SANTO ANDRÉ
2009
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC
EXPERIÊNCIA 2 – CALORIMETRIA
SANTO ANDRÉ
2009
Sumário
EQUATION CHAPTER 1 SECTION 1
1. RESUMO ........................................................................................................................... 3
2. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 3
3. OBJETIVOS ....................................................................................................................... 7
4. PARTE EXPERIMENTAL ................................................................................................ 8
4.1. Materiais ..................................................................................................................... 8
4.1.1. Parte 1 ................................................................................................................. 8
4.1.2. Parte 2 ................................................................................................................. 8
4.2. Métodos ...................................................................................................................... 8
4.2.1. Parte 1 ................................................................................................................. 8
4.2.2. Parte 2 ................................................................................................................. 9
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................................... 10
5.1. Parte 1 ....................................................................................................................... 10
5.2. Parte 2 ....................................................................................................................... 14
6. CONCLUSÃO .................................................................................................................. 16
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................. 17
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1. RESUMO
Neste trabalho serão apresentados alguns resultados referentes a um
experimento de calorimetria. Pôde-se verificar a metodologia de análise prática para
determinar a capacidade térmica de um calorímetro e também o calor específico de
um metal desconhecido. Isso gerou dados suficientes para através de um método de
comparação com a literatura existente, se determinar qual possível metal ou liga
metálica estava sendo analisada. Outro fator de extrema importância verificado foi a
possibilidade de determinação do fator de conversão de caloria para Joule. Os
métodos empregados foram relativamente simples com um resultado incrivelmente
relevante, visto que, pela literatura, o fator de conversão é de 4,186, enquanto o
encontrado por meio desta análise foi de 4,6157, sendo de aproximadamente 90,7%
de precisão.
2. INTRODUÇÃO
A Mecânica e a Calorimetria são duas áreas distintas dentro da Física, mas
estão interligadas pelo equivalente mecânico de calor, ou seja, trabalho mecânico
pode ser transformado em calor e vice-versa.
Foi Rumford, em 1798, quem inicialmente verificou que o atrito gera calor. Em
1842, Mayer determinou experimentalmente o equivalente mecânico de calor a partir
de experiências de expansão adiabática de gases. Mas foi Joule, em 1868, após 30
anos de pesquisas, quem determinou experimentalmente o equivalente mecânico de
calor empregando um dispositivo mecânico (paletas, submersas em água num
calorímetro, colocadas em movimento por pesos) [1] [2].
[3]
Figura 1. James Prescott Joule (1818/1889).
Q mc(T f Ti ) C (T f Ti ) (1.2)
Figura 2. Esquema de uma montagem experimental para determinar o equivalente mecânico de calor
pelo método elétrico. V: voltímetro, A: amperímetro.
Q
Q C T C (1.6)
T
A capacidade térmica unitária de temperatura mede a quantidade de calor
necessária para que haja uma variação de temperatura e está relacionada
diretamente com a massa do corpo.
Unidade de Capacidade Térmica comumente usada é cal / ºC enquanto que no
Sistema Internacional de Unidades a unidade usada é J / ºC.[1] [3]
3. OBJETIVOS
Na primeira parte do experimento, determinar a capacidade térmica do
calorímetro, o calor específico de uma amostra metálica utilizando o calorímetro e
avaliar as incertezas de tais determinações.
Na segunda parte, estimar a energia dissipada em um resistor em função do
tempo quando este usado para aquecer água, determinando também o calor ganho
pela água advindo do resistor e sua relação com a energia elétrica fornecida ao
sistema.
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4. PARTE EXPERIMENTAL
4.1. Materiais
4.1.1. Parte 1
_ Calorímetro
_ Termômetro
_ Água
_ Balança
_ Multímetro
_ Amostra de um metal
4.1.2. Parte 2
_ Calorímetro
_ Termômetro
_ Cronômetro
_ Água
_ Balança
_ Resistor de potência de 10W
_ Fonte de corrente contínua (CC).
4.2. Métodos
4.2.1. Parte 1
Durante a determinação da capacidade térmica do calorímetro, foi adotado o
seguinte procedimento:
Inicialmente foi pesado o calorímetro sem água e sua massa anotada.
Foi colocada a água quente cuja temperatura foi medida, dentro do calorímetro.
O calorímetro foi fechado, o sistema foi pesado com uso da balança, sendo a
diferença entre esta medição e a de referência do calorímetro vazio, a massa de
água quente adicionada.
Aguardou-se a temperatura do sistema estabilizar, ou seja, o calorímetro e a
água atingirem o equilíbrio termodinâmico entre si. Depois foi medida esta
temperatura de equilíbrio do sistema e anotada.
A água foi devolvida para os béqueres de aquecimento e o calorímetro foi
resfriado com água a temperatura ambiente. O calorímetro foi secado e o mesmo
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procedimento foi repetido por mais quatro vezes a partir de uma nova adição de
água quente ao calorímetro e medição da temperatura de equilíbrio do sistema.
Já para a determinação do calor específico da amostra metálica, o mesmo
procedimento acima foi seguido, porém levando em consideração alguns detalhes
adicionais:
Adicionou-se água quente já com a amostra metálica no interior do calorímetro,
após conhecer o valor (medido) da massa da amostra. Logo depois, realizaram-se
as medições da temperatura de equilíbrio repetindo o procedimento por mais quatro
vezes também.
A Figura 3 mostra o calorímetro em corte e indicação da água e do metal
submerso quando este é usado.
Figura 3. Esquema do calorímetro, água e amostra metálica utilizada na segunda etapa da primeira
parte do experimento.
4.2.2. Parte 2
Para o estudo da energia transferida para a água em forma de calor, iniciou-se
medindo as massas do calorímetro sem a água e com a água através de uma
balança.
Foi colocada água suficiente para encobrir o resistor de potência.
A garrafa foi fechada e o termômetro inserido e mantido fora de contato com o
resistor e / ou as paredes do calorímetro.
O calorímetro consiste de uma garrafa com uma primeira camada de isopor
para conter as perdas de calor por condução e outra segunda camada interna de
alumínio para conter as perdas por radiação.
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Ao resistor foi conectada a fonte de corrente contínua cujo ajuste foi de 12,2 V
de tensão e 1,99 A de corrente.
Na Figura 4 encontra-se um desenho sobre a montagem do experimento.
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1. Parte 1
O calor absorvido pelo calorímetro é todo cedido pela água quente (equação
(1.8)), ou seja, Qcalo = –Qágua. A Capacidade Térmica do calorímetro é igual a 20,653
3,232, isto significa que seu valor se encontra no intervalo de 17,421 a 23,885. A
princípio pode parecer grande a faixa de valores do calorímetro, no entanto, isto é
justificado pelas diferentes temperaturas iniciais da água que proporcionam
diferenças consideráveis nas variações de temperatura de cada medição.
A partir dos dados da Tabela 1 foi obtida a Capacidade Térmica do calorímetro
e dessa forma se torna possível calcular a quantidade de calor absorvido pelo
calorímetro em outros casos e, portanto, também se torna possível calcular o calor
absorvido pelo metal quando submetido à água quente dentro deste calorímetro (e
por conseqüência seu calor específico).
Os dados sobre as medições com o metal encontram-se na Tabela 3.
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As razões para o erro experimental são as mais diversas. Entre elas encontra-
se o fato de o experimento não ser realizado em condições de temperatura e
pressão adequadas (que podem justificar pequenos erros), o fato de o calorímetro
não ser imediatamente lacrado após a inserção de água em seu interior (fazendo
com que ocorra perda de energia calorífica).
Entretanto, para os erros encontrados neste experimento, a única justificativa
plausível é o de erros durante as mensurações. Este fato é verificável através do
valor do calor específico do metal na quinta medição (vide Tabela 4) que é negativo,
o que justifica uma contradição às leis da física, pois este metal ao aumentar a sua
temperatura (ou seja, o estado de agitação de suas moléculas) libera calor.
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Portanto uma nova tabela foi construída (Tabela 5 e seus cálculos Tabela 6) a
fim de verificar o quão errônea foram as medições experimentais. Assim os valores
que apresentaram erros no cálculo do calor específico do metal (baseados no desvio
padrão e na possibilidade de que o metal usado fosse latão ou bronze, ambos de cor
amarela) foram reavaliados e substituídos por valores considerados adequados, a
fim de que o calor específico se encontre em uma faixa de valor determinada para o
cobre e suas ligas.
5.2. Parte 2
12, 22
PR 14, 884W (1.10)
10
A fonte é capaz de fornecer mais corrente e, por conseqüência, mais potência
do que aquela que o resistor dissipa, mas a energia que o resistor fornece é a
energia que ele é capaz de dissipar. A corrente no resistor é de 1,22ª.
Os valores da temperatura medidos ao longo do tempo estão na Tabela 8.
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8000
7000
6000
5000
Wel (J)
4000
3000
2000
1000
0
-1000
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600
Q (cal)
6. CONCLUSÃO
Conclui-se que realizar experimentos embasados/envolvidos com a
Termodinâmica requer não só a total preparação de seus mediadores, mas uma
sutileza concisa da metodologia experimental a seguir. Como mencionado na seção
dos resultados, qualquer erro experimental cometido – e às vezes não percebido –
sugere uma mudança considerável nos resultados finais do experimento, podendo
levar a interpretações errôneas. Para tanto, é preciso no momento de analisar os
dados e os cálculos, conhecer a priori a teoria que envolve todo o experimento para
enfim perceber erros experimentais que são comuns em tal modalidade científica – a
Termodinâmica.
Alguns motivos que levaram a erros nesta experiência foi o contato do
calorímetro, sem a tampa e com água, diretamente com o ar, que pode ter alterado a
temperatura “original” da água; a concentração inevitável de calor no ponto da
resistência, que mesmo agitando o calorímetro, a distribuição de calor não seria
totalmente uniforme; a falta de maior dimensionamento de escalas de temperatura
medidas pelo multímetro (na opção de termômetro com uso de termopares); o
contato da água do calorímetro com o termômetro; entre outros. Porém, mesmo com
estes erros, a análise e correção de dados e cálculos foi fundamental para que os
resultados experimentais se tornassem aceitáveis.
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7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] NUSSENZVEIG, H. M.. Curso de Física Básica. 4.ed. São Paulo, Edgar
Blücher, 2002. v.2. p.167-178.
[2] OSADA, J. Evolução das Ideias da Física, Editora Edgard Blücher / EDUSP,
1972. p.30-33. (Resumo histórico da termometria, calorimetria e termodinâmica).
[3] CALORIMETRIA: Medida da capacidade térmica do calorímetro. Disponível em:
<http://www.cdcc.usp.br/exper/medio/fisica/kit3_calorimetria/exp2_termo.pdf>.
Acesso em: 14 de dez. 2009.
[4] KIECKOW, F.; BASSANI, I. A.; BORCHARDT, I. G. Um Modelo de Proposta
Didática para o Ensino de Engenharia. Disponível em
<http://www.pp.ufu.br/ASIBEI/trabalhos/704.pdf>. Acesso em 13 de dez. 2009.
[5] UNIVERSIDADE Estadual de Ponta Grossa – Departamento de Física.
Disponível em
<http://www.fisica.uepg.br/professores/saab/apostila%20exp%20II%202006%20pdf/e
feito%20joule.PDF>. Acesso em 13 de dez. 2009.
[6] FERENCE, M. JR. et al. Curso de física: Calor. São Paulo: Editora Edgard
Blücher.