Assunção
2010
Fátima Maria Campêlo Noronha
Assunção
2010
UNIVERSIDADE AMERICANA – PY
Mestrado em Ciências da Educação
FOLHA DE AVALIAÇÃO
BANCA EXAMINADORA:
________________________________________
Prof. Dr, Carlos Ibáñez Morino
Orientador
________________________________________
1º Membro
________________________________________
2º Membro
_____________________________________________________
3º Membro
A Deus, que me sustentou para que eu pudesse chegar ao final deste trabalho, realizando
um sonho.
À minha mãe Conceição, por ser o que é e, ao longo de minha existência, ter me
encorajado a ser o que sou. Ao meu pai Osvaldo, pela forma silenciosa e constante que
tem de me incentivar.
Ao meu esposo, José M. G. Noronha, pela aceitação das minhas ausência, durante o
curso.
Aos meus filhos, Fernando, Marcelo, Juliana e Jorge e os meus netos Victória e Jorge
Vitor, com todo o meu amor.
Ao professor Dr. Raul Sallas (in memoriam), pela sua competência e grande amizade
que cultivou em todos os seus alunos.
À professora Ivanice Montezuma, pelo que aprendi de sua admirável competência, pela
inesgotável paciência com minhas limitações, pela rica convivência, preciosa amizade e
por seu profissionalismo.
Com especial carinho à minha família, que suportou com paciência e amor as muitas
horas de estudo e entrega ao trabalho.
Flinchum.
RESUMO
O presente trabalho tem como tema, ‘a influência das estratégias lúdicas na aprendizagem de
crianças da Educação Infantil. Como especialista em Psicopedagogia e conhecedora da
importância das atividades lúdicas na educação infantil, como agente de socialização e
principalmente da aprendizagem, como um processo global que envolve todo o corpo e
mente, sentiu-se a necessidade de pesquisar a utilização de atividades lúdicas na
aprendizagem infantil, em busca de estimular a construção do raciocínio lógico das crianças.
O objetivo geral do trabalho foi mostrar a importância do lúdico para a socialização,
desenvolvimento e aprimoramento do pensamento da criança, em busca de sua formação
plena, na perspectiva da construção da sua cidadania. Nessa perspectiva, os objetivos
específicos foram: mostrar como os professores de Educação Infantil podem recorrer ao
lúdico, como instrumento essencial ao desenvolvimento das crianças; analisar as brincadeiras
e jogos como fatores favoráveis à construção do conhecimento, da socialização e do
desenvolvimento físico e mental das crianças; analisar os currículos dos Cursos de Formação
de Professores para conhecer até que ponto os futuros educadores estão sendo preparados para
utilizar o lúdico em sala de aula; conhecer as diferentes modalidades dos jogos existentes e a
função dos mesmos na Educação Infantil; identificar como a escola Pública Frei Tito trabalha
com o jogo. Para alcançar esses objetivos, realizou-se pesquisa bibliográfica e pesquisa de
campo. O respaldo teórico foi buscado para a sustentação das ideias e reflexões pretendidas
em conceitos elaborados por autores que abordam esta temática, tais como: Freire (1997),
Leontiev (1998), Machado (1966), Masseto (1992), Negrine (1994) Nóvoa (1995), Piaget
(1990, 1993), Rojas (1998), Santos (1997), Vygotsky (1988; 1998; 2001) e outros.
Paralelamente, foi realizada uma pesquisa de campo na Escola de Educação Infantil Frei Tito,
situada em Fortaleza - CE, com a intenção de conhecer como é realizada a incorporação das
atividades lúdicas ao currículo escolar da Educação Infantil, como essas atividades são
desenvolvidas em sala de aula e fora dela e se os educadores as consideram essenciais ao
desenvolvimento mental das crianças e à construção do conhecimento, bem como à
socialização das crianças.
El actual trabajo tiene como tema, ‘la influencia de las estrategias juguetonas en aprender de
niños de la educación infantil.’ Como especialista en Psicopedagogía y experto de la
importancia de las actividades juguetonas en la educación infantil, como agente de la
socialización y principalmente de aprenderlo, como proceso global que implica el cuerpo todo
y ha mentido, estaba la necesidad del fieltro para buscar el uso de actividades juguetonas en
aprender infantil, en búsqueda estimular la construcción del razonamiento lógico ellas los
niños. El objetivo general del trabajo era demostrar la importancia de la juguetona para la
socialización, desarrollo y mejora del pensamiento del niño, en busca de su formación
completa, la perspectiva de la construcción de su ciudadanía. En esta perspectiva, los
objetivos específicos habían estado: para demostrar como los profesores de la educación
infantil que pueden abrogar la juguetona, como instrumento esencial al desarrollo de los
niños; para analizar los trucos y los juegos como factores favorables a la construcción del
conocimiento, de la socialización y del desarrollo físico y mental de los niños; para analizar
los currículos vitae de los cursos de la formación de profesores para saber hasta punto los
educadores futuros están siendo preparados para utilizar el juguetón en sala de clase; para
saber las diversas modalidades de los juegos existentes y la función los mismos en la
educación infantil; para identificar como la escuela publica los trabajos de Frei Tito con el
juego. Para alcanzar estos objetivos, se convirtió la investigación bibliográfica y la
investigación del campo. El endoso teórico fue buscado para la sustentación de las ideas y las
reflexiones previstas en conceptos elaboraron para los autores que acercan éste temático, por
ejemplo: Freire (1997), Leontiev (1998), Machado (1966), Masseto (1992), Negrine (1994)
Novoa (1995), Piaget (1990, 1993), Rojas (1998), Santos (1997), Vygotsky (1988; 1998;
2001) y otros. El paralelo, una investigación del campo en la escuela de la educación infantil
Frei fue llevado a través de Tito, situado en Fortaleza - CE, con la intención de saber como la
incorporación de las actividades juguetonas a referente al currículo vitae de la escuela de la
educación infantil se lleva a través, pues estas actividades se desarrollan en sala de clase y
están de ella y si los educadores lo consideran esencial al desarrollo mental de los niños y a la
construcción del conocimiento, así como la socialización de los niños.
INTRODUÇÃO............................................................................................................... 10
CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................... 67
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................ 69
APÊNDICE...................................................................................................................... 71
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INTRODUÇÃO
espaço na escola para o lúdico, o jogo, a brincadeira, em sala de aula ou fora dela, como meio
considerando que, em nome da educação formal, as crianças são conduzidas, cada vez mais
Os jogos têm o poder de valorizar uma área um pouco esquecida pela escola: a
os futuros professores a trabalhar de forma lúdica. Os professores admitem que não sabem
utilizar os recursos lúdicos em sala de aula e que, por isso, não recorrem a eles como
Além disso, as atividades lúdicas não são definidas no Plano que define a Gestão Integrada e
Democrática da Escola (GIDE), no qual são descritas todas as metas, estratégias, ações e
fantasia entre em jogo. Já o brinquedo organizado, que tem uma proposta e requer
Fundamental pode incentivar o prazer de sonhar e aprender. São muitos os fatores que
pedagogia sociointeracionista.
Diversas pesquisas e estudos têm sido realizados sobre esse tema, pois não há
mais dúvida de que os jogos têm importância fundamental para o desenvolvimento físico e
é valorizado e aceito nas escolas atuais e, quando utilizado, não conta com objetivos bem
definidos.
crianças, bem como a analise da postura e aceitação dos professores da Educação Infantil em
relação à adoção de atividades lúdicas no âmbito da sala de aula, por reconhecer que, pela
ludicidade, as crianças criam, imitam, têm o ‘poder’, esquecendo o distanciamento entre elas e
os adultos. Dessa forma, vão construindo sua inteligência e o próprio amadurecimento social.
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Mesmo procurando fazer sua parte, o professor e a escola, muitas vezes, não
respeitam a possibilidade de que outra coisa aconteça, de que o aluno seja visto como ser
Portanto os resultados desse trabalho poderão ser muito úteis à escola, às crianças
das crianças?”
Formação de Professores para conhecer até que ponto os futuros educadores estão sendo
preparados para utilizar o lúdico em sala de aula; conhecer as diferentes modalidades dos
jogos existentes e a função dos mesmos na Educação Infantil; identificar como a escola
diversos que abordam este tema e pesquisa de campo, através da observação, com alunos
Escola de Educação Infantil Frei Tito, que utilizam o lúdico, em suas aulas.
pretendidas em conceitos elaborados por autores que abordam esta temática, tais como: Freire
(1997), Leontiev (1998), Machado (1966), Masseto (1992), Negrine (1994) Novoa (1995),
Piaget (1990, 1993), Rojas (1998), Santos (1997), (1988; 1998; 2001), e outros.
Fortaleza - CE, teve a intenção de conhecer como é realizada a incorporação das atividades
lúdicas ao currículo escolar da Educação Infantil, como essas atividades são desenvolvidas em
mental das crianças e à construção do conhecimento, bem como à socialização das crianças.
com uma abordagem sobre o lúdico como fator estimulante da inteligência infantil, fazendo,
trabalhar o lúdico e das formas como este pode auxiliar os alunos a superar suas dificuldades.
das respostas dos professores da Escola de Educação Infantil e Ensino Fundamental Frei Tito.
1 O LUDICO COMO FATOR ESTIMULANTE DA INTELIGENCIA
INFANTIL
que no futuro tornar-se-ão seu nível básico de ação real e moralidade. Entretanto, o brincar é
autor, o brinquedo cria na criança uma nova forma de desejos, relacionando-se a um “eu”
O tema ludicidade tem sido, nos últimos tempos, foco de estudos e discussões em
lazer, da saúde, recreação, cultura e educação. O lúdico é uma categoria geral de todas as
próximo de sua vista, seguindo-o com o olhar cujo comportamento pode revelar expressão de
prazer e de distração. A partir desses primeiros sinais, o brincar vai se configurando ao longo,
comportamento lúdico.
verdade quem faz isso é a criança; por essa razão, quanto mais atraentes forem os brinquedos,
A essência do brincar não é fazer como se, mas fazer sempre de novo. É nesse
alma, o percebe como ele é e dele recebe elementos importantes para sua vida, desde os mais
ela também possui um importante papel do ponto de vista psicológico. É através do brincar
que a criança vê e constrói o mundo, expressa aquilo que tem dificuldade de colocar em
palavras. Sua escolha é motivada por processos e desejos íntimos, pelos seus problemas e
ansiedades. É brincando que a criança aprende que, quando perde o jogo o mundo não se
acaba.
um papel fundamental. Para ele definir o brinquedo como atividade que dá prazer é
insuficiente porque existem outras experiências que podem ser mais agradáveis á criança.
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A criança pequena, para ele por exemplo, tem uma necessidade muito grande de
satisfazer os seus desejos imediatamente. Quanto mais jovem é a criança, menor será o espaço
desejos não possíveis de ser realizados imediatamente e é nesse momento que os brinquedos
são inventados, justamente para que a criança possa experimentar tendências irrealizáveis. A
impossibilidade de realização imediata dos desejos cria tensão e a criança se envolve com o
nada mais que o ato de brincar com o brinquedo ou mesmo com o jogo. Jogar também é
brincar com o jogo. O jogo pode existir por meio do brinquedo, se os ‘brincantes’ lhe
impuserem regras. Percebe-se, pois, que jogo, brinquedo e brincadeira tem conceitos distintos,
todavia estão imbricados; ao passo que o lúdico abarca todas eles (MIRANDA, 2001).
lúdica para poder compartilhá-la e buscar qualificar-se de forma teórica e vivencial através de
dá naturalmente, no mundo infantil, o desafio do adulto reside em construir uma relação que
permita à criança ser agente de sua própria brincadeira, tendo na figura dele um parceiro de
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jogo que a respeita e a estimula a ampliar cada vez mais seus horizontes.
necessita compreender que o mundo tem a sua organização. Assim, ao realizar alguma
brincadeira os pais devem respeitar as regras e não podem permitir que a criança tire alguma
vantagem enganosa num jogo apropriado para a sua idade, pois a mesma precisa aprender a
aspectos da realidade. Ao brincar de que é a mãe da boneca, por exemplo, a menina não
apenas imita e se identifica com a figura materna, mas realmente vive intensamente a situação
cotidiano, na natureza e nas construções humanas. Assim, pode-se dizer que um dos objetivos
do brinquedo é dar à criança representações dos objetos reais, para que possa manipulá-los.
processos interativos, envolvendo o ser humano por inteiro nas suas cognições, afetividade,
sua função no desenvolvimento infantil, ou seja, onde ele contribui mais especificamente na
área que a criança deve ser trabalhada em determinado momento. Enfatizamos assim, as
popular, expressando-se sobre tudo, pela oralidade. Considerada como parte da cultura
período histórico. A cultura não oficial, desenvolvida especialmente de modo oral, não fica
cristalizada. Está sempre em transformação incorporando criações anônimas das gerações que
vão se sucedendo. Por ser um elemento folclórico a brincadeira tradicional infantil assume
universalidade.
pipas, e tantas brincadeiras conhecidas por todos nós. Sabe-se apenas, que provêm de práticas
para o adulto, recreação, ocupação do tempo livre, afastamento da realidade. Brincar não é
ficar sem fazer nada, como pensam alguns adultos. O brincar das crianças “é feito de um fazer
com o corpo, principalmente com seu movimento e com seu prazer” (GOMES 1993 p. 28).
O ato de brincar tem para a criança um caráter sério porque é o seu trabalho, é por
meio de suas conquistas no jogo, que ela afirma seu ser, proclama seu poder e sua autonomia,
explora o mundo, faz pequenos ensaios, compreende e assimila gradativamente suas regras e
padrões, absorve esse mundo em doses pequenas e toleráveis. atividade através da qual ela
desenvolve talentos naturais, descobre papéis sociais, limites, experimenta novas habilidades,
forma um novo conceito de si mesma, aprende a viver e avança para novas etapas de domínio
que se esforça para aprender a andar, a falar, a comer etc. Brincar de faz de conta, de
vão sendo gradativamente substituídas por outras, à medida que o interesse é transferido para
outra, que é a imaginação em ação. Ela precisa de tempo e de espaço para trabalhar a
Dessa forma, nenhuma criança brinca só para passar o tempo, sua escolha é
motivada por processos íntimos, desejos, problemas, ansiedades. O que está acontecendo com
a mente da criança determina sua atividade lúdica; brincar é sua linguagem secreta, que deve
qual a criança a vê e embora ela seja tida como uma atividade espontânea e livre pelos
forma que o lúdico deva estar inserido, como por exemplo, nas horas do recreio, se dividem
como ela vai construindo sua visão no mundo, como lida com seus problemas, quais são os
ser humano, como objeto de competição esportiva ou como diversão. Entre os povos
para Piaget (1997), não são apenas uma forma de entretenimento para gastar energias das
crianças, mas meios que contribuem e enriquecem o desenvolvimento intelectual, sendo para
a criança, um fim em si mesmo, e ele deve ser para nós um meio de educar, de onde seu nome
jogo educativo que toma cada vez mais lugar na linguagem da pedagogia maternal.
prazer no convívio com outras pessoas, o que representa a essência psicológica da educação
lúdica, cujo objetivo é favorecer as relações múltiplas do ser humano em seu contexto
Nos primórdios da civilização, a educação era pensada nas ideia dos filósofos,
estudar estava associado ao prazer dentro das diversas formas de brincar. Na Antiguidade, a
sensorial.
(1746), apud por Wajskop, (1999: p 19), é que surgiu um novo sentimento da infância que
protege as crianças e que auxilia este grupo etário a conquistar um lugar enquanto categoria
Na mesma visão, Braugére (1989) apud por Wajskop (1999, p 20), coloca que: A
contexto social.
um vinculo preciso entre o brincar e a educação, que só foi possível, após o século XVII, a
partir dos pedagogos humanistas, com a preocupação centrada na moral, na saúde e no bem
Nesta perspectiva, o brincar era visto como uma fuga, divertimento ou recreação,
também considerado como elemento cultural, que representava a vida infantil como modelo
[...] A criança passou a ser a partir dessa época, cidadão com imagem social
contraditória, uma vez que ela era, ao mesmo tempo o reflexo do que o adulto e a
sociedade queriam que ela fosse e do que temiam que ela se tornasse (WAJSKOP,
1999, p 21).
valorização da criança e esta, enquanto grupo social, conquistou lugar separado da vida dos
adultos e nas instituições especificas para educação, onde eram elaborados métodos próprios,
vivo. Mas, devem-se frisar as limitações do uso de suas ideais nos dias atuais marcadas por
tomando a infância educável, já que o objetivo, tanto dos pedagogos como da família, era
que é tão fundamental no desenvolvimento infantil, e que para Vygotsky (1998), esta forma
de interagir é decisiva para acontecer uma aprendizagem significativa, gerando uma zona de
que:
Com o progresso das cidades das transformações dos hábitos que ocorreram por
acompanharam e sofreram várias mudanças. Essas mudanças fizeram reduzir o espaço físico,
gerando insegurança para as crianças no ato de brincar, provocado pelo ritmo acelerado da
Outro ponto defensivo para esta atividade foi o espaço tecnológico, limitando a
criança a criar, passando as horas vagas diante da TV, do Vídeo Game, do Computador. Tudo
isso sem contar com a industria de brinquedos prontos e estáticos, feitos a partir dos mais
diversos materiais que foram sendo incorporados na história de vida da criança, modificando
sua relação com o brincar, que de certa forma vai direcionando sua ação, pois a criança fica
brincar.
Sendo assim a criança deixa de exercitar suas ações do próprio ato de brincar,
sua personalidade, de experimentar sua emoção, por fim, deixa de exercitar a aprendizagem
através da troca com o outro. Contrariamente a estes novos paradigmas de brincar, Rodrigues
(2000, p 27) sugere que: Quando toda criança, indiscriminadamente, puder brincar em
espaços alternativos, com equipamentos diversificados, jogar com outras crianças de varias
faixas etárias, descobrir de novo, manipular e construir brinquedos, desabafar seus limites “
(...) ”estará atingindo o principal objetivo que é fazer com que ela incorpore a sua essência e
Piaget apud por Negrine (1994), vê a criança como ativa e que deve estar
onde entra a figura do professor que pode favorecer o uso de jogos e brincadeiras de maneira
desenvolvam.
Houve um período em que os jogos eram proibidos, mas a partir do século XIX,
retornaram seu lugar e foram incorporados aos programas educacionais. Segundo Silva (1999,
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p.43), Froebel foi o primeiro a colocar o valor educativo do jogo como parte essencial do
certos veículos como TV, música, revista, jogos etc. na construção do conhecimento e por
conseguinte não dão o seu devido valor, dando maior ênfase na alfabetização e nos números
(escolarização) que ocupam lugar de destaque nos currículos. Nicolau (1995, p. 33) cita as
concepções de Froebel que envolvem, dentre outras coisas o jogo e o currículo adequado para
a pré-escola:
alunos, ter a criança como centro, buscando sua autonomia, levando em conta as dimensões
o jogo e as brincadeiras aparecem como figura expoente no currículo, uma vez que possui um
O Jogo e os brinquedos educativos utilizados com fins pedagógicos têm seu início
nos tempos renascentistas, mas ganha força a partir do século XX, é entendido como mais um
destinado a ensinar formas e cores, os brinquedos de tabuleiro que exigem a compreensão dos
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pedagógica.
pinos que se encaixam para desenvolver a coordenação motora, parlendas para a expressão da
envolve como um todo em sua cognição, afetividade, interações sociais, seu corpo o seu
inteligências.
Quanto essas situações lúdicas são intencionalmente criadas para estimular certos
ação intencional da criança para brincar. O educador irá agir como o incentivador e motivador
que irá criar condições prazerosas e lúdicas para maximizar a construção do conhecimento.
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pois está presente a motivação interna da criança, mas há a necessidade dos estímulos
externos e a influencia dos parceiros, nesse sentido o objeto suporte da brincadeira necessita
fazendo parte da cultura popular, são muitas vezes universais como: a amarelinha, o pião,
empinar papagaio, parlendas, jogar pedrinhas, sabe-se que os povos antigos da Grécia e do
Oriente faziam suas brincadeiras quase da mesma forma de hoje. Tais brincadeiras foram
memória infantil.
universalidade.
empilhar tijolinhos a criança constrói cenários, monta casas para suas brincadeiras simbólicas.
criança.
representação de papeis é a que mais favorece as situações imaginárias. O Faz de conta surge
em torno dos dois a três anos de idade, com a linguagem já desenvolvida a criança começa a
alterar o nome dos objetos e a expressar seus sonhos e fantasias e assumir papéis que imita do
diferentes situações do contexto social. Por exemplo, ela pode brincar de professora com suas
bonecas trazendo o contexto escolar, pode brincar de médico, imitando o trabalho do adulto
símbolo, pois é alterando o significado dos objetos e das situações e criando novos
significados que se desenvolve a função simbólica. Nesses jogos de papeis a criança é livre
para escolher e desempenhar papeis, definindo suas regras. Seu funcionamento é um processo
onde a criança vivencia o prazer de brincar, ela toma iniciativa, organiza ações, planeja, re-
significa objetos, para reproduzir relações e fenômenos observados por ela. Essas brincadeiras
nessa época a infância passa a ser encarada como uma fase da vida com particularidades bem
marcantes e com duração longa, é dessa época também o conceito de adolescência. Pouco
antes era comum meninos europeus de sete anos entrarem para as forças armadas. A
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mortalidade infantil era tanta que a infância não passava de um “teste” para candidatos a
adultos. Na idade média a idéia de infância simplesmente não existia: as crianças eram adultos
a espera de adquirir a estatura “normal”, era comum os pintores retratarem crianças com
feições de adultos.
simbolizado pela figura de Napoleão, que encarnava o ideal do homem que se fez sozinho e se
considerar o inicio da infância como uma fase de importância decisiva na formação das
pessoas, as técnicas utilizadas até hoje em educação infantil devem muito a ele. Para ele as
são apenas diversão, mas um modo de criar representações do mundo concreto com a
finalidade de entendê-lo, o caminho para isso seria deixar a criança livre para expressar seu
interior e perseguir seus interesses. Com base na observação das atividades dos pequenos
conceito que só se difundiria no inicio do século XX, graças ao movimento Escola Nova, de
criador dos jardins-de-infância defendia uma educação sem obrigações para as crianças, que
para ele, aprendiam conforme seus interesses e por meio da prática. Para Froebel, a educação
possibilitar brincadeiras criativas ás crianças sendo que, nas atividades, o material escolar era
atividade lúdica, eram feitos círculos, esferas, cubos e outros objetos que tinham como
objetivo estimular a aprendizagem, eles eram feitos com materiais macios e manipuláveis,
desenvolver danças.
Froebel apud Silva (1999) utilizava objetos, nas brincadeiras, definindo regras
para o seu uso, como instrumentos pedagógicos. Essas brincadeiras geralmente, eram
segundo o educador Froebel apud Silva (1999), seria uma imitação da criação do universo por
Deus. Este autor, referido por Silva (op. cit.), defendia a educação sem imposição às crianças,
porque, segundo sua teoria, elas passam por diferentes estágios de capacidade de aprendizado,
com características especificas, antecipando as ideias de Piaget (1980) apud Oliveira (1994,
p.78).
era Montessori, educar as crianças era discipliná-las, enquadrá-las e ponto final. A escola
montessoriana revolucionou o ensino ainda no século XIX, como característica dessa escola
temos os respeito a individualidade de cada criança, uma outra característica é criar na escola
um ambiente sob medida para as crianças, levando em conta inclusive a decoração dos
Outro desafio e ponto relevante de seu trabalho era lidar com vítimas do
vergonha para as famílias que praticamente as escondiam em casa. Seus primeiros trabalhos a
levaram a conhecer de perto asilos para loucos, onde eram também internadas as crianças
incapazes, a doutora Montessori fez duas constatações: que eles queriam e eram capazes sim
de aprender o que ela queria e poderia sim ajudá-los. Quanto mais se dedicava e ensinava,
mais se convencia de que o ambiente fazia toda a diferença, passou a defender a seguinte tese:
ideia começaram chamar a atenção, principalmente depois que seus alunos especiais
demonstraram aprender a ler e escrever até melhor e mais depressa do que as crianças
“normais”. Diante disso não havia duvidas de que Montessori estava certa ao afirmar que o
um conjunto residencial operário. A escola era mantida por uma empresa e atendia a sessenta
filhos de operários (entre três e sete anos), as crianças passavam o dia inteiro sozinhas
enquanto os pais trabalhavam. Essa seria o embrião das Casas das Crianças, creches
montessorianas que se espalhariam pelo mundo. Fora essa sala que Maria Montessori testou
seu método de ensino baseado num conceito inteiramente novo, dar as crianças mais liberdade
de competir. Em 1912 seu método foi publicado tornando-se um best-seller e no ano seguinte
se espalharia por todo o mundo. (Lobo, Maria, Mulheres a frente do seu tempo (REVISTA
CLÁUDIA, 2005).
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O que nos leva a tratar de jogo com tamanha insistência são as importantes
ponto de vista cultural e social, o lúdico tende a inserir as crianças no seu meio, ensinando-as
diversos aspectos de sua cultura. Entre os indígenas, por exemplo, são comuns as atividades
desenvolvidas pelas crianças, realizadas sob a forma de jogos, que se assemelham às dos
Nesse sentido, é importante notar que as rosas cantadas tem uma importante
elementos próprio da cultura popular, como musicas e danças, alem de desenvolverem noções
Diante do exposto vimos que mesmo procurando fazer sua parte, o professor e a
escola, muitas vezes, não respeitam a possibilidade de que outra coisa aconteça, de que o
aluno seja visto como ser autônomo e criativo, portanto, colocado no centro do processo
brincadeira aparenta ser mais livre, possui um fim em si mesma e realiza-se apenas com um
elemento, o jogo possui regras, pode ser utilizado como meio para chegar-se a um fim e,
geralmente, envolve dois ou mais participantes. Nessa situação até mesmo o adversário torna-
se parceiro. Apesar das diferenças apresentadas, a maioria dos autores acabam usando os
O lúdico é um novo aliado da Educação e precisa ser estudado, visto que muitos
professores preconizam somente o brincar livre, sem objetivos educacionais, com certeza, o
brincar livre é importante e todos os educandos precisam de tempo para realizar atividades
assim, pois brincando os mesmos estarão conhecendo o mundo, o brincar somente por brincar
deve acontecer no recreio, em horários livres para descansar das atividades escolares.
se pronuncia a palavra jogo cada um pode entendê-la de uma forma. Pode-se estar falando de
histórias, brincar de mamãe papai e filhinho, futebol, dominó, quebra cabeça, construir
brinquedos, brincar na areia e uma infinidade de outros. Tais jogos, embora recebam a mesma
desse jeito as atividades lúdicas vão permitir a manipulação dos dados da realidade
reelaborando-os e transformando-os.
como fator de desenvolvimento da criança. Neste sentido o brincar tem um papel fundamental
respeito e da cidadania.
aprender, como práticas articuladas da organização do trabalho pedagógico, pois brincar não
pode ficar reduzido apenas ao dia do brinquedo, ele deve fazer parte do processo de ensino e
aprendizagem. A sala de aula é também um espaço para atividades lúdicas, brincando também
físicas, por meio de tarefas lúdicas, os pequenos experimentam diferentes maneiras de andar,
significa gracejo, é uma atividade que tem valor educacional intrínseco. Leif (????, p. ) diz
que "jogar educa, assim como viver educa: sempre sobra alguma coisa". A utilização de jogos
aprendizagem, entre elas: O jogo é um impulso natural da criança funcionando assim como
espontâneo e voluntário para atingir o objetivo do jogo. O jogo mobiliza esquemas mentais:
jogos contribui para a formação de atitudes sociais: respeito mútuo, cooperação, obediência às
regras, senso de responsabilidade, senso de justiça, iniciativa pessoal e grupal. O jogo é uma
forma de vínculo que une a vontade e o prazer durante a realização de uma atividade. O
ensino utilizando meios lúdicos cria ambiente gratificantes e atraentes servindo como
Acredita-se que na faixa etária, na pré escola, deve ser dada a criança liberdade
para vivenciar os mais diversificados jogos e atividades de maneira que ela possa
participarem para descobrirem tudo que envolve o processo, da nova brincadeira ou do novo
jogo.
lúdico focalizam o jogo como representação de um objetivo. Entre seus representantes estão
movimentos, etc), permitem uma determinação teórica mais completa (KISHIMOTO, 1992,
p. 134).
isso, tem-se idéia antagônica à outrora difundida de que a criança precisa, primeiramente
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adquirir determinada capacidade para aprender determinado conteúdo, o que equivale a dizer
novo para a criança, pois constitui uma característica típica humana consciente. É certo
criança em relação às restrições situacionais. Isso não significa necessariamente que todos os
estabeleciam as relações entre o jogo infantil e a educação; (1) recreação; (2) uso do jogo para
O jogo é visto como recreação desde a antiguidade greco-romana. Era uma atividade de
relaxamento às que exigiam esforço físico e intelectual. Atualmente a prática de jogos-
brincadeiras, preenchem também a necessidade do relaxamento após um dia de trabalho
estafante e rotineiro. Durante a Idade Média, o jogo foi considerado não sério, por sua
associação ao jogo de azar, bastante divulgado na época. Foi a partir do Renascimento
que o jogo foi enfatizado com conduta livre que divulgava princípios morais, éticos,
históricos e geográficos.
inteligência que culmina num equilíbrio entre assimilação a acomodação. Uma vez que a
imitação prolonga esta ultima por si mesma, é possível afirmar que o jogo é essencialmente
que ajuda a criança a se apropriar da realidade em que está inserida, transformando-a por
meio de hábitos e habilidades motores. Nessa perspectiva Piaget (1990, p. 146) afirma que:
durante os jogos em grupos, é construída de acordo com o nível de maturidade das crianças,
não considerando-a, apenas como uma característica genética ou da personalidade, nem como
em crianças menores, não há grande interesse por sair vencedora, valendo, apenas, o fato de
participar e de competir.
Dando continuidade a obra de Vygotsky, Elkonin (1980) nos diz que os termos
jogo e atividade lúdica não devem ser empregados como sinônimo do mesmo tipo de
atividade, sendo o jogo protagonizado ou jogo de papeis, visto como uma forma de
desenvolvimento da atividade lúdica. Ele define jogo protagonizado como sendo “Uma
atividade na qual se reconstroem, sem fins utilitários diretos, as relações sociais...” “Nem toda
reconstrução de uma atividade que destaque seu conteúdo social, humano, suas tarefas e as
O significado dos jogos infantis também foi esclarecido pelos trabalhos de Klein
(1948) sobre as fantasias. Ela afirma que brincar com bonecas revela a necessidade que a
criança tem de ser consolada e tranquilizada. Alimentar e vestir as bonecas, com as quais se
identifica, funciona como uma prova de que sua ‘mãe’ a ama e isso diminui o medo de ser
abandonada e de ficar ao desamparo, sem lar e sem mãe. Já Ana Freud (1954) mostrou o
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desenvolvimento cognitivo.
operar de forma abstrata. Sua lógica prende-se às modificações dos objetos palpáveis. Dessa
que lhe permitiram alcançar a fase das abstrações, ou seja. Operatório Formal para
compreender a Matemática.
símbolos para a comunicação consigo e com os outros. Nos jogos expressa suas necessidades,
seus conflitos, seus desejos, assim como amplia suas estratégias de relacionamento. Assim, o
mundo.
O importante é que o jogo seja uma proposta da pessoa, da família ou do grupo e quando
proposto pelo educador tenha por base os pedidos alunos ou filhos, por meio de palavras,
metáforas, gestos, movimentos, objetos, jogo espontâneo criativo da oportunidade para
que o individuo ou a família seja sujeito da sua ação e não objeto da ação do outro,
ampliando as oportunidades de interação de criatividade.
Kamii (1996, p. 76), diz que “muitos jogos em grupo proporcionam um contexto
jogos com alvos, jogos de esconder, corridas e jogos de pegar, adivinhações, jogos de
tabuleiro e baralho.”
40
... Por meio de jogos as crianças não apenas vivenciam situações que se repetem, mas
aprendem a lidar com símbolos e pensar por analogia (jogos simbólicos): os significados
das coisas passam a ser imaginados por elas. Ao criarem essas analogias, tornam-se
produtoras de linguagens, criadoras de convenções, capacitando-se para se submeterem as
regras e dar explicações.
Todos esses teóricos são unânimes em dizer que o jogo infantil tem um papel
que o processo de repetir, imitar, representar e inventar é mais do que um ato de brincar.
Através dele, a criança revela uma parte de si mesma, o que ela pensa e como o faz, como se
vê e aos outros.
Tanto Vygotsky (2001), quanto Piaget (1990) falam numa transformação do real
por exigência das necessidades da criança, mas enquanto que para Piaget a imaginação da
criança não é mais do que atividade deformante da realidade, para Vygotsky (1998), a criança
do meio e em função das suas necessidades e preferências. Piaget e Vygotsky possuem uma
jogo prepondera a assimilação, ou seja, a criança assimila no jogo o que percebe da realidade
às estruturas que já construiu e neste sentido o jogo não é determinante nas modificações das
prevalece a assimilação sobre a acomodação, ele afirma que a criança assimila no jogo o que
percebe da sua realidade das estruturas já construídas, ou seja num exercício das ações
individuais já aprendidas, tendo como função consolidar a experiência passada, sendo assim,
Segundo Piaget (1967, p.32) “o jogo não pode ser visto apenas como
crianças desde pequenas, estruturam seu espaço e seu tempo, desenvolvem a noção de
motivadas para usar a inteligência, pois querem jogar bem, esforçam-se para superar
obstáculos como emocionais. E, estando mais motivadas, ficam mais ativas durante o jogo.
adequada perpassa não somente por deixar as crianças brincarem, mas, fundamentalmente por
ajudar as crianças a brincar, por brincar com as crianças e até mesmo por ensinar as crianças a
brincar. Considera o jogo como uma atividade que completa as necessidades da criança. Fala
Vygotsky (1998) Defende a tese de que, nos primeiros anos de vida, a brincadeira
brincadeira a criança comporta-se num nível que ultrapassa o que esta acostumada a fazer,
42
pequena o jogo é o objeto que determina sua ação. Na medida em que cresce, a criança impõe
irá percorrer para se desenvolver, ou seja o que o individuo recebe hoje, amanhã poderá fazer
sozinho.
valorização do fator social. O jogo propriamente dito começa aos três anos com o jogo de
papeis onde as crianças criam situações imaginárias e incorporam elementos culturais que são
no objeto ausente, inicia-se então a fase do jogo simbólico ou do faz-de-conta, onde uma coisa
simboliza a outra.
fim em si mesmo, isto é, o prazer está no processo e não no resultado; muitas vezes não
relacionasse com a realidade e não tem uma sequência lógica para acontecer, são conduzidos
pelas fantasias das crianças. É através deste jogo que a criança busca o equilíbrio entre os
mundos interno e externo, modificando a realidade para poder assimilá-la; suas fantasias são
modificadas de acordo com as limitações da realidade. Desta forma a criança pode vivenciar,
criança. Num primeiro momento ela é quem realiza as ações, em seguida transforma
simbolicamente um objeto em outro, fazendo com que eles realizem a ação em seu lugar.
Dos 4 aos 7 anos de idade este jogo vai perdendo o caráter de deformação lúdica
da realidade se tornando cada vez mais uma imitação representativa da realidade, dando lugar,
considerado por Piaget (1978), como atividade lúdica do ser socializado, pois as regras
supõem relações sociais entre, pelo menos, dois indivíduos. Neste tipo de jogo o espaço e o
Para ser eficiente as regras do jogo devem especificar os objetivos deste e o papel
que cada indivíduo deve desempenhar no decorrer da atividade, estes papéis podem ser
Para ser considerado um jogo de regras, este necessita ter um objetivo claro ser
levantamento de estratégias; a análise das jogadas, dos erros e acertos e o replanejamento são
agir dos outros, de trocar opiniões, de entrar em confronto e em acordo. A troca de ideias
Para que a competição seja saudável, é necessário que se trabalhe desde cedo com
as crianças atitudes de naturalidade em relação à vitória e à derrota. Winnicott (1975) diz que
é no brincar, e somente no brincar que o indivíduo, criança ou adulto, pode ser criativo e
utilizar sua personalidade integral: e é somente sendo criativo que o indivíduo descobre o eu.
os limites da criança. A técnica do jogo em psicanálise foi elaborada por Melanie Klein, Ana
Freud e outros que aprofundaram o simbolismo inconsciente do jogo. Para Klein (1977),
brincando a criança expressa de modo simbólico suas ‘phantasias’, seus desejos e suas
experiências vividas.
Criação inventado pela escola e esta não pode se apropriar dele. Deve utulizá-lo
com o respeito que ele merece enquanto criação e patrimonio de toda humanidade. Ele
perpassa todas as fases da evolução do homem e, em cada uma delas, apresenta caracteristicas
o tipo de jogo que lhe interessa e lhe estimula” (LOPES, 2001, p. 12).
jogos classidicando-os de acordo com sua adequação ao diferentes estágios das estuturas
mentais. Para o autor todos os jogos podem ser estruturados, basicamente, segundo tres
Os Jogos de exercício
ela vai ampliando seus esquemas, adquirindo cada vez mais a possibilidade de garantir prazer
em troca do que faz. Passa a agir para conseguir prazer. Porque é o prazer que determina
significado as ações.
Por isso o ato de sugar é tão significativo, porque a medida que satisfaz sua fome
46
o bebê sente prazer em manar. Outras sensações de agrado ele experimenta quando vai
realizando novas descobertas como engatinhar, andar, falar. Isto o vai estimulando a
prosseguir num verdadeiro jogo de descoberta corporal. Piaget depreendeu que havia um
objetivo na repetição dessas condutas: divertir e servir como instrumento de prazer em fazer
trabalhar estruturas ja aprendidas. Esse tipo de jogo (exercício) dá a criança uma satisfação de
eficacia e poder. O jogo de exercício é então defenido por ele como caracteristico desta fase
Porém não deixamos de jogá-lo quando crescemos e nos tornamos adultos. A cada
nova aprendizagem, ele pode ser utilizado para formar esquemas de ação necessários ao bom
esquema de ação, de condutas, de automatismo. Por isso, jogá-lo só é necessário para este
fim, pois fica cansativa e enfadonha a repetição de ações já interiorizadas” (LOPES, 2001, p
13).
Os jogos simbólicos
vêm depois dos jogos de exercícios. E caracterizam-se por seu valor analogico, ou seja por se
poder tratar ‘A’ como se fosse ‘B’, ou vice-versa. Trata-se portanto de repetir, como
conteúdo, o que a criança assimilou como forma nos jogos de exercício. Agir em uma
brincadeira de boneca, como a mãe, por exemplo, significa repetir, por analogia, o que a mãe
tanta vezes fez com ela em seu primeiro ano de vida, significa tambem poder aplicar, agora
como conteudo as formas dos esquemas de ação o que assimilou em seus jogos de exercício.
criança é capaz de encontrar o mesmo prazer que sentia anteriormente com os jogos de
Conforme a autora, a criança está apta para esse jogo porque já estruturou sua
função simbolica, ou seja produz imagens mentais e domina a lingua falada que lhe possibilita
5. Assimilaçãoda realidade que é adaptada a seus desejos. Por os pais, vai brincar
irmãozinho, a perda de um genitor, a mudança de escola. Pode lidar com fantasias (ser um
super-homem), fatos dolorosos (separação dos pais) com situações do passado: enfrentar
problemas do presente e antecipar consequencias de ações futuras. Ela pode fazer tudo isso
O adulto que observa a criança e interage no jogo simbolico pode perceber como
ela vai construindo sua visão de mundo, como lida com seus problemas, quais são os seus
ideais e preocupações. Por isso o jogo simbolico é usado por psicologos para diagnostico e
tratamento. Como a fase pré-operátoria se estende dos dois aos sete anos, tendo portanto, uma
duração mais longa, ela sofre modificações conforme a criança for progredindo em seu
48
Os Jogos de regras
duas caracteristicas herdadas das estruturas dos jogos anteriores. Neles como ja foi dito, a
repetição dos jogos de exercicio corresponde à regularidade, graças a qual esses jogos se
Regulardade porque o “como fazer o jogo” é sempre o mesmo, até que se modifiquem as
participantes do jogo, sendo a trangressão das regras uma falta grave, que pertuba o sentido do
jogo (Macedo, 1994). Os jogos de regras herdam dos jogos simbolicos as convenções, ou seja
a idéia de que as regras são combinados arbritários que o inventor do jogo ou seus
decisão, a análise dos erros, lidar com perdas e ganhos, replanejar jogadas em função dos
movimentos dos adversários, tudo isso é importante para o desenvolvimento das estruturas
cognitivas de cada pessoa. O jogo provoca conflitos internos, a necessidade de buscar uma
saída, e é desses conflitos que o pensamento sai enriquecido, reestruturado e apto para lidar
Jogos na escola
Na escola, a brincadeira ou jogo ensina alguma coisa que irá completar a criança
em relação ao seu saber, conhecimento e a visão que ela tem do mundo. O jogo e o brinquedo
como atividade livre é uma atividade voluntária do ser humano, quando sujeito as ordens
deixa de ser brincadeira. Só é jogo quando a ação voluntária do ser humano esta presente.
Quando brinca a criança stá tomando uma certa distancia a vida cotidiana, voltando-se a vida
do imaginário.
O jogo quando mediado, será coersivo e os jogadores não terão liberdade de ação,
imaginação e prazer. Mas quando a finalidade é estimular a aprendizagem, o que está em jogo
desenvolvimento das estruturas das crianças, abrindo espaço para que elas possam através do
com outras pessoas na escola a criança aprende a viver socialmente, respeitando regras,
espaço, pela disponibilidade de materiais e muitas vezes pela proporia parceria do professor
nas brincadeiras.
criança. Nesse sentido qualquer jogo empregado pela escola, desde que respeite a natureza do
ato lúdico imprime o caráter educativo e pode receber também a denominação geral do jogo
educativo.
1º. Os brinquedos, jogos e materiais pedagógicos não são objetos que trazem em
seu bojo um saber pronto e acabado. Ao contrário, eles são objetos que trazem
um saber em potencial. Este saber pode ou não ser ativado pelo aluno.
2º. O material pedagógico não deve ser visto como um objeto estático sempre
igual para todos os sujeitos. O material pedagógico é um objeto dinâmico que
se altera em função da cadeia simbólica e imaginária do aluno.
3º. O material pedagógico traz em seu bojo um potencial relacional, que pode ou
não desencadear relações entre as pessoas. Assim, o mesmo objeto que
desencadeou relações muito positivas em uma classe pode ser o mesmo que
paralise uma outra.
4º. Os materiais pedagógicos são objetos que trazem em seu bojo uma
historicidade própria. Alem de portar a historicidade de cada aluno e professor
que paralise uma outra.
51
Ser professor é uma constituição singular que vai tomando forma no processo da
própria existência, sobretudo porque a ação de ensinar suscita uma aprendizagem permanente,
percurso vivido, sentem-se mais responsáveis pela sua formação profissional e passam a
concebê-la como uma formação continua, que se desenha junto à história individual e social
educação assim pensada e compreendida desencadeia um processo refletido das relações entre
a ética e o agir pedagógico, através de uma prática educativa que interfira em nosso
docente precisa ter clareza quanto ao tipo de sociedade ele ajuda a construir, ao conjunto de
valores que aspira. É preciso que o docente esteja comprometido com a ética e com a estética.
O professor nesta relação de amor com o conhecimento pode passar a viver uma
relação sadia com os seus semelhantes e com o mundo que o rodeia. Educar nos tempos
atuais, mais do que nunca, não se limita a repassar informações ou mostrar apenas um
caminho, aquele caminho que o professor considera o mais correto, mas é contribuir com o
educando para que o mesmo possa tomar consciência de si mesmo, dos outros e da sociedade.
É saber aceitar-se como pessoa e saber aceitar os outros. É oferecer várias ferramentas para
que a pessoa possa escolher entre muitos caminhos, aquele que for compatível com seus
valores, sua visão de mundo e com circunstâncias adversas que cada um irá encontrar.
52
Saber ser, saber fazer, aprender a aprender e aprender a viver juntos são os
sustentáculos para a educação no século XXI conforme colocado pelo relatório da UNESCO
intitulado: Educação: Um tesouro a descobrir (UNESCO, 2003). Sendo assim, a educação que
pode formar o homem autônomo é aquela que ensina o diálogo investigativo coletivo.
ajuda na construção do pensamento criterioso, criador e responsável. Para que esta proposta
possa se tornar realidade uma das possibilidades é o trabalho dentro dos espaços de educação
com o lúdico.
criança e mesmo o jovem opõe uma resistência à escola e ao ensino, porque acima de tudo ela
Snyders (1988) defende a alegria na escola, vendo-a não só como necessária, mas
como possível. “A maior parte das crianças em situação de fracasso são as de classe popular e
puderem [...]
a Escola deve ser um local que lhes traga outras coisas. Essa alegria, não pode ser uma alegria
que os desvie da luta, mas eles precisam ter o estímulo ao prazer. A alegria deve ser
prioridade para aqueles que sofrem mais fora da escola. Estudos demonstram que através de
atividades lúdicas, o educando explora muito mais sua criatividade, melhora sua conduta no
pedagógica que nos possibilite não apenas oferecer e oportunizar momentos lúdicos, mas
extrair deste tempo substrato que permita interpretar o valor que as pessoas atribuem a estes
momentos.
sempre algo que quebra a rotina, cria novas expectativas e possibilita experiências novas.
cotidiano, para buscar forças interiores, que no dia-a-dia justifiquem a função social que
exercemos. Um professor não precisa ser um recreador, porém, se tiver ou desenvolver esta
que envolvem a sua formação. O homem, desde que nasce, entra num processo de
humanização dentro da sua cultura, que o torna homem, e esse processo nunca acaba. A
consciência que podemos ter de nós mesmos e do mundo vai sendo criada ao longo de nossas
vidas, sempre podendo ser renovada, pois a cada momento o homem pode comparar-se com
os outros, pode perceber as semelhanças, as diferenças e igualdades que há entre cada um,
pedagógica; e talvez ainda hoje isso não ocorra devido à própria formação profissional do
professor que não contempla informações nem vivências a respeito da relevância do brincar
no desenvolvimento infantil.
o aprender.
desenvolvimento infantil, "quando a criança chega à escola, traz consigo toda uma pré-
história, construída a partir de suas vivências, grande parte delas através da atividade lúdica."
Segundo o autor citado, é fundamental que os professores tenham conhecimento do saber que
a criança construiu na interação com o ambiente familiar e sociocultural, para formular sua
proposta pedagógica.
portanto à formação lúdica que este sujeito possa desenvolver junto às crianças, permitindo
conhecido. É reconhecer-se, admitir-se. Crê e criar. Arriscar-se a fazer dos sonhos textos
visíveis e possíveis...” e isto “Só será possível quando os professores puderem gerar espaços
(FERNÁNDEZ 2001).
A verdade é que grande maioria das escolas, principalmente às publicas a cada dia
estão mais passivas não cobrando de seus professores que explorem o mundo de
conhecimentos que a criança traz de casa para a escola, estão deixando de desenvolver e
processo linear e continuo que se encaminha a uma única direção, mais um caminho
O jogo como recurso pedagógico é uma atividade que tem valor educacional
intrínseco, é jogando que o aluno está se educando em todos os setores da vida, a utilização
de jogos educativos no ambiente escolar traz muitas vantagens para o processo de ensino e
aprendizagem, entre elas: O jogo é um impulso natural da criança funcionando assim como
iniciativa pessoal e grupal. O jogo é uma forma de vínculo que une a vontade e o prazer
durante a realização de uma atividade. O ensino utilizando meios lúdicos cria ambientes
experiências que permitem a elas se tornarem aptas a enfrentar situações do seu cotidiano,
O ser humano é um ser lúdico, e por isso tem necessidade de brincar. O papel da
ampliem o interesse do aluno à leitura do texto literário, pois o jogo pode auxiliar no ensino
situações de aprendizagem, com seu desejo de buscar novos conhecimentos. Tem, igualmente,
a oportunidade de lidar com a frustração do não saber, com a alternância entre vitórias e
A escolha dos jogos será definida pelas dificuldades específicas de cada criança e
é nesse momento que se pode lidar com tais dificuldades. Existem jogos que trabalham a
linguagem, como, por exemplo, o ‘jogo da forca’ e ‘palavras cruzadas’. Outros trabalham
com números, como ‘compre bem’ e ‘banco imobiliário’. Outros trazem informações sobre
diversos temas, como ‘perfil’’. Existe, ainda, uma variedade de jogos que exigem estratégia,
O lúdico em sala de aula pode ser trabalhado em todas as atividades, pois é uma
da educação infantil, o papel do professor é primordial, pois é ele quem cria espaços, oferece
possível. Para que o ensino seja possível, é necessário que aluno e professor estejam
engajados no processo, pois ações como dar aulas deveriam ser substituídas por orientar a
construtivismo, o sociointeracionismo.
da importância da sua formação permanente, de estar sempre inovando seu fazer pedagógico e
de ter senso crítico e atitude investigativa. Assim, ao inserir a brincadeira em seu projeto
educativo, o professor deve ter claros seus objetivos e consciência da importância de sua ação
58
importância do brincar para a criança, cabe ao professor oferecer inúmeras oportunidades para
que se torne prazerosa a aprendizagem por meio das brincadeiras. De acordo com Rosamilha
(1979, p. 77),
A criança é, antes de tudo, um ser feito para brincar. O jogo, eis aí um artifício que a
natureza encontrou para levar a criança a empregar uma atividade útil ao seu
desenvolvimento físico e mental. Usemos um pouco mais esse artifício, coloquemos
o ensino mais ao nível da criança, fazendo de seus instintos naturais, aliados e não
inimigos.
constantemente nas inquietações e reflexões dos educadores. É sempre muito bom que se
auto-avaliem perguntando: Quais os objetivos de tais brincadeiras? Como elas estão sendo
Cabe ressaltar que só é possível o educador reconhecer uma criança se nela ele
reconhecer um pouco da criança que já foi e que, de certa forma, ainda existe em si.
fazer lúdico, buscando em sua bagagem, recente ou não, contribuições para uma
proporcionar aos seus educandos um ambiente rico em atividades lúdicas, já que estas são
proposta interacionista, oportunizando o resgate de cada potencial. A partir daí, cada um pode
desencadear estratégias lúdicas para dinamizar seu trabalho que, certamente, será mais
produtivo, prazeroso e significativo. Para atingir esse fim, é preciso que os educadores
vida, pela alegria e pelo entusiasmo de aprender. É muito importante aprender com alegria,
59
com vontade. Snyders (1996, p.36) comenta que “educar é ir em direção à alegria.” A escola
deve ser um lugar gostoso e feliz, para onde a criança tenha vontade de ir.
Sabe-se que a experiência lúdica não pode mudar o mundo, mas é provável que
possa contribuir para as mudança da consciência e impulsos dos homens que podem mudar o
mundo. Se o jogo possui uma certa autonomia em relação a sociedade, esta autonomia se dá a
de liberdade dos indivíduos numa sociedade com pouca liberdade. A ludicidade é o risco no
mundo “sério”.
Toda pessoa que brinca bem tem clareza de visão, sensibilidade, são entusiastas,
adaptáveis, alegres e encantadoras. São tudo, menos pessoas fragmentadas, e aprender é seu
capaz.
60
sustentação das ideias e reflexões desenvolvidas em conceitos elaborados por autores que
abordam esta temática, tais como: Freire (1997), Leontiev (1998), Machado (1966), Masseto
(1992), Negrine (1994) Nóvoa (1995), Piaget (1990, 1993), Rojas (1998), Santos (1997),
Infantil, como essas atividades são desenvolvidas em sala de aula e fora dela e se os
informações serão coletados por meio de entrevistas com professores da Educação Infantil e,
posteriormente, submetidos a uma análise interpretativa, à luz dos autores pesquisados para a
revisão bibliográfica.
Os sujeitos pesquisa foram cinco professoras que atuam nas séries iniciais do
Ensino Fundamental em escola da rede pública de Fortaleza – CE, escola que foi escolhida
por se localizar na área de baixa renda da cidade e atender a um grande número de alunos
desse bairro. A seleção das professoras foi feita a partir de conversa com a coordenadora
diferenciado em sala de aula. Dessa forma, a coordenadora apontou profissionais que realizam
sobrevivendo com rendas familiares quase insignificantes, sendo muitos desempregados com
Assim, a escola tem acrescidas as suas responsabilidades de educar, instruir e formar, às quais
ano, cuja experiência com o trabalho nesses níveis do ensino varia entre nove e vinte e três
anos.
ENTREVISTA 1
Ao ser indagada sobre qual a importância que atribui às atividades lúdicas para o
O lúdico contribui, não só, para o desenvolvimento das crianças, mas também para
pessoas em qualquer etapa da vida: crianças, adolescentes e adultos, pois em todas
elas as brincadeiras devem estar presentes. Brincar não é coisa apenas de crianças
pequenas. A escola erra ao fragmentar sua ação, dividindo o mundo em lados
opostos: de um lado o jogo da brincadeira, do sonho, da fantasia e do outro, o
mundo sério do trabalho e do estudo. Independente do tipo de vida que se leve,
todos adultos, jovens e crianças precisam da brincadeira e, de alguma forma, do
jogo, do sonho e da fantasia, para viver. Eu atribuo a importância as atividades
lúdicas enquanto fator de desenvolvimento da criança. Entre alguns desses fatores
destaca-se: facilitador da aprendizagem; colabora para uma boa saúde mental;
desenvolve processos sociais de comunicação de expressão e construção do
conhecimento; explorar a criatividade; melhora a conduta e a auto-estima; permite
extravasar angústias e paixões, alegrias e tristezas, agressividade e passividade.
que o lúdico seja direcionado, somente, para as crianças, concordando com o recente e tímido
movimento pelo ‘ócio criativo’, que defende a necessidade do adulto trabalhador ter mais
oportunidades e formação para o uso criativo do tempo livre e do lazer, como um direito
Sobre as atividades lúdicas que considera mais contribuírem com a elevação dos
De inicio tem-se o jogo de exercício que é aquele em que a criança repete uma
determinada situação por puro prazer, por ter apreciado seus efeitos em torno dos 2-
3 anos e dos 5-6 nota-se a ocorrência dos jogos simbólicos, que satisfazem a
necessidade da criança e por consequência vão aumentando de importância de
acordo com o progresso do seu desenvolvimento social.
Todas as atividades lúdicas criativas ou não contribuem com a aprendizagem, por
exemplo: música, poesia com rimas, jogos e brinquedos dos mais variados tipos,
historinhas, contos, filmes, recortes, colagens, desenhos, pinturas, dramatização e
outros tipos de artes, informática. Como ressaltamos, vale a criatividade.
Por essa resposta, a educadora entrevistada concorda com Almeida (1990), que
interesse e a motivação dos seus alunos por aprender são várias, dentre as quais estão: bingo
trilha, dado, jogo de memória, jogo da velha, forca, fantoches e na quadra: brincadeira de
de regras. Os jogos são interdisciplinares desde que atendam à faixa etária e à necessidade do
aluno.
muito satisfatório, porque a criança relaxa, aprende e se interessa, passando a ter mais vontade
ENTREVISTA 2
da criança, sendo também uma forma de autoexpressão. Com o faz de conta, a criança pode
imaginar, imitar, criar. Assim, pouco a pouco, elas vão ampliando seu mundo e seu raciocínio
lógico.
[...] a educação lúdica integra, na sua essência, uma concepção teórica profunda e
uma concepção prática atuante e concreta. Seus objetivos são a estimulação das
relações cognitivas, afetivas, verbais, psicomotoras, sociais, a mediação
socializadora do conhecimento e a provocação para uma reação ativa, crítica,
criativa dos alunos. Eles fazem do ato de educar um compromisso consciente,
intencional e modificador da sociedade.
64
Para P2, as atividades lúdicas que mais contribuem com a elevação dos níveis de
aprendizagem são: xadrez, jogo de damas, gincana cultural, brincadeiras como boliche, onde
cada garrafa que ele derrubar responderá uma pergunta, bingo de letras e outras, que são
fatores facilitadores para o aprendizado, pois sentirá prazer em estar participando ao mesmo
motivação dos seus alunos por aprender são aquelas que podem ser utilizadas em sala de aula
alfabeto móvel, trilha, dado, jogo de memória, jogo da velha, forca, fantoches e na quadra:
cumprimento de regras . Entendo que os jogos são interdisciplinares desde que atendam a
crianças jogam ou brincam, passam a ter uma compreensão maior de como o mundo funciona
e de como poderão lidar com ele à sua maneira e possibilidade. As atividades lúdicas
crianças entendem.
prática artística é vivenciada pela criança como atividade lúdica, em que o brincar facilita a
ENTREVISTA 3
e, atualmente, atua, também, em uma turma de 2º. ano do Ensino Fundamental em uma
lógico das crianças a entrevistada P3 referiu que, com as atividades lúdicas, as crianças ficam
mais interessadas e aprendem com mais facilidade, pois depositam toda a sua atenção na
atividade. É, por meio da ludicidade, que a criança aprende a conviver, a ganhar e a perder, a
aprendizagem, apontadas por P3, foram: jogos de exercícios, jogos de regras e jogos
simbólicos, pois nos jogos pode-se encontrar respostas, ainda que provisórias para perguntas
motivação dos seus alunos por aprender, dentre as quais: jogo da torre, jogo da forca (buga-
realmente, contribuindo com a melhoria da aprendizagem de seus alunos, pois é pelos jogos e
brincadeiras que a criança aprende a agir, sua curiosidade é estimulada, adquire iniciativa e
intelectual da criança, também ensina, sem que ela perceba, os hábitos mais necessários a esse
66
cultura e do conhecimento, que estão exigindo mudanças na forma de ensinar as crianças, que
estão sendo criadas num mundo de realidade virtual e educadas no mundo indiferente às
transformações culturais. É necessário repensar o papel da escola frente a essas novas formas
de relação social e novos hábitos humanos e culturais. Disso decorre a importância do lúdico
na aprendizagem, pois brincar significa aprender a viver, utilizando e brincando com imagens
e símbolos, pois estes levam a pensar. A presença das atividades lúdicas no espaço educativo,
com a racionalidade e que a emoção proporciona à criança um encontro consigo mesma, bem
como uma melhor adaptação com o seu entorno e com todos que, de alguma forma, fazem
ENTREVISTA 4
uma 2ª série de escola particular e, no outro, com turmas de 1ª e 4ª séries na rede pública de
ensino.
desenvolvimento do raciocínio lógico das crianças está em fazer acreditar que elas possuem
criança exercita sua plenitude, conforme afirma Luckesi (2000) ao afirmar que a maior
em seus atos. E argumenta ainda, o autor citado, que isso significa dizer que, na vivência de
67
uma atividade lúdica, cada pessoa está plena, inteira, utilizando a atenção plena, como
Na participação efetiva em uma atividade lúdica, não há lugar, para qualquer outra
coisa além dessa própria atividade. Não há divisão. Nela os participantes apresentam-se
citado é evidenciar a importância que tem para o sujeito, sua formação e desenvolvimento
integrais a realização de atividades lúdicas, não importa a sua idade, meio social ou outras
variáveis.
aprendizagem, segundo P4, são: jogo gramatical, jogo de expressão oral, parlenda animada,
intenção de despertar o interesse e a motivação dos seus alunos por aprender. Nesse sentido,
as mais utilizadas por ela são: jogos, pinturas, desenhos, trabalhos em grupo, colagens,
realmente, contribuindo com a melhoria da aprendizagem de seus alunos, uma vez que, tanto
o jogo como a brincadeira, em si, constituem uma forma de vínculo que une a vontade e o
ENTREVISTA 5
Médio e está terminando, atualmente, um curso de Pedagogia. Trabalha, ainda, com duas
desenvolvimento do raciocínio lógico das crianças, a entrevistada P5 afirmou que é por meio
As atividades lúdicas apontadas pela entrevistada P5, como que mais contribuem
com a elevação dos níveis de aprendizagem dos alunos são todas aquelas em que estiverem
dentro do contexto das disciplinas e forem bem aceitas e entendidas pelos alunos.
lúdicas que possam despertar o interesse e a motivação dos seus alunos por aprender, como
realmente, contribuindo com a melhoria da aprendizagem de seus alunos, até porque é enorme
Piaget (1978) que considera a infância como a fase do brinquedo, do brincar e da brincadeira,
sendo que isso representa, para a criança, o mesmo que o trabalho é para o adulto,
caracterizando-se, dessa forma, como sua principal atividade nessa fase de sua vida. Também
é correto afirmar, que toda criança brinca, independentemente de sua cultura, época, meio ou
classe social.
personalidade das crianças, devendo ser utilizado em todos os níveis da Educação Básica,
a utilização do lúdico, a criança vai construindo uma infinita abertura de possibilidades que
lhe permita se relacionar e conhecer, com legitimidade, o mundo em que vive. Nessa
apor se acreditar que todos os alunos, de acordo com suas individualidades e potencialidades,
são criativos, imaginativos. Assim, constatou-se, com a ajuda dos teóricos consultados na
pesquisa bibliográfica, que é possível conquistar o que, muitas vezes, se pensa ser
brincadeira.
formação plena, na perspectiva da construção da sua cidadania. Vê-se que o objetivo geral
definido no início desta pesquisa foi alcançado, pelo aprofundamento realizado, a partir da
professores de Educação Infantil uma melhor visão a respeito do valor dos jogos e
crianças. Nesse sentido, as brincadeiras e jogos foram referidos, durante todo o percurso da
desenvolvimento físico e mental das crianças. Isso comprova que os objetivos específicos
prepará-los para utilizar, habilmente, o lúdico em sala de aula. Para isso, eles precisam
Infantil.
que nessa escola são realizadas, com as crianças da Educação Infantil, atividades lúdicas no
sentido de despertar o interesse e a motivação dos seus alunos por aprender, recorrendo a
(1978).
futuros, em outros níveis de estudo, a fim de que se possa dar uma contribuição mais
plenamente os estudantes.
71
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WAJSKOP, Gisela. Brincar na pré-escola. 3 edição. São Paulo: Editora Cortez, V. 48, 1999.
APÊNDICE
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Escola:_ ____________________________________________________
Professor: ___________________________________________________
1º - Qual a sua formação?
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3º - Que atividades lúdicas você acha que mais contribuem com a elevação dos níveis de
aprendizagem?
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4º - Quais as atividades que você realiza em sala de aula para despertar o interesse e a
motivação dos seus alunos por aprender?
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5º - Que sugestões você oferece aos demais professores de Educação infantil para melhorar os
índices de atenção e motivação dos alunos?
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6º - Você sente que a utilização de brincadeiras em suas aulas tem, realmente, contribuindo
com a melhoria da aprendizagem de seus alunos?
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