legal, pode-se afirmar que, em situagées excepcionais, também seré admitida a solicitago oral. Assertiva incorreta. (CESPE/Analista Judiciario - TRE MS/2013 - adaptada) A resp controle da administracao publica e do processo administrativo, os itens seguintes. to do julgue 23. Conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal, nos processos perante o Tribunal de Contas da Unido, asseguram- se o contraditério e a ampla defesa, em quaisquer procedimentos. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 38 Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! One Aula 02 = Processo Administrativo Federale Atos Administra A simula vinculante n° 3, editada pelo Supremo Tribunal Federal em 30/05/2007, afirma que nos processos perante o tribunal de contas da uni&o asseguram-se o contraditério e a ampla defesa quando da decistio puder resultar anulaio ou revogagéo de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciacao da legalidade do ato de concessio inicial de aposentadoria, reforma e pensdo. Assertiva incorreta. 24. A competéncia é irrenuncidvel e se exerce pelos érgaos administrativos a que foi atribuida como prépria, salvo nos casos de delegacao e avocacao legalmente admitidos, entre os quais a edicéo de atos de carater normativo. O art. 13 da Lei n° 9,784/1999 afirma que n&o podem ser objeto de delegac&o: I - a edicio de atos de carater normativo; II - a deciséo de recursos administrativos; e III - as matérias de competéncia exclusiva do érgdo ou autoridade. Assertiva incorreta. 25. Em caso de revisdo administrativa, o érgdo competente para decidir podera confirmar, modificar, anular ou revogar qualquer decisao a ser revista, se a matéria for de sua competéncia. © 6rgo competente para decidir o recurso administrative pode confirmar, modificar, anular ou revogar, total ou parcialmente, a decis&o recorrida, se @ matéria for de sua competéncia, mas néo pode agravar a situacdo do recorrente. Assertiva incorreta. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 39 tit Aula 02 ~ Pi (Procurador Federal/AGU 2012/CESPE) Tendo em vista a disciplina legal que rege o processo administrativo brasileiro e 0 entendimento do STF acerca do tema, julgue os itens que se seguem. 01. No processo administrativo, eventual recurso deve ser dirigido a autoridade que proferiu a decisio, podendo essa mesma autoridade exercer o juizo de retratacdo e reconsiderar a sua decisio. 02. Os atos do processo administrative dependem de forma determinada apenas quando a lei expressamente a exigir. 03. Se um parecer obrigatério e vinculante deixar de ser emitido no prazo fixado, 0 processo pode ter prosseguimento e ser decidido com sua dispensa, sem prejuizo da responsabilidade de quem se omitiu no atendimento. (CESPE/Analista administrative - ANS/2013) A empresa A recorreu perante a ANS contra uma multa que Ihe foi imposta. A empresa B, por sua vez, solicitou & ANS o ingresso no processo da empresa A na qualidade de interessada, argumentando que foi autuada em situagao semelhante & desta empresa e que a decisdo do referido recurso sera um precedente que poderd influenciar o julgamento futuro do recurso que pretende interpor. Com base na situacdo hipotética acima apresentada e na legislacao sobre 0 processo administrativo no Ambito da administracao publica, julgue os itens que se seguem. 04. Apés ter apreciado o recurso apresentado pela empresa A, a ANS no precisaré intimar esta empresa para que ela tome ciéncia da decisio, dado que é dever dos interessados acompanhar o tramite dos recursos administrativos. 05. Caso a empresa A tenha alegado, em seu favor, que a deciséo recorrida viola enunciado de simula vinculante editada pelo Supremo Tribunal Federal, decisio da ANS que venha a indeferir o recurso devera explicitar, obrigatoriamente, as razées da inaplicabilidade da stmula ao caso. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! 40 tit Aula 02 ~ Processo Administrative Federal e Atos Administ Prof. Fabi 06. O pedido da empresa B deve ser indeferido, jé que, no processo administrativo, séo consideradas partes interessadas somente as pessoas titulares dos direitos e interesses que dao origem ao processo. (Analista em C&T Junior - Direito/INCA 2010/CESPE) Com relacéo ao processo administrativo, julgue os seguintes itens. 07. O processo administrativo estabelece uma relacdo bilateral, de um lado o administrado, que deduz uma pretenséo, e de outro a administragdo, que, quando decide, néo age como um terceiro, estranho a controvérsia, mas como parte. 08. © processo administrative pode ser instaurado de oficio, por iniciativa da administragdo, ou a pedido do interessado. Caso instaurado a pedido deste, sera vedado & administracao impulsionar e instruir 0 processo, em atencao ao principio da oficialidade. 09. Aos processos administrativos disciplinares instaurados para apurar infracdo disciplinar praticada por servidor piiblico civil da Unido serao aplicadas, de forma subsididria, as normas insertas na Lei n.° 9.784/1999 (lei que regula o processo administrativo no ambito da administragao publica federal). (CESPE/Titular de Servicos de Nota e de Registro - TIRR/2013 - adptada) Com base no disposto na Lei n.° 9.784/1999, que regula os processos administrativos, assinale a opgao correta. 10. A competéncia, irrenuncidvel, pode ser delegada a outros érgdos ou titulares, ainda que estes ndo sejam hierarquicamente subordinados ao érgao originalmente competente, quando for conveniente, em razio de circunstancias de indole técnica, social, econémica, juridica ou territorial. 11. © nao atendimento da intimag&o para ciéncia de decisdo importa o reconhecimento da verdade dos fatos pelo administrado. 12. © andamento do processo administrativo deve ser feito mediante atuac&o do interessado, vedada a impulsao de oficio. 13. A edico de atos de caréter normativo poderd ser delegada, desde que a delegacdo se mostre conveniente, em razdo de circunstancias de indole técnica, social, econémica, juridica ou territorial. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! aL tit Aula 02 ~ Processo Administrative Federal e Atos Administ Prof. Fabiano Pe (Promotor de Justiga Substituto/MPE SE 2011/CESPE - adaptada) Acerca do processo admi rativo e do controle da administracdo, julgue os itens seguintes. 14. O processo administrativo, como o judicial, somente se instaura por provocagao do adi ado, ainda que a administragdo possa, de oficio, adotar as medidas necessarias & sua adequada instrugao. 15. Est impedido de atuar no processo administrativo o servidor ou autoridade que tenha interesse direto ou indireto na matéria ou que esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado; entretanto, nao constitui suspeicao a relacdo de amizade intima com os cénjuges, companheiros, parentes e afins com algum dos interessados. (CESPE/Analista de Planejamento - INPI/2013) Com relacéo a processo administrative e A Lei 9.784/1999, julgue os itens subsequentes. 16. A autoridade ou o servidor que tenha amizade intima ou inimizade notéria com algum dos interessados ou com os respectivos cénjuges, companheiros, parentes e afins até o terceiro grau estdo impedidos de atuarem no mesmo processo. (Auditor Federal de Controle Externo/TCU 2010/CESPE) Com relacéo ao processo administrative no ambito da administracdo federal, julgue os itens que se seguem. 17. A suspeicao gera presungao relativa de incapacidade, mas o defeito é sanado se 0 interessado nao a alegar no momento oportuno. 18. As normas previstas na Lei n.o 9.784/1999, que disciplina o processo administrative no 4mbito da administrag3o federal, séo aplicdveis apenas a administracdo federal direta. (Analista Judiciario - area judiciéria/TRE BA 2010/CESPE) Com relacéo ao processo administrativo e aos poderes conferidos a administracéo piiblica, julgue o item que se segue. 19. A doutrina destaca a aplicagdo do principio da pluralidade de instancias ao processo administrative como decorréncia do poder de autotutela da administracéo publica. Sua aplicagdo, contudo, nao www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! a2 tit Aula 02 ~ Pi autoriza 0 administrado a alegar em instAncia superior o que nao foi arguido no inicio do processo. (CESPE/Analista Técnico - MS/2013) Com base nessa situacdo hipotética, julgue os itens que se seguem. 20. N&o gera nulidade do ato administrativo o fato de o servidor processado, apesar de intimado, néo se fazer acompanhar por advogado no momento do seu interrogatério. (CESPE/Técnico Judiciario - TIDF/2013) A luz do que dispée a Lei n.° 9.784/1999, julgue os préximos itens. 21. O servidor que estiver litigando judicialmente contra a companheira de um interessado em determinado processo administrativo estaré impedido de atuar nesse processo. 22. © processo administrativo pode ser ado a pedido do interessado, mediante formulagéo escrita, nao sendo admitida solicitago oral. (CESPE/Analista Judiciario - TRE MS/2013 - adaptada) A respeito do controle da administracdo publica e do processo administrativo, julgue os itens seguintes. 23. Conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal, nos processos perante o Tribunal de Contas da Unido, asseguram- se o contraditério e a ampla defesa, em quaisquer procedimentos. 24. A competéncia é irrenuncidvel e se exerce pelos érgaos administrativos a que foi atribuida como prépria, salvo nos casos de delegacao e avocacao legalmente admitidos, entre os quais a edicéo de atos de carater norm: 25. Em caso de revisao adi trativa, o érgio competente para decidir poderd confirmar, modificar, anular ou revogar qualquer decisio a ser revista, se a matéria for de sua competéncia. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! 43 Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! Aula 02 ~ Pr Administrativo Federal e Atos Administrativos Prof. Fabiano Pereira GABARITO 01.C 02.C 03.E 04.E 05.C 06.E 07.C 08.E 09.C 10.¢ 11.E 12.E 13.E 14.E 15.E 16.E 17.C 18.E 19.6 | 20.c | 21.c 22.6 | 23.E 24.E 25.E www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! Aula 02 ~P Administrativo Federal e Atos Administrativos Prof. Fabiano Pereira ATOS ADMINISTRATIVOS 1. Consideragées i oe 46 2. A distingdo entre atos administrativos, fatos da Administracao Publica, atos da Administracao Publica e fatos administrativos 2.1. A expressao “atos da Administracao” 48 2.2. A expresso “fatos da Administracio’ 49 2.3. A expresso “fatos administrativos” ... 49 3. Conceito .. 51 4. Elementos ou requisitos do ato admi 52 4.1, Competéncia ou sujeito .... 52 4.2. Finalidade ..... 54 4.3. Forma .. 55 4.4, Motivo .. 57 4.5. Objeto ou contetido 5. Atributos do ato administrativo .. 60 5.1. Presuncao de legitimidade .. 60 5.2. Imperatividade 62 5.3. Autoexecutoriedade 63 5.4, Tipicidade 64 6. Classificacdo dos atos administrativos 65 7. Extingdo dos atos administrativos 73 8. Convalidag&o de atos administrativos 80 9. Revisao de véspera de prova ~ “RVP’ 82 10. Questées comentadas . 85 11. Questées para fixaco do contetido ... www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira as Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! One Aula 02 = Processo Administrativo Federale Atos Administra ATOS ADMINISTRATIVOS 1. Consideracées i jis Ao exercer a funcdo administrativa com o objetivo de satisfazer as necessidades coletivas primérias, a Administrag&o Publica utiliza-se de um mecanismo préprio, que Ihe assegura um conjunto de prerrogativas necessérias ao alcance das finalidades estatais: 0 denominado regime juridico-administrativo. E 0 regime juridico-administrativo que garante a Administracéo Publica a possibilidade de relacionar-se com os particulares em condicfo de superioridade, podendo —impor-Ihes__—decisées_-—«—_administrativas independentemente da concordancia ou da aquiescéncia, pois so necessérias ao alcance das finalidades estatais. Com o intuito de materializar as fungdes administrativas, ou seja, para realmente colocar em pratica a vontade da lei, a Administragao ir editar varias espécies de atos, cada um com uma finalidade especifica, a exemplo de uma portaria, um decreto de nomeaco de servidor, uma ordem de servico, uma certidao negativa de débitos previdencidrios, uma instrugo normativa, uma circular, entre outros. Apesar de ser regra geral, é vdlido esclarecer que nem sempre os atos editados pela Administragdo serdo regidos pelo direito publico, pois, dependendo do fim visado legalmente, alguns atos podem ser praticados sob o amparo do direito privado. Diante disso, é possivel concluir que a Administracéo Publica edita dois tipos de atos juridicos: 1°) atos que sao regidos pelo direito puiblico e, consequentemente, denominados de atos administrativos; 20) atos regidos pelo direito privado. Os atos administrativos editados pela AdministragSo esto amparados pelo regime juridico-administrativo, portanto, expressam a sua superioridade em face dos administrados. Por outro lado, nos atos regidos pelo direito privado a Administracao apresenta-se em condi¢ées isonémicas frente ao particular, como acontece, por exemplo, na assinatura de um contrato de aluguel. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 46 Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! Orit Aula 02 ~ Process Administrative Federal e Atos Administat Ses oncunsos Prot Fabiano Quando a Administragao deseja celebrar um contrato de locagio (ato regido pelo direito privado, mais precisamente pelo Direito Civil) com um particular (deseja alugar um imével para instalar uma unidade administrative da Policia Federal, por exemplo), essa relag&o bilateral é consequéncia de um “acordo de vontades” entre as partes. No referido contrato, as cldusulas néo foram definidas e elaboradas exclusivamente pela Administraco, existiu uma negociacao anterior até que se chegasse a um consenso sobre 0 que seria melhor para as partes e, somente depois, 0 contrato foi assinado. Peraunta: Professor Fabiano, entéo é correto afirmar que, nos atos regidos pelo direito privado, a Administragdo jamais gozaré de qualquer prerrogativa ou “privilégio"? Nao. Tenha muito cuidado com a expresso “jamais”, “nunca”, “exclusivamente”, “somente”, entre outras, pois excluem a possibilidade de excegées, existentes as “milhares” no Direito. Como regra geral, entenda que, nos atos regidos pelo direito privado a Administracéo encontra-se em uma relag&o horizontal em face do particular, ou seja, uma relacdo isonémica, em igualdade de condigbes. Desse modo, nao ira gozar de prerrogativas. Todavia, em situagdes excepcionais, tanto o direito privado como o Direito Administrative (direito ptiblico) podem estabelecer prerrogativas (privilégios”) & Administrago, caso seja necessdrio ao alcance do interesse publico. Exemplo: Como estudaremos adiante, todos os atos regidos pela Administrac&o, inclusive os regidos pelo direito privado, gozam do atributo denominado “presung&o de legitimidade". Sendo assim, da mesma forma que ocorre em relac&io aos atos administrativos, os atos regidos pelo direito privado também sdo presumivelmente editados em conformidade com 0 direito. Perqunta: Professor, quando vocé afirma que a Administracéo Publica pode editar atos regidos pelo direito publico e pelo direito privado, vocé est incluindo no conceito de Administracéo também os poderes Legislativo e Judicidrio? E claro que sim. Lembre-se de que a funcéo administrativa é tipica do Poder Executivo, mas n&o é exclusiva. Portanto, os poderes Legislativo e Judiciério também poderdo exercé-la atipicamente. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira a7 Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! Orit Aula 02 ~ Process Administrative Federal e Atos Administat Ses oncunsos Prot Fabiano Atencio: Essas informagdes sobre os atos regidos pelo direito privado sdo muito importantes para responder algumas questées em prova. Contudo, o nosso foco de estudo neste capitulo sdo os atos administrativos, ou seja, aqueles regidos pelo direito publico. Dificilmente vocé iré encontrar uma prova de Direito Administrative que nao exija conhecimentos sobre o tema, principalmente sobre os “requisitos” e “atributos” do ato administrativo. Tente assimilar todos os conceitos que seréo apresentados, bem como todas as questdes que seréo disponibilizadas ao término da aula, pois sero essenciais para o seu sucesso no concurso desejado. Aproveitando a oportunidade, gostaria de convocé-lo para participar do férum de dividas. Tenho constatado que poucos alunos estdo participando efetivamente do forum e isso dificulta a elaboracéo das préximas aulas, pois nao consigo perceber a evolugao do curso. Nao consigo saber, por exemplo, se a linguagem esta sendo acessivel, se as questées de fixacdo do conteiido estéo sendo respondidas facilmente, enfim, preciso desse retorno. Caso vocé nao queira se manifestar no férum, envie o seu e-mail para fabianopereira@pontodosconcursos.com.br. No mais, vamos voltar para o “batente”! 2. A distingéo entre ates administrativos, fatos da Administracao Publica, atos da Administragao Publica e fatos administrativos Apesar de as bancas nao cobrarem esse tema com muita frequéncia em suas provas, é necessdrio que vocé conheca as diferengas conceituais existentes entre essas expressées, pois, assim, evitaremos eventuais “surpresas” na prova do CESPE! 2.1. A expresso “atos da Administracao” Podemos definir como “atos da Administracao" todos os que sao editados pela Administrac&o Publica, sejam eles regidos pelo direito publico ou direito privado. Nesse caso, suficiente que o ato tenha sido editado pela Administrag&o Publica para ser considerado “ato da Administragdo”. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 48 Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! Orit Aula 02 ~ Process Administrative Federal e Atos Administat Ses oncunsos Prot Fabiano A professora Maria Sylvia Zanella di Pietro informa que podem ser incluidos como atos da Administracéio: os atos de direito privado (a exemplo de uma doagao ou locag&0); atos materiais (que envolvem apenas a execuco de determinada atividade, a exemplo de uma demolicio); os atos de conhecimento, opiniao, juizo ou valor (que ndo expressam uma vontade, e, portanto, n&o podem produzir efeitos juridicos, a exemplo de atestados ¢ certidées); os atos politicos; os contratos; os atos normativos; e, ainda, os atos administrativos propriamente ditos. 2.2. A expressao “fatos da Administracéo” A expressio “fato da Administrag&o” é utilizada para referir-se a determinados fates ocortidos no 4mbito da Administrag&o Publica e que néo repercutem no dmbito do Direito Administrativo. Se o servidor derramar um copo de café em cima da toalha da mesa do refeitério do érgéo que trabalha, por exemplo, estaremos diante de um fato, um acontecimento. A principio, esse fato nao produz qualquer efeito no Ambito do Direito Administrative, pois é suficiente que o servidor limpe a toalha, lave 0 copo e tudo esté resolvido. Eis o fato da Administracao. De outro lado, se o café estava muito quente e “derrete” a toalha da mesa, avaliada em R$ 100,00 (cem reais), esse mesmo fato iré produzir efeitos no Ambito do Direito Administrative, pois o servidor estaré obrigado a restituir aos cofres publicos o prejuizo causado. Nesse caso, n&o teremos um simples fato da Administracdo, mas sim um fato administrativo. 2.3. A expressdo “fatos administrativos” Apesar de 0 conceito de “fato administrativo” n&o ser pacifico na doutrina, penso que é conveniente, para as provas de concurso, adotar o entendimento de Maria Sylvia Zanella di Pietro, que conceitua como fato administrativo o “fato” ocorrido no Ambito da Administrag&o Puiblica e que gera efeitos juridicos no ambito do Direito Administrative (a exemplo da obrigacio do servidor restituir aos cofres puiblicos o valor da toalha que derreteu com o café). © fato administrative também pode ser entendido como uma consequéncia do ato administrativo. Primeiro, edita-se o ato administrativo e, posteriormente, no momento de colocd-lo em pratica, de executé-lo, ocorre o fato administrativo, que também é denominado de “ato material” da Administracao. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira a9 6) Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! ae ‘Aula 02 Processo Administrative Federal e Atos Administrativos ros concuasos Prof. Fabiano Pereira Exemplo: Imagine que um servidor, ao se deparar com um carregamento de produtos impréprios para o consumo (com prazo de validade expirado), tenha que efetuar a apreensio dos mesmos. Nesse caso, a apreens&o dos produtos ¢ um ato material, ou seja, o servidor ird retirar os produtos do veiculo que os transportava e leva-lo para o depésito do érgao pUblico. Entretanto, a apreens&o somente ocorreu em virtude da lavratura de um ato administrativo de apreensdo. Ainda podemos citar como exemplos de fatos administrativos a limpeza de vias publicas, uma cirurgia médica realizada em um Posto de Saide do Municipio, a aula ministrada por um professor de Universidade Publica, a edificaco de uma obra, entre outros. 2.3.1. Fato administrativo involuntario E aquele que decorre de um evento natural que produziu consequéncias juridicas no ambito do Direito. Podemos citar como exemplos a morte de um servidor, um raio que causou um incéndio em uma repartig&o publica, ou, ainda, o nascimento do filho de uma servidora. Perqunta: Nos exemplos citados, quais as consequéncias juridicas que a morte e 0 nascimento podem produzir na Administragao? Bem, com o falecimento do servidor, ocorreré a vacancia do cargo e surgiré 0 direito de seus dependentes receberem pensao. Por outro lado, como © nascimento do filho de uma servidora, esta passaré a usufruir da famosa “licenga-maternidade”. 2.3.2. Fato administrativo voluntario Os fatos administrativos voluntdrios s&o consequéncia de atos administrativos ou de condutas administrativas que refletem os comportamentos e as acées administrativas que repercutirao no mundo juridico. Segundo 0 professor José dos Santos Carvalho Filho, os fatos administrativos voluntérios se materializam de duas maneiras distintas: a) por atos administrativos, que formalizam a providéncia desejada pelo administrador através da declaragao de vontade do Estado; b) por condutas administrativas, que refletem os comportamentos e as acdes administrativas, sejam ou nao precedidas de ato administrativo formal. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 50 Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! Orit Aula 02 ~ Process Administrative Federal e Atos Administat Ses oncunsos Prot Fabiano 3. Conceito S&o varios os conceitos de ato administrativo formulados pelos doutrinadores brasileiros, cada um com as suas peculiaridades, Entretanto, percebe-se nas provas de concursos pliblicos uma maior inclinago pelo classico conceito elaborado pelo professor Hely Lopes Meirelles, que assim declara: “Ato administrativo é toda manifestagéo unilateral de vontade da Administragéo Publica que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor obrigagées aos administrados ou a si propria.” Analisando-se 0 conceito do saudoso professor, podemos concluir que o ato administrative possui_caracteristicas bastante peculiares_e, consequentemente, muito exigidas em provas: 12) E uma manifestacéo unilateral de vontade da Administracao Publica: nesse caso, é suficiente esclarecer que a Administracdo nao esta obrigada a consultar o particular antes de editar um ato administrativo, ou seja, a edicéo do ato depende, em regra, somente da vontade da Administracéo (pense no caso da aplicac&o de uma multa de transito, por exemplo). 29) E necessdrio que o ato administrativo tenha sido editado por quem esteja na condi¢ao de Administracao Publica: é importante destacar que, além dos érgaos e entidades que integram a Administrago Publica direta e indireta, também podem editar atos administrativos entidades que estdo fora da Administrag&o, como acontece com as concessionérias e permissiondrias de servigos publicos, desde que investidos em prerrogativas estatais. 34) O ato administrativo visa sempre produzir efeitos no mundo juridico: segundo o professor, ao editar um ato administrativo, a Administrago visa adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou, ainda, impor obrigacées aos administrados ou a si prépria. Além das caracteristicas que foram apresentadas acima, lembre-se ainda de que, ao editar um ato administrativo, a Administragdo Publica encontra-se em posicéo de superioridade_em relacéo ao particular, pois esté amparada pelo regime juridico-admit i 42) 0 ato administrativo esté sujeito 4 exame de legitimidade pelo Poder Judicidrio ou pela prépria Administragio Publica: conforme analisaremos posteriormente, a Administracéo Publica poder exercer 0 poder (ou principio) de autotutela sob os seus préprios atos. No mesmo sentido, constatado que um ato administrativo foi editado em desconformidade com o ordenamento juridico vigente, o Poder Judicidrio esta autorizado a analisd-lo, procedendo a respectiva anulagao, se for o caso. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira SL 6) Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! ae ‘Aula 02 Processo Administrative Federal e Atos Administrativos ros concuasos Prof. Fabiano Pereira 4, Elementos ou requisitos do ato administrativo Os elementos ou requisitos do ato administrativo nada mais so que “componentes” necessérios para que o ato seja considerado inicialmente valido, editado em conformidade com a lei. Nao existe uma unanimidade doutrindria sobre a quantidade e as caracteristicas de cada requisito ou elemento do ato administrativo. Entretanto, como 0 nosso objetivo é ser aprovado em um concurso puiblico, iremos adotar o posicionamento do professor Hely Lopes Meirelles, que entende serem cinco os elementos dos atos administrativos: competéncia, finalidade, forma, motivo e objeto. 4.1. Competéncia ou Sujeito ato administrativo ndo “cai do céu”. E necessario que alguém o edite para que possa produzir efeitos juridicos. Esse alguém é 0 agente publico (também chamado por alguns autores de “sujeito"), que recebe essa competéncia expressamente do texto constitucional, através de lei (que é a regra geral) ou, ainda, segundo o professor José dos Santos Carvalho Filho, através de normas administrativas. Neste Ultimo caso, o ilustre professor informa que “em relagdo aos érgaos de menor hierarquia, pode a competéncia derivar de normas expressas de atos administrativos organizacionais. Nesses casos, seréo tais atos editados por 6rgaos cuja competéncia decorre de lei. Em outras palavras, a competéncia primaria do érgao provem da lei, e a competéncia dos segmentos internos dele, de natureza secundéria, pode receber definicgéo através dos atos organizacionais”. Sobre a competéncia, além de saber que se trata de um requisito sempre vinculado do ato, é importante que vocé entenda ainda quais so as principais caracteristicas enumeradas pela doutrina, pois é muito comum encontrarmos questdes em prova sobre o assunto. 1?) & irrenuncidvel: jé que prevista em lei, a competéncia é de exercicio obrigatério pelo agente pu sempre que o interesse ptiblico assim exigir. Ndo deve ser exercida ao livre arbitrio do agente, mas nos termos da lei, que iré definir os seus respectivos limites. 2) E inderrogavel: os agentes publicos devem sempre exercer a competéncia nos termos fixados e estabelecidos pela lei, sendo-lhes vedado alterar, por vontade propria ou por atos administrativos, o alcance da competéncia legal. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 52 Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! Orit Aula 02 ~ Process Administrative Federal e Atos Administat Ses oncunsos Prot Fabiano 3*) Pode ser considerada improrrogavel: quando a agente ptiblico edita um ato que inicialmente néo era de sua competéncia, isso néo significa que, a partir de entdo, ele se torna o nico competente legalmente para exercé-lo, pois, provavelmente, 0 ato foi editado em razio de avocagio ou delegacao, ambos estudados anteriormente. 4?) E intransferivel: como a avocac&o e a delegagao estdo relacionadas exclusivamente com o exercicio da competéncia, é vélido destacar que a sua titularidade permanece com a autoridade responsdvel pela delegag&o, que poderd ainda continuar editando 0 ato delegado, por exemplo. 52) E imprescritivel: 0 exercicio de determinada competéncia pelo seu titular no prescreve em virtude do lapso temporal, independentemente do tempo transcorrido. A obrigag&o de exercer a competéncia subsiste sempre que forem preenchidos os requisitos previstos em lei. © caiuna proval Para responder as questées do CESPE: A delegacao da competéncia para a realizagéo de um ato administrativo configura a rendncia da competéncia do agente delegante (CESPE/Analista Judicidrio - TJ ES/2011). Assertiva considerada incorreta pela banca. Além das caracteristicas apresentadas, atente-se ainda para as regras basicas previstas na Lei 9.784/99 (Lei do processo administrativo federal), objeto frequente nas provas de concursos. 12) Um 6rgao administrativo e seu titular poderao, se n3o houver impedimento legal, delegar parte da sua competéncia a outros érgaos ou titulares, ainda que estes néo Ihe sejam hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razéo de circunstancias de indole técnica, social, econémica, juridica ou territorial; 22) Nao pode ser objeto de delega¢ao a edicao de atos de caréter normativo; a deciséo de recursos administrativos; e as matérias de competéncia exclusiva do érgao ou autoridade; 32) O ato de delegagao e sua revogaco deverao ser publicados no meio oficial; 42) 0 ato de delegacao & revogavel a qualquer tempo pela autoridade delegante; www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 53 Preparatério para o cargo de Técnico de Controle Externo/TCU — 2014! Orit Aula 02 ~ Process Administrative Federal e Atos Administat Ses oncunsos Prot Fabiano 5) As decisées adotadas por delegagéo devem mencionar explicitamente esta qualidade e considerar-se-4o editadas pelo delegado; 62) Seré permitida, em cardter excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados, a avocagio tempordria de competéncia atribuida a érgao hierarquicamente inferior. © caiu na prova Um 6rgo administrativo e seu titular podem, na auséncia de impedimento legal, delegar a sua competéncia a outros érgSos ou titulares, desde que estes Ihe sejam hierarquicamente subordinados, em razéo de circunstancias de indole técnica, social, econémica, juridica ou territorial (Analista de Recursos Humanos / MCT - FINEP / CESPE 2009 adaptada). Assertiva considerada incorreta pela banca. 4.2. Finalidade Trata-se de requisito sempre vinculado (previsto em lei) que impde a necessidade de respeito ao interesse piblico no momento da edic&o do ato administrativo. Tenho certeza de que vocé se recorda de que a finalidade do ato administrativo deve ser atingida tanto em sentido amplo quanto em sentido estrito para que este seja considerado valido. Em sentido amplo, significa que todos os atos praticados pela Administragéo devem atender ao interesse piblico. Em sentido estrito, significa que todo ato praticado pela Administracdo possui uma finalidade especifica, prevista em lei. Apesar de a Administrag&o ter por objetivo a satisfagéo do interesse ptiblico, é valido ressaltar que, em alguns casos, poderdo ser editados atos com 0 objetivo de satisfazer o interesse particular, como acontece, por exemplo, na permissdo de uso de certo bem publico (quando o Municipio, por exemplo, permite ao particular a possibilidade de utilizar uma loja do Mercado municipal para montar o seu estabelecimento comercial). Nesse caso, o interesse pliblico também serd atendido, mesmo que secundariamente. O que néo se admite é que um ato administrative seja editado exclusivamente para satisfazer o interesse particular. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 54

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