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OCTAVIO PAZ ADUPLACHAMA AMOR EROTISMO Tradugio ‘wladyr Dupont etait teas mini ne oun at cit aon Axio anode iro orale evita Lid ei aioe ee Liminar Quando se comega a escrever um ive? Quanta tempo demorars pas excrevé J? Perganiseaparetemnente fice, sas na verdade drduas. Se me ateaho a fats exteriors, co” ‘ecei estas piginas nos primetres das de maigo deste ano © ‘ernie’ em fins ce abil dois meses. A verdad & que come- ‘eins mint adolescénca. Meus primevos poemas foram de amore desde entio esse tema aparece constntemente em ‘mln poesia. Fai também um svidolelor ce tngéias © co médias, somances « poems de amor— dos contos das Mile uma notes a Romet o juliet e A cara de Parma Bests Teiaras eimentsram sinhasrefex®es eiuminasin rina lexperifncias,Em 1960 escrev mes centena de pginas eobre ‘Sade, nas qualsprocreitrgar a frontaas envea sexual: de animal, o erotsmo humano ¢ 9 damialo mals yest do amor. No fique interamente sutiseito, mse aquee ensaio serio pars quee percebesse«imensidia dotetna, Em 1995 viva fad; as doles eram azuis e elias como as do poems que canta os amores de Kishna e Racha, Enaimove- Ime. Entlo decid escrever um pequene livo sobie o sanar ‘ue, pando éa conexto inti ene ce ts campos —o 5 sexo, oeyotisna eo amor — foste uma explora do sent ‘mento amoroso, a algunas anotigbes. lve de para: doce {agves cicunstancn me foram 2 adr © projeto, Deel 2 India e uns dex anos depots, nos Bstados Unidos, escevi tum ensio sobre Fourier no qual vole 2 algunas daquelas [kas esbogadas em minhes anowagbes, Outras preacups- (be etatbalhos, novamente, 4 interpuseram. Meu projet Ticava cada ver mais longe. Bu nto podla asquect-i, mas ‘ampouco tna Smo parm exeutt. ‘Pasetram of nos, Continuel eserevendo poesnas ie, com freq, erm de sor. Neles sparecas, como finses Imisienls recorrentes — também como obsessbes ims jens que era « erstlizago de minhas reflexdes. No sert Sie para um ekor que tenha lide meus poems encontar Donte! © coneepondéncias eaze eles e est piginss. Pars ‘nim, a poetin e@ penszimentos8oumt sistem Gnico. A fonte Uleambos a vida excreva sobre o que vivie vivo, Viver am ‘im & pensar e, As veves, atravessar essa froneira na qual sentir penase ee fern 50 & poesia. Nesse meio tnip0, ‘papel em que havi aseunnado minhas ancragées na fn folamareiandoe slgumas piginos se peederm nas mudan- pase vgen. Abancone! ils de escrevero v0, Em dlezembro pass, 20 veunr alguns textos para uma colegio de enstos Cees» costmbre,lembrei daquele ‘ro tanias vezes pensado © munca eset Male que peng, ‘Sent ergonha: nfo er un exquecimento em ura aig. Passe lgumas nites em car, rofdo pelo vemorso. Sent Inecessiae de vole amin iia ¢ realila. Mas eu me det: nfo er um pouco sdeulo, a0 final de mina vid, fescrever tm lio sobre onto? Ou es um adeus un teta- ‘mente? Belang eae, pensando que Queveéo, em met lugs teria aproveiad a ocasto para escrevr um sonetosi- tien, Procite pensar em otras coi; fol int: ain do + ‘io no me delve, Pasel vires semanas chlo de dvds, ‘ De vepente, uns manha,lancelme a eerever com una es écie oe alegre desespero, A medida que avancava, suas vas Vsbes, Pensa em um ensalo de unas cem pginas © ‘texto ee slongava mais © mais com snperioseespontanct Sade, até qve, com mesma natrlidade eo mesmo imp fio, dixou de flit. Eereguel os alhos:eserevers um lwo. Minha promessa estava compe Esteli termina slate etna com um poems quees- rev poeos anos “caia de creenca™A expressto desig ‘naa cata que levamos conosco pa sermos aciedead2s por Dessoas desconhecidas neste caso, a malaria de meus eo es. Tats pose ser interpreada como uma cata que "> tém uma decaracio de nosss crenpas, Plo menos & esse 0 ‘eid que lhe dou. Repetr um tla fio ee prestaacon- Tsbes. Por ito prefe outro de que, além dso, eu gosto: tupla chama. Segundo 0 Dicionario de autordades, 3 c3- ‘na € “a pore mis stl do Fogo se eevs ere Bgues ia dal", O fogo orginal e primordia sexualvade,levanc. a ‘Shama vermelha do erosnoe 2, por sua va, sisin9 OU toa chara, az] e wma a do amor rots e amor: 2 du pla cham da vies crawo Paz Mexico, 4 emia de 1993 ADUPLACHAMA AMOR EROTISMO Os reinos de Dé ‘Aeaidae sensivel epee fl pa mim uma fone de sur pres, nundém de evicensas, Num anigo remero, de 140, Aad poesia como testemuho dos setdos'.Tesesnunho ‘verde suns imagens sto palpves, vise e adv, Ever dade, a poss € fen ce pass enigadas que emir ele os, vss emuanaes: 0 que ela sos erin so reales (uusbes? Rinbaud dase: "Baton coquel bonne aero Fost de ure cr Na conhngto dese dns palvas est © sxgredo ca poesia ede seus teemurinos aquilo que nos mos- {or opoemn nfo vemos com nessos olnas da mats, e i ‘com odo expinto. A poesia nos faz een o impapivel ees fara maé do sléncio cobindo uma paisagem devasada pela Insti, © testesnunho pottice noe revela auto mando demo lest, o mundo ovr que € ee mundo. Osseaies, ser pe. ‘der seus posers, convetens seam serves ca imoginngio® nos fazam ouvir 0 isauctoe vero impesceptivel No € Iso, Afnal, © que acontece no sono © no enconto eto? Tanto hos sonhos eemo no sto sexual sbroganee fntsmss, Noso patos tem oxpo, rst e nome, mis i ealidade,preciae mente no momento mis intense do abrag, dispense ex Juma casera de sensngdes que, por sua ver, dsipamse. HE lua pergunta que se fazem tedas as apalxonados e que con- densi em so mista erica: “Quem & voes™ Pergeta em resposm.. Os sends so € ato 80 deste munda, Por elo eles, a poesia exe uma ponte eave o vere o aren Paresh Ponte snaginag2o gana cxpo ees corps ee conve emt inagens. ‘A relagto ence ecto e poeta tal quese pode dizer, sen fe2630, que o primeir & wna postin carporal# =- funds uma erica verbal. Ambos sto fetos de uma oposgto omplementar A linguagem — som que emite sentido, u3¢0 mil que denom ilas corpoveas ~€ capa de dar nome ao mais fgnee evanescent: senso, por sa Yer, © er tisino nfo & mera senualidede animal ~ € cena, repre seamagto, © erotismo € sexualeade vanshiguradsr mesos. | imaginagio & 0 agente que move ato ebtica © © postica Ea pordncia que transtigra 0 sexo em ceiménia e toe lnguagens ern rane € metfor, A imagem pose # sbrago sleveclidades oposas ea rina € pula de sans «poesia eo tian a lingusgem e 0 mundo porque ela propria, em seu modo de operagio, i # ects da mesma forms 0 ero mo € uma metifort de sexualidae animal. O que diz essa tmetéfor? Como tors as metfoms, designa algo que ext ale da realdade que Ihe di origem, algo nove e distinc dos {ems que a compsem. Se Géngor ds pipe nevada ie venin ou descobre uma reside que, embora Fes de am bos, nto é sangue nem nave, O mesino acntece corn © a0. Uismio. Diz, ou melhor, éslgums cosa clferente ca mera s=- susie Emborn as maneins de elacionarse se mult, 0 0 -senut significa sempre a mesma cols: reprodugto, O ert: mo € sexo em agio mas, sja por deswile ou por neg, suspenden finalise da fang seal, Na sexual ope er serve pa 2 proeszG20; nos ituatsertiens oprazer um 2 fim em si mesmo ou tem fnalidades diferentes da reprod- lo. A estriado & 50 uma nos frequente do exot, ‘as também, em cetas czriménlas, uma de suas condigbes, ‘Aigumss veats os textos gnéstcose niricos fla do sen redo peo ofciance ou denamado no altar, Na semulidace & ioléncia ea agressio sta componentes necessariamente I gdos 8 copulagio e, assim, #reprodueso; no eroismo, a8 tendéncias agresivs se emancicem, queso ize deixam de svi prociagio se toenam firs autbnomos, Em resume, & tmetifora sexual, por meio de sues infinkasvasiagbes, signe a sempre reprodupto & inetfora eric, inclferene & per etuagdo devia, ntarorpea reproduc, ‘Atelagio da poesia com a linguagem &cemelhante & do rosa com a cexualidade, Tambien no poem — cristal aslo vecbal —a linguagem se desvia de seu fim natural comunieagio. A dsposici linea & uma carecertea bia ds linguagem as palavras se enlagam mas Be ovtes de For ‘ma que fala pode ver comparads aun velo de fgua cocen- do, No poemaa lineriade se tore, atopela Seu prprios asso, sexpercea: lana seta dena de ero arquetigo em favor do cteuloe da espra. #4 um momento em que alae sgeagem deixa de deslizare, por assim der, levanta-se © Move-se sobre vezi, bt utro om que ost deuce rane ocmaree em um sido wansparente — cobo, ete, belie — plantado no cent ds gina, Os sgnfesdos congeiane seu dspersam-se; de uma forma os de outs, megan. As palavas nfo dizem as mesmascoisss que na pros 0 poem into ssp a dizer, simaser. A poesia iterompe tcomn- leagio como o erotsmo, a reprodugto. Diane dos posmas heretics nos perguniamoe pesple- os 0 que querem dzed Se lemos um poem sais saps, nosa perpexidade dasaparece, no nosso aeomra nese sesma linguagem linea — agua, at — ext essos os Fe os de socilogia eos jomai? Depo, pessadoo aor, 3 ao 0 encansamento,descobrimes que © poem nos propée ‘outra asse de cominicacio,regda por leis cferentes das o intereimbio de novcase informagées, A lnguagem do poem &a do diea-diae, 20 mesmo tempo, dz eoiasdsin- tas das que todos demos, Bea a rio do recelo com que as igrejas sempre viram a posse misica, Sto Joao da Croz ‘no quecia dizer nada que fulse dos ensinamentos de Igre- ji; apesir dsc, sm querer, seus poemas dalam outs col ‘30, Os exemploe poderiam se multiplies A pelevleedede die poasia @inorene a seu exerci e @constante ers oda ae {pocis © em todas os poeta Ha sempre urna rachara en {ue 0 ze social €0 postin: a poesia a ox vor, como eu ise em outo texto, Por iso & 20 mesa tempo, natural & pertubadora sua comespondncia com os aspecns do ects. mo, negrose brancos, de que fle antes, Poesia ¢eretsmo nascem dos sentios, mas ndo terminam nels, Ao se sola+ rer, fnventam configuasbes imagingias — pormas cer- ‘Nao enciono aqul me deter nas afinidades entre a poesia ‘eo erotsmo, Em outresocasdes export o tems; agor eu 0 ‘evoquei como insedugio a um assunt diferente, embora in timemente associado poesia: 0 amor. Ants de te € prec 50 ditingur 0 amor propriamente cto do erotsmo e da s- roslidae, Ha umn relagto to intima entre eles que com fre ‘quéncla sto confunddes, Por exemple: 8s vezee lamas da ‘ida eemsal de fulano ou beliano, mas oa realiade nos vefe- ‘mos sua vida erica. Quando Swann e Odacefelavern de fire caleya nao se rferam simplesmente & cSpula; roost ‘pola: "Aquela manei particular de diner fazeramor 20 eg ‘ifiava paa eles exatamente o mesma que sews indies" 0 ato erético se desprende do ato sexual: & sexo ¢ € ovtrs cole. Algm dito, a paaveesaismt cateyatisha un eentido pra Odette e outro para Sonn: pare ela designava cer M _prazerextico com cen pestose para ele er a nome dent entimento tere edeloroso: © amor que sein por Ode [Nao esuanha 2 eonfusto: sexo, ercismo e amar sloaspec- tos do mesma fenémeno, maniestagces do que chamames vide, O mais antigo dos tés,o mais arplo e bse, €0 sexo, Ba fone primontal 0 erotsna e 0 amor sto formas deva- as do inti sexval exstalizagbes, sublimagdes,perver ses ¢ condenses que transforma a sexaliade efor am, iae vez, incognosevel. Como no ea das cele Conctrircos 0 sexo 8 conzo @0 pi dessa geomet pa. ‘sonal 1 dominio do sexo, embors menos compleso, 0 mais ‘yasto dos rs. Contudo, spesar de imenso, € apenas provine ‘Ga de um reine ainda maton o da materia anid. Por S08 ‘vex, maréla viva € s6 uma pareela do universe. € mo rovivel,embotaainds ao saibamos com ceteza, que em) otros sistemas slares de outs galiiasexitam planets ‘com Vida semelhante 8 nossy muito bem, por mais numero S08 que possim ser esses planes, avid contnuata Sendo ‘ums fia parte do univerto, uma excerdo ou singular de, Tel como concebida pela ciéncia moderna e a onde ‘6, oligos, pociemos compreender 0s cosmsiogns eos f ‘soos, Universo € um confnto de galas em peypetuo m0- vimenco de expensio. Cadeis de excegdes: a lis que repent ‘omovimearo do universe macrofiico nla si, eegunde po ‘rece, Intevamente aplictvels 20 universo das pacculs ele rentares. Deno dessa grande divsio, aparece aura: a da ‘tin anid, A segunda le da ermocinsmia, a enen- a 2 uniformidede e& eruropia, 4 higar aun prcesso Ine verso —a individuogte evolutiva ea incessance prodcio de espécies novas ede ogsnisins diferentes. Alecha da biolo- {2 parece clparadh em setico conto a dl ec da Sica. Aqui surge cua excegto: 5 cuas se mulipicam por sgemagio, esporulagto e ouras modalicades, ou se, por 8 -parrenogénese ov sutodviso, salvo na pequea tha em que 4 reproducio se relia pela undo de eéulas de sexo dife- ‘ene (ames). 25a pequena ha & da sexualdade,e seu slominie, bent mse reduzis,sbarcao reino animale cera ‘espécies do reino vegeta. O género humane divide cam os Snimale e com cess panies « necessdade de 2 epredie peloméreda do scoplamento, nto pelo mals simples da au- roan. ‘Uma ver delimited, de fomma sma tos, aon ras de sexunidade, poderes rar uma linha diviséra entre ‘ts © 0 erotsno Una linha sinuosa © fo poues vers vio- Tada, seja pela eruprzo violent do insinto sexual sia pelas inqursdes da Tanasis erties. Anes de td, 0 eroisna & ex losivamente homno:€ sewsliade socuiada e wastigu ‘aca pel imaginagsoe vontae dos homers. & primeta coisa {ue derenciso eran da somalidade € = iin varied de de formas em que se marifest, em todas a8 paca ¢ em feces as tras. © ers € invengio, variago incessente; © sexo € sempre 0 mesmo. O protagonists do sto erica €0 exo ou, ts exatamente, ot sex08, O pal € obrignrio| orgue ncuinde os chamados prazeressolivos, 0 deseo Sern invent sempre um parceiro imaginio.. ov mos $m ode encontro eréco hum personagem inviivelesem- pie ativs a imaginapto, 0 dese. No ato eric inervém Sempee dois ov mais, nunea um, Agul aparecea pine die renga ente a semulidade anal eo ertismo amare nese, urs ou mais partcpances podem ser urn ente imagine. $6 o: homens eas mulheres copula com incubos e seubeos, 2s posides bisies, segundo os anigas eas gravuras de iio Romano, 50 12, nas a eviméaiasejogesexucos sho Inumecvete medam consuamente pela ago corstante do deseo, paid fantasia, © erat vasa de acordo com el tna ea geografa, com a socedade ea histri, com indiv- {00 ¢ ocemperamenta, Também com ocso, a sore ¢ 8 6 Inspirgio do mameneo. Se © homem € ums cists ‘onc lent’, mar onde se move ésegide peas ondas capricious dlo eros Est: & outa diferenca entre ssexvaliade e rots. Os animes copula sempre da mesma forma: ot homens se olla no espelho ca universal copula an, ‘Ao imi, ransformam a ela e eanbém soa props sexval ade. Por nis extranhos que seam os ajontamentos ann, uns temas e outs ferozes,ndo hd modaneaalgumaaeles. O ‘Pombo von ¢ ronda a fémea. A mantat devorn o macho ce ois cle fecundac, mas esse proceso & 0 mesmo dese © Dncipo, acexadora prodigies monoconia que se conver: ', no mundo do homem, em aeradorae predigiesavarie- ade [No stlo cla nanureza 0 homein eiay umn mundo & parte, ‘composto por esse conjunco de prites insiuigees, 08 © idtias que chamamos cultura. Em sua az, 0 erctsmo 82x0, urea; por ser uma eragto por suas Fungdes na socket. se, € culura, Uma das fnalidades do ereisma € coma’ 0 Sex0 inserlo na socledade. Sem sexo n30 hi sociedace, pols nfo héproctngto; mas 0 sexo saben amenca 2 sole: dade. Como 9 deus F, & agio e denwigdo insti te ‘mer, pinico, explosto vial. um valeto, e ida um de seus ‘esis pole cobra soclecade com ura engi de sang eémen. Osex0 subversive: ignore as asses e herarguins, seas ea iéncns, o da ea note; dome es tcoréa part Fomicae volar « darn. Nova cifereaga com 0 mindo an imal espécie humana padece de win insteivel sede sol ‘endo conhece, camo os outrs animal, periades de exer {0 perodos de repouso, Qu dito de outa forma: hornent Eo tnico ser vivo que no elspdede uma regulagio fialg- exe automcies de sa sexealidade, “Asin como nas eiades moderns out nas nas da Ari glade, figuras do flo da vulva As vets apavecem nas pe Da oe Sais ron do ee 72. ‘as os ataves ou os paredes das lain. Priapo em ero pespétua e Aare em sinuoso e etna co acompaninam os Ihomens em tocae as suas peregelaagbes eaves. Por sso tivemos de inventar eg que ao mesmo terspo canelzam 0 Insieosexuale protegem a socedade de seus excess. En todas ae socedades ha uss canjunte de proibigbes eabus — também de ests e Iacentvos — desinados a regular € ‘controler 0 instito sexual. Essa regs servem simultanes- tente sociedade (Cats) e a reprodugio (natuezs). em fens a familia se desintegrara,e com est toca a sociedede, Submetidos 4 perene descargn eléiea do sexo, o8 homens inventaam wih pértetsion 0 erotsmo.Invengto equivocs, ‘como ola as qo dealnmos 0 eotsmo prop via € ‘Amore, Camegs 4 se desenbar agora com maior precio # Smibiglidade do evelsmo, repressfo e perissi, subline ho e perversio, Nos dels exs0s, «unio primal da se- Sunlidade, a reprodusto, fies subordinada a outros fins — ‘uns sais e autos naivicuais. © ertismo defence a socie= ade dos asaos @ sexe, mastambem nega a fungio reprodtva Eo capri server david ed mone. As ropias intiuighes destinada «domar osexo sion setosss,cambiantes e contracierias. Seria ini enumers- tes vio do abu da incesto ao contare de ensiento, da cs- tigate obrigatéla legisigto sobee os bores. uss mucan- t's dessiam qualquer tenaiva de Gassing que nto seit Eto bucoarico: todos os dias aparece ura nova prin © Sesaparece ous. Todas es, parém, sto compowas de dois termos a abstain es pernssie. Nem urna nem outs sto tbaoloes, Explica-e: end priquien da sociedade ea eta- billeade de suas instiugbes dependess em grande pare do Aisiogo contadtro ent amb, Desde 0 erspas mai = ‘motos as eociecades passa por pesfoc de caste o8 ‘ontinéneia segsidos de ures deseafreados, Um exemplo 8 Immecint a Qunesra eo Carnaval. A Aniguidade ©0 Osen= teconheceram ambémese ro dup: a bacanal, a ogi, a Peniténcia pblic dos asecs, es procisses criss de esa fv, 9 Ramada dos mugulmanos. Numa sociedade secular ‘coma a nossa, os pvodos decastidade, quase todos eesoia- {0820 crlendio eliginso, desaparecein coma pitces cle- tas consagdas pela racigto. Nao impor; conserve it ‘acto o carter duplo do erodeno, embora varie seu funds iment: dea de serum imandamenta raligioeoe ciclica psc Sse converter em una prescisto de ordem individval Bsa prescicto quase sempre tem im fundamento moral emibors As vezes recortt A autordae de ciénia eda higiene, O medo da doenga nto & menos poderoso que otmor divin dade ou queorespet 8 Tel eee, Aparece novameate, 2g0"2 despojca de sun aurtela eligioss 2 duple face do exo fascinagto clante do vd e dante ds mone. Osigniiendo ds ‘metiforaexética ambiguo. Melhor dizendo, € plrel. Diz malas cokes, todas dferenes, mae em todas elas aparece ‘uas palavias prazer e mere. "Nova exceglo denuo da grande excesio que € 0 ers sma dace do shunlo animal em cenascasesa abstengio et pernissto, longe de sesem slaves e pavisdicas, sto absol- {as Sioos exremas do ertsmo, eeu ponto de superasioe, se cee forma, sua essen, Digo sso porque o eos &, fey sl mesmo, deseo ~ um disparo em divecto a um male tiem, Observe que @ Isl ce ma cstdade incondicional 10 de uma permission menos lncondiconal so esimen- te desis; quero izes, mato povcas vees, aver une, por dem se realizar completamente. A eastiade do mionge € da fier € continamenteamengada peas imagens bess que ‘parece nos soahose peas polugbes notunas,olibeno, por sua vez, passa por pevodes de sacledade ede strecio, além de estar suelo 20s insdiososstaques da impotence, ‘Uns so vtns, durant 0 sono, dosbrago qumiérco dos i » cubes scuba otros eat condensdos, rene a vig, A stavessr os piramos da insensbiidade. Eni, realizdvels (00 nto, os esis de total astisadeelberinagerm podem ser coleivos ou individu, Ambos ge ineerem na economia vial a sociedad, embora 0 segundo, em seus casos mals exe- ‘mos, seja uma tentative pessoal de romper os logos sodas © “se apretente como uma Ibentgao da candi human. "Mio precio me deter nas ordens religiosas, comunidades ‘seis que pregam via castdade mais ow menos absouia fem convents, moselos,asbramse outros lgares de reo Itimento. Todas a religies conhecem essas confi e = smandades,£ mals diel docamena 2 exstnca de comuni= adeslibenines. A dierenga das associabes eliiosss, quae Sempre pate de wma Iga por ito mesmo reconhecidas pubiarente, os grupos lbertinos se einem em geal er i= Bares estates e secretes. Por outro lado, € fil atest sa Fealicade social: aperecem na leeratura de todas 9 €poces, tana na ocidenal como na ovine. Tem sida e sto no so. mente ma reaicace soil canesina como tava g& nec lterivo. Desa forma sie duplamente vss s pieas ‘exeicos-coleces de carter poblcoassumers constentemien- te fone celigioss, Nto &necessio, pais Prova so, lem bis as culos flicos do Necltico ou 25 bacanaise saturn dle Antiguidads greco-romans; em duas religioes mareada~ ene aecticas,o bodlemo eo wisianisn, figura também eemanein proeminente —a undo ene s semulicee (0 sagiada, Cada uma das grandes cellgies histécas engen- ‘rou, externa oy inemaimente, eas, ovinens, rks © Le tusgts sas quais came eo sex0 sho camiahos em duegto 8 livindade, Néo pedia ser de cute forma: 0 erotsmo & antes {edo sobre sade ee cuidada FE 0 sbrensturl & 2 radical e supreme cutidade As prtiasexticis religiosas supreendem tao por sua ‘areca como porsua recon A copula ital coles- » a fo praicada por sekas tacts da india, por toisas dt ‘Chins ¢ por eristos gnésticos no Mediteminea. & mesa oles sucede nx comunhto com o séinen, um ital os adeptos do tants, dos agnéioe adoradores de Barbelo © ou0s grupos. Multos desses movimentos cético-rligio. 305, nsprades por soahos milenarsa, unin a wligit, 0 ‘rodsmo e politica; enue autos, oe Turbantes Amareios Gaostas) na Chia ©.6senabatsas de Jean de Leyde ra Ho- lanes. Obsevo que em todos esses sitsis com duss ov te exce;0es, 2 reprodlugto nao poseut um significado maior, smostizndo, inclusive, um aspecto negative, No caso dos _gndsicos, 0 stinen eo sangue menstrual devia ser inget- ‘los para rentegri-los 20 Geande Todo, pole acedavamn que fee mundo fora erlado por um demiigo perverso, ene os tneose 0s wats, embora por razBes inves, a etengto do stinen era obsigatoua; no tantzmo hielo stmen eta leramade como um oblate, rovavelmente ee esse tam em o sento do bea ‘pecado de Ont”. O cots interup fusvale parte, qusse sempre, daguelesstuss. Em reuimo, nO eroram reigioso se invere radiclmenteo proces seu. Ika expropringto dos imesos poderes do sexo em favor de in stints eu contigs &reprocopto, (©erorsmo ancaraa assim em duss igor emblems; 2 doreligioso solidro ea de libenino, Emblemas posts, mas unids no mesmo movimento ambos negnin a eprod {0 eso tentaivas de salva ou isetagaa pessol dante sdeum mundo ea, perverse, incoerete ou el A mesina fepiagio move as sense as comunidades, rns elas 4st vagio € uma empreitada cole — sfo uma sociedad den toda sociedade—, enquante o sce elbeting so o850- ais, incviduos fora da sociedad on conta els, © ecko A ‘aside, no Ocidente, & usa heranga do pltonismo de ‘uirs tendéncias ds Andguidade pera as quai sia ioe 5 8 prisionera do corpo moral. A cenga geal ert a de {que uin dia alma volaria a0 Empieo,o corpo volta a ser ‘Botti informe. Contd, o desprez0 0 cozpo ndo aparece no judassm, que exltou sempre os poderes genéticos eres (ce! e mulplier-wes€ o primeize mandamento btblice, Tal ‘yz porise, eeobretude por ser a eligto da encarnagio de ‘Deus ne compo homane, © erietanisme azenuow 0 dualism platGnico com o dogma a ressureio da came e como dos “corpos gloiosce. a mesmo tempo, absteve-e de ver no corpo um eaminho em dleegto civindsde, como flaeram Sutras seligidese mas sels heréca. Por qué? Sem dvi {a devido 8 inflv2ncia de seoplatonismo sobre os als de Tree. ‘Ro Oriente ocukod eastcade comegou como um éeedo para alangars longevieade: economiza snen ers econami- Enrvida, Ames eos acontech com os eivios senna Iulher. Cala descarga seminal e cada orgasmo femining ‘erm pera de valdade. No segundo momento da evlusto ean crenges, 2 camtilade ge converte qu métod para txiguir, median 0 dominio dos sentidos, padavesScbrens- Turaise, no mofo, s moralidade, Esa € esénein do og [Apes deses diferengae,acastiende compre a mesma fung30 fo Orlenre eno Ocicente:€ una prova, um execcio que nos orale espntualmente e pemniteos der o grande so da teas humana em cest0 no sobrenatutal ‘Ncasidae €spenes umn enmnno etre outros. Como no caso das prtinsenen coletives, 0 ogue eo asceia podiant Se servi as pens seals 60 econo no parm se epee ‘ug rs pats alenngar um fim propsamente scbrenatrsl — {jp exe comunho com a divindade, 0 Exe, iberagte {02 eonguist do incondicionado™. Mit textos reigoso, ‘nue eles alguns grinces poems, no vaclam em compara ‘prizes sexal como delete enti do isicoe coma bes- tide ds unito com a dvindade. Em nossa tndigio & menos a freqdente que na osieatal a uso entre 0 sexual © 0 epi tual, Apes dso, o Antigo Tesamenco & préigo em histo- fis erocas, mune debe tlgens eincetuoss; agama inex pina textos memorivei, como a de Rue, que inlvensiou ‘ctor ug a esrever Bons endormi un poem netuno nO tual‘ sombra € nupel. Os texts hinds, port, si a Srplictos, Por exemple, ofnoco poema sinsrito de ayacie- Yes Glagovinde, canta 0s amoces adeno do devs Krishna (0 Sentor Obscure) coma camponess Rada, Como no cso do Cinco des Cnc, 0 setdo eligloso do poems éints- tinguvel de seu send etic profane: sto dal aspecos da mesma relidade. Nos mistios suis €feqiete a confiéncia (aviso religios «da exc, A comushto se compan 2s e- {esa um fet entc ois amazes no qual © vinho cone Far fanente, Embriagads diving, Ease ero, ais scina ale do Clatico ds Cities de Slomt. Est ‘oleco de poems cle amor profane, umn das obs erica tral belas js evadas pela palawa podtiea, nance deisou, 20 fongo de mais de dos rnlanos,deslimentra inaginaglo © sensvaligide das homens. Atradigtojudaica e a esi jpretam esses poemas como uma alegora ds relagdes ent Jrovi else] ou ente Cristo ea igs. A esta conusio deve- ‘mos o Canlce expirta e Sto Jodo a Cruz, um dos poems thas tenses misteroeas cl ita do Ocident.€impossivet Ter seus poema unicamence como textos ex6tcos 04 come texts eligiouos So ne osteo algo rns, ex 0 qa nf fevlan © que sto: poesia. A embighdade ds poemas ce So Jono cncovirou, na space moderna, rexitencaee euivOoos [Alguns se empenaramn em vos como textos unleamente ‘chicos, outoe os considera serlegos. Lembo 0 esc Todo pocta Auden dante de cers iragens do Cannio esin= tug see pavecim una guesein confusto en esa cae ale aespicival 2 A citica de Auden era mais pltonica que cis, Deve- ‘os a Plt sida do eresmo como un impuleo viel que ascende, degra por degra até a contemplagso do bem a remo, Ess dei coat ovr: ada patina picasso da sna que, a cade past, dsanctase mais e mais ca sensal- dade até que, no auge dessa ascensto, dela ee despa intel Tamer, Maso que nos diza experiénareligioss — scbre= ‘tudo por neio do testemunho dos misicos —& precismente © conto: o erousmo, que é semuaidade waneiguada pels imaginag20 humana, nto desaparece cin nenhum caso, Modo, tasforma-se continsamertee,nBo obstants, nunca debxa de ser 0 queé clginaliment:impulso sexual, Ia figuta oposta, «do beni, nto hd unio entre rele ito ¢ereismo; 20 conto, hi oposeto nia e clara: Ie Detino afirns 0 pexzer como tiga fim dante de qualquer ‘outro valor: Ble quase sempre se opte com pa 20s alo. Fes es cengas religions ou és que pasulam a suborci- aslo do corpo au fim annseendente. a libertinagem faa frosteira, em um de seus estremas, com een e tans tna.se em uma flosofia no outo extetno, com a basen ‘o stcilgio e profanagt, formas contre 8 Sevorto ret ioe. Sade se ergulhava de profeesr urn intansigente sei ‘mo ios6fco, mas em ses livros a mis pessagens de el ‘1080 furor ieligioo © em sua vide enftentou vias acs $6es de sorlgio e impledace — como as do provessa de 1772, em Harselhe. ands é Breton ime cise cera vex que Seu ‘eis era una creng; poerfamos dizer ambém que le bercnagem € uma religito as avessas, © libertine nega o ude sobrenatral eon tl veemdacia que seus tages 380 ‘na homenagem ¢, 8 vezes, une consagingto. # outs © ‘as signifcativaa verdadatadiferenge ent osnacoreia © lisenina: eras do primeto & uma sublimagio soli sem intermedrios ado segundo € um ato que requey, para sus eallzgo, oconcuso de um efmplio os presets de ™ uma vitlma. © lberino necessia sempre do out e nisko onsite sus condenario: depende de seu abjetae€ escravo desu via, A hiberinagem, como expressio do deseo © da imaging: ‘so exasperads, € memorial. Cam refiexto& como hlosola xplica €relatvamente modem. curios evolu das pa lavas iberinagom ¢iberttio pode nos aidar a entender no menos eurioso destino do ertismo mt Idade Moderns, Em espenhellibetino signifcou emt pinlpo ilo do bens! {s6 maistarde designou uma pessoedsoula ede vida cen

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