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Federigo Enriques (1871-1946)

um algebrista empenhado na melhoria do


ensino da Matemática
Jaime Carvalho e Silva
Universidade de Coimbra/CMUC
Federigo Enriques
Livorno: 5 de Janeiro de 1871 (de uma família judia de
origem portuguesa)

Scuola Normale Superiore (Pisa)

Univ. Bologna, prof. de geometria descritiva e projetiva

1922: Univ. Roma: cadeira de Matemática Avançada

1919-1932: presidente da associação de prof. MATHESIS

1938: forçado a abandonar o ensino (lei racial fascista)

Roma: 14 de Junho de 1946


Federigo Enriques

“Os estudantes de Segre


foram Guido Castelnuovo
(1865– 1952), Federigo
Enriques (1871–1946) e
Francesco Severi (1879–
1961). A escola Italiana de
geometria algébrica é
normalmente identificada
com eles.”
superfície de Enriques
superfície de Enriques
“Em Roma, Castelnuovo conheceu Enriques, com
quem iria escrever obras fundamentais na
história da teoria das superfícies algébricas.”
1º encontro
“Existiu em Itália, na primeira metade deste século uma
plêiade brilhantíssima de matemáticos humanistas, cujos
nomes pertencem hoje à história da ciência:Volterra, Levi-
Civita, Enriques, Castelnuovo e Severi. Conheci de perto
os três últimos. (...) Este matemático [Enriques], como não
tivesse então nada que fazer, tinha a paciência de me
aturar em sua casa, em conversas que duravam tardes
inteiras. E coisa curiosa, enquanto ele falava, discutindo
comigo, eu tinha às vezes a impressão de estar a ouvir
Bento Caraça: era afinal o espírito de uma época, o que eu
ouvia então.”
1º encontro
“Existiu em Itália, na primeira metade deste século uma
plêiade brilhantíssima de matemáticos humanistas, cujos
nomes pertencem hoje à história da ciência:Volterra, Levi-
Civita, Enriques, Castelnuovo e Severi. Conheci de perto
os três últimos. (...) Este matemático [Enriques], como não
tivesse então nada que fazer, tinha a paciência de me
aturar em sua casa, em conversas que duravam tardes
inteiras. E coisa curiosa, enquanto ele falava, discutindo
comigo, eu tinha às vezes a impressão de estar a ouvir
Bento Caraça: era afinal o espírito de uma época, o que eu
ouvia então.”
1º encontro
“Existiu em Itália, na primeira metade deste século uma
plêiade brilhantíssima de matemáticos humanistas, cujos
nomes pertencem hoje à história da ciência:Volterra, Levi-
Civita, Enriques, Castelnuovo e Severi. Conheci de perto
os três últimos. (...) Este matemático [Enriques], como não
tivesse então nada que fazer, tinha a paciência de me
aturar em sua casa, em conversas que duravam tardes
inteiras. E coisa curiosa, enquanto ele falava, discutindo
comigo, eu tinha às vezes a impressão de estar a ouvir
Bento Caraça: era afinal o espírito de uma época, o que eu
ouvia então.” 1914-1972
Enriques

“Se a matemática é frequentemente considerada


como carga inútil pelos alunos, isto depende em
parte do carácter demasiado formal que tende a
tomar um tal ensino, por um falso conceito rigoroso
encaminhado a satisfazer a minuciosa exigência de
palavras, de uma crítica analítica e fora de lugar.”
Guido Castelnuovo
“Perguntamo-nos algumas vezes se o tempo que
dedicamos às questões do ensino da matemática, não
seriam melhor empregues na investigação científica. Ora
bem, reconheçamos que é um dever social o que nos
obriga a tratar destes problemas. Não basta com efeito,
produzir a riqueza; é necessário procurar também que a
sua distribuição chegue sem atrasos nem dispersões. E não
é a ciência uma riqueza, a mais preciosa das riquezas,
aquela que forma o nosso orgulho e é a fonte das alegrias
mais puras? Não devemos facilitar aos nossos semelhantes
a aquisição do saber que é, ao mesmo tempo, poder e
felicidade?
2º encontro

Projecto Klein da ICMI/IMU


www.kleinproject.org
2º encontro

Projecto Klein da ICMI/IMU


www.kleinproject.org
2º encontro
2º encontro
2º encontro

www.kleinproject.org
Federigo Enriques
“Esta tendência [carácter demasiado formal que tende
a tomar o ensino] reduz-se a uma causa mais geral;
isto é, ao facto de a Matemática ter sido estudada
como um organismo em si, considerando-a como
sistematização abstrata, obtida depois de um
desenvolvimento secular, e não da íntima razão
histórica. Esquecem-se de tal modo os problemas
concretos que conferem interesse à teoria, e sob a
fórmula do raciocínio não se vêm mais senão os fatos
adquiridos desde há tempos, senão também o
encadeamento sobre o qual nós artificialmente os
ajustámos” (1906)
Federigo Enriques

“A Escola não é informativa mas formativa, e


portanto o professor não é chamado a
modelar a inteligência do aluno de acordo
com um sistema exterior, mas a desenvolver
e estimular a energia livre.” (1927)

“... com a alegria da descoberta”(1927)


Federigo Enriques

“É claro quanto mais alta deve ser por isso a


própria ciência do professor, com a qual não
basta conhecer os resultados conseguidos
pelos heróis do pensamento, mas pede-se
para reviver de algum modo o trabalho; isto
é, de compreender as razões do problema, na
ordem científica mais vasta a que pertence,
melhor que a sua solução .” (1927)
Federigo Enriques

“Questioni riguardanti la geometria


elementare” - 1900

“Questioni riguardanti le matematiche


elementari” (2 vols) - 1912

“Questioni riguardanti le matematiche


elementari” (3 vols) - 1924-27
Federigo Enriques
“Caro Ministro,

Aqui lhe envio um exemplar da tradução alemã da


minha recolha ‘Questioni riguardanti la geometria
elementare’ que, na segunda edição italiana foi
alargada sob o título de ‘Questioni riguardanti le
Matematiche elementari’, com a adição de outro
grupo de problemas sobre os números, sobre os
máximos e mínimos, etc. (…)” (1922)
Federigo Enriques

“A partir dos volumes de que estamos a falar


será capaz de fazer uma ideia de qual o objeto
do meu curso em matemática complementar: um
curso que (...) já tinha sido solicitado sob várias
formas, pela sociedade italiana de matemática
“Mathesis” e mais tarde por um relatório de
Pincherle ao Conselho Superior (...) com o título
de ‘matemática elementar a ser ensinada a partir
de um ponto de vista superior no segundo biénio.”
Federigo Enriques

“Acrescento que a diferença específica entre


este curso e os outros dois de matemática
superior que pertencem ao segundo biénio
(análise superior e geometria superior) é que
aqui lidamos com objetos precisos – como o
problema da quadratura do círculo ou da
triseção do ângulo, etc. – sobre os quais o
professor deve estar informado (...)” (1922)
Federigo Enriques

“(...)através dos problemas que estão mais perto


da matemática elementar e que têm uma
história vinte vezes secular, pretende-se
sobretudo avivar o interesse dos jovens
chamados ao ensino, os quais – mesmo no caso
em que não desejam prosseguir investigações
matemáticas originais – devem ser preservados
do perigo de se tornarem repetidores mecânicos
de uma cultura recebida de fora e realmente
estranha ao seu espírito.” (1922)
391 páginas 466 páginas 606 páginas
6 capítulos 6 capítulos 11 capítulos

3ª edição (1924-1927)
QRME

“A recolha das ‘Questioni riguardanti la


geometria elementare’ (…) sai agora numa
terceira edição inteiramente refeita segundo um
desenho orgânico ainda mais vasto: que pretende
responder não apenas a um desenvolvimento de
ideias, mas também ao lugar que esta ordem de
ideias tomou na preparação dos professores da
escola italiana.”
QRME

“ Todas as reformas recentes da Escola, nos


seus diversos graus – em particular a
instituição de uma disciplina de Matemática
complementar para as ditas licenciaturas mistas,
(…) colocam em evidência o objetivo da nossa
obra. E estão em sintonia com o
desenvolvimento desta edição, tendente a
responder à necessidade mais sentida de dar à
teoria científica uma base histórica.”
QRME
Primeira Parte: Criticando os Princípios

Volume 1 [398 páginas]

1-A evolução das ideias geométricas no pensamento


grego: ponto, linha e superfície (FE)

2-Sobre os conceitos de reta e plano (U. Amaldi)

3-Da congruência e do movimento (A. Guarducci)

4-Sobre a teoria das proporções (G. Vailati)

5-Sobre a aplicação do primeiro postulado da


continuidade na Geometria elementar (G. Vitali)
QRME
Primeira Parte: Criticando os Princípios

Volume 1

6-Os números reais (FE)

I-Os números naturais

II-Os números racionais

III-Os números irracionais

IV-Os números não arquimedeanos e a


generalização do continuum numérico
QRME-1º artigo (FE)
1. Os Elementos de Euclides
2.As origens da geometria grega: fontes para a
reconstrução histórica
3.Contribuições da cultura egípcia e oriental
4.Ordem das principais descobertas
5.Os conceitos fundamentais da geometria
pitagórica
6.A crítica eleática
7.Origens da análise infinitesimal: a quadratura
do círculo e Hipócrates de Chios
8.Desenvolvimento da análise infinitesimal de
Demócrito a Eudoxo e Arquimedes
QRME-1º artigo (FE)
9.O conceito de linha e a polémica antimatéria
dos sofistas
10.A definição de ponto, da linha e da
superfície nos geómetras do séc. IV a. C.
11.Sobre a ordenação lógica da ciência grega:
definições, axiomas e postulados
12.Os critérios da lógica moderna
13.Os princípios da geometria a respeito da
intuição
14.Os conceitos de ponto, linha e superfície
perante a crítica moderna
QRME
Primeira Parte: Criticando os Princípios

Volume 2 [466 páginas]

7-Sobre a teoria da equivalência (U. Amaldi)

8-Área, comprimento e volume na Geometria


elementar (O. Chisini)

9-Os números Complexos em duas ou mais unidades


(D. Gigli)

10-O princípio da continuidade e o imaginário na


geometria (E. Bompiani)
QRME

Primeira Parte: Criticando os Princípios

Volume 2

11-Sobre a teoria das paralelas e sobre a geometria


não euclidiana (R. Bonola)

12-O Espaço e o tempo diante da ciência moderna


(FE)
QRME
Segunda Parte: Os problemas clássicos da Geometria
e das Equações Algébricas

Volume 3 [606 páginas]

13-Sobre os métodos elementares para resolver


problemas geométricos (A. Sabbatini)

14-Sobre a resolução de problemas geométricos com


compasso (E. Daniele)

15-Sobre a resolução de problemas geométricos com


régua e instrumentos lineares: contribuições da
geometria projetiva (A. Giacomini)
QRME
Segunda Parte: Os problemas clássicos da Geometria
e das Equações Algébricas

Volume 3

16-Sobre a resolução de problemas geométricos com


instrumentos elementares: contribuições da
geometria analítica (G. Castelnuovo)

17-Sobre equações algébricas resolúveis por radicais


quadráticos e sobre a constructividade de polígonos
regulares (FE)

18-Sobre a construção do polígono regular de 11


lados (E. Daniele)
QRME
Segunda Parte: Os problemas clássicos da Geometria
e das Equações Algébricas

Volume 3

19-Problemas do terceiro grau: duplicação do cubo,


triseção do ângulo (A. Conti)

20-A equação do quarto grau e os sistemas de duas


equações do segundo grau em duas variáveis (V.
Notari)

21-A equação do quinto grau: o teorema de Ruffini-


Abel (V. Notari)
QRME

Segunda Parte: Os problemas clássicos da Geometria


e das Equações Algébricas

Volume 3

22-Sobre os problemas transcendentes e em


particular sobre a quadratura do círculo (B. Calò)

23-Algumas observações sobre problemas


geométricos gerais (FE)
Federigo Enriques

QRME “ilustra bastante bem quais são as


exigências de preparação que pedimos em
particular aos professores da nossa disciplina:
compreensão avançada da lógica da nossa
ciência, não como um sistema definido num
rigor imóvel mas como um desenvolvimento
histórico; inteligência das diferenças
metódicas em relação à unidade orgânica do
pensamento matemático. ” (1927)
Comparação com Klein

1908
Comparação com Klein
“O meu objetivo consiste em mostrar-vos
sempre as conexões entre problemas de
diferentes áreas, o que não acontece de
forma suficiente na generalidade dos manuais,
e, mais especficamente, sublinhar a relação
destes problemas com os da matemática
escolar.” (1908)
Comparação com Klein
“Espero que desta forma se torne mais fácil
para o leitor adquirir a capacidade que
considero o verdadeiro objetivo dos estudos
académicos: a de retirar das grandes questões
científicas que nos são oferecidas abundantes
estímulos e orientações para o exercício da
própria actividade docente.” (1908)
Comparação com Klein

“...convencer os alunos recorrendo a exemplos


simples, ou ainda, se for possível, orientá-los
para que descubram por si mesmos...” (1908)
Comparação com Klein
ambas as obras nasceram de cursos de preparação
de professores

Enriques tem mais uma perspectiva histórica,


enquanto Klein tem mais observações didáticas.

Ambos trabalham a aritmética e a álgebra

Klein não trabalha a geometria

Enriques quase não trabalha a análise e não


refere as máquinas calculadoras
Klein

“Nós, os chamados reformistas,


centraríamos todo o ensino no conceito de
função, porque (...) este é o [conceito]
fundamental em tudo aquilo em que o
pensamento matemático é
utilizado.” (1908)
Klein
Klein
“o desejo de que, dada a sua grande importância, as
máquinas de calcular se tornem cada vez mais
conhecidas e a sua utilização seja cada mais
difundida a outros setores, que ainda prescindem
delas. Sobretudo, gostaria que estes aparelhos se
tornassem familiares a todos os professores de
Matemática, e que, se fosse possível, não saísse das
nossas escolas nenhum aluno sem ter, pelo menos
uma vez, a oportunidade de manusear uma máquina
de calcular”.
Conclusão
1865-1952
“Podemos dizer hoje que não há qualquer
professor do ensino secundário ou candidato
aos exames de professores que não tenha
meditado sobre esta obra, que exerceu uma
influência benéfica sobre o ensino dos nossos
liceus.”

GUIDO CASTELNUOVO, 11 de Janeiro de 1947

Federigo Enriques (1871–1946)


Federigo Enriques (1871-1946)
um algebrista empenhado na melhoria do
ensino da Matemática
Jaime Carvalho e Silva
Universidade de Coimbra/CMUC

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