Dominao teleptica
Dispnhamo-nos despedida, quando simptica senhora desencarnada abeirou-se de ns,
cumprimentando o Assistente com respeitosa afetividade.
Aulus incumbiu-se da apresentao.
a irm Teonlia, uma de nossas diligentes companheiras no trabalho assistencial.
A nova amiga correspondeu-nos s saudaes com gentileza e explicou ao nosso
orientador o objetivo que a trazia.
Contou, ento, que Ansia, devotada companheira da instituio em que nos achvamos,
sorvia o fel de dura prova.
Alm das preocupaes naturais com a educao das trs filhinhas e com a assistncia
imprescindvel mezinha doente, em vsperas de desen-carnao, sofria tremenda luta
ntima, de vez que Jovino, o esposo, vivia agora sob a estranha fascinao de outra
mulher. Esquecera-se, invigilante, das obrigaes no santurio domstico. Parecia, de
todo, desinteressado da companheira e das filhas. Como que voltara s estroinices da
primeira juventude, qual se nunca houvesse abraado a misso de pai.
Dia e noite, deixava-se dominar pelos pensamentos da nova mulher que o enlaara na
armadilha de mentirosos encantos.
Em casa, nas atividades da profisso ou na via pblica, era ela, sempre ela a senhorear-lhe
a mente desprevenida.
Transformara-se o msero num obsidiado autntico, sob a constante atuao da criatura
que lhe anestesiava o senso de responsabilidade para consigo mesmo.
No poderia Aulus interferir?
No seria justo afastar semelhante influncia, como se extirpa uma chaga com o socorro
operatrio?
O Assistente ouviu-a com calma e falou, conciso:
Conheo Ansia e nela estimo admirvel irm. H meses, no disponho de oportunidade
para visit-la como venho desejando. Decerto, no me negarei ao concurso fraterno,
entretanto, no ser conveniente estabelecer medidas drsticas sem uma auscultao do
caso em si.
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