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OS CAMINHOS TORTUOSOS DA GOVERNABILIDADE

Em maio de 2005, após sair na imprensa uma denúncia de um suposto esquema de


corrupção envolvendo um membro da diretoria da Empresa dos Correios e Telégrafos e o
então Deputado Federal Roberto Jéferson (PTB-RJ) na arrecadação ilícita de dinheiro em
troca de favores, surgiu uma série de fatos que revelaram a estrutura do esquema
montado pelo governo Lula para manter a base governista no Congresso Nacional.

Nos últimos quatro meses, muito se falou em “caixa-dois”, cargos de confiança,


empréstimos “fantasmas” e “mensalão”, todos instrumentos usados de forma ilícita para
garantir a chamada governabilidade. Hoje, no Brasil, ter a maioria de votos no Congresso
Nacional significa ter nas mãos condições ideais para governar, ou seja, a
governabilidade tornou-se peça chave na sobrevivência política do Poder Executivo, pois
só consegue governar quem tem a quantidade mínima de votos no Congresso para poder
aprovar seus projetos políticos.

Para alcançar tal situação, o governo Lula, desde a campanha presidencial, armou-se de
uma ampla aliança política, composta por partidos como o PC do B, PTB, PL, setores do
PMDB e até o PP de Paulo Maluf. Aliança essa, caracterizada, desde o início, pelo
distanciamento político-ideológico de seus membros.

Uma das armas do Poder Executivo para consolidar alianças políticas formadas por
membros com ideologias e interesses diversos é o loteamento dos milhares de cargos de
confiança disponíveis, preenchidos por indicação do Palácio do Planalto, aos políticos e
partidos da base governista. Ou seja, compra-se apoio político do Poder Legislativo
distribuindo cargos de confiança de órgãos públicos e empresas estatais que administram
grandes volumes de recursos.

Empresas estatais, como os Correios, que geraram o início da crise política, administram
milhões de reais que podem ser manipulados, pelos cargos de confiança das diretorias,
beneficiando empresas particulares em contratos e licitações, canalizando recursos para
benefícios políticos ou mesmo desviando recursos públicos para fins próprios, entre
outros meios existentes.

Mesmo previsto no Art. 37 da Constituição Brasileira, os cargos de confiança são usados


de maneira desvirtuada dos objetivos para que foram criados, sendo estes oferecidos
como mercadorias em troca de apoio político. É literalmente o loteamento da estrutura
pública em detrimento de interesses políticos e pessoais. Ou seja, mais uma vez na
história do Brasil, a máquina administrativa do governo é usada para benefício de
poucos, deixando de lado os interesses comuns da nação.

Percebe-se, desse modo, que a origem do problema está na própria legislação vigente,
independente do governo, ou seja, existe uma falha estrutural na Administração Pública
brasileira que permite o preenchimento de cargos de chefia em órgãos públicos e
empresas estatais através de simples indicação. Dessa forma, esses cargos que têm
acesso a volumosos recursos públicos e ampla autonomia administrativa continuarão a
ser transformados em moeda política pelo Poder Executivo.

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