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2 are LO ago dante des mens dos os dis, Para os fescios? Muito menos. Eles escutam seu acdo, como todos os dias: a vida deles nos confins coloct-os, logo ou jf, ina posigio das pessoas do futuro evocadas por Aleinoo, Para esas auténtcas ‘pessoas do futuro’ que sio os destinatirios da Odie sé1a? Como cles percebiam essa ‘anomalia” Fles mesmos a pesce- Diam? Se sim, que sentido Ihe atribuiam? Mas seria preciso prime ro responder & questio de quem exam os destinatirios do pocma. Antes mesmo de abordar 0 efeito produzido pelo cempithamento de instincias nariativa, deve-se ressaltar que ¢ para Ulisses que a questio se coloes de inicio. Ele € tinico a saber por experiéncia que se trata a0 mesmo tempo de sua historia € da histrin. Ora, como ele reage? Choraads. Mas realiza também am certo miimero de gestos € pronuncia algumas palavras, ADemédoco, que ja cantara das vezes, oferece, pelo arauto, um ppedago de carne de primeira, forma evidente de homenages-o €, por seu intermédlio, celebrar a prépria fungio de acdo. A Odie séia, diferentemente da Tliada, gosta de por em cena a persona: gem do aedo € a performance épica = [Em segula, prosseguc Ulisses Mais do que todos os outros mort, te vener, 6 Demédoco! Fostedisefpulo das Meas, a has de Zeus once Apolo? ‘Com a lembranga dessa ligacio intima que unia 0 poeta & Musa, estamos ainda no elogio convencional e experido: © ado. E um vidente. Mas 0 que se segue & mais impressionante: ‘Tio verszménte cantaste (len kara hésmon) as desgragas dos i homens aquivos, qwanto fzeram,trabalhos vencidos, © o mais que sofreram, como se 0 vise ts pri, ou souhosses de alguémn fidedigno.” (6 a, 57-91 pi A Ns, i defn, 200 Primera furs do histor a Gra % Musdase agora de registro: 0 vidkente & também-um voyeur. Em outras palavras, sta descrigio € tio precisa, mesmo ‘exageradamente’ (len) precisa, que Ulises € levado a erer que 0 cdo de fto viu o que cantava, sabendo obviamente que ele aun- ‘ct hava estado por Id. Demédoeo, aedo e-cego, nio era de ma- nei nenhums ma testemunha, Fra Ulisses a testemunha—— F verdade que todo ouvinte da epopeia sabia muito bem, € Ulisses em primeieo lugar, que a onisciéncia ou a onividéncia da Musa repousava sobre sua presenca, sobre 0 fato de estar Ii. Na abertura do grande catilogo das naus, toga 0 poets: Musas, que © Olimpo habit, vinde agora, sem flhas,contarme, pois sos divinas etd ses so a tido presente, ‘és nad rims; somente da faa vemos pola ~ (08 nomes, sim, revelatme, dos chefes supremos dos Dinaos.* Eo acdo, sob 0 efeto da inspiracio, via como a Musa, como se ele também tivesse estado presente. Por que entio esse desvio Ae Ulisses pela visio humana, com essa valorizagi, historiogrifica avant ta letre, da atopsia e ess ditingio, mais historogrica ain a, entre 0 olho € 0 ouvidor™ ~~" narrativa de Demédoco, parece dizer Ulisses, € demasia ddamente exata (lien kata késmon) para nio ser o resultado de ‘uma visio dircta das coisas, Este exeesso de congauncla entre-o ‘ue se passou e a ordem e 2 adequacio das palavras empregadas fra, para a testemunha Ulises, a marca segura da verdade do cae: 10." Na realidade, para a Musa, ver, saber e dizer caminhavam jun- (6) id, 45-487 ra orgs es dene, E20 (62 Crh ech Le ome ot porte este Moen, Pa, Su 197, 9438 ee pre © ds dtr nt et ee Seth es, th 98 ho. 19, pT (69) Doma ne ue pe pn cao Wi wd dae ek {oyu te tic deca ee an (eye ene (ed oj), lms cp oe cms ow des 989). Ses omens GB ah eer dt ext fp hes ee lc pty Ce, Thee orn Fron 8p, smn See» pr cea eq, ae 4 Pate 1. Os ants dant dls mesmas tos. O wie es elgentticb gewesen [como verdadeiramente aconte- ‘cu era seu pio cotidiano! Assim pressupunha o dispostiva da palavea épica. Mas, para Ulises, por uma curiosa reviravolta, € visio humana que, pelo menos durante esses trés verso, foma-se (6 Padrio pelo quar se pode medi a justeza da visio divina, Tem- Se portanto a justaposigio de um Demédoco “aedo” © de-um Demédoco "historiador’, mesmo que este dlkimo af apareca s0- ‘mente pelo Tempo de ‘autenticar™ 0 outro, 0 aedo, A ulna pala- via permanece evidentemente com a Musa, Porém, a pripria ocor réncia dessa mudanca de registro, quio breve seja ela, ou desse ~ quase-desdobramento de Demédoco em “aed” ‘historiador, nio € pocticamente falando, menos importante. Deve-se considerat, com efeito, © proprio fato de ter sido formilada por Ulises, Fla aparece como um raio langado sobre uma outra configuragio pos sivel do saber, como a designagio de um higar que no tem ainda nome, como a isc perfeta da operacio historiogréfica «alirmarse ‘com Terédoto. Ela nlo a tornava nem necessiri nem mesmo prO- ‘vel, mas simplesmente possivel Demédoco logicamente nio responde, © ninguém espera que cle o faa, as proposighes ¢ is falsas questoes de Ulises, le atua ‘como aedo, exerce sua fungio de ado, Seu canto dvere os feécios. Ulisses, no entanto, chora Tratavase das “igeimas da lembran- «2°7A évoeagio des infortinios dos aque, ele estaria, como Peng lope ou Menelau, exposto ao pothos? Estaria sujeito a esse trabalho de um luto aind2 nao consumado? Encontrase alhures © sentido dda questio de Alcinoo, que, tendo notado seu pranto, pergunta the se havia perdido um parente ou alguém préximo nas mualhas de Tr6ia Ulsses nao respond ‘Mas antes mesmo da questo de Alcinoo sobre 6 porqué de suas Ligrimas, uma surpreendente comparacio, marca direta dt Intervengio do poeta ji haviaressaltado a estranheza e a impor ee den, cis ok nn aa (30 cian 2 521512 sore ap se WB of $8 (35) Cs IL 88 Ae de ep (i Secs bln ie ‘ses ean ee tener, 52) € ale 9 i Mean tC theo 9) an mo ger i 0 Primi figs do history na Gra 35 tincla delas: ‘como mulher abeuaula no corpo do caro marido {que-sicumbisse altar junto aos murose seus moradores {defends ea sous fos da sorte do dis impiedoso. ‘Ve que se aga em finals convulses © que 0 termo est peSximo; sta, strident, e eat sobre ele; ms 0S inimigos tn por det ¢« golpetam com laneas nos ombose espa, ‘como eseriva a cazegum, porque soimentos padesa. Fanam seas faces da misera em tanto sofrer incon: lagrimas comovedons, ambém, Odisseu derramava* Que ele chore, vi, mas por que como uma esposa? A quem se destina esse pranto de piedade? E Penélope a mulher que, as solada pelo luto, chora seu marido desaparecido. Aquela que viu seit maridlo morrer, na frente de sua cidade e de seu povo, antes de conhecer 0 jugo da eserividio, é Andromaca.” Tal comparacio, pelo seu poder de evocacio, de resumo ou de universalzacao (a dor de Uilsses valeria pela de todas as vitimas da guerra), participa, também dessa ‘arte da ilusio',caraterstica do funcionamento do texto odiséico’® (Andrémacs, 36 penso em til, escreveria mais tarde Baudelaire)? Ela contri a0 mesmo tempo para conferi- the uma profiindidade de campo que, de novo, relatviza as obser vagbes estiisticas de Auerbach tho chorar, parece-me, Ulises esté de luto por si mesmo, Ble cestava desaparceido desde que haviam comegado, no cabo Maleu, suas aventiras pelo espago ndohumano: nem morto nem vivo, DeRlen até mesmo o HOME” Age como” uA esposa que, desde (8 hd, 5553. a, 24g se Rede cone ire st ‘Sa i quar aos hg upon dom (67) ag 195 pl ease lr prio sg, ton a acount pss dees no i im oo ann dere Pc ee Poin ees eels ede ej a ee Le, ras eres pen, 195 poise 6 Fal 5 US Si rom a pigs ji, Be en, Ni Pon, (og 15 4

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