Santos
2008
Maria Júlia Vassão Vieira
Santos
2008
Dedicatória
Sai
Baba.
Resumo
Introdução...................................................................................................07
Capítulo I
Afetividade.................................................................................................09
Capitulo II
Afetividade na escola.................................................................................12
Capitulo III
O Papel do Professor Ensino – Aprendizagem..........................................24
Capitulo IV
Relação Professor – Aluno e Afetividade...................................................27
Conclusão .................................................................................................32
Referências ..............................................................................................34
Introdução
“A forma de pensar junto com o sistema conceito nos foi imposta pelo meio que nos
rodeia, inclui também nossos sentimentos. Não sentimos simplesmente: o sentimento
é percebido por nós sob a forma de ciúme, cólera, ultraje, ofensa. Se dizemos que
desprezamos alguém o fato de nomear os sentimentos faz com que estes variem, já
que mantém uma certa relação com os nossos pensamentos.”
Segundo Moreno (1998) “Integrar o que amamos com o que pensamos é trabalhar, de
uma só vez razão e sentimentos; supõe elevar estes últimos à categoria de objetos de
“ Por que os primeiros gritos da criança são de choro? Para excitar o interesse da
mãe e provocar os cuidados necessários. Não compreendes que, se ela só tivesse
gritos de alegria, quando ainda não sabe falar, pouco se inquietariam com suas
necessidades?”
Neste sentido Wallon (1979) destaca o caráter social da criança, pois quando nasce
Se não houvesse essa reação por parte dessa criança, esta morreria. Também a
comunicação do adulto para com essa criança se dará através da emoção e corpo. É comum
se dizer que não é fácil enganar uma criança. Isto porque ela “lê” no corpo, mais que nas
palavras. Podemos dizer coisas bonitas a uma pessoa, mais nosso corpo pode estar
mandando uma mensagem de repulsa. A criança percebe esta mensagem, pois ainda não
O corpo funciona como território da afetividade, dois sentidos, das paixões, das
emoções, por onde transitam medo, sofrimento, interesse e alegria, como coloca João
Batista Freire.
componentes: o cognitivo e o afetivo. Embora nem sempre seja focalizado por psicólogos e
profunda influência sobre o desenvolvimento intelectual. O aspecto afetivo por si só não pode
criança frente ao mundo tem um sentido que as motiva. Em cada momento a criança
interage com a realidade externa, construindo conhecimento, porém impulsiona por razões
de ordem afetiva.
Cabe aos pais e professores recriarem este ambiente afetivo, despertando na criança
algo que é natural no ser humano. O prazer em conhecer, descobrir como as coisas, o
“A palavra emoção significa, originariamente, “E” (do latim ex) = para fora, “moção”=
movimento. “A emoção é o movimento da vida em cada um de nós. Trata-se do
movimento que brota no interior e se expressa no exterior; é o movimento de minha
vida que me diz – e que diz às pessoas à minha volta- quem sou eu.” (FILLIOZAT,
2000, p.61)
Sendo assim a escola oferece um ambiente propício para avaliação emocional das
É na sala de aula que o aluno demonstra seu estado emocional, por meio da relação
com o outro na qual o professor com algum preparo e sensibilidade poderá estar
Caso contrário, o professor sem preparo e bom senso poderá agravar ainda mais as
Vale ressaltar que segundo as pesquisas realizadas um dos fatores mais aflitivos em
sala de aula, diz respeito a depreciação do aluno diante dos outros como urinar em sala
de aula (2ºlugar) e por comparação, um novo bebê na família (14º lugar).
Baseados nessa pesquisa percebe-se que situações depreciativas para uma criança
ou adolescente em idade escolar, podem provocar níveis mais elevados de frustração,
estresse, ansiedade ou depressão. Não esquecendo que algumas crianças são mais
vulneráveis que outras.
Na escola Maders a separação dos pais vem em primeiro lugar e o que mais chama
a atenção é o fato de que tanto os pais quanto a criança (um pouco menos, em relação
aos adolescentes) esperam que os professores possam estar sendo mais compreensivos
e afetuosos em relação a criança emocionalmente abalada. Há de convirmos que as
vezes essa situação torna-se delicada visto que nem sempre os pais levam este fato ao
conhecimento do professor e a criança muitas vezes prefere calar.
Outro fato importante é o de que a criança constrói sua auto-estima reforçada pelo
sentimento de fazer parte da identidade dos pais (quando comparadas a eles por outras
sua identidade também criticada o que acarretará uma dramática perda de auto-estima
4- Distúrbios do sono.
6- Auto – depreciação.
8- Queixas somáticas.
9- Fobia escolar.
http://www.psiqweb.med.br/infantil/aprendiza2.html
“Não é obrigatório que a criança depressiva complete todos os itens da lista acima
para se fazer o diagnóstico. Ela deve satisfazer um número suficientemente
importante de itens para despertar a necessidade de atenção especializada.
Dependendo da intensidade da Depressão, pode haver substancial desinteresse
pelas atividades rotineiras, queda no rendimento escolar, diminuição da atenção e
hipersensibilidade emocional. Surgem ainda preocupações típicas de adultos, tais
como, a respeito da saúde e estabilidade dos pais, medo da separação e da morte e
grande ansiedade.”
Rossini(2003,p.53) nos alerta que: “Reprimir a afetividade tem um custo muito alto- a
Para Paulo Freire (1996) “(...) escola não são paredes, alunos, bibliotecas ou
professores; a escola é o conjunto de relações sociais humanas”. Como exemplo podemos
citar a Escola da Ponte em Portugal, na qual:
“(...) as crianças que possuem uma boa relação afetiva são seguras, têm o interesse
pelo mundo que as cerca, compreendem melhor a realidade e apresentam melhor
desenvolvimento intelectual (...)”. “a afetividade denomina a atividade pessoal na
esfera instintiva, nas percepções, na memória, no pensamento, na vontade, nas
ações, na sensibilidade corporal, ela é componente de equilíbrio e da harmonia da
personalidade”.
Podemos então, escolher que marca iremos querer deixar, através de atitudes e
exemplos que poderão ficar sempre na memória dos alunos. Vale lembrar que professor
afetivo não significa ser bonzinho, que não impõe limites deixando seus alunos agirem
como quiserem, mas sim um professor que irá estabelecer um vínculo com seus alunos
instigando-os a querer buscar sempre para satisfazer suas curiosidades estabelecer suas
próprias idéias, mesmo que estas sejam diferentes das suas.
Não seria então a melhor lembrança marcada de carinho e afeto?
Capítulo IV-
Relação professor- aluno e afetividade
“um educador não é apenas uma criança de tal família, não é apenas o membro de
um grupo sócio-cultural. Ele é também sujeito, com uma história pessoal e escolar.
É um aluno que encontrou na escola tais professores, tais amigos, tais aulas, e que
teve surpresas boas e más. È uma criança cujos pais disseram que o que se
aprende na escola é muito importante para a vida ou, ao contrário, que não serve
para nada. È uma criança que tem muitos irmãos e irmãs ou não, que são bem-
sucedidos na escola ou não, e que podem ajudar a criança ou não, etc...”
ALVES, Rubem. A Escola com que sempre sonhei sem imaginar que pudesse
existir. 5 ed. Campinas: Papiros, 2001.
LUCA, L. de A.. Alfabetização Afetiva. 2 ed. São Paulo: Vida & Consciência, 1998.