Anda di halaman 1dari 18
Copyright © 2000 by Marshall Sains os Selected Essays, copytight Urzone Inc. Jnalmente publicado nos Estados Unidos de América como Culture in Practice: Ficha Catalogrfica daborada pela Divisio de Processamento Técnico SIBI-UFR) Sahlins, Marshall Davi, 1930- 7 Sister metic 1 Manat Dai Sin mio Vi Rit AGRABECRENTDS 680 ps 16x23em 1, Cultura. 2. Givilizagio, 3 Sociolo lo, Peter Sahlins, Ramona Naddaff e Meighan Gale fizeram um trabalho cpp:306 herdico para possibilitar este livro. Sou profundamente grato acles. Mais do ISBN 85-7108-276-6 que me é possivel expressar. Edis de testo e revsdo Liss Sturt (coordenagio) Maria Teresa Kopschitz de Baetos Simone Brantes i Capa, Projeto Grifco Marisa Araujo Universidade Federal do Rio de Jansiro Forum de Cigncia e Cultura ~ Editors UFR Av: Pasteus, 250/sala 107 ~ CEP: 22290-902 Praia Verma ~ Rio de Jancito Tel: (21) 2295-1595 e111, 124, 127 | Telfn: (21) 2542-7646 / 2541-7946 J 2295-0346 $ upywwweditoranufy. br 14 ADEUS AOS TRISTES TROPOS: a etnografia no contexto da moderna histéria mundial* Para Barney Colm [A radio pela qual o antropélogo estuda a hist6ria & que somente em etrospectiva, depois de observar a estrucura e suas transformages, ¢ ppossvel conhecer a natureza da estrutura. Bennaxo S. Coun, 1987 il Em meio a toda a excitacio gerada pela nova antropologia reflexiva, com sua celebragio da impossibilidade de compreender sistematicamente clusivo Outro, um tipo diference de prosa etnogréfica rem-se desenvolvido mais em surdina, quase sem que saibamos estar adotando sua linguagem, € certamente sem tanta angtstia epistemolégica. Refiro-me aos numerosos trabalhos de etnografia histérica cujo objetivo € sintetizar a experiencia de campo de uma comunidade através de uma investigagio de seu passado * Este artigo foi originalmente escrito e apresentado como a Décima Nona Con- feréneia Anual Edward ¢ Nora Ryerson, na Universidade de Chicago, em 29 de abril de 1992. Publicado no Journal of Moder Hisrory,n. 65, March, 1993. © cuLTURA NA PRATICA documental. Hé algumas décadas 0s estudiosos da América Nativa, da Indo- nésia ¢ das ilhas do Pacifico, da Asia Meridional ¢ da Africa vém realizando esse tipo de etno-histéria. Mas apenas alguns deles — em especial Barney Cohn, Jean Comaroff John Comaroffe Terry Turner ~ argumentaram cons- cientemente que uma etnografia que incorpora o tempo ea transformacéo constréi ume forma distinta de se conhecer 0 objeto antropolégi coma possibilidade de mudar o modo como ¢ pensadaa cultura (Cohn, Comaroff ¢ Comaroff, 1992; T. Turner, 1991), Este capiculo associa-se a esse projero de etnografia histérica como género antropolégico determinado. Em patti- cular, eu gostaria de oferecer algumas justficativas tedricas para o retorno a certas éreas do mundo, como a América do Norte ea Polinésia, que ha muito vém sendo desdenhadas pelos etndgrafos, desde que se descobriu, nas déca- das de 1930 ¢ 1940, que elas eram “aculeuradas’. E que esses povos soube- ram desafiar seu rebaixamento antropolégico, assumindo a responsabilidade cultural por aquilo que os estava afligindo. As préprias maneitas como as so- ciedades se modificam tém sua autenticidade caracteristica, de modo que a modernidade global amitide se reproduz.como Wl Quando eu era aluno de graduagéo ~ nos tempos do Paleolitico Supe- rior -, meus professores jé anunciavam a morte da etnografia. Era como sea profecia de Marx de que a hegemonia ocidental €0 destino humano estivesse 20 alcance da mio. A burguesia, por meio do répido aprimoramento dos inscrumentos de produgio e comunicagio— proclamava 0 Manifesto comunis- ta, atrafa todas as nagbes, “inclusive as mais barbaras”, para a “civilizagéo”. Os precos baratos de suas mercadorias sio a artilharia pesada com que ela derruba todas as muralhas chinesas, com que forga capitular © édio intensamente obstinado que os barbaros alimentam pelos estrangeiros. Ela obriga todas as nag6es, sob pena de extingao, a adotar 0 modo de produgio burgués; obriga-as a introduzit em seu meio aquilo a que chama civilizagio, isto é a se tornarem burguesas, elas prdprias. Numa palavra, ela cria um mundo a sua propria imagem. (Marx ¢ Engels, 1959, p. 11) Apevs aos TRISTES TROPOS Essa tese bem poderia transmitir uma sensagio de inevitabilidade, uma ‘vez que sua conclusio jé estava contida em sua premissa etnocéntrica. A efi- cdcia dessa arma suprema dos produtos baratos j4 pressupde um sujeito bur- gués universal, uma egoista criatura do desejo, que age olhando exclusiva- mente para a grande oportunidade. No entanto, a metéfora torna-se ainda mais irénica na medida em que a muralha da China se revela no muito vulnerdvel. Ao contrario, como marco dos limites da “civilizagio” e, portanto, ‘como uma restrigio & demanda cao transito das mercadorias, a muralha logra éxito cm sua veneranda fungao, que (segundo Lattimore) era a de manter do lado de dentro os chineses, ¢ nfo a de manter os “barbaros” do lado de fora (1940). E, mesmo quando as coisas estrangeiras ou os seres bérbaros con- seguem conquisté-la, sua reprodugio e seus significados locais logo se achinesam, © capital ¢ as mercadorias do Ocidente no avangam com fi

Anda mungkin juga menyukai