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Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ)

Disciplina: Sociologia Geral e da Comunicação


Professora: Patrícia Mattos
Aluna: Ana Luiza Fernandes Oliveira

Resenha sobre o filme “Amarelo Manga”

O filme “Amarelo Manga” (2003) do diretor


estreante em longa-metragem Cláudio Assis já fala
por si em sua capa e slogan. “O ser humano é
estômago e sexo” ilustrado por uma vagina com
pêlos amarelos no pôster ilustra a atitude e
coragem desse cinegrafista que buscou fugir dos
moldes convencionais de se produzir filmes no
Brasil. E conseguiu. Poucos filmes nacionais são
tão sinceros e contundentes. Feito por quem vive a realidade abordada, “Amarelo
Manga” sepulta de vez a discussão sobre a estética da pobreza, ao exibir sem
vergonhas a miséria, evitar o maniqueísmo e mostrar os marginalizados não como
vítimas, mas como fatores viciados da carência nacional. O filme não tem um
protagonista, o personagem principal é o povo brasileiro, personificado nos nativos de
Recife, sem amarras, sem tabus e sem preconceitos. Tratando temas como necrofilia,
homossexualismo e adultério sem ser sombrio, Assis retrata a realidade miserável de
seus personagens de forma natural, como nós vemos no dia-a-dia, sem transformá-los
em heróis ou vítimas da realidade social.O filme é natural e visceral, sem deixar de ser
repugnante e angustiante, como assim mesmo descreveu o próprio diretor: “Amarelo
Manga é um soco no estômago.”
A fotografia amarela hepática que circunda todo o
filme é obra do excepcional diretor de fotografia
Luiz Fernando de Carvalho, que captou a ideia de
que amarelo manga é tudo aquilo que está gasto,
velho, dentes amarelados, paredes escurecidas,
remelas, escarros, coisas embaçadas pelo tempo. E
é nessa atmosfera que os personagens povoam o
pulguento Texas Hotel, o centro da trama. Ali, quem manda na prática é o homossexual
Dunga (Matheus Nachtergaele), cozinheiro e faxineiro, apaixonado pelo açougueiro
Wellington Kanibal (Chico Diaz), que trai a esposa evangélica, Kika (Dira Paes). Para
completar, vive no Texas o necrófilo Isaac (Jonas
Bloch), encantado com a dona de boteco Lígia (Leona
Cavalli), mas que acaba transformando, na verdade, a
vida de Kika.
Ao fim do filme, muitas respostas ficam no ar.
Claúdio Assis deixa finais abertos, como feridas, pois
sabe bem que a reflexão do espectador é mais
importante quando o filme termina, quando o impacto acalma e o entendimento sobre a
realidade mostrada se conclui. É um filme corajoso e um tanto desagradável pela sua
crueza e franqueza, principalmente para aquele telespectador espera assisti-lo como
mera diversão, assim como vê um filme do mercado Globo com atores de novela.
Amarelo Manga é mais do que isso, é imprevisível, é chocante, foge no esperado pelo
público e ignora completamente a indústria cultural. Como Assis afirma: "a gente não
tem que fazer filme que só fale de folclore, maracatu, de boizinho e cangaço. Há outras
coisas há serem ditas". E tenho dito.

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