vejo a distncia
imagens frias.
pintam um lago morto.
todo emoldurado
por dura moldura,
poliestireno de alto impacto.
sua superfcie, finssima, negra como o
fim,
um horizonte de eventos.
s intuo o que l ocorre:
infinitas colises,
luz e lampejos,
imagens falsas,
subliminares,
que me batem a mente
como revelaes bblicas.
h um ponto vermelho a margem.
como um olho possudo esttico.
h um outro ponto,
verde,
desesperanado,
que quando brilha, salienta uma
morta vida de alto e bom som.
e quando superfcie do lago,
luzem formas,
vozes vagas,
violentas
vertiginosas
s vezes chiam chiados chorosos
cheios de nada. sem sinas. nonadas.