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Bacharelado em

Ciências Contábeis
Contabilidade Geral

Contabilidade Geral | 1
IMES FTC - EAD
Instituto Mantenedor de Faculdade de Tecnologia e
Ensino Superior Metropolitano S/C Ciências -
Ltda. Educação a Distância

William Oliveira Reinaldo de Oliveira Borba


Presidente Diretor Geral

Samuel Soares Marcelo Nery


Superintendente Administrativo e Diretor Acadêmico
Financeiro
Roberto Frederico Merhy
Germano Tabacof Diretor de Desenvolvimento e Inovações
Superintendente de Ensino, Pesquisa e
Extensão Mário Fraga
Diretor Comercial
Pedro Daltro Gusmão da Silva
Superintendente de Desenvolvimento e André Portnoi
Planejamento Acadêmico Diretor Administrativo e Financeiro

Jean Carlo Nerone


Diretor de Tecnologia

Ronaldo Costa
Gerente de Desenvolvimento e Inovações

Jane Freire
Gerente de Ensino

Luis Carlos Nogueira Abbehusen


Gerente de Suporte Tecnológico

Osmane Chaves
Coord. de Telecomunicações e Hardware

João Jacomel
Coord. de Produção de Material Didático

MATERIAL DIDÁTICO

Produção Acadêmica Produção Técnica


Maria Valesca Silva| Coordenação de Curso João Jacomel | Coordenação
Lorena Pinho e Maria Alice Porto| Autor(a) Carlos Magno Santos e Márcio Magno Melo | Revisão de
Texto
Amanda Rodrigues | Editoração
Amanda Rodrigues | Ilustrações

Equipe
André Pimenta, Antonio França Filho, Amanda Rodrigues, Bruno Benn, Cefas Gomes, Clauder Frederico, Francisco França Júnior,
Hermínio Filho, Israel Dantas, Ives Araújo, John Casais, Márcio Serafim, Mariucha Silveira Ponte e Ruberval da Fonseca

Imagens
Corbis/Image100/Imagemsource

copyright © FTC EAD


Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9.610 de 19/02/98.
É proibida a reprodução total ou parcial, por quaisquer meios, sem autorização prévia, por escrito,
da FTC EAD - Faculdade de Tecnologia e Ciências - Educação a Distância.
www.ead.ftc.br

2 | CIÊNCIAS CONTÁBEIS
SUMÁRIO

A ENTIDADE E AS OPERAÇÕES COM MERCADORIAS.......................................................................................5


Tema 01 - AS ORGANIZAÇÕES E AS OPERAÇÕES DE COMPRAS E VENDAS.................................5
1. FUNDAÇÕES E ASSOCIAÇÕES ...............................................................................................................6
2. REGISTRO DAS OPERAÇÕES MERCANTIS..............................................................................................8
3. ASPECTOS CONCEITUAIS DOS IMPOSTOS INCIDENTES SOBRE AS COMPRAS E VENDAS DE
MERCADORIAS.................................................................................................................................................. 13
4. IMPOSTOS SOBRE AS COMPRAS E VENDAS DAS INDÚSTRIAS E DAS EMPRESAS
PRESTADORAS DE SERVIÇOS................................................................................................................... 16
Tema 02 - INVENTÁRIO DE MERCADORIAS E CONTAS A RECEBER............................................... 24
1. SISTEMA DE INVENTÁRIO PERIÓDICO: CONTAS DESDOBRADAS ..................................... 24
2. SISTEMA DE INVENTÁRIO PERMANENTE: PEPS E UEPS E SUA CONTABILIZAÇÃO EM
RAZONETES...................................................................................................................................................... 30
APURAÇÃO E DESTINAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO.............................................................. 51
Tema 03 - DESPESAS, RECEITAS E APURAÇÃO DE RESULTADOS.................................................. 51
1. DESPESAS E RECEITAS A VENCER................................................................................................. 51
2. DESPESAS E RECEITAS OPERACIONAIS ......................................................................................... 57
3. DESPESAS E RECEITAS NÃO OPERACIONAIS .............................................................................. 63
4. APURAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO ............................................................................... 66
Tema 04 – DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: DRE E DVA ........................................................................... 74
1. DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS DO EXERCÍCIO – DRE – Critérios Gerais ................ 74
2. ASPECTOS PRÁTICOS DA DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO – DRE .. 80
3. ASPECTOS CONCEITUAIS DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS, SEGUNDO A LEI Nº
6.404/76............................................................................................................................................................. 81
4. DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO: ELABORAÇÃO E PRÁTICA......................... 91
REFERÊNCIAS........................................................................................................................................................107

Contabilidade Geral | 3
CARTA DE APRESENTAÇÃO

Olá, alunos e alunas!

É com imenso prazer que apresentamos este maravilhoso material que lhes proporcionará
a construção do conhecimento de forma ordenada, objetiva, sistematizada e, acima de tudo,
prazerosa.

A partir deste momento vocês irão conhecer a Contabilidade Geral pelo mundo virtual, que
lhes permitirá uma aprendizagem de forma fácil e interativa de modo a despertar a vontade de
conhecer cada vez mais esse formidável mundo das Ciências Contábeis.

Elaboramos este material com carinho e utilizamos conceitos atuais e contextualizados


com a dinâmica do mundo moderno para deixar-lhes sempre atualizados com o que há de mais
recente na Contabilidade.

Esperamos que vocês aproveitem este material da melhor forma possível!

Professoras: Lorena Pinho e Maria Alice Porto

4 | CIÊNCIAS CONTÁBEIS
Bloco Temático 01

A ENTIDADE E AS OPERAÇÕES COM MERCADORIAS

Queridos educados e educandas!

Estamos aqui, juntos mais uma vez, para cumprir uma nova e estimulante etapa na
construção do conhecimento.

Deste modo, convidamos a todos e a todas a participarem desta nova etapa com alegria,
de modo a renovar os votos da aprendizagem da Contabilidade como algo prazeroso e
gratificante.

Entender das Ciências Contábeis é compreender o mundo com um novo olhar. Um olhar
de quem quer e pode transformar este mundo através do conhecimento e da gestão
responsável das organizações.

Este novo caminhar remete a uma ampliação do horizonte de vida e de conduzir a vida.
Nesta etapa estudaremos a Contabilidade Geral e sua nuances, tais como: a organização e as
operações com mercadorias e suas implicações. Também trataremos de algumas contas que
surgem em decorrência dos fatos realizados em empresas comerciais, como: duplicatas a
receber, o desconto destas duplicatas e a provisão para devedores duvidosos.

É importante estarmos juntos nesse processo de construção do conhecimento contábil.

Convido todos (as) a essa jornada!

TEMA 01 - AS ORGANIZAÇÕES E AS OPERAÇÕES DE COMPRAS E VENDAS

Para iniciarmos os nossos estudos é necessário saber que as operações com mercadorias
são transações realizadas em empresas do comércio e que envolvem fatos como: compra,
venda, devolução, abatimento, transferência e descontos. Mas, antes de conhecermos detalhes
sobre estas operações, devemos conhecer como as sociedades são constituídas, não é?

No material impresso você tem explicações sobre como as sociedades são constituídas e
aqui, no AVA, uma complementação sobre este assunto: trataremos das fundações e
associações.

Além deste assunto, veremos: Registro das Operações Mercantis, Aspectos conceituais
dos Impostos Incidentes sobre as Compras e Vendas de Mercadorias e Impostos sobre as
Compras e Vendas das Indústrias e das Empresas Prestadoras de Serviços.

E então, vamos começar o nosso estudo?Vamos lá!

Contabilidade Geral | 5
1. FUNDAÇÕES E ASSOCIAÇÕES

Uma entidade pode ser constituída de diversas formas. Nos termos do Código Civil
Brasileiro (CC/2002) as pessoas jurídicas de direito privado são:

- as associações;
- as sociedades;
- as fundações;
- as organizações religiosas; e
- os partidos políticos.

Como o objetivo deste tópico é discorrer sobre as Fundações e Associações, não serão
abordadas as pessoas jurídicas de direito privado constituídas sob a forma de organizações
religiosas e partidos políticos. No que se refere aos tipos de sociedades, estas foram trabalhadas
no material impresso.

Em uma abordagem geral, as organizações sociais que não pertencem à esfera pública,
também denominada de Primeiro Setor (Estado), e nem ao setor privado, também conhecido
como Segundo Setor (Mercado), começam a ter lugar de destaque no Brasil e no mundo. Estas
organizações são consideradas como entidades do Terceiro Setor. Elas crescem em paralelo ao
Estado - primeiro setor, e as organizações privadas, classificadas como segundo setor.

Em uma visão simplista entende-se como Terceiro Setor as organizações que exercem
atividades de cunho social, que são públicas e não objetivam os lucros. Apesar das entidades
dotadas com estas características existirem no Brasil desde o período colonial, foi na década de
90 que elas cresceram de forma significativa.

As três esferas se divergem e se assemelham em diversos aspectos e, no entanto, estão


interligadas, como mostra a figura nº 1.

Figura 01: Os Três Setores Fonte: Adaptado de Fonseca (2000)

6 | CIÊNCIAS CONTÁBEIS
Observa-se na figura que existe a intercessão entre o Primeiro, Segundo e Terceiro
setores, significando uma parceria em suas atividades, não deixando de manter a autonomia
entre os mesmos.

No que se refere às Fundações e Associações, Pinho (2006) esclarece que no Brasil as


organizações sem fins lucrativos, que compõem o Terceiro Setor, podem ser constituídas sob
dois formatos: fundação privada e associação civil sem fins lucrativos. Uma associação tem sua
origem na vontade de duas ou mais pessoas unidas por um ideal, causa ou objetivos sociais em
comum, enquanto uma fundação se origina a partir de patrimônio ou relação de bens
destinados a atender os objetivos sociais.

FUNDAÇÕES

A fundação, em nosso Direito, é uma instituição de fins determinados (finalidade esta que
depende da vontade do instituidor), formada pela atribuição de personalidade jurídica a um
complexo de bens livres, que é o patrimônio, o qual será administrado por órgãos autônomos de
conformidade com as previsões do estatuto (PAES, 2006).
As fundações são entidades jurídicas que têm como fator preponderante o patrimônio,
o qual deve ser constituído por bens livres e suficientes, ou seja, disponíveis integralmente, e
ainda deve ser satisfatório para o desenvolvimento das atividades fundacionais de acordo com a
sua Escritura Pública. Estas entidades não são governamentais, não objetivam lucros e, sim,
benefícios assistenciais, religiosos, morais ou culturais.

ASSOCIAÇÕES

No que tange à associação, o Código Civil brasileiro determina, no seu artigo 53, que
“constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins não
econômicos”. No que tange à discussão acerca das associações, Paes (2003, p. 42) estabelece
que associação é “a forma pela qual certo número de pessoas, ao passo que se consagrem,
colocam, em comum, serviços, atividade e conhecimentos em prol de um mesmo ideal,
objetivando a consecução de determinado fim, com ou sem capital e sem intuitos lucrativos.”

No estatuto social da associação devem constar, necessariamente, os fins da entidade, o


funcionamento e a composição dos órgãos administrativos e deliberativos. O controle principal
das atividades e das contas de uma associação cabe aos próprios associados.

Entende-se, então, como associação a união de duas ou mais


pessoas com objetivos em comum, que visam o bem-estar social, que
trabalham em prol de uma entidade constituída através do estatuto
social, sem finalidade lucrativa. Esta associação de pessoas poderá ter
finalidade: econômica não lucrativa – associação de socorro mútuo;
altruística – associação beneficente; e/ou egoística – associação literária,
esportista ou recreativa.

Agora que já conhecemos um pouco sobre as fundações e


associações vamos identificar algumas diferenças entre elas?

Contabilidade Geral | 7
Existem algumas diferenças entre a associação e a fundação, as mais comuns
evidenciadas no quadro a seguir:

CARACTERÍSTICAS ASSOCIAÇÃO FUNDAÇÃO

Elemento Essencial Pessoal Patrimônio

Constituição Junção de duas ou mais Manifestação de vontade de


pessoas com objetivos em um instituidor
comum

Controle e Próprios associados Ministério Público


Acompanhamento

Relação entre os Sempre ligado na forma de O instituidor se desliga,


Criadores associado geralmente, quando se
conclui o processo de
constituição ou com seu
falecimento.

Diante do quadro vimos que, apesar de ambas as instituições


fazerem parte do Terceiro Setor, cada uma possui as suas
particularidades!

É verdade que o número de entidades com estas


características tem crescido muito no Brasil, no entanto nós, como
profissionais ou futuros profissionais da área contábil, devemos
informar aos instituidores sobre a verdadeira filosofia destas
entidades, pois, em alguns casos, as Fundações e Associações
podem não ser inidôneas, e ao invés de filantrópica, podem ser “pilantrópicas”, ok?

Sites recomendados:

- http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2002/L10406.htm
- http://www2.pgr.mpf.gov.br/
- http://www.cnmp.gov.br/
- http://www.mpu.gov.br/
- http://www.ethos.org.br/DesktopDefault.aspx?Alias=Ethos&Lang=pt-BR
- http://www.filantropia.org.br/

2. REGISTRO DAS OPERAÇÕES MERCANTIS

8 | CIÊNCIAS CONTÁBEIS
Sabemos que um dos objetivos da Contabilidade é um sistema de avaliação e informação
que se destina a prover seus usuários com demonstrações e análises de natureza econômica,
financeira, física e de produtividade, com relação à entidade, que é o objeto de contabilização.

Desta forma, no registro das operações mercantis, ou seja, operações de compra e venda,
poderão ser utilizados dois tipos de métodos, o da conta mista ou o da conta desdobrada, e dois
tipos de sistemas, o sistema de inventário periódico ou o sistema de inventário permanente, de
acordo com o interesse de cada grupo de usuário.

A seguir veremos os métodos da conta mista e os da conta desdobrada, ok?

MÉTODOS PARA O REGISTRO DAS MERCADORIAS

Entende-se como método a maneira pela qual serão


registradas as operações de compra e venda de
mercadorias nas organizações, sendo utilizado o método da
conta mista e/ou da conta desdobrada.

CONTA MISTA

O método da conta mista consiste na adoção de


uma só conta para o registro de todas as operações que
envolvem mercadorias. Normalmente essa conta é
denominada mercadorias e exerce, ao mesmo tempo, duas
funções: patrimonial e de resultado.

Exerce função patrimonial porque registra o valor dos estoques inicial e final, figurando
no balanço patrimonial junto com as demais contas do ativo.

Exerce função de resultado porque registra, também, as compras, as devoluções de


compras, as vendas, as devoluções de vendas, etc., permitindo, assim, que por meio dela seja
apurado o resultado bruto do exercício.

Vamos ver como isso funciona na prática?

Contabilidade Geral | 9
No método da conta mista teremos:

1ª Situação: a empresa Negócios Corretos compra a prazo 30 itens de mercadorias,


sendo que cada um custou R$ 100,00, totalizando um valor de compra de R$ 3.000,00.

Débito Ativo Circulante Crédito Débito Passivo Circulante Crédito

Mercadoria Fornecedores

a) 3.000,00 3.000,00 a)

Pelo método da conta mista, na apuração de resultado a conta Mercadorias já estará


com as compras incorporadas, apresentando normalmente o seu saldo final.

Neste método os lançamentos são feitos de forma mais simples e direta.

No decorrer deste material utilizaremos, para fins explicativos, o método da Conta Mista.

Que tal conhecermos agora o método da conta desdobrada para podermos traçar uma
relação entre ambas?

CONTA DESDOBRADA

A conta desdobrada consiste em desdobrar a conta Mercadorias em tantas quantas


forem necessárias para a contabilização isolada de cada tipo de fato que envolva as operações
com mercadorias. Basicamente, as contas são três: estoque de mercadorias, compras e
vendas, podendo ainda existir abatimentos sobre compras, abatimentos sobre vendas, compras
anuladas, vendas anuladas, fretes e seguros sobre compras, descontos incondicionais obtidos,
descontos incondicionais concedidos, ICMS sobre vendas, PIS sobre faturamento e COFINS.

Vamos colocar estas idéias em prática?

2ª Situação: a empresa Negócios Corretos realiza uma compra de 40 itens de


mercadorias para pagamento a prazo no valor de $4.000,00. No método da conta desdobrada
teremos:

Conta de Resultado Passivo Circulante

Compras a Prazo Fornecedores

a) 4.000,00 4.000,00 a)

10 | CIÊNCIAS CONTÁBEIS
No método da conta desdobrada, na apuração de resultado o saldo da conta “Compras”
será transferido primeiramente para a apuração do custo da mercadoria e, posteriormente, para
a Conta Mercadorias, através do estoque final.

SISTEMAS PARA REGISTRO DAS MERCADORIAS

Os sistemas para registro das mercadorias são as técnicas utilizadas para controle e
apuração dos custos das mercadorias ou produtos nos estoques, sendo eles o Sistema de
Inventário Periódico ou Sistema de Inventário Permanente.

O inventário periódico tem este nome porque a partir de sua adoção as empresas passam
a elaborar o inventário físico das mercadorias existentes em estoque somente no final de um
período, que normalmente corresponde a um ano. Assim, o resultado da conta Mercadorias
(resultado bruto ou exercício) só será conhecido no final desse período.

Já o inventário permanente consiste em controlar permanentemente os estoques de


mercadorias efetuando os respectivos registros a cada compra ou devolução e a cada venda ou
devolução. Dessa forma, como os estoques de mercadorias são mantidos atualizados
constantemente, as empresas podem apurar o resultado da conta Mercadorias no momento que
desejarem.

A combinação entre os dois métodos e os dois sistemas resulta em pelo menos três
maneiras diferentes que podem ser adotadas para o registro e controle das operações com
mercadorias:

• conta mista com inventário periódico (conta mista de mercadorias);


• conta desdobrada com inventário periódico; e
• conta desdobrada com inventário permanente.

Legalmente não há uma exigência que determine a adoção desse ou daquele método ou
sistema. As empresas são livres para escolher a maneira mais adequada às suas realidades,
normalmente em função do porte e dos interesses internos. As empresas de menor porte, por

Contabilidade Geral | 11
não necessitarem de detalhes em seus registros, normalmente utilizam com mais freqüência o
método da conta mista com inventário periódico, enquanto as empresas de maior porte, por
necessitarem de detalhes em seus registros, adotam o método da conta desdobrada com
inventário periódico ou com inventário permanente.

Vale salientar que os sistemas de Inventário Periódico e Inventário Permanente serão


mais aprofundados no Tema 2.

Sites recomendados:

- http://www.anefac.com.br/
- http://www.bacen.gov.br/
- http://www.cfc.org.br/
- http://www.cjf.gov.br/bvirtual/
- http://www.classecontabil.com.br/
- http://www.eac.fea.usp.br/eac/revista/
- http://www.fipecafi.com.br/
- http://www.marion.pro.br/portal/modules/tinycontent/?id=1
- http://www.redecontabil.com.br/
- http://www.teses.usp.br/

12 | CIÊNCIAS CONTÁBEIS
3. ASPECTOS CONCEITUAIS DOS IMPOSTOS INCIDENTES SOBRE AS COMPRAS E VENDAS
DE MERCADORIAS

Podemos perceber que as operações mercantis compreendem as compras e vendas, e


nestas situações ocorre a tributação. Vamos conhecer um pouco mais sobre este assunto?

O Código Tributário Nacional (LEI Nº 5.172, DE 25 DE OUTUBRO DE 1966) estabelece que


“Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa
exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade
administrativa plenamente vinculada.”

Os tributos são impostos, taxas e contribuições de melhoria. O imposto, objeto do nosso


estudo neste bloco, é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente
de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte. Os impostos do nosso Sistema
Tributário Nacional competem à União, aos Estados aos Municípios e ao Distrito Federal.

Vamos conhecer os tributos mais comuns aplicados às empresas?

TRIBUTOS NOMES COMPETÊNCIA


COFINS Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social União
ICMS Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Estados
Mercadorias e Prestação de Serviços de Transporte
Interestadual e Intermunicipal e de Comunicações
IPI Imposto sobre Produtos Industrializados União
IRPJ Imposto de Renda Pessoa Jurídica União
ISS Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza Municípios e Distrito
Federal
PIS Programa de Integração Social União

Contabilidade Geral | 13
Antes de comentarmos especificamente sobre a tributação nas operações de compra e
venda, vejamos alguns termos que são comuns no que tange aos aspectos fiscais relacionados
com as operações mercantis, dentre eles: Fato Gerador, Contribuinte ou Responsável, Base de
Cálculo e Alíquota. Dentro destas considerações, estaremos apresentando o significado dos
tributos que iremos estudar neste conteúdo.

FATO GERADOR

Denomina-se fato gerador a concretização da hipótese de incidência tributária prevista


em abstrato na lei, que gera (faz nascer) a obrigação tributária.

Alguns exemplos de fatos geradores:

Prestar serviços = ISS


Fazer circular mercadorias = ICMS
Receber rendas = IRPJ

Os atos que levam à ocorrência do fato gerador são: emissão de notas fiscais, escrituração
de livros fiscais, inscrição no CNPJ (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica), inscrição no Estado e
no Município, além de manter e conservar livros e documentos, prestar declarações em
formulários, etc.

CONTRIBUINTE OU RESPONSÁVEL

O contribuinte é o sujeito passivo da obrigação tributária com relação pessoal e direta


com o fato gerador. Toma-se como exemplo o IPTU (Imposto Sobre a Propriedade Territorial e
Urbana), que é uma obrigação tributária e cujo contribuinte é o proprietário de um prédio.

Já o responsável é a pessoa que a Lei escolher para responder pela obrigação tributária,
em substituição ao contribuinte de fato, dada a maior complexidade para alcançá-lo. O
responsável não arca com o ônus tributário, que é suportado pelo contribuinte de fato. Atua
como uma espécie de agente arrecadador do fisco e como seu depositário.

Seguem alguns exemplos para ampliar o entendimento:


IRRF - Imposto de Renda Retido na Fonte;
Contribuição ao INSS - Instituto Nacional da Seguridade Social;
IPI - Imposto sobre Produtos Industrializados, cobrado do comprador na Nota Fiscal.

BASE DE CÁLCULO

A base de cálculo é o valor sobre o qual é aplicada a alíquota (percentual) para apurar o
valor do tributo a ser pago, ou seja, o valor sobre o qual incide a tributação é a base de cálculo.

BASE DE CÁLCULO x ALÍQUOTA = IMPOSTO DEVIDO

14 | CIÊNCIAS CONTÁBEIS
Alguns exemplos de base de cálculo:
Para a COFINS, a base de cálculo será o faturamento mensal.
Para o IRPJ, a base de cálculo será o lucro real, presumido ou arbitrado.

ALÍQUOTA

A alíquota é o percentual definido em lei que, aplicado sobre a base de cálculo,


determina o montante do tributo a ser pago.

Vejamos alguns exemplos de alíquotas:


IRPJ - 15%
COFINS - 3% ou 7,6%

Atenção!

Vale destacar que algumas alíquotas são definidas em Lei Complementar e, em alguns
casos, a lei estabelece as alíquotas mínima e máxima que poderão ser cobradas. Desta
forma, para os tributos estaduais, municipais e do Distrito Federal, estas alíquotas são
estabelecidas por estas esferas, atentando para os limites impostos pela legislação,
podendo ser diferentes de um Estado para o outro e de um Município para o outro.

Alguns dos tributos citados acima ainda não serão abordados neste tópico e foram
utilizados apenas como exemplos, mas trataremos do ICMS, IPI, ISS, PIS e COFINS. Para tanto,
dividiremos o assunto em três esferas: empresas comerciais (discutidas no material impresso),
industriais e prestadoras de serviços (apresentadas no AVA) e, assim, daremos um tratamento
específico a cada situação.

A seguir, apresentamos um gráfico resumo dos aspectos de tributação nas operações


mercantis, incluindo a competência da Administração Pública de cada um dos tributos, mesmo
aqueles que não comentamos:

SÍNTESE DE TRIBUTAÇÃO

ESFERA IMPOSTOS EMPRESAS


GOVERNO SUJEITOS COMERCIAL INDUSTRIAL PREST. DE SERVIÇO
Municipal ISS Não Não Sim
Estadual ICMS Sim Sim Não
Federal IPI Não Sim Não
Federal PIS Sim Sim Sim
Federal COFINS Sim Sim Sim
Federal SIMPLES Sim Sim Sim
Federal IRPJ Sim Sim Sim
Federal CSLL Sim Sim Sim

Contabilidade Geral | 15
Sites recomendados:

- http://www.cfc.org.br/
- http://www.classecontabil.com.br/
- http://www.cvm.gov.br/
- http://www.fipecafi.com.br/
- http://www.marion.pro.br/portal/modules/tinycontent/?id=1
- http://www.portaltributario.com.br/
- http://www.receita.fazenda.gov.br/
- http://www.redecontabil.com.br/

4. IMPOSTOS SOBRE AS COMPRAS E VENDAS DAS INDÚSTRIAS E DAS EMPRESAS


PRESTADORAS DE SERVIÇOS

Como vimos no tópico anterior, as operações de compras e vendas de mercadorias, bem


como a prestação de serviços, sofrem tributação. Existem algumas exceções em que alguns os
produtos e/ou serviços são imunes ou isentos destas tributações. Nas situações apresentadas a
seguir trabalharemos os aspectos gerais e comuns, em que a tributação é normal. Vale salientar
que as operações das empresas comerciais foram tratadas no material impresso.

Vamos ver como podem ser contabilizadas estas operações nas indústrias e nas
prestadoras de serviços?

EMPRESAS INDUSTRIAIS

As empresas industriais são aquelas em que por qualquer operação modifique a


natureza, o funcionamento, o acabamento, a apresentação ou a finalidade do produto, ou o
aperfeiçoe para consumo. O resultado final desta operação é o produto objeto de
comercialização.

16 | CIÊNCIAS CONTÁBEIS
As indústrias são contribuintes do ICMS, PIS, COFINS e também do IPI. O IPI é considerado
imposto cobrado por fora, pois o seu cálculo é feito sobre o valor dos produtos e, na operação, é
adicionado ao valor do mesmo produto. O percentual do IPI varia de acordo com o tipo do
produto que está sendo industrializado. Este imposto só será recuperado (compensado) entre
indústrias, pois, para as demais empresas, o IPI será incorporado ao preço de custo das
mercadorias, ok? Já veremos esta operação na prática!

Pode-se, então, concluir que se a atividade principal for industrialização poderá ser
constituído no Ativo Circulante, direito de compensação do mesmo. Porém, se a empresa for,
por exemplo, comercial, não irá registrar o IPI como direito e sim adicioná-lo ao custo da
mercadoria, na Ficha de Estoque (próximo assunto).

E, então, vamos praticar?

1ª Situação: a indústria Geração de Bons Produtos adquire a prazo 1.000 unidades de


produtos, no valor unitário de R$ 60,00, com incidência de ICMS (17%), IPI (10%) e direito ao PIS
(1,65%) e COFINS (7,6%).

INFORMAÇÕES SOBRE A OPERAÇÃO DE COMPRA


Valor total da compra = R$ 66.000,00
Valor total dos produtos = R$ 60.000,00 (1.000 x R$ 60,00)
IPI a ser adicionado ao produto (10%) = R$ 6.000,00
ICMS (17% dos produtos) = R$ 10.200,00
PIS (1,65% dos produtos) = R$ 990,00
COFINS (7,6% dos produtos) = R$ 4.560,00

Contabilidade Geral | 17
Vale ressaltar que alguns impostos são recuperáveis, ou seja, quando compramos uma
determinada mercadoria o imposto que pagamos na compra pode ser recuperado na venda.
Isto ocorre porque o imposto não é cumulativo. Desta forma, alguns impostos podem ser
recuperáveis (não cumulativos) e não recuperáveis (cumulativos).

Nesta situação, sendo o IPI (R$ 6.000,00) um imposto recuperável, como o ICMS (R$
10.200,00), o PIS (R$ 990,00) e a COFINS (R$ 4.560,00), então todos serão deduzidos do valor total
da operação para apurarmos o valor do estoque dos produtos. Logo, teremos o valor de R$
44.250,00 a ser registrado no estoque. E, contabilizando, teremos:

Passivo Circulante Ativo Circulante

Fornecedores Estoque de produtos

66.000,00 a) a) 44.250,00

Ativo Circulante Ativo Circulante

IPI a Recuperar ICMS a Recuperar

a) 6.000,00 a) 10.200,00

Ativo Circulante Ativo Circulante

PIS a Recuperar COFINS a Recuperar

a) 990,00 a) 4.560,00

No momento da venda dos produtos os saldos das contas de impostos a recuperar serão
transferidos para as respectivas contas de impostos a pagar, no passivo circulante. Observem
que isto ocorrerá em operações normais, ou seja, quando os valores das vendas são superiores
aos valores de compras, pois, se em um determinado mês a indústria comprou mais matéria-
prima do que o valor total de vendas dos produtos acabados, teremos, neste caso, um valor
superior de impostos a recuperar.

Perceberam como é simples a contabilização? Basta prestar atenção, identificar as contas


a serem movimentadas, diferenciar as origens e aplicações dos recursos e debitar e creditar as
contas corretamente!

18 | CIÊNCIAS CONTÁBEIS
2ª Situação: a indústria Geração de Bons Produtos utiliza os produtos adquiridos no
processo de industrialização e, posteriormente, vende todos os produtos existentes no estoque
pelo valor total de R$ 100.000,00, à vista. Sobre a venda dos produtos incidiram o ICMS (17%),
PIS (1,65%), COFINS (7,6%) e, por se tratar de uma indústria, teremos ainda o cálculo do IPI,
seguindo o mesmo critério da compra.

INFORMAÇÕES SOBRE A OPERAÇÃO DE VENDA


Receita total = R$ 100.000,00
IPI (10% sobre os produtos) = R$ 10.000,00
Valor total da receita venda = R$ 110.000,00
ICMS (17% sobre os produtos) = R$ 17.000,00
PIS (1,65% sobre os produtos) = R$ 1.650,00
COFINS (7,6% sobre os produtos) = R$ 7.600,00

Vejamos na prática a contabilização desta venda, em que seguiremos três passos:

• Registro da receita de venda (lançamento “a”)


• Baixa dos produtos do estoque e reconhecimento do Custo dos Produtos
Vendidos - CPV (lançamento “b”)
• Registro da obrigação de pagamento dos impostos e respectivas deduções da
receita de vendas no resultado (lançamentos “c”, “d”, “e”, “f”)

Contabilidade Geral | 19
Registro da receita de venda

Conta de Resultado Ativo Circulante

Receita de Vendas Caixa

110.000,00 a) a) 110.000,00

Baixa dos estoques

Ativo Circulante Conta de Resultado


Custo dos Produtos Vendidos
Estoque de Produtos

S 44.250,00 44.250,00 b) a) 44.250,00

Lançamento dos impostos

Conta de Resultado Conta de Resultado

ICMS s/ Vendas PIS s/ Vendas

c) 17.000,00 d) 1.650,00

Passivo Circulante Passivo Circulante

ICMS a Recolher PIS a Recolher

17.000,00 c) 1.650,00 d)

Conta de Resultado Conta de Resultado

COFINS s/ Vendas IPI s/ Vendas

e) 7.600,00 f) 10.000,00

20 | CIÊNCIAS CONTÁBEIS
Passivo Circulante Passivo Circulante

COFINS a Recolher PIS a Recolher

7.600,00 e) 10.000,00 f)

No momento da apuração do exercício iremos fazer a compensação dos direitos e


obrigações dos impostos, creditando as contas de direito (Ativo) e debitando as contas de
obrigação (Passivo). Ou seja, iremos verificar os saldos das contas dos impostos a Recolher
(Passivo) e a Recuperar (Ativo), a conta que apresentar menor saldo será transferida para a de
maior valor. Nesta 2ª Situação, os saldos das contas a recolher são maiores do que os saldos das
contas a recuperar, assim a empresa pagará os impostos deduzindo os valores a recuperar.

Vocês notaram que a quantidade de lançamentos aumentou, não foi? Mesmo assim,
continua sendo fácil. Basta prestar atenção e realizar os lançamentos com calma. Aí vão
algumas dicas:
Identifiquem as contas a serem movimentadas.
Analisem quais são as origens e aplicações dos recursos, para saber quais contas serão
creditadas e debitadas (Crédito=Origem / Débito=Aplicação).
Toda vez que lançarem uma conta a crédito, lancem imediatamente a sua contrapartida,
ou seja, a conta a débito, e vice-versa
Fazendo assim, o sucesso na realização dos lançamentos será certo!

EMPRESAS PRESTADORAS DE SERVIÇOS

As empresas prestadoras de serviços, como o nome já diz, realizam serviço e, em


contrapartida, recebem seus pagamentos. Estas empresas são contribuintes apenas do ISS, PIS e
COFINS, os quais serão calculados apenas sobre o faturamento da prestação de serviços.

Contabilidade Geral | 21
As alíquotas do ISS poderão diferenciar de acordo com o local onde a empresa está
prestando os serviços e giram em torno de 2% a 5%. Estas empresas, quando são
exclusivamente prestadoras de serviços, não revendem mercadorias ou produtos, mas podem
adquiri-los para utilização como insumos na prestação de serviços.

Como estas aquisições serão feitas em empresas comerciais ou industriais, certamente


nas Notas Fiscais de compra incidirão o ICMS e IPI. Sobretudo se as prestadoras de serviços não
são contribuintes destes impostos, então não poderão constituir direito de recuperação no
ativo, o que faz com que estes impostos representem para elas custo e sejam registrados em
contas de resultado.

1ª Situação: suponhamos que a empresa Serviços Qualificados necessitou de produtos


para utilizar na prestação de serviços, no valor total de R$ 660,00 (a prazo). Na Nota Fiscal houve
a incidência de R$ 102,00 de ICMS e R$ 60,00 de IPI. Ao prestar os serviços, mediante pagamento
à vista, cobrou R$ 5.000,00.

COMPRA DE PRODUTOS PARA A PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS


Produtos = R$ 600,00
IPI = R$ 60,00
Total = R$ 660,00
ICMS = R$ 102,00

Vamos contabilizar essa operação?

Pela aquisição dos produtos

Conta de Resultado Passivo Circulante


Produtos p/ Acabamento Fornecedor
a) 660,00 660,00 a)

22 | CIÊNCIAS CONTÁBEIS
Observe que o valor da aquisição foi totalmente reconhecido como custo, sem deduzir
nenhum dos impostos.

Pelo registro da receita de serviços

Conta de Resultado Ativo Circulante


Receita de Prestação de Serviços Caixa
5.000,00 b) b) 5.000,00

Pelo reconhecimento dos impostos sobre a receita será cobrado ISS 5%, PIS 1,65% e
COFINS 7,6%.

Conta de Resultado Conta de Resultado


ISS s/ Serviços PIS s/ Serviços
c) 250,00 d) 82,50

Passivo Circulante Passivo Circulante


ISS a Recolher PIS a Recolher
250,00 c) 82,50 d)

Conta de Resultado Passivo Circulante


COFINS s/ Serviços COFINS a Recolher
e) 380,00 380,00 e)

Logo após a apuração do resultado do exercício iremos fazer a compensação dos direitos
e obrigações dos impostos, creditando as contas de Ativo e debitando as contas de Passivo.
Note que, no caso das empresas prestadoras de serviços, não se movimentam as contas de
impostos a recuperar, pois não fazem parte do regime de não cumulatividade!

Sites recomendados:

- http://www.classecontabil.com.br/
- http://www.eac.fea.usp.br/
- http://www.fipecafi.com.br/
- http://www.marion.pro.br/portal/modules/tinycontent/?id=1
- http://www.portaltributario.com.br/
- http://www.receita.fazenda.gov.br/
- http://www.redecontabil.com.br/

Contabilidade Geral | 23
TEMA 02 - INVENTÁRIO DE MERCADORIAS E CONTAS A RECEBER

No tema anterior aprendemos como efetuar o registro das operações mercantis, os


aspectos conceituais dos impostos incidentes sobre as compras e vendas de mercadorias, bem
como nas operações realizadas pelas indústrias e pelas empresas prestadoras de serviços, não
foi?

Nas operações de compras de mercadorias temos a necessidade de descobrir os custos


dos produtos para sabermos quais serão os nossos lucros e o nosso preço de venda. Paralela a
esta necessidade precisamos, também, inventariar e controlar os custos das nossas mercadorias.
Para isto estudaremos o Sistema de Inventário Periódico, pelo método das Contas Desdobradas;
o Sistema de Inventário Permanente: PEPS e UEPS, junto com a sua contabilização em razonetes;
o Sistema de Inventário Permanente: Média Ponderada e sua contabilização em razonetes.

Outro assunto em que nos debruçaremos é a contabilização da Antecipação de


Recebimentos com Desconto de Duplicatas. Então, vamos começar a nossa longa viagem por
estes conteúdos?

1. SISTEMA DE INVENTÁRIO PERIÓDICO: CONTAS DESDOBRADAS

No bloco anterior começamos a trabalhar as operações de compras e vendas de


mercadorias. Ao realizar estas operações as empresas necessitam desenvolver métodos para
controlar os seus estoques. Para isto existe o sistema de inventário.

Antes de iniciarmos o nosso estudo sobre o sistema de inventário periódico, para melhor
compreensão vale relembrar as funções de algumas contas que serão utilizadas. Vamos lá?

Palavras ou expressões Significado


Abatimentos sobre A fim de evitar os possíveis prejuízos decorrentes de
compra de mercadorias devoluções de mercadorias em desacordo com o pedido, o
cliente pode entrar em acordo com o fornecedor e obter do
mesmo o desconto das mercadorias adquiridas. Geralmente
os abatimentos decorrem de perda por deterioração parcial
ou total de mercadorias, defeitos técnicos, prazo de entrega e
qualidade do produto.
Aceite de duplicatas Reconhecimento da autenticidade da dívida por parte do
cliente – sujeito que assina a duplicata. Em caso de não
reconhecer a dívida, o cliente não deve dar o seu aceite por
meio da assinatura.
Comércio atacadista Tipo de comércio em que a aquisição das mercadorias é
realizada diretamente do produtor ou de outros comércios
atacadistas para que sejam enviadas ao consumidor final ou a
outro atacadista.
Comércio varejista Realiza a mediação da mercadoria entre atacadista ou
produtor diretamente ao consumidor final com habitualidade

24 | CIÊNCIAS CONTÁBEIS
e fins lucrativos. Assim, um supermercado, por exemplo, é
uma empresa comercial varejista.
Compra ou Aquisição de Operação na qual a empresa mercantil adquire a propriedade
mercadorias sobre bens materiais, os quais são denominados mercadorias,
para revenda.
Consignação Transação na qual uma empresa emite mercadorias de sua
propriedade para que outra empresa realize a
comercialização das mesmas, obtendo, pela prestação do
serviço, uma comissão. Desta forma a empresa que recebe a
comissão tem uma receita, a qual é denominada comissão
ativa, enquanto a entidade que é proprietária das
mercadorias tem uma comissão passiva, ou seja, uma despesa
de vendas.
Desconto Condicional Este tipo de desconto decorre de análises do setor financeiro
ou Financeiro em parceria com a administração geral da empresa. O
desconto condicional é criado de acordo com a política de
crédito da empresa e, em geral, busca viabilizar algum
objetivo financeiro maior a partir da mudança de
comportamento dos clientes. Portanto, é estabelecido para
todos os clientes em determinado período de tempo.
Desconto Incondicional Como o próprio nome designa, o desconto incondicional é
ou Comercial aquele realizado sem o preestabelecimento de uma condição
por parte do fornecedor. Em regra, ele se dá por causa do
volume de mercadorias adquiridas, para manter a fidelidade
de um bom cliente, também conhecido como cliente
preferencial, ou interesse de realizar promoção para que o
produto tenha maior saída ou que o mesmo se torne mais
conhecido, dentre outras promoções.
Devolução de Transação na qual as mercadorias adquiridas regressam para
mercadorias o fornecedor. A devolução de uma mercadoria adquirida é
possível quando ela não está de acordo com pedido
realizado.
Duplicata É um título de crédito utilizado em comercializações cujo
recebimento se dá a prazo. A entidade emissora da duplicata
é o credor, enquanto aquele que a aceita é o devedor.
Fatura Documento comercial que comprova as vendas efetuadas a
prazo ao mesmo cliente e que, portanto, pode englobar uma
ou mais notas fiscais. A finalidade precípua da fatura é
informar ao cliente a relação das notas fiscais a fim de que ele
possa conferir as notas fiscais a prazo e as receptivas datas ou
data de pagamento, já que este será realizado em menos de
30 dias.
Imposto “por dentro” Chama-se de imposto “por dentro” aquele já embutido no
valor da operação. O ICMS – Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços - é um exemplo de imposto “por
dentro”.
Imposto “por fora” Denomina-se imposto “por fora” aquele que não está
embutido no valor da operação. O IPI (Imposto sobre Produto
Industrializado) é um exemplo de imposto “por fora”.

Contabilidade Geral | 25
Inventário Levantamento físico das unidades em estoque, que é
demonstrado por um documento contábil que mostra toda a
movimentação de estoques de mercadorias, ou seja, entradas
por aquisição, transferência ou consignação, e saídas por
devolução vendas, transferência e ou consignação. Assim, um
inventário pode ser periódico, quando é feito num período de
tempo delimitado pela empresa, ou permanente, quando o
controle de estoque é contínuo, ou seja, a cada
movimentação há adição ou diminuição do valor do estoque.
Mercadoria Bem comprado por um estabelecimento comercial - de um
produtor ou atacadista – com o objetivo de revenda.
Nota Fiscal Documento emitido quando ocorre qualquer movimentação
de mercadoria (venda, devolução, transferência, consignação,
dentre outras). Empresas que prestam serviços também
devem emitir nota fiscal, entretanto, se a empresa for
comercial varejista, ela poderá optar pela emissão do Cupom
Fiscal – documento que tem a mesma validade da nota, mas é
emitido automaticamente por máquina apropriada.
Nota Fiscal - Fatura Documento utilizado para evitar o trabalho do faturamento
depois da emissão da fatura, já que ele é, ao mesmo tempo,
uma nota fiscal e uma fatura.
Venda de mercadorias Transferência do direito de propriedade de um bem material,
adquirido de um fornecedor, ao seu cliente, que pode ser um
consumidor final ou um varejista.
Ferrari (2002)

Antes de iniciarmos o estudo sobre o sistema de inventário periódico, vamos fazer uma
retrospectiva para melhor compreender os sistemas de inventários?

Nos meados do século XVIII as grandes indústrias não existiam e, neste cenário, a
contabilidade de custos era voltada para o comércio e não para a indústria. Desta forma, os
custos eram calculados periodicamente, pelo menos na época da elaboração do Balanço
Patrimonial.

Para calcularmos os custos poderíamos usar uma fórmula, com a ajuda da qual eram
calculados os custos, pois não havia inventários permanentes de estoques.

Como dito no material impresso, o inventário periódico é utilizado quando não há um


controle contínuo das mercadorias existentes em estoque. Periodicamente será realizado um
levantamento físico das mercadorias, com a finalidade de apurar o estoque final, tendo em vista
necessidade de apresentação deste valor no Balanço Patrimonial.

Por este critério o custo das mercadorias vendidas é apurado por dedução, ou seja,
utilizamos a seguinte fórmula:

CMV= EI + C - EF

26 | CIÊNCIAS CONTÁBEIS
Devemos saber:

CMV = Custo da Mercadoria Vendida


EI = Estoque Inicial
C = Compras

Diante do apresentado, temos o Custo da Mercadoria Vendida como o resultado da


subtração do estoque final (apurado a partir do levantamento físico) do valor total das
mercadorias disponíveis para venda (estoque inicial + compras).

Com a adoção do sistema de inventário periódico as empresas passam a elaborar o


inventário físico das mercadorias somente no final de um período, assim o resultado operacional
bruto (Resultado Com Mercadorias - RCM) só será conhecido no final desse período. Vale
ressaltar que, no momento da contagem física do estoque, deve ser atribuído a este, como valor
unitário das mercadorias, o custo das últimas entradas.

Na contabilização das operações do estoque pelo inventário periódico cabe retomar os


métodos para a escrituração: Conta Mista de Mercadorias ou Conta Desdobrada de Mercadorias.
Lembrando que a Conta Mista foi explanada e exemplificada no material impresso, vamos
trabalhar no AVA com a Conta Desdobrada!

A Conta Desdobrada

O Inventário Periódico por contas desdobradas consiste em desdobrar a conta de


Estoque de Mercadorias em tantas quantas forem necessárias para a contabilização isolada de
cada tipo de fato que envolva as operações com mercadorias. Basicamente, as contas são três:

estoque de mercadorias (patrimonial)


compras (resultado)
venda (resultado)

Para que possamos comparar os dois métodos por conta mista (disponível no material
impresso) e contas desdobradas (na situação a seguir), vamos utilizar o mesmo exemplo.

1ª Situação:

Temos os seguintes dados


Estoque Inicial = R$ 23.000,00
Compras no período, a prazo = R$ 104.500,00
Venda à vista = R$ 150.000,00
CMV = (?) Vamos apurar
Estoque Final (levantamento físico) = R$ 22.500,00
RCM = (?) Vamos apurar

Vamos para a contabilização?

Pelo Estoque Inicial (EI), cujo valor corresponde ao final do período anterior = R$
23.000,00, temos:

Contabilidade Geral | 27
Ativo Circulante
Estoque de Mercadorias
S 23.000,00

Iremos registrar as aquisições em uma Conta Desdobrada, “Compras”, conta de resultado


que, na apuração, será encerrada com a conta CMV.

Conta de Resultado Passivo Circulante


Compras Fornecedores
a) 104.500,00 104.500,00 a)

No método da Conta Desdobrada de Mercadorias o lançamento das vendas não difere


muito do método das Contas Mistas.
Ativo Circulante
Conta de Resultados Caixa
Vendas à Vista
b) 150.000,00
150.000,00 b)
Realizada a venda, vamos partir para a apuração do Custo da Mercadoria Vendida. Para
tanto, não podemos esquecer o levantamento físico do estoque final, cujo valor apurado foi de
R$ 22.500,00.

Retomando a fórmula, temos que:

CMV = EI + C – EF
CMV = R$ 23.000,00 + R$ 104.500,00 - R$ 22.500,00
CMV = R$105.000,00

Ativo Circulante Conta de Resultados


Estoque de Mercadorias Compras
S 23.00,00 23.000,00 c) Saldo 104.500,00 104.500,00 e
d) 22.500,00 0 0 0

Conta de Resultados
Custo da Mercadoria Vendida
c) 23.000,00 22.500,00 d)
104.500,00
105.000,00

28 | CIÊNCIAS CONTÁBEIS
Observe que na conta “Estoque de Mercadorias” foi registrado apenas o valor dos
estoques inicial e final.

Na apuração do Resultado Com Mercadorias (RCM) teremos o mesmo efeito:

RCM = V – CMV

Em que,
V = Vendas
CMV = Custo da Mercadoria Vendida
Assim, RCM = R$ 150.000,00 – R$ 105.000,00 = R$ 45.000,00

Conta de Resultados Conta de Resultados


Vendas Custo da Mercadoria Vendida
e) 150.00,00 150.000,00 S Saldo 105.000,00 105.000,00 f)
0 0 0 0

Conta de Resultados
RCM
f) 105.000,00 150.000,00 e)
45.000,00 S

Para apurar o Resultado Com Mercadoria basta encerrar o saldo das contas Receita de
Venda e CMV com a conta RCM.

Vale ressaltar que o Inventário Periódico por Contas Desdobradas é pouco utilizado. O
método mais utilizado é o das Contas Mistas!

Sites recomendados:

- http://www.cfc.org.br/
- http://www.classecontabil.com.br/
- http://www.cvm.gov.br/
- http://www.eac.fea.usp.br/
- http://www.fipecafi.com.br/
- http://www.marion.pro.br/portal/modules/tinycontent/?id=1
- http://www.portaltributario.com.br/
- http://www.receita.fazenda.gov.br/
- http://www.redecontabil.com.br/
- http://www.teses.usp.br/

Contabilidade Geral | 29
2. SISTEMA DE INVENTÁRIO PERMANENTE: PEPS E UEPS E SUA CONTABILIZAÇÃO EM
RAZONETES

Pudemos notar, com o estudo do tópico anterior, que o sistema de inventário


permanente era utilizado principalmente por existir uma necessidade grande de controles
periódicos dos estoques. No entanto, com a Revolução Industrial, surgiram as produções em
série e em escalas cada vez maiores. Diante deste fato, foram sendo desenvolvidas técnicas para
cálculo de custos.

Assim, os inventários deixaram de ser periódicos e tornaram-se permanentes,


significando que os registros de entradas e saídas de mercadorias passaram a ser evidenciadas a
cada nova operação, ou seja, a cada nova entrada e a cada nova saída. Foram três as técnicas
que surgiram e foram aperfeiçoadas.

Como apontado no material impresso, o inventário periódico difere do sistema de


inventário permanente, pois este último consiste em controlar permanentemente os estoques
de mercadorias efetuando os respectivos registros a cada compra ou devolução e a cada venda
ou devolução. Assim, como os estoques de mercadorias são mantidos atualizados,
freqüentemente as organizações podem apurar o resultado da conta Estoque de Mercadorias no
momento necessário.

Vale destacar que na aplicação deste sistema pode ser realizado um controle contínuo de
entradas e saídas de mercadorias do estoque. As operações de entradas e saídas são controladas
com o auxílio de Fichas de Estoque, as quais possuem quatros colunas (dentre elas a data) e três
destas colunas são subdivididas em mais nove colunas, assim dispostas: entrada (quantidade,
valor unitário e total); e saída (quantidade, valor unitário e total). Este método possui a
vantagem de estar sempre atualizado em relação ao saldo do estoque.

Para utilização do sistema de inventário permanente podemos contar com três critérios
diferentes. Para vocês, quais são?

30 | CIÊNCIAS CONTÁBEIS
Os critérios para avaliação possuem a seguinte denominação:

• PEPS ou FIFO
• UEPS ou LIFO
• Média Ponderada Móvel

Para um aproveitamento maior, trabalharemos os três critérios separadamente, sendo


que, neste tópico, vamos conhecer os dois primeiros critérios de avaliação de estoque, o PEPS,
ou FIFO, e o UEPS, ou LIFO, com suas respectivas contabilizações. O critério da Média Ponderada
será visto no próximo item.

PEPS ou FIFO

A sigla PEPS significa Primeiro que Entra, Primeiro que Sai. Também é conhecida por
FIFO, iniciais da frase em inglês First In, First Out. Este sistema utiliza a seguinte técnica para dar
baixa nos estoques: são baixadas, do estoque de mercadorias, nos casos de vendas, a
mercadorias que foram compradas primeiro, ou seja, vendem-se ou consomem-se antes as
primeiras mercadorias adquiridas.

Vamos ver como isto funciona na prática?

1ª Situação: considerando as movimentações do mês de agosto de X1 da empresa Boas


Vendas, vamos elaborar a Ficha de Estoque pelo método do PEPS e em seguida contabilizar os
fatos. Seguem as movimentações:

DATA FATOS
01/08/X1 Saldo inicial de 10 unidades ao custo unitário de R$ 50,00
04/08/X1 Compra, a prazo, de 15 unidades, ao custo unitário de R$ 60,00
09/08/X1 Compra, a prazo, de 05 unidades, ao custo unitário de R$ 70,00
15/08/X1 Venda, à vista, de 28 unidades pelo preço de venda unitária de R$ 100,00

Contabilidade Geral | 31
Para elaboração da Ficha de Estoque, pelo critério PEPS, devemos observar:

• Inserir o saldo inicial (quando houver);


• A ordem cronológica (as data em que primeiro
ocorreram os eventos);
• Iniciar os lançamentos de forma individualizada, ou
seja, a quantidade de produtos e seus respectivos
preços devem ser mantidos separadamente;
• Na ocorrência de novas movimentações o saldo
anterior deve ser resgatado (quando necessário
ajustado);
• Na venda de mercadoria devemos retirar dos estoques
as primeiras mercadorias que entraram (somente no
critério PEPS);
• Depois de concluídos todos os registros, finaliza-se o
preenchimento da ficha através da soma.

Depois destes primeiros passos, vamos à elaboração da ficha?

FICHA DE ESTOQUE PEPS


Entradas Saídas Saldos
Valor Valor Valor
Data Quant. unitário Total Quant. unitário Total Quant. unitário Total
01/08/X1 10 50 500
10 50 500
04/08/X1 15 60 900 15 60 900
10 50 500
15 60 900
09/08/X1 5 70 350 05 70 350
10 50 500
15 60 900
15/08/X1 03 70 210 2 70 140
SOMA 20 1250 28 1.610 2 140

Observem que na venda dos 28 itens de mercadorias utilizamos inicialmente as 10


unidades do saldo, depois as 15 unidades da segunda compra, do dia 04/08/X1, e, por último
(para completar o total de 28 unidades vendidas), os 03 itens do estoque, referentes à aquisição
do dia 09/08/X1, com valor unitário de R$ 70,00. Neste critério, a Primeira mercadoria que Entrou
foi a que Primeiro Saiu, pois refere-se ao método PEPS!

32 | CIÊNCIAS CONTÁBEIS
Atenção!

Existem situações em que podem ocorrer devoluções, tanto de compra como de venda de
mercadorias.
As devoluções referentes às vendas recebidas dos clientes serão escrituradas
negativamente entre parênteses na coluna das saídas, o valor das devoluções recebidas
deverá ser o valor do custo da respectiva saída do estoque.
As devoluções de compras efetuadas aos fornecedores serão escrituradas negativamente
entre parênteses na coluna das entradas, o valor das devoluções efetuadas deverá ser o
valor do custo da respectiva entrada no estoque.
Desta forma, a soma das colunas entradas e saídas do controle de estoque representará o
valor das compras e vendas.

Agora vamos contabilizar em razonetes estas operações?

FATOS LANÇAMENTOS
Saldo inicial de 10 unidades ao custo unitário de R$ 50,00 S
Compra, a prazo, de 15 unidades ao custo unitário de R$ 60,00 a)
Compra, a prazo, de 05 unidades ao custo unitário de R$ 70,00 b)
Venda, à vista, de 28 unidades pelo preço de venda unitário de R$ 100,00 c)

Ativo Circulante
Passivo Circulante
Estoque de Mercadorias
Fornecedores
S 500,00 1.610,00 c)
900,00 a)
a) 900,00
2500,00 b)
b) 350,00
S 80,00

Conta de Resultado Ativo Circulante


Custo da Mercadoria Vendida Caixa
c) 1.610,00 c) 2.800,00

Conta de Resultado
Receita de Vendas
2.800,00 c)

Contabilidade Geral | 33
Para iniciarmos o próximo assunto a ser estudado, vamos começar apurando o Resultado
Com Mercadorias (RCM)?

Sabemos que todo o desenvolvimento empresarial depende do bom empenho da


atividade mercantil. Por este motivo, faz-se necessária uma apuração periódica do Resultado
Com Mercadorias (RCM).

Para melhor compreender o RCM devemos saber que as Vendas representam o total
faturado contra o cliente, independente da forma de pagamento, à vista ou a prazo. O Custo
das Mercadorias Vendidas (CMV) é o valor de custo da mercadoria para a empresa.

Na apuração do Resultado Com Mercadorias deveremos confrontar todos os fatos que


afetam as compras e vendas, já referenciados em conteúdos anteriores a este módulo (na
disciplina Introdução à Contabilidade), e demonstrá-los, discriminadamente, na Demonstração
do Resultado do Exercício (DRE), a qual estudaremos nos próximos tópicos. Resultado com
Mercadorias ou Resultado Bruto com Mercadorias é a diferença total entre as receitas obtidas
pelas vendas de mercadorias, as deduções destas vendas e o custo destas mercadorias que
estão sendo vendidas. Desta forma, o RCM é assim encontrado:

RCM = V - CMV

Em que

RCM = Resultado Com Mercadorias


V = Vendas (ou receita de vendas)
CMV = Custo das Mercadorias Vendidas

Agora, que já sabemos um pouco sobre o RCM, que tal encontrarmos o seu valor neste
exemplo prático trabalhado? Vamos lá!

Na contabilização dos fatos da 1ª Situação encontramos os seguintes valores:


Vendas = R$ 2.800,00
CMV = R$ 1.610,00
RCM = ?

34 | CIÊNCIAS CONTÁBEIS
Já sabemos que o RCM pode ser encontrado através da fórmula

RCM = V - CMV

Então teremos:

RCM = V – CMV
RCM = R$ 2.800,00 - R$ 1.610,00
RCM = R$ 1.190,00

Vejamos a sua contabilização:

Conta de Resultado Conta de Resultado


Custo da Mercadoria Vendida Receita de Vendas
S 1.610,00 1.610,00 a) b) 2.800,00 2.800,00 S

Conta Transitória
Resultado Com Mercadorias
a) 1.610,00 2.800,00 b)
1.190,00

Só para fixar:

Na apuração do Resultado Com Mercadorias deveremos confrontar todos os fatos que


afetam as compras e vendas, ou seja, a diferença total entre as receitas obtidas pelas vendas de
mercadorias, as deduções destas vendas e o custo destas mercadorias que estão sendo
vendidas. Neste exemplo, o RCM foi encontrado confrontando o valor da receita de Vendas com
o Custo da Mercadoria Vendida!

UEPS ou LIFO

A expressão UEPS significa Último que Entra, Primeiro que Sai, e é também conhecida
por LIFO, iniciais da frase inglesa Last In, First Out.

Neste critério de controle de estoque a organização vai dando baixa nas mercadorias do
estoque a partir das últimas compras, ou seja: vendem-se ou consomem-se, primeiramente, as
últimas mercadorias compradas.

Que tal vermos esta escrituração na prática?

Para que possamos estabelecer uma base de comparação e análise usaremos os mesmos
fatos da 1ª Situação, ok?

Contabilidade Geral | 35
2ª Situação: verificando as movimentações do mês de agosto de X1 da empresa Boas
Vendas, vamos elaborar a Ficha de Estoque pelo método do UEPS e, em seguida, contabilizar os
fatos. Seguem as movimentações:

DATA FATOS
01/08/X1 Saldo inicial de 10 unidades ao custo unitário de R$ 50,00
04/08/X1 Compra, a prazo, de 15 unidades, ao custo unitário de R$ 60,00
09/08/X1 Compra, a prazo, de 05 unidades, ao custo unitário de R$ 70,00
15/08/X1 Venda, à vista, de 28 unidades pelo preço de venda unitária de R$ 100,00

Na execução do preenchimento da Ficha de Estoque, pelo critério UEPS, devemos seguir


os passos indicados abaixo:

• Inserir o saldo inicial (quando houver);


• A ordem cronológica (as datas em que primeiro
ocorreram os eventos);
• Iniciar os lançamentos de forma individualizada, ou
seja, a quantidade de produtos e seus respectivos
preços devem ser mantidos separadamente;
• Na ocorrência de novas movimentações o saldo
anterior deve ser resgatado (quando necessário
ajustado);
• Na venda de mercadoria devemos retirar dos estoques
as últimas mercadorias que entraram (somente no
critério UEPS);
• Depois de concluídos todos os registros, finaliza-se o
preenchimento da ficha através da soma.

Vamos agora dar os primeiros passos na Ficha de Estoque para saber se compreendemos
realmente o método UEPS?

36 | CIÊNCIAS CONTÁBEIS
FICHA DE ESTOQUE UEPS
Entradas Saídas Saldos
Valor Valor Valor
Data Quant. unitário Total Quant. unitário Total Quant. unitário Total
01/08/X1 10 50 500
10 50 500
04/08/X1 15 60 900 15 60 900
10 50 500
15 60 900
09/08/X1 5 70 350 05 70 350
05 70 350
15 60 900
15/08/X1 08 50 400 2 50 100
SOMA 20 1250 28 1.650 2 100

Na elaboração desta segunda Ficha de Estoque podemos notar que na venda dos 28
itens de mercadorias utilizamos inicialmente as 05 unidades compradas por último, referentes à
aquisição do dia 09/08/X1, no valor unitário de R$ 70,00; em seguida as 15 unidades da
mercadoria compradas em 04/08/X1, pelo preço unitário de R$ 60,00; e, por fim, foi dado baixa
em 08 itens constantes no saldo (para completar o total de 28 unidades vendidas), custando
cada elemento R$ 50,00. Neste critério, a Última mercadoria que Entrou foi a que Primeiro Saiu,
pois refere-se ao critério UEPS!

Atenção!

Assim como no método anterior, podem ocorrer situações em que existam devoluções de
compra e/ou de venda de mercadorias dos estoques.
As devoluções referentes às vendas recebidas dos clientes serão escrituradas
negativamente entre parênteses na coluna das saídas, o valor das devoluções recebidas
deverá ser o valor do custo da respectiva saída do estoque.
As devoluções de compras efetuadas aos fornecedores serão escrituradas negativamente
entre parênteses na coluna das entradas, o valor das devoluções efetuadas deverá ser o
valor do custo da respectiva entrada no estoque.
Desta forma, a soma das colunas entradas e saídas do controle de estoque representará o
valor das compras e vendas.

Com a Ficha de Estoque devidamente preenchida, que tal nos


divertirmos um pouco com a contabilização dos fatos em conta “T”?

Contabilidade Geral | 37
FATOS LANÇAMENTOS
Saldo inicial de 10 unidades ao custo unitário de R$ 50,00 S
Compra, a prazo, de 15 unidades ao custo unitário de R$ 60,00 a)
Compra, a prazo, de 05 unidades ao custo unitário de R$ 70,00 b)
Venda, à vista, de 28 unidades pelo preço de venda unitário de R$ 100,00 c)

Ativo Circulante Passivo Circulante


Estoque de Mercadorias Fornecedores
S 500,00 1.650,00 c) 900,00 a)
a) 900,00 350,00 b)
b) 350,00
S 100,00

Conta de Resultado Ativo Circulante


Custo da Mercadoria Vendida Caixa
c) 1.650,00 c) 2.800,00

Conta de Resultado
Receita de Vendas
2.800,00 c)

Depois da contabilização das compras e vendas de mercadorias, com suas respectivas


entradas e saídas dos estoques, vamos apurar o RCM?

Já sabemos que o RCM pode ser encontrado através da fórmula

RCM = V - CMV

Em que

RCM = Resultado Com Mercadorias


V = Vendas (ou receita de vendas)
CMV = Custo das Mercadorias Vendidas
Na contabilização dos fatos da 2ª Situação encontramos os seguintes valores:
Vendas = R$ 2.800,00
CMV = R$ 1.650,00
RCM = ?
RCM = R$ 1.150,00

38 | CIÊNCIAS CONTÁBEIS
Vejamos a sua contabilização:

Conta de Resultado Conta de Resultado


Custo da Mercadoria Vendida Receita de Vendas
S 1.650,00 1.650,00 a) b) 2.800,00 2.800,00 S

Conta Transitória
Resultado Com Mercadorias
a) 1.650,00 2.800,00 b)
1.150,00

Atenção!

A utilização do critério de avaliação de estoque do sistema de inventário permanente


UEPS (Último que Entra, Primeiro que Sai) não é permitida pela legislação do Imposto de
Renda!

PEPS x UEPS

Depois de conhecer e praticar os dois critérios de avaliação de estoques do sistema de


inventário permanente, PEPS e UEPS, vamos analisá-los?

Analisando os dois métodos e as suas respectivas Fichas de Estoque podemos chegar às


seguintes considerações:

Contabilidade Geral | 39
PEPS UEPS
Primeiro que Entra, Primeiro que Sai Último que Entra, Primeiro que Sai
Na venda de mercadoria devemos retirar Na venda de mercadoria devemos retirar dos
dos estoques as primeiras mercadorias estoques as últimas mercadorias que entraram
que entraram
Permitida pelo Imposto de Renda Não é permitida pelo Imposto de Renda
Utilização do custo do lote mais antigo no
Utilização do custo do lote mais novo no
momento da venda da mercadoria momento da venda da mercadoria
Desvantagem: existe a necessidade de Desvantagem: não se acaba de usar todo um
controlar vários lotes para sabermos o lote, abandona-se este e começa-se a usar o
custo do mais antigo; na prática, muitas último, mais recente, existindo, assim, diversos
vezes isto pode dificultar controles de lotes com saldos no qual se usa
parcialmente
Desvantagem: a tendência é de que as Desvantagem: a tendência é de que as últimas
primeiras compras possuam um custo compras possuam um custo mais alto
mais baixo e o valor das compras
aumentem com o tempo
Seguindo esta tendência, provocará um Seguindo esta tendência, gerará um custo
estoque com valor mais alto, um custo normalmente maior, conseqüentemente os
mais baixo e um lucro maior, fazendo com estoques e o lucro serão menores, fazendo
que a empresa pague mais impostos com que a empresa pague menos impostos

Agora que você já tem o conhecimento sobre os critérios PEPS e UEPS, vamos entender
um pouco sobre a Média Ponderada e sua contabilização.

Sites recomendados:

- http://www.classecontabil.com.br/
- http://www.cvm.gov.br/
- http://www.eac.fea.usp.br/eac/revista/
- http://www.fipecafi.com.br/
- http://www.marion.pro.br/portal/modules/tinycontent/?id=1
- http://www.portaldeauditoria.com.br/
- http://www.portaltributario.com.br/
- http://www4.usp.br/index.php/home

40 | CIÊNCIAS CONTÁBEIS
3. SISTEMA DE INVENTÁRIO PERMANENTE: MÉDIA PONDERADA E SUA
CONTABILIZAÇÃO EM RAZONETE
A Média Ponderada Móvel (MPM) é o terceiro critério de avaliação de estoque do sistema
de inventário permanente. Geralmente esta é a técnica mais usada, pois o custo médio será
sempre a divisão do saldo financeiro pelo saldo físico. O custo da MPM nos dá um custo
mediano, um lucro mediano e um estoque mediano.

Neste critério, o valor médio de cada unidade em estoque altera-se pelas compras de
outras mercadorias, se os preços forem diferentes. A utilização deste critério evita o controle de
custos por lotes de compras, como nos métodos anteriores, no entanto obriga a maior número
de cálculos, dando como custo de aquisição um valor médio ponderado das compras.

Uma vantagem da utilização da Média é que os métodos anteriores possuem uma


relativa complexidade de controle, sendo agrupados os seus valores por lotes de mercadorias
compradas e vendidas, conforme as suas respectivas datas de entradas e saídas. Já pela
aplicação do critério da Média Ponderada, a avaliação do estoque é por um custo médio,
apurado dividindo-se o custo total do estoque pelas unidades nele existentes, não exigindo um
controle diferenciado por lotes de movimentações.

Vamos ver como isto funciona na prática?

Este exemplo será chamado de 3ª Situação, pois, por finalidade didática e para fins de
comparação, usaremos os mesmos fatos contábeis aplicados nos outros critérios (PEPS e UEPS).

3ª Situação: considerando as movimentações do mês de agosto de X1 da empresa Boas


Vendas, vamos preencher a Ficha de Estoque pelo método da Média Ponderada e, em seguida,
contabilizar os fatos. Seguem as movimentações:

DATA FATOS
01/08/X1 Saldo inicial de 10 unidades ao custo unitário de R$ 50,00
04/08/X1 Compra, a prazo, de 15 unidades, ao custo unitário de R$ 60,00
09/08/X1 Compra, a prazo, de 05 unidades, ao custo unitário de R$ 70,00
15/08/X1 Venda, à vista, de 28 unidades pelo preço de venda unitária de R$ 100,00

Para elaboração da Ficha de Estoque, pelo critério da Média, devemos:

• Inserir o saldo inicial (quando houver);


• A ordem cronológica (as datas em que primeiro ocorreram os eventos);
• Na ocorrência de novas movimentações o saldo anterior serve de base para
encontrar o novo saldo;

Contabilidade Geral | 41
• A coluna destinada ao saldo indicará sempre as
quantidades em estoque com seus respectivos valores
médios, isto é, atualizados sempre em função das últimas
compras;
• Em novas operações somam-se os custos anteriores com
os da aquisição atual e divide-se o total pela quantidade
de unidades, obtendo-se, assim, o custo médio;
• Na venda de mercadoria devemos utilizar como valor
unitário de venda o valor constante na coluna do saldo, o
valor unitário, pois o mesmo já foi encontrado pela
média;
• Depois de concluídos todos os registros, finaliza-se o
preenchimento da ficha através da soma.

Depois destes primeiros passos, vamos à elaboração da Ficha de Estoque pela


Média Ponderada Móvel?

FICHA DE ESTOQUE MÉDIA PONDERÁDA


Entradas Saídas Saldos
Valor Valor Valor
Data Quant. unitário Total Quant. unitário Total Quant. unitário Total
01/08/X1 10 50,00 500,00
04/08/X1 15 60,00 900,00 25 56,00 1400,00
09/08/X1 5 70,00 350,00 30 58,33 1750,00
15/08/X1 28 58,33 1633,33 2 58,33 116,67
SOMA 20 1250,00 28 1.633,33 2 116,67

Que tal analisarmos nesse item operação por operação e de que forma foi escriturada na
Ficha de Estoque da Média Ponderada? Então vamos lá!

1º escrituração: inserção do saldo inicial de 10 unidades ao custo unitário de R$ 50,00,


totalizando o valor de R$ 500,00 na coluna de “Saldos”;

2º escrituração: aquisição de 15 unidades ao custo unitário de R$ 60,00, totalizando um


desembolso de R$ 900,00.

3º escrituração: sabemos que no nosso estoque já existia saldo de 10 unidades e, com a


compra de mais 15 itens, passaremos a ter um total de 25 unidades. O custo do primeiro lote, o
do saldo inicial, foi de R$ 500,00; com a nova aquisição desembolsamos mais R$ 900,00; assim,
tivemos um desembolso total de R$ 1.400,00. Para acharmos o valor médio ponderado do valor
unitário da mercadoria basta dividir o valor total desembolsado pela quantidade de
mercadorias, ficando assim: R$ 1.400,00 ÷ 25 = R$ 56,00.

4º escrituração: no dia 09/08/X1 foi realizada uma compra, a prazo, de 05 unidades ao


custo unitário de R$ 70,00. Observem que já temos um novo saldo registrado. Para encontrar a
nova média ponderada iremos realizar os mesmos passos da 3º escrituração. Vejamos:
considerando os novos valores das colunas de saldos, em que temos 25 unidades a um custo

42 | CIÊNCIAS CONTÁBEIS
unitário de R$ 56,00 e um preço total de R$ 1.400,00; porém, com a nova compra de 05 itens a
um custo unitário de R$ 70,00, totalizando um pagamento de R$ 350,00, para acharmos o valor
médio ponderado do valor unitário da mercadoria basta dividir o valor total desembolsado
até o momento pela quantidade de mercadorias, ficando assim: R$ 1.750,00 ÷ 30 = R$ 58,33.

5º escrituração: no dia 15/08/X1 ocorreu uma venda, à vista, de 28 unidades pelo preço
de venda unitária de R$ 100,00. Para a escrituração na Ficha de Estoque não precisamos do
preço de venda unitário, pois damos baixa nas mercadorias pelo seu custo. Esta informação será
usada nos lançamentos contábeis e para apuração do RCM. Até o momento da nossa análise
temos, na coluna do saldo, 30 mercadorias a um custo unitário de R$ 58,33, totalizando um valor
de R$ 1.750,00, não é? Pois bem, se vou realizar uma venda de 28 itens, quanto será o custo
unitário de cada para que eu realize baixa do estoque? Para isto basta vocês verificarem, na
coluna do saldo, o custo unitário, pois nas outras operações vocês já tinham encontrado e
escriturado o valor médio ponderado. Desta forma, baixaremos na coluna de saídas:

28 unidades por um custo unitário de R$ 58,33, totalizando R$ 1.633,33. Para


finalizar esta operação não se esqueça de ajustar a coluna do saldo, retirando 28 unidades das 30
existentes (ficando apenas 02 unidades), bem como o seu saldo final total, equivalente a R$
116,67 (referente a R$ 1.750,00 - R$ 1.633,33).

Desta forma podemos concluir que, na venda dos 28 itens de mercadorias, utilizamos o
valor unitário de R$ 58,33, pois ele representa a média ponderada do preço da mercadoria
constante no estoque inicial, bem como as mercadorias que foram adquiridas em datas distintas
e com preços diferenciados.

Atenção!

Existem situações em que podem ocorrer devoluções, tanto de compra como de venda de
mercadorias.
As devoluções referentes às vendas recebidas dos clientes serão escrituradas
negativamente entre parênteses na coluna das saídas, o valor das devoluções recebidas
deverá ser o valor do custo da respectiva saída do estoque.
As devoluções de compras efetuadas aos fornecedores serão escrituradas negativamente
entre parênteses na coluna das entradas, o valor das devoluções efetuadas deverá ser o
valor do custo da respectiva entrada no estoque.
Desta forma, a soma da coluna entradas e saídas do controle de estoque representará o
valor das compras e vendas.

Agora vamos contabilizar em razonetes estas operações?

Contabilidade Geral | 43
FATOS LANÇAMENTOS
Saldo inicial de 10 unidades ao custo unitário de R$ 50,00 S
Compra, a prazo, de 15 unidades ao custo unitário de R$ 60,00 a)
Compra, a prazo, de 05 unidades ao custo unitário de R$ 70,00 b)
Venda, à vista, de 28 unidades pelo preço de venda unitário de R$ 100,00 c)

Ativo Circulante Passivo Circulante


Estoque de Mercadorias Fornecedores
S 500,00 1.633,33 c) 900,00 a)
a) 900,00 2500,00 b)
b) 350,00
S 116,67
Ativo Circulante
Caixa
Conta de Resultado
c) 2.800,00
Custo da Mercadoria Vendida
c) 1.633,33

Conta de Resultado
Receita de Vendas
2.800,00 c)

E qual o valor do Resultado Com Mercadorias (RCM)?

Sabemos que o RCM é assim encontrado:

RCM = V - CMV

44 | CIÊNCIAS CONTÁBEIS
Em que

RCM = Resultado Com Mercadorias


V = Vendas (ou receita de vendas)
CMV = Custo das Mercadorias Vendidas

Na contabilização dos fatos da 3ª Situação encontramos os seguintes valores:


Vendas = R$ 2.800,00
CMV = R$ 1.633,33
RCM = R$ 1.166,67

Vejamos a sua contabilização:

Conta de Resultado Conta de Resultado


Custo da Mercadoria Vendida Receita de Vendas
S 1.633,33 1.633,33 a) b) 2.800,00 2.800,00 S

Conta Transitória
Resultado Com Mercadorias
a) 1.633,33 2.800,00 b)
1.167,67

Agora eu gostaria de saber de vocês: qual dos critérios deve ser utilizado?

Já conhecemos os três critérios, então vamos confrontá-los para tirarmos as nossas


conclusões?

Comparando o PEPS, o UEPS e a MÉDIA, pelo exemplo trabalhado, e considerando as


entradas e as saídas, os resultados obtidos são:

Contabilidade Geral | 45
CRITÉRIOS VENDA CMV RCM ESTOQUE FINAL
PEPS R$ 2.800,00 R$ 1.610,00 R$ 1.190,00 R$ 140,00
UEPS R$ 2.800,00 R$ 1.650,00 R$ 1.150,00 R$ 100,00
MÉDIA R$ 2.800,00 R$ 1.633,33 R$ 1.167,67 R$ 116,67

Podemos ver nitidamente que temos a mesma quantidade de estoque, porém os


resultados obtidos foram diferentes, em conseqüência dos critérios de atribuição de custos
utilizados, apesar de todos se basearem no mesmo custo de aquisição.

O PEPS possui um custo menor em virtude das compras realizadas no período, pois
compramos por preços diferentes e crescentes, e, no momento da baixa, retiramos dos estoques
as primeiras compras, ou seja, um estoque final com valor mais alto, um custo mais baixo e um
resultado (RCM) maior.

Na análise do UEPS constatamos um custo menor em virtude da compras realizadas no


período, pois compramos por preços diferentes e crescentes, e, no momento da baixa, retiramos
dos estoques as últimas compras, ou seja, as compras com valores mais altos, resultando em um
estoque final com um custo maior. Conseqüentemente os estoques e o resultado (RCM) serão
menores.

No caso da Média Ponderada os valores são intermediários entre o PEPS e o UEPS.


Nestas situações, para evitar distorções, o mais recomendável dos três critérios é o Custo Médio,
pois é o que espelha maior realidade nos Custos, no resultado e no Estoque Final.

Atenção!

Voltamos a informar que a utilização do critério de avaliação de estoque do sistema de


inventário permanente UEPS (Último que Entra, Primeiro que Sai) não é permitida pela
legislação do Imposto de Renda.

Sites recomendados:

- http://www.anefac.com.br/
- http://www.cfc.org.br/
- http://www.classecontabil.com.br/
- http://www.fipecafi.com.br/
- http://www.marion.pro.br/portal/modules/tinycontent/?id=1
- http://www.portaltributario.com.br/
- http://www.prossiga.br/nuca-ie-ufrj/economia/
- http://www.teses.usp.br/

46 | CIÊNCIAS CONTÁBEIS
4. ANTECIPAÇÃO DE RECEBIMENTOS COM DESCONTO DE DUPLICATAS

As transações de desconto de duplicatas têm por objetivo a captação de recursos por


meio da antecipação no recebimento de títulos decorrentes de vendas de mercadorias,
produtos ou serviços a prazo.

Nas operações de desconto de duplicatas a entidade transfere o direito de recebimento


dos títulos para a instituição financeira, mas, caso o cliente não cumpra com o compromisso de
liquidar a duplicata, a empresa é que se responsabiliza por tal procedimento perante a
instituição.

Nesse tipo de operação a empresa endossante é responsável, coobrigada pela liquidação


de tais títulos descontados. Esta transação é similar a uma operação de empréstimo de curto
prazo, utilizado para cobrir insuficiência de recursos no caixa da empresa. Diz-se que funciona
como um empréstimo de curto prazo, porque a empresa, ao negociar com o banco, entrega as
duplicatas como garantia do empréstimo. No verso do título (duplicata) a empresa faz o endosso
ao banco, transferindo o direito de recebimento da duplicata para o banco.

A responsabilidade só desaparece após o pagamento efetuado pelo devedor. Por este


motivo, quando da antecipação do valor do título, não poderemos efetuar a baixa do mesmo na
conta do Ativo “Clientes”, pois o título ainda não foi liquidado, apenas houve uma antecipação
que não foi feita por este cliente. Sendo assim, a baixa do titulo será efetivada em uma conta
retificadora deste direito: “Duplicatas Descontadas”.

E então, vamos ver como esta operação pode ser


contabilizada em razonetes?

1ª Situação: a empresa Vende Muito descontou em 01/04/X1, junto ao Banco País


Legal, uma duplicata no valor de R$ 40.000,00 cujo vencimento ocorrerá em 30/04/X1. O banco

Contabilidade Geral | 47
descontou antecipadamente despesas financeiras (juros) de R$ 5.000,00 e comissões bancárias
pela contratação do serviço de R$ 1.000,00. Creditou na C/C Bancária o valor líquido de R$
34.000,00. A duplicata foi integralmente quitada na data do vencimento.

Para realizar estes lançamentos, vamos realizar dois blocos de operações:

Pela negociação com o banco


Pela liquidação do título

Pela negociação com o banco

Não está ocorrendo a liquidação da duplicata, por isso o valor nominal do título deverá
ser contabilizado na conta retificadora da conta clientes (Duplicatas Descontadas).

Ativo Ativo
Duplicatas Descontadas Banco Conta Movimento
40.000,00 a) a) 34.000,00

Conta de Resultado
Despesa Financeira Conta de Resultado
Juros Passivos Despesa Financeira
a) 5.000,00 Comissões Bancárias
a) 1.000,00

Pela liquidação do título

Quando ocorrer o efetivo pagamento, o Banco encaminha um aviso de recebimento e,


então, a empresa procede com a baixa do direito. Vamos ver a contabilização?

Ativo Ativo
Duplicatas a Receber Duplicatas Descontadas
S 40.000,00 40.000,00 b) b) 40.000,00 40.000,00 S

Vocês perceberam como a contabilização da


antecipação de recebimentos com desconto de duplicatas é
simples?

48 | CIÊNCIAS CONTÁBEIS
Pois é, estamos encerrando o 1º Bloco e espero que vocês tenham aproveitado ao máximo
as informações deste material! Agora vamos testar esses conhecimentos adquiridos
brincando um pouco?

A brincadeira é simples, vocês vão preencher as lacunas com as palavras corretas e


encontrá-las no caça-palavras, ok? Então, vamos começar?

Sites Recomendados:

- http://www.anefac.com.br/
- http://www.classecontabil.com.br/
- http://www.cvm.gov.br/
- http://www.fipecafi.com.br/
- http://www.marion.pro.br/portal/modules/tinycontent/?id=1
- http://www.portaltributario.com.br/
- http://www.prossiga.br/nuca-ie-ufrj/economia/
- http://www.redecontabil.com.br/
- http://www.teses.usp.br/

PERGUNTAS

1 - As ________ são entidades jurídicas que têm como fator preponderante o patrimônio
e são acompanhadas e controladas pelo Ministério Público.

2 - Constituem-se as ________ pela união de pessoas que se organizam para fins não
econômicos.

3 - No registro das operações mercantis poderão ser utilizados dois tipos de métodos, o
da conta ________ ou o da conta ________, e dois tipos de sistemas, o sistema de inventário
________ e o sistema de inventário ________.

4 - O ________ é um imposto de competência dos Municípios e tem como fato gerador a


prestação de serviços.

5 - A _______ __ _______ é o valor sobre o qual é aplicada a alíquota (percentual) para


apurar o valor do tributo a ser pago, ou seja, o valor sobre o qual incide a tributação é a base de
cálculo.

6 - As empresas ________ são aquelas que por qualquer operação modifiquem a


natureza, o funcionamento, o acabamento, a apresentação ou a finalidade do produto ou o
aperfeiçoe para consumo.

Contabilidade Geral | 49
7 - Existem três critérios de avaliação de estoque utilizados pelo Sistema de Inventário
Permanente. São eles: ________, ________ e ________ ________.

8 - As transações de desconto de ________ têm por objetivo a captação de recursos por


meio da antecipação no recebimento de títulos decorrentes de vendas de mercadorias,
produtos ou serviços a prazo.

C T S P E U D D D A I R F A E
A U H I S T E R P V J F R D R
G O O C O F I N E V V E M A T
H Q Q T X R D V P A A B E R F
S A A O A E E G S L L P N B V
I X B F N S D T I O S L S O G
A I D U G W I Z S R A J U D B
I A F N V E A L T E D I R S N
R C T D R E T N E N A M R E P
T E A A E R X K D D R E C D J
S D D Ç E Y D M G E T D A S U
U S S O W H I T B S N I O D I
D E P E R I O D I C O A D E P
N T R S R F E B M I E P O L L
I N E R E D I Q I D D O S I O
D E W I C M S H T A S N A Q T
L R I S C O O G E S E D T U R
B R T O V I S S A P R E I I F
X D U P L I C A T A S R V D E
A C O S I A C O E C L A O A O
S S O T N E A V D P T D S C S
H E B L P T J D C S V A I A C
K T V A U N U N I O P R S 0 V
L N N Z J C H M B U O I E X A
M E C X J R L H U T Q P R A S
E L E M E R C A S B N I O C E
M E D I O O I I C V E M L V R
O V R I H C P G E E R L A F T
T I Y K N O I T N E D B V D R
Y U A S S O C I A Ç O E S R V
P E R S H S A I D A L F S T A
U E U U B U T O R S T W R A L
E C W Y I C O T A T S R D N B
D U Q T S G H E D R U T U O V
S T V E S E E A A G C G F T G

50 | CIÊNCIAS CONTÁBEIS
Bloco Temático 02

APURAÇÃO E DESTINAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO

Olá, queridos (as) alunos (as)!

Iremos, a partir de agora, galgar mais degraus em direção à construção de novos


conhecimentos e, assim, ascender profissionalmente no sentido de tornar um (a) contador (a)
pró-ativo (a)!

Deste modo, buscaremos aprender e compreender a Contabilidade como um fator de


fundamental importância para as organizações, que procuram contadores (as) capazes de
decifrar o cenário que se apresenta e nortear o rumo das organizações em que trabalham.

TEMA 03 - DESPESAS, RECEITAS E APURAÇÃO DE RESULTADOS

Como já sabemos, tanto as receitas quanto as despesas participam das operações


organizacionais e, portanto, conferem o resultado econômico, o lucro ou os prejuízos.
Abordaremos, neste bloco, as características que estabelecem relação com o resultado pelas
despesas e receitas, pela apuração do resultado, pela demonstração do resultado do exercício,
bem como pela demonstração de lucros ou prejuízos.

Entendemos que o conhecimento da apuração do resultado é de fundamental


importância para as organizações, pois todas elas dependem do resultado para tomadas de
decisão de forma segura e confiável.

Assim sendo, trataremos de peças contábeis que permitirão auxiliar a gerência no que se
refere à tomada de decisão gerencial. Vejamos o quanto será empolgante aprender sobre como
apurar o resultado da organização. Então daremos início agora a essa interessante experiência!

1. DESPESAS E RECEITAS A VENCER

Conforme já visto anteriormente, as despesas representam todos os


bens ou serviços consumidos de forma direta ou indireta com o objetivo de
se obter receita. As despesas reduzem o Patrimônio Líquido e ainda
possuem a característica de representar um sacrifício financeiro no
processo de obtenção de receitas.

Despesas a Vencer ou Antecipadas

Contabilidade Geral | 51
Despesas Antecipadas compreendem as aplicações em gastos que venham a ter
realização no curso do período subseqüente à data do balanço patrimonial.

Como fazer a apropriação?

Quando da elaboração de balancete e de balanços patrimoniais deverão ser feitos os


lançamentos de apropriação das despesas relativas ao mês que terminou, que serão registradas
proporcionalmente ao prazo total dos contratos.

Seguros: a apropriação é feita linearmente, mas a mesma deve ser efetuada no mesmo
método de apropriação utilizado pela seguradora.

Juros: a apropriação deve ser feita do mesmo modo que foi feito pela instituição que
concedeu o empréstimo ou financiamento.

Materiais em Estoque: os custos com os materiais de escritório devem ser apropriados


quando da sua utilização ou mensalmente, após ser feito o inventário das quantidades
existentes.

O saldo das contas deve ser conciliado mensalmente no levantamento dos balancetes e
balanços ou até mesmo em períodos menores. Todos os arquivos referentes às conciliações
devem ser guardados para possível conferência posterior, devendo ser feita confrontando com
documentos contábeis. Se forem apuradas diferenças, estas deverão ser apuradas e
regularizadas fazendo-se o lançamento de acerto dos saldos.

Inventário:

Mensalmente, na elaboração dos balanços patrimoniais, os inventários relativos ao


material de estoque devem ser efetuados, com a lavração de termo de apuração devidamente
assinado por seus responsáveis, sendo que os valores constantes do termo de apuração devem
ser comparados com a escrituração contábil. Em caso de possíveis diferenças entre os valores
inventariados e os contabilizados, deverão ser apuradas as causas dessas diferenças e a
regularização dos acertos. A avaliação pode ser feita pelo sistema PEPS (Primeiro a Entrar é o
Primeiro a Sair) ou pelo Custo Médio. A avaliação também poderá levar em conta o preço de
reposição (preço atual). Como os estoques de materiais de consumo são de uso exclusivo da
entidade, normalmente não têm valor comercial, podendo, desta maneira, ser constituída
provisão para trazê-los ao preço de venda como sucata.

As despesas antecipadas, conforme a Lei das Sociedades por Ações (Lei 6.404/76), serão
classificadas no Ativo Circulante. Todavia, tais despesas não possuem muita representatividade

52 | CIÊNCIAS CONTÁBEIS
em relação a outros ativos. Deste modo, no Balanço, elas são apresentadas pelo seu valor
absoluto.

Segundo a Lei das Sociedades por Ações, tais ativos contemplam os pagamentos que a
companhia efetua de forma antecipada e cujos benefícios serão, na realidade, auferidos no
exercício social seguinte.

Como exemplo temos as despesas com seguros, bilhetes de passagens comprados e


ainda não utilizados, assinaturas de revistas e periódicos, aluguéis pagos antecipadamente,
despesas com descontos de duplicatas, IPTU, IPVA, comissões, etc.

Você sabia?

As Despesas Antecipadas geralmente não serão recebidas em dinheiro, tampouco


contemplam bens físicos. Sua realização será pela apropriação aos resultados.

Classificação das Despesas a Vencer

No Ativo Circulante

As Despesas a Vencer ou Antecipadas, cujo fato gerador ocorrer no exercício social


subseqüente, são classificadas como último item do Ativo Circulante, já que seu grau de liquidez
é o maior dentre os ativos que compõem este grupo de despesas.

No Realizável a Longo Prazo

As Despesas a Vencer ou Antecipadas, cujo fato gerador ultrapassar o exercício social


subseqüente, são classificadas, na parte que exceder o exercício social subseqüente, no
Realizável a Longo Prazo.

Sabemos que o Princípio da Competência diz que as despesas devem ser incluídas na
apuração do resultado no período em que ocorrerem, independente de seu pagamento. Assim,
as despesas que forem efetuadas nesse período não devem compor o resultado do exercício,
ainda que já tenham sido pagas.

Atenção!

Não confundir as Despesas a Vencer ou Antecipadas com despesas classificadas no grupo


do Diferido, pois as Despesas Antecipadas não são despesas incorridas, ainda. Por outro
lado, as despesas do Diferido já incorridas, pagas ou a pagar são ativadas para serem
apropriadas em exercícios futuros devido as suas contribuições para a formação de
resultados futuros (FIPECAFI, 2008).

Contabilidade Geral | 53
Exemplificando...

A organização ALFA contratou seguro para a sua sede pelo período de doze meses (1º de
maio de 2007 a 30 de abril de 2008), no valor $ 12.000. Esta despesa, paga antecipadamente em
10 de maio, irá compor o Ativo Circulante.

Assim, temos a contabilização:

Na contratação:
Como não existe a configuração de despesa ato do pagamento do seguro, deve-se
contabilizar na Conta de Prêmio de Seguros a Apropriar, contra a Conta Caixa:

D – Prêmio de Seguros a Apropriar (Ativo Circulante)


C – Caixa (Ativo Circulante) .................................................................. $ 12.000

Razonete:

Seguros a Vencer (Ativo)

Débito Crédito
(1) 12.000,00

Caixa (Ativo)

Débito Crédito
XXXXXXXXX 12.000,00 (1)

O reconhecimento deste gasto em cada mês, relativo ao período da vigência do contrato


(doze meses), será igual a $ 1.000.

D – Despesas de Seguros
C – Prêmios de Seguros a Apropriar (Ativo Circulante) ......................... $ 1.000

Portanto, quando do encerramento do exercício a companhia reconhecerá a parcela da


despesa de seguros incorrida, dos meses decorridos (de maio a dezembro), no valor de:

D – Despesas de Seguros (Resultado do Exercício)


C – Seguros a Apropriar (Ativo Circulante) ............................................. $ 8.000

54 | CIÊNCIAS CONTÁBEIS
Razonete:

Seguros a Vencer (Ativo)

Débito Crédito
(1) 12.000,00 8.000,00 (2)
Sd = 4.000,00

Despesas de Seguros (Resultado do Exercício)

Débito Crédito
(2) 8.000,00

Exemplo de Despesas Antecipadas representadas no Plano de Contas:

ATIVO CIRCULANTE
DESPESAS A VENCER / ANTECIPADAS

Seguros Pagos Antecipadamente


Contratação de Seguros à Vista
Lançamento em Contas de Compensação
Contratação de Seguros a Prazo
Pagamento das Parcelas do Seguro
Apropriação das Despesas
Baixa do Seguro em Contas de Compensação no final do Contrato
Seguros Pagos Antecipadamente – Descontos de Duplicatas
Desconto da Duplicata
Contabilização da Co-Obrigação por Aval
Apropriação dos Juros
Pagamento da Duplicata
Estoque de Material de Expediente
Aquisição à Vista
Aquisição a Prazo
Pagamentos de compra a Prazo
Utilização de Materiais de Escritório
ATIVO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO
DESPESAS A VENCER / ANTECIPADAS
Prêmios de seguros a apropriar a Longo Prazo
Imposto de Renda e Contribuição Social Diferidos

Contabilidade Geral | 55
Atenção!

Os adiantamentos a funcionários para despesas não devem ser classificados nesse grupo,
pois ainda não representam as despesas formalizadas.

Se a companhia pagar comissões e prêmios de vendas de forma antecipada aos seus


funcionários, deverão ser contabilizados nesta conta até que ocorra a realização da venda.

Você sabia que...

As Despesas a Vencer / Antecipadas devem figurar no Balanço pelas importâncias


aplicadas deduzidas das apropriações feitas até a data do Balanço, conforme o Princípio
da Competência?

Receitas a Vencer ou Antecipadas

Receita se configura como “o valor monetário, em determinado período, da produção de


bens e serviços da entidade, em sentido lato, validado, mediata ou imediatamente, pelo
mercado, provocando acréscimo de patrimônio líquido e simultâneo acréscimo de ativo, sem
necessariamente provocar, ao mesmo tempo, um decréscimo do ativo e do patrimônio líquido,
caracterizado pela despesa” (IUDÍCIBUS, 2004).

Em relação às Receitas Antecipadas podemos dizer que são receitas que a companhia
recebe de uma obrigação de terceiros, pela venda de um bem ou pela prestação de um serviço.
Estes valores recebidos como receitas antecipadas serão classificadas em Resultado de Exercícios
Futuros. Assim, registra-se o que foi recebido antecipadamente, diminuído dos custos e
despesas correspondentes a serem apropriadas em períodos seguintes e que, de algum modo,
sejam restituíveis.

Exemplos de rendas que podem ocorrer por antecipação:

• Aluguéis;
• Comissão sobre Fianças;
• Comissão de Abertura de Crédito;
• Outras Despesas Operacionais.

Se, porventura, os custos ou despesas excederem as respectivas rendas, deve-se


considerar tal excesso no próprio período, mediante adequado registro nas contas de despesas
(operacional ou não operacional).

Contabilização:

- Crédito pelo valor das rendas recebidas.


- Débito pela apropriação, como renda efetiva, por fluência do prazo das operações a que
se referem.

56 | CIÊNCIAS CONTÁBEIS
Vamos ao exemplo prático:

A companhia GAMA recebeu um aluguel de um imóvel de sua propriedade, em


dezembro de 2007, no valor de $ 5.000, relativo ao mês de janeiro de 2008.

Sua contabilização:

I) Pelo recebimento em dezembro de 2007:

A classificação é feita no Resultado de Exercícios Futuros:

D – Caixa ou Bancos
C – Aluguéis recebidos antecipadamente..............................................$ 5.000
II) Pela apropriação ao resultado do período em janeiro de 2008:

A classificação é feita em Outras Receitas Operacionais:

D – Aluguéis recebidos antecipadamente


C – Receita de Aluguéis........................................................................ $ 5.000

Sites recomendados:

- http://www.classecontabil.com.br/
- http://www.cosif.com.br

2. DESPESAS E RECEITAS OPERACIONAIS

Despesas Operacionais se configuram por serem despesas pagas pela empresa para a
realização de operações que possuam relação direta com o objeto da companhia. São despesas
administrativas e de comercialização, indispensáveis à colocação dos produtos no mercado.
Estas despesas são dedutíveis perante a legislação do Imposto de Renda. Deste modo, para a
apuração do Resultado Operacional, são deduzidas das receitas, além dos custos, as demais
despesas, tais como:

Contabilidade Geral | 57
• Despesas de vendas
• Despesas gerais e administrativas
• Despesas financeiras
• Outras despesas operacionais

As Despesas Operacionais são classificadas em:

• Despesas com vendas: valores pagos para a promoção, colocação e


distribuição das mercadorias ou produtos, e os riscos assumidos com vendas;
• Despesas gerais e administrativas: valores pagos ou incorridos para a
direção ou gestão da companhia;
• Despesas financeiras: gastos incorridos pela companhia pelo uso de capitais
de terceiros;
• Outras despesas operacionais: valores necessários ao objetivo primário da
companhia, não incluídos nas classificações anteriores.

Exemplos de Despesas com Vendas:

• Propaganda e publicidade;
• Despesas com a constituição da provisão para créditos de liquidação
duvidosa;
• Despesas com créditos insolventes;
• Encargos de depreciação de bens utilizados para vendas;
• Despesas de pessoal de vendas;
• Encargos sociais do pessoal de vendas;
• Aluguéis de salas ou lojas de vendas;
• Material de expediente do setor de vendas;
• Viagens, estadas e representações dos vendedores;
• Água, luz, telefone das lojas ou setor de vendas;
• Comissões sobre vendas;
• Corretagem sobre vendas;
• Arrendamento mercantil de bens utilizados para vendas;
• Despesas de Correios de bens utilizados para vendas;
• Despesas com copiadora relativas a vendas;
• Frete sobre mercadoria vendida, quando ocorre por conta do vendedor;
• Brindes;
• Embalagens;
• Devolução de vendas de períodos anteriores;
• Honorários da diretoria responsável por vendas;
• Seguros;
• Outras despesas relativas a vendas.

Exemplos de Despesas Gerais e Administrativas:

• Despesas com pessoal;


• Encargos sociais decorrentes das despesas com pessoal;
• Alimentação;
• Gratificações;

58 | CIÊNCIAS CONTÁBEIS
• Transporte;
• Férias;
• Assistência médica;
• Energia elétrica;
• Água;
• Telefone, telex, fax;
• Seguros;
• Serviços de terceiros;
• Higiene e limpeza;
• Revistas e publicações;
• Material de escritório utilizado pelo setor administrativo;
• Arrendamento mercantil de bens utilizados pela administração;
• Honorários da diretoria administrativa;
• Viagens e estadias do pessoal administrativo;
• Contribuições e doações;
• Impostos e taxas;
• Provisões;
• Encargos com depreciação;
• Encargos com amortização;
• Encargos com exaustão;
• Outras despesas gerais e administrativas.

Exemplos de Despesas Financeiras:

• Descontos de títulos de crédito;


• Deságio concedido na colocação de debêntures ou títulos de crédito;
• Variações patrimoniais passivas;
• Aluguéis;
• Juros passivos.

Atenção!

Os juros pagos são dedutíveis, como custos ou despesas operacionais, conforme as


seguintes normas:
Os juros pagos de modo antecipado, os descontos de títulos de crédito e os de ágio
concedidos na colocação de debêntures ou títulos de crédito deverão ser apropriados pro
rata temporis aos períodos de apuração a que competirem;
Os juros de empréstimos contraídos para financiamento de compra ou construção de bens
do Ativo Permanente, incorridos durante a fase pré-operacional, podem ser registrados no
Ativo Diferido, para fins de amortização.

Exemplos de Outras Despesas Operacionais:


• Resultados negativos em participações societárias;
• Ágio de investimento, quando amortizado;
• Gratificações de diretores e funcionários previstas no estatuto;
• Gratificações a empregados.

Contabilidade Geral | 59
Atenção!

A empresa poderá contabilizar e deduzir como custo ou despesa operacional, na data do


Balanço, a provisão para pagamento de gratificação a empregados. Todavia, a gratificação
a empregados difere da participação de empregados, tendo em vista que esta depende do
lucro, enquanto a gratificação depende da política salarial da empresa em termos de
incentivo à produtividade.

Curiosidade!

DESPESAS NAS ENTIDADES SEM FINS LUCRATIVOS

Nas Despesas das Entidades Sem Fins Lucrativos não há preocupação com o custo,
tampouco a obtenção de lucro pela diferença entre o custo e a sua recuperação. De igual
forma, não há diferença entre o que foi adquirido para imediata aplicação e o que é
destinado a consumir futuramente ou mesmo a incorporação ao patrimônio. Considera-se
despesa tudo o que é inerente à atividade financeira de pagar. Assim, o aumento do
patrimônio dessas entidades ocorre com a aquisição de bens incorporados ao patrimônio,
o que, nessas entidades, considera-se despesas (FRANCO, 2006).

Receitas Operacionais

Sabemos que Receita se configura em um conjunto dos rendimentos de um Estado, de


uma entidade ou de uma pessoa destinados a enfrentar gastos necessários. Em sentido geral,
constitui a soma dos valores recebidos por uma instituição durante o exercício financeiro do
ano.
As Receitas Operacionais são decorrentes do exercício das atividades-fim da empresa,
relacionadas ao seu objetivo social. Contabilmente, corresponde à receita operacional principal.

Então, podemos dizer que:

Na realidade, tanto do ponto de vista técnico-contábil como do tributário temos, em


caráter amplo, receita operacional correspondente à totalidade das receitas operacionais,
que são compostas da receita bruta operacional, adicionada de eventuais outras receitas
operacionais, ou seja, aquelas direta ou indiretamente ligadas aos objetivos sociais.
(http://www.asscontcontabilidade.com.br/portal/index.php?option=com_content&task=v
iew&id=84&Itemid=31).

60 | CIÊNCIAS CONTÁBEIS
As Receitas Operacionais são classificadas em:

• Receitas Brutas;
• Receitas Líquidas;
• Receitas Financeiras.

Receitas Brutas

Receita operacional bruta é o produto da venda de produtos industrializados de produção


da pessoa jurídica, nos mercados interno e externo.

Para aprofundar seu conhecimento, que tal navegar pelo site:


http://www.receita.fazenda.gov.br/PessoaJuridica/IPI/dcp2003/Orientacoes/conceitos.htm

Em outra definição, temos que receita bruta é o produto da venda de bens e serviços nas
operações de conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado nas operações em
conta alheia, excluídas as vendas canceladas e os descontos incondicionais concedidos.

Integram a Receita Bruta Operacional:

I – o produto da venda dos bens e serviços nas transações ou operações de conta


própria;

II – o resultado auferido nas operações de conta alheia;

III – as recuperações ou devoluções de custo, deduções ou provisões;

IV – as subvenções correntes, para custeio ou operação, recebidas de pessoas


jurídicas de direito público ou privado ou de pessoas naturais (Lei 4.506/64, art. 44).

§ 1° Integra a receita bruta o resultado auferido nas operações de conta alheia (Lei
n° 4.506/64, art. 44).

§ 2° Não integram a receita bruta os impostos não cumulativos cobrados,


destacadamente, do comprador ou contratante, dos quais o vendedor dos bens ou
prestador dos serviços seja mero depositário.

Receitas Líquidas

Para o cálculo das Receitas líquidas somam-se os valores recebidos e, depois, deduzem-se
os impostos incidentes sobre vendas (como o ICMS), os descontos incondicionais e as vendas
canceladas.

Há que se atentar para não haver confusão entre Receita Líquida e Faturamento Líquido,
pois faturamento líquido é o total do faturamento abatido dos impostos em substituição, tais

Contabilidade Geral | 61
como IPI Faturado e ICMS Substituição, que possuem categoria diferente dos impostos sobre
vendas - ICMS.

Cálculo da Receita Líquida

Receita Bruta de Vendas = 500.000,00


(-) Devoluções de Vendas= 5.000,00
(-) Descontos Comerciais = 1.000,00
(-) Impostos incidentes sobre vendas = 100.000,00
(=) Receita Líquida = 394.000,00

Outras Despesas e Receitas Operacionais

Outras Despesas Operacionais

Incorrem em Outras Despesas Operacionais as despesas que estão no contexto


operacional, mas que não se enquadram em contas especificadas anteriormente.

Assim, dizemos que as Outras Despesas Operacionais não estão contidas no grupo de
vendas, administrativas e financeiras.

Como exemplos de Outras Despesas Operacionais temos:

• Impostos sobre Veículos Automotores (IPVA);


• Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU);
• Multas Fiscais;
• Prejuízos decorrentes de participações em coligadas e controladas.

OUTRAS RECEITAS OPERACIONAIS

As Outras Receitas Operacionais não possuem relação direta com os objetivos sociais da
empresa. São receitas de natureza secundária aos objetivos sociais da organização.

Neste grupo incluímos outras receitas de caráter eventual, ou não, tais como: lucros de
participações em outras sociedades, receitas de juros, descontos obtidos.

Como exemplo, temos:

• Receitas financeiras (juros, aluguéis);


• Resultado na venda de bens patrimoniais;
• Receitas eventuais de vendas de sucatas;
• Indenização de seguros;
• Resultados eventuais.

Portanto, podemos dizer que as Outras Receitas Operacionais representam receitas que
estão no contexto operacional, mas que, igualmente a outras despesas operacionais, não estão
diretamente relacionadas com contas especificadas anteriormente.

62 | CIÊNCIAS CONTÁBEIS
Sites recomendados

- http://www.asscontcontabilidade.com.br/
- http://www.classecontabil.com.br/
- http://www.cosif.com.br/
- http://www.fadepe.com.br/
- http://www.receita.fazenda.gov.br/

3. DESPESAS E RECEITAS NÃO OPERACIONAIS

Despesas Não Operacionais


Outras Despesas Não Operacionais

Outras Despesas Não Operacionais são de natureza eventual e possuem vínculo com as
operações normais da empresa. São despesas esporádicas e os seus valores não possuem
correlação direta com as operações tradicionais da empresa (PADOVEZE, 2004).

Procedendo a Conciliação:

Os saldos das contas devem ser conciliados mensalmente, sendo que as eventuais
diferenças devem ser circularizadas até que a regularização das pendências seja documentada.
Depois será procedida a correção dos saldos, mediante o lançamento de acerto.

Exemplos de Outras Despesas Não Operacionais:

• Despesas financeiras;
• Juros sobre o capital;
• Perdas de capital;
• Despesas operacionais diversas.

Analiticamente...

Despesas Financeiras:

 Juros e despesas bancárias;


 Juros de debêntures;
 Juros e multas de pagamentos em atraso;
 Outras despesas financeiras.

Neste caso, essa conta deverá registrar nos subtítulos apropriados o valor das despesas
financeiras. Para uma adequada conciliação os saldos, bem como a movimentação dos
subtítulos, devem ser conciliados com seus correspondentes lançamentos em contas
patrimoniais.

A obrigatoriedade da conciliação de saldos se dá quando do levantamento dos


balancetes mensais, dos balanços patrimoniais ou balancetes intermediários. As possíveis

Contabilidade Geral | 63
pendências serão regularizadas com o seu registro na contabilidade. Assim, devem ser
contabilizadas as despesas pendentes comprovadas por documentos.

• Juros sobre o Capital:


 Outros Juros sobre o Capital

Esta conta deve registrar o valor dos juros pagos sobre o capital social, conforme a
legislação em vigor. Quanto às conciliações, o saldo e as movimentações devem ser conciliados
com seus correspondentes lançamentos em contas patrimoniais.

Tal conciliação de saldos se dará obrigatoriamente na época do levantamento dos


balancetes mensais. As possíveis pendências devem ser regularizadas efetuando-se o seu
registro na contabilidade, com comprovação por meio de documentos.

• Perdas de Capital:
 Diferenças Negativas na Avaliação de Aplicações em Ouro;
 Diferenças Negativas na Avaliação de Moedas Estrangeiras;
 Diferenças Negativas na Avaliação de Depósitos e Cauções.

A conta deve registrar nos subtítulos apropriados o valor das perdas de capital. No que
tange à conciliação, o saldo e as movimentações sobre os subtítulos da conta devem ser
conciliados com seus correspondentes lançamentos em contas patrimoniais.

A obrigatoriedade de conciliação de saldos ocorre em decorrência do levantamento dos


balancetes mensais, dos balanços patrimoniais ou balancetes intermediários. As pendências
serão regularizadas através do seu registro na contabilidade e deverá existir a comprovação
documental.

• Despesas Operacionais Diversas:


 Diversas Outras Despesas Operacionais

Essa conta deverá registrar nos subtítulos apropriados o valor das demais despesas
operacionais que não puderam ser lançadas nas demais contas deste grupamento. Quanto à
conciliação, o saldo e as movimentações sobre os subtítulos da conta devem ser conciliados
com seus correspondentes lançamentos em contas patrimoniais.

Essa conciliação de saldos será obrigatoriamente efetuada quando do levantamento dos


balancetes, dos balanços patrimoniais, sendo a regularização das pendências efetuada a partir
da contabilização das despesas pendentes, as quais deverão ser comprovadas através de
documentos.

Quer conhecer um pouco mais do assunto e ficar “cobra” em Contabilidade? Entre e


navegue à vontade pelo site: http://www.cosif.com.br/mostra.asp?arquivo=p_contas939

Receitas Não Operacionais

Consideram-se como não operacionais as receitas decorrentes de vendas de bens e


direitos classificados no ativo permanente. Além destas receitas propriamente ditas também

64 | CIÊNCIAS CONTÁBEIS
são classificadas como receitas não operacionais as reversões das reservas de reavaliação e das
provisões para perdas prováveis na alienação de investimentos.

As Receitas Não-Operacionais são ingressos provenientes de transações (atípicas ou


extraordinárias) não incluídas nas atividades principais ou acessórias da empresa.

Devem ser contabilizados os valores que não puderam ser lançados nas demais contas de
receitas não operacionais. As Receitas devem ser contabilizadas pelo Regime de Competência.
Para a correta conciliação, o saldo das contas deve ser conciliado quando do levantamento dos
balancetes e balanços.

As possíveis diferenças encontradas devem ser regularizadas, devidamente


documentadas, procedendo, assim, aos corretos lançamentos de acertos dos saldos.

Exemplos de Receitas Não Operacionais:

• Reversão de Provisões Não Operacionais;


• Diversas Receitas Eventuais.

Detalhando...

• Reversão de Provisões Operacionais:


o Reversão de Provisões Operacionais;
o Outras Reversões Operacionais.

Essa conta deve registrar nos subtítulos apropriados o valor da Reversão de Provisões
Operacionais. Para se fazer uma conciliação da maneira correta, o saldo e as movimentações
sobre os subtítulos da conta devem ser conciliados com seus correspondentes lançamentos em
contas patrimoniais na época do levantamento dos balancetes mensais, dos balanços
patrimoniais ou balancetes intermediários. A regularização das pendências será efetuada por
meio de seu registro na contabilidade, com a correta contabilização das despesas pendentes.

• Reversão de Provisões Não Operacionais:


o Reversão de Provisões Não Operacionais;
o Outras Reversões Não Operacionais.

A conta deve registrar nos subtítulos apropriados o valor da Reversão de Provisões Não
Operacionais. O modo correto de se fazer a conciliação será de forma que o saldo e as
movimentações sobre os subtítulos da conta devam ser conciliados com seus correspondentes
lançamentos em contas patrimoniais. Tal conciliação de saldos deverá ser efetuada
obrigatoriamente na época do levantamento dos balancetes mensais, dos balanços patrimoniais
ou balancetes intermediários.

Se ocorrerem pendências, estas deverão ser corrigidas com o seu registro na


contabilidade. Devem ser contabilizadas as despesas pendentes, comprovadas através de
documentação.

• Diversas Receitas Eventuais.


o Diversas Outras Receitas Eventuais.

Contabilidade Geral | 65
Essa conta deve registrar nos subtítulos apropriados o valor dos créditos que não
puderam ser lançados nas demais rubricas. O saldo e as movimentações sobre os subtítulos da
conta devem ser conciliados com seus correspondentes lançamentos em contas patrimoniais. A
conciliação será tem obrigatoriamente de ser feita a tempo do levantamento dos balancetes
mensais, dos balanços patrimoniais ou balancetes intermediários.

Se houver eventuais pendências, estas devem regularizadas através do seu correto


registro na contabilidade. Tal registro, para ser efetuado, deve apresentar comprovação por
meio de documentos.

Sites recomendados

- http://www.asscontcontabilidade.com.br
- http://www.classecontabil.com.br/
- http://www.cosif.com.br/
- http://www.fadepe.com.br
- http://www.fag.edu.br

4. APURAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO

É absolutamente necessário que as organizações apurem com acurácia o Resultado de


seus Exercícios. O nível de relacionamento entre Receitas e Despesas durante o exercício social
define se a empresa obteve lucro ou prejuízo, pois, como sabemos, o objetivo das empresas é a
obtenção de lucro, que se traduz em resultado positivo de suas atividades. O Resultado nada
mais é do que a diferença entre as Despesas e as Receitas.

Atenção!

“Não se deve confundir custo com saída, nem receita com entrada de dinheiro, também o
resultado não pode ser confundido com saldo obtido em dinheiro. Se o resultado das
atividades foi positivo, tendo-se verificado aumento de patrimônio, ele estará
representado por aumentos em bens ou direitos ou redução de obrigações, que formam o
referido patrimônio” (FRANCO, 2006).

66 | CIÊNCIAS CONTÁBEIS
Para que possamos apurar o Resultado do Exercício com eficácia é importante que
tenhamos, antes, conhecimento acerca dos Regimes Contábeis, que são: o Regime de
Competência e o Regime de Caixa

REGIME DE COMPETÊNCIA

No Regime de Competência, também conhecido como “Regime Econômico”, considera-


se a Receita gerada em determinado exercício social de forma a não importar quando foram
recebidas. O que importa é o momento em que a Receita foi ganha, ou seja, quando ocorreu o
seu fato gerador.

No que tange às Despesas, aplica-se a mesma lógica, ou seja, o que importa é a despesa
efetivada em determinado período contábil, independente do período do seu pagamento.
A Legislação do Imposto de Renda entende que este é o Regime correto para que a
organização possa apurar seu resultado de forma transparente e segura, atendendo, deste
modo, ao Princípio da Competência.

Como exemplo, temos uma receita a receber decorrente da prestação de serviço que não
foi faturado ao destinatário e, assim, não recebido, porém deverá ser registrada:

31 de dezembro de 2006 - Pela Prestação do Serviço

D – Serviços a Faturar
C – Receita de Serviços ....................................................................... $ 5.0000

O saldo devedor da conta Serviços a faturar do Ativo Circulante aparecerá no balanço,


representando quantia a faturar pela empresa por conta de serviços já prestados no período que
se encerrou.
O saldo credor da conta de Receita de Serviços aparecerá na Demonstração do Resultado
do Exercício, de forma positiva na apuração do resultado do exercício encerrado.

Contabilidade Geral | 67
Período seguinte – Pelo Faturamento do Serviço Prestado

D – Contas a Receber (Ativo Circulante)


C – Serviços a Faturar........................................................................... $ 5.0000

Pelo Recebimento da Fatura seria debitado caixa a crédito de contas a receber.

Outro exemplo que podemos utilizar seria o pagamento das despesas de salário. Apesar
do pagamento normalmente ser efetuado no mês seguinte, a despesa será apropriada no
período em que foi incorrida - mês anterior, já que o fato gerador desta despesa, ou seja, o
trabalho dos funcionários, ocorreu no mês anterior.

Vejamos:

Mês em que as despesas foram incorridas

D – Despesas de Salários
C – Salários a Pagar ......................................................................... $ 600.0000

Mês do pagamento das despesas de salários

D – Salários a Pagar
C – Caixa ou Bancos c/ Movimento................................................... $ 600.0000

Vamos fazer uma reflexão sobre o Regime de Competência e as Antecipações de Despesas,


com o Prof. Lopes de Sá? Então, acessem o site e boa leitura!

http://www.ctoc.pt/downloads/files/1196446895_40a43_contabilidade.pdf

REGIME DE CAIXA

Na apuração do Resultado do Exercício devem ser consideradas todas as Despesas pagas


e todas as Receitas recebidas no respectivo Exercício, independentemente da data da ocorrência
de seus Fatos geradores. Conforme o Regime de Caixa entrarão na apuração do Resultado as
Despesas e as Receitas que passam pelo Caixa (RIBEIRO, 2003).

Exemplificando…

A organização ÔMEGA vendeu mercadorias no valor de $ 8.000. Recebeu 50% do valor à


vista e 50% no prazo de 40 dias. Sabemos que o reconhecimento será apenas pelo valor
devidamente recebido, ou seja, o valor à vista.

Vejamos

D – Caixa ou Bancos c/ Movimento (Ativo Circulante)


C – Receita de Vendas (Resultado do Exercício) ................................... $ 4.000

Contabilização nos Razonetes:

68 | CIÊNCIAS CONTÁBEIS
Caixa ou Bancos (Ativo)
Débito Crédito
(1) 4.000

Receita de Vendas (Resultado do Exercício)


Débito Crédito
4.000 (1)

Curiosidade!

No Brasil, as empresas com fins lucrativos são obrigadas a apurar seus Resultados pelo
Regime de Competência. Já as entidades sem fins lucrativos, adotam comumente o
Regime de Caixa.

Que tal vocês se aprofundarem um pouco mais sobre o Regime de Competência e fazerem
o diferencial, agregando conhecimento? Acessem o site!

http://www.cosif.com.br/mostra.asp?arquivo=cosifxirpj

Contabilidade Geral | 69
E agora... Vamos praticar!

Regime de Caixa:

Em dezembro de 2007 a Empresa DELTA Ltda. realizou as seguintes operações:

Situações
1. Vendas de mercadorias a prazo...................................................................$ 50.000
2. Provisão da folha de pagamento..................................................................$ 25.000
3. Recebimento de clientes (em dinheiro, referente às vendas a prazo do mês de outubro de
2007)............................................................................................. $ 5.000
4. Pagamento antecipado, em dinheiro, do aluguel de janeiro de
2008................................................................................................................. $ 3.000

Como podemos observar, as situações 1 e 2 não serão contabilizadas, já que não


ocorreram entradas e saídas de dinheiro.

Situação 3
D – Caixa (Ativo Circulante)
C – Receita de Vendas (Resultado do Exercício) ................................... $ 5.000

Situação 4
D – Despesas de Aluguéis (Resultado do Exercício)
C – Caixa (Ativo Circulante) .................................................................... $ 3.000

Vamos aos lançamentos nos razonetes e à apuração do resultado:

Caixa (Ativo Circulante)


Débito Crédito
(3) 5.000 3.000 (4)
(Sd) 2.000

Receita de Vendas (Resultado do Exercício)


Débito Crédito
(5) 5.000 5.000 (3)
0 (Sd)

Despesas de Aluguéis (Resultado do Exercício)


Débito Crédito
(4) 3.000 3.000 (6)
(Sd) 0

Apuração do Resultado do Exercício - ARE


Débito Crédito
(6) 3.000 5.000 (5)
2.000 (Sd)

70 | CIÊNCIAS CONTÁBEIS
Notamos que houve um lucro de $ 2.000 no período, ao adotar Regime de Caixa.

Agora vejamos o que ocorre ao se adotar o Regime de Competência:

Situação 1
D – Clientes (Ativo Circulante)
C – Receita de Vendas (Resultado do Exercício) .................................. $ 50.000

Situação 2
D – Despesas de Salários (Resultado do Exercício)
C – Salários a Pagar (Passivo Circulante) ............................................. $ 25.000

Situação 3
D – Caixa (Ativo Circulante)
C – Clientes (Ativo Circulante) ................................................................ $ 5.000

Situação 4
D – Aluguéis a Vencer (Ativo Circulante – Despesas do Exercício Seguinte)
C – Caixa (Ativo Circulante) ................................................................... $ 3.000

Vamos aos lançamentos nos razonetes e à apuração do resultado:

Clientes (Ativo)
Débito Crédito
(1) 50.000 5.000 (3)
(Sd) 45.000

Receita de Vendas (Resultado do Exercício)


Débito Crédito
(5) 50.000 50.000 (1)

Despesas de Salários (Resultado do Exercício)


Débito Crédito
(2) 25.000 25.000 (6)

Salários a Pagar (Passivo Circulante)


Débito Crédito
25.000 (2)

Caixa (Ativo Circulante)


Débito Crédito
(3) 5.000 3.000 (4)
(Sd) 2.000

Aluguéis a Vencer (Ativo Circulante)


Débito Crédito
(4) 3.000

Contabilidade Geral | 71
Apuração do Resultado do Exercício - ARE
Débito Crédito
(6) 25.000 50.000 (5)
25.000 (Sd)

Ao analisarmos a apuração do Resultado do Exercício, conforme cada tipo diferente de


Regime, concluímos que estes influenciam diretamente nesta apuração. Todavia, a apuração
pelo Regime de Caixa proporciona um resultado menor do que a apuração pelo Regime de
Competência. Isto vai depender da situação de cada empresa.

Como vimos, todas as organizações, sejam elas do primeiro, segundo ou terceiro setor,
necessitam apurar seus resultados confrontando as despesas com as receitas no sentido de
verificarem se auferiram lucro ou prejuízo.

Para proceder a essa apuração é necessário que algumas fases sejam seguidas:

• Proceder ao encerramento das contas de resultados, através dos


lançamentos de encerramento;
• Lançar na Conta de Resultado, a débito, o valor dos saldos das contas de
despesa;
• Lançar na Conta de Resultado, a crédito, o valor dos saldos das contas de
receita;
• Apurar o Lucro Líquido ou Prejuízo, se o total dos créditos da conta de
Resultado for maior do que o total dos débitos, ou se, ao contrário, o total
dos débitos for superior ao total dos créditos;
• Transferir o resultado apurado para a Conta de Lucros ou Prejuízos
Acumulados, conforme o caso;
• Após essa transferência, o Resultado do Exercício poderá ser distribuído para
outras contas do Patrimônio Líquido;
• Finalmente, proceder à elaboração das Demonstrações Contábeis.

Curiosidade!

O Resultado Líquido em uma empresa comercial corresponde ao Resultado Bruto (Lucro


ou Prejuízo sobre as Vendas de Mercadorias) adicionado ou subtraído das Despesas e das
Receitas Operacionais e Não-Operacionais.

72 | CIÊNCIAS CONTÁBEIS
SITES RECOMENDADOS

- http://www.asscontcontabilidade.com.br
-
http://www.asscontcontabilidade.com.br/portal/index.php?option=com_content&task=vi
ew&id=84&Itemid=31
- http://www.classecontabil.com.br/
- http://www.ctoc.pt/downloads/files/1196446895_40a43_contabilidade.pdf
- http://www.cosif.com.br/
- http://www.cosif.com.br/mostra.asp?arquivo=cosifxirpj
- http://www.direitovirtual.com.br/artigos.php?details=1&id=50
- http://www.fadepe.com.br
http://www.fag.edu.br/professores/jackson/Contabilidade%20Basica/DEMONSTRA%80%
E5ESFINANCEIRAS%20FAG.DOC
- http://www.netlegis.com.br/indexRC.jsp?arquivo=/detalhesDestaques.jsp&cod=2225
- http://www.netsaber.com.br/apostilas/apostilas/945.doc
- http://portalexame.abril.com.br/revista/exame/edicoes/0871/mm/m0082772.html
- http://www.portaltributario.com.br/guia/rec_bruta.html
- http://www.rau-tu.unicamp.br/contabeis/read.php?tid=13&qid=763&key
- http://www.receita.pb.gov.br/Informativos/paraibasim/Cartilha_pbsim.doc
- http://www.sinprorp.org.br/Jornais/filantropia103.htm
- http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11638.htm

Contabilidade Geral | 73
TEMA 04 – DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: DRE E DVA

Vamos continuar a construção do conhecimento sobre Contabilidade Geral?

A partir deste momento iremos nos aprofundar um pouco mais e trabalharemos com as
demonstrações contábeis que exprimem o resultado do exercício e informam a capacidade de
geração de valor e a forma de distribuição da riqueza das empresas.

Mãos à obra!

1. DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS DO EXERCÍCIO – DRE – CRITÉRIOS GERAIS

Na atualidade, a Contabilidade firma-se como um vasto campo do saber e atende aos


variados níveis organizacionais de modo a fornecer informações que propiciarão aos gestores
tomadas de decisão com confiabilidade e segurança. Estas informações são advindas das
demonstrações contábeis em que estão evidenciados os aspectos econômicos e financeiros das
organizações.

As informações, sob o aspecto econômico, relacionam-se com as despesas, custos,


receitas e o resultado, que pode ser lucro ou prejuízo.

As despesas, os custos, as receitas obtidas e o resultado (lucro ou prejuízo) possuem


relação direta com o aspecto econômico das entidades. As informações financeiras expressam a
movimentação de numerário em si.

O lucro será expresso como resultado de uma organização quando, no confronto entre
receitas e despesas, as primeiras superarem as segundas. Se, porventura, ocorrer o inverso, ou
seja, houver superação das despesas em relação às receitas, a entidade incorrerá em prejuízo.

A Demonstração do Resultado do Exercício - DRE apresenta, ao final de cada exercício


social, em conformidade com a Lei 6.404/76, uma demonstração obrigatória mesmo para as
sociedades que não se configurem em Sociedades Anônimas.

Na DRE se destacam as receitas, que geralmente representam aumento no Ativo, ao


ingressarem novos elementos, tais como: numerário e as despesas que representam redução no
Ativo ou aumento do Passivo Exigível.

Demonstrações Financeiras

O tratamento destas demonstrações financeiras varia de acordo com o tipo de


constituição da sociedade empresarial. Há dois tipos principais:

• Sociedade Anônima: caracteriza-se por seu capital dividido em partes iguais,


chamadas ações (acionistas); deverá publicar as Demonstrações Financeiras
no Diário Oficial e em outro jornal de grande circulação editado na
localidade onde se situa a empresa;

74 | CIÊNCIAS CONTÁBEIS
• Limitada: caracteriza-se por seu capital dividido em quotas (sócios); não
precisa publicar em jornal, mas deverá apresentar as demonstrações
financeiras junto ao Imposto de Renda ou para atender ao novo Código Civil.
Apuração de Resultado

A cada exercício social a empresa deve apurar o resultado dos seus negócios. Para saber
se obteve lucro ou prejuízo, a Contabilidade confronta a receita (vendas) com as despesas. A
apuração de resultado é realizada de forma destacada na Demonstração do Resultado do
Exercício (resumo ordenado das despesas e receitas do período).

Receita e Despesa

A Receita corresponde, em geral, à venda de mercadorias ou prestação de serviços.


Portanto, podemos dizer que Receita se configura como um produto gerado por uma empresa.
Entende-se Receita como um fluxo da empresa, já que sem ela não haveria lucros e sem os
mesmos as empresas não existiriam. Assim, a Receita é um aumento de lucro – ela determina a
criação de bens e serviços de uma organização em um determinado período.

A Receita pode ser mensurada através do valor de troca do produto ou do serviço, que se
reflete no valor que será recebido no presente ou no futuro. Deste modo, nas Demonstrações
Contábeis, tanto a Receita quanto o Lucro devem ser reconhecidos conforme os critérios a
seguir:
o O produto deve ter tido seu valor acrescentado pela organização;
o É necessária a mensuração do nível da receita;
o As despesas correspondentes devem ser estimadas com certo nível de
precisão.

Portanto, entende-se que as Demonstrações Contábeis vão sendo refinadas à medida


que as Receitas são registradas. A Receita é refletida no Balanço através da entrada de dinheiro
no Caixa ou em forma de direitos a receber.

A Despesa é todo sacrifício, todo esforço da empresa para obter Receita, ou seja, é todo o
consumo de bens e serviços no processo de obtenção de Receita. Assim como a Receita, a
Despesa também possui o conceito de fluxo. Para as organizações, as Despesas conferem
redução de lucros. Em outras palavras, pode-se inferir que as Despesas reduzem o patrimônio da
entidade – reduzem os ativos líquidos.

Como sabemos, as Despesas ocorrem quando há consumo de bens e serviços no


processo de geração de Receita. Assim, o registro de uma Despesa pode ter coincidência com
utilização dos bens ou serviços ou pode se dar após a atividade de utilização dos bens ou
serviços. Em alguns casos excepcionais, pode ainda ocorrer antes de tal atividade.

Algumas Despesas, como custo dos produtos vendidos, são vinculadas a receitas e
reconhecidas na mesma oportunidade de reconhecimento de receitas decorrentes das mesmas
transações que as despesas. Algumas Despesas, a exemplo de salários de vendedores, têm o seu
reconhecimento no período em que são pagas ou quando são criadas obrigações de
pagamentos que dizem respeito a bens ou serviços utilizados ao mesmo tempo em que foram
adquiridas.

Contabilidade Geral | 75
A classificação da Despesa deve ser feita conforme a sua natureza, ou seja, despesas fixas
ou variáveis, em relação à produção, ao volume de vendas, etc. A Despesa é refletida no Balanço
através de uma redução do Caixa (à vista) ou aumento de uma dívida – Passivo (a prazo) ou
ainda na redução de Ativo como depreciação.

Balanço Patrimonial (BP) X Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)

As contas só podem ser classificadas em duas demonstrações: ou Balanço Patrimonial


(BP) ou Demonstração do Resultado do Exercício (DRE).

Despesa x Custo

• Despesa: Todo sacrifício (esforço) realizado pela empresa no sentido de obter


receita. A Despesa não pode ser definida em termos de vencimentos ou alocações
de custos. Ex.: (indústria) gastos no escritório, administração, vendas e finanças;
• Custo: É todo sacrifício (gasto) relativo a bens e serviços que serão utilizados na
produção de bens e serviços. Se há pagamento à vista, a apuração do custo é bem
definida. O valor pago se confere no valor de troca estipulado pelo preço de
mercado. O pagamento em dinheiro representa o valor monetário de direitos a
recursos econômicos de que abre mão o comprador. Ex.: gastos na fábrica
(produção): MP, MO, energia, embalagem.

Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)

A DRE evidencia o aspecto econômico da organização ao demonstrar as operações


efetuadas durante determinado exercício social, destacando o resultado líquido apurado neste
período.

A decisão acertada é, portanto, o fator mais importante do processo decisório e deve


ser embasada pela análise e uso adequado da informação (PORTO, 2007).

Portanto, as interpretações feitas pelos decisores a partir das informações geradas pela
DRE confirmam a importância desta demonstração contábil. A Contabilidade é uma Ciência que
procura quantificar os recursos das organizações - espelhando os direitos contra as organizações
e os interesses que nelas existem -, promover a quantificação desses recursos, direitos e
interesses, bem como considerar as variações em momentos determináveis.

Pode-se, então, inferir que tais definições são pilares de ênfase no Balanço e na DRE,
como medidas de níveis e variações de riqueza. Ao demonstrar o resultado econômico das
entidades, as informações contidas na DRE devem ser oportunas e confiáveis para fins de
tomadas de decisão e devem, também, provocar mais benefícios do que custos e ser relevantes
para quem delas necessita.

Como existem tipos variados de tomadas de decisão nas organizações, as informações da


DRE devem servir para todos os modelos, pois o processo decisório é fundamental para a
definição dos objetivos e metas das empresas e esses dependem de informações confiáveis
existentes na DRE.

76 | CIÊNCIAS CONTÁBEIS
A Demonstração do Resultado do Exercício é a demonstração contábil que confronta as
despesas e as receitas da entidade e apura qual o resultado líquido do período. Se a entidade for
recém criada e não tiver encerrado seu exercício social, a DRE poderá ser substituída por um
balanço atualizado, no qual devem constar detalhadamente as receitas e despesas efetuadas.

Ao contrário do Balanço Patrimonial, que é um demonstrativo estático, a DRE é um


demonstrativo contábil dinâmico que apresenta, de forma resumida, as operações da entidade
durante um exercício social. Ela possui a função de registrar as causas das mudanças
patrimoniais em períodos de tempo determinados, permitindo uma comparação real entre
origens e aplicações de recursos, buscando resultados precisos.

Deste modo, entendemos que a DRE é considerada como um dos mais importantes
demonstrativos contábeis, pois contém informações mais dinâmicas sobre os fatos
administrativos, demonstrando também a eficiência administrativa ao evidenciar se as empresas
conferiram resultados positivos ou negativos.

Atkinson et. al (2000, p. 37) admite a importância da informação contábil ao afirmar que:
“através de ferramentas que permitem uma interpretação dos números da empresa a
contabilidade poderá executar o seu papel de gerar informações aos empresários para que estes
tomem decisões mais acertadas e em tempo hábil”.

Assim sendo, a DRE consolida-se como uma ferramenta gerencial para as organizações,
qualquer que seja o seu porte e ramo de atuação.

Conforme o Art. 187 da Lei 6.404/76 - Lei das Sociedades Por Ações, alterada pela Lei
11.638/07, a DRE, confrontando as receitas com as despesas em determinado exercício,
apresenta:

I - a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e os


impostos;
II - a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços vendidos e o
lucro bruto;
III - as despesas com as vendas, as despesas financeiras deduzidas das receitas, as
despesas gerais e administrativas e outras despesas operacionais;
IV - o lucro ou prejuízo operacional, as receitas e despesas não operacionais (Redação
dada pela Lei nº 9.249, de 1995);
V - o resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão para o imposto;
VI – as participações de debêntures, de empregados e administradores, mesmo na forma
de instrumentos financeiros, e de instituições ou fundos de assistência ou previdência de
empregados, que não se caracterizem como despesa (Redação dada pela Lei nº 11.638, de 2007);
VII - o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do capital social.
§ 1º Na determinação do resultado do exercício serão computados:
a) as receitas e os rendimentos ganhos no período, independentemente da sua realização
em moeda; e
b) os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, correspondentes a essas
receitas e rendimentos.
Destacamos que, mencionado no supracitado, bem como na sua conceituação, dada pela
redação da Resolução CFC nº 686/90, a DRE observa, além do Princípio da Competência, na sua
elaboração, mais dois princípios, que são: Principio da Realização da Receita e Principio do
Confronto das Despesas.

Contabilidade Geral | 77
Outrossim, temos que o Princípio da Realização da Receita preconiza que: as receitas
serão reconhecidas no exercício em que serão realizadas; quando do fornecimento de bens ou
serviços em troca de dinheiro ou outro tipo de ativo, como títulos a receber. Desse modo,
entende-se que a contabilização das vendas de bens e de serviços e o conseqüente registro das
contas a receber são orientados por este principio.

É em função desses princípios que:

• A contabilização da receita de venda é feita pela ocasião da venda e não quando


do seu recebimento;
• O reconhecimento da despesa de pessoal é feito no mês em que se recebeu esta
prestação de serviços, ainda que seja paga no mês subseqüente;
• A contabilização de aquisição de uma determinada matéria-prima é feita quando
do seu recebimento e não no seu pagamento;
• O registro da despesa do Imposto de Renda é feita como provisão no mesmo
período em que os lucros a que se refere e não no exercício subseqüente, na sua
declaração e pagamento.

Você sabia que...

Nos mesmos períodos em que forem lançadas as receitas e os rendimentos deverão estar
registrados todos os custos, despesas, encargos e riscos correspondentes àquelas receitas
(FIPECAFI, 2008)?

Como sabemos, o objetivo da DRE é fornecer aos usuários das demonstrações financeiras
das entidades as informações necessárias referentes ao resultado de cada exercício social.

Neste sentido, objetivando o melhor atendimento ao usuário, a Lei das Sociedades por
Ações estabelece a apresentação da DRE contendo por início o valor total da receita apurada
nas operações de venda, da qual se deduz o custo total em relação a essas vendas, procedendo à
apuração da margem bruta, que se traduz no lucro bruto.

Representação do exposto acima:

Despesas com Vendas


Despesas Financeiras
Despesas Gerais e Administrativas
Outras Despesas e Receitas Operacionais

Após a dedução das despesas operacionais totais obtém-se o lucro operacional, que se
configura em um dado essencial na análise das informações de uma organização.

Depois do lucro operacional são discriminadas as receitas e despesas não-


operacionais, transações que foram realizadas no período, mas não correlacionadas às

78 | CIÊNCIAS CONTÁBEIS
atividades-fim da organização, apurando-se em seguida o resultado antes do Imposto de
Renda.

Em seguida são deduzidos o Imposto de Renda e contribuição social a pagar, e,


finalmente, as participações de terceiros, tais como empregados, administradores, partes
beneficiárias, debêntures e contribuições para fundos de benefícios a empregados, para então
chegar ao lucro/prejuízo do exercício que se configura no valor final da DRE.

É exigência da lei que se apresente o lucro líquido por ação.

Finalmente, chegou o momento em que iremos visualizar o que foi descrito acima, com a
apresentação da estrutura da DRE.

Estrutura da Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)

DISCRIMINAÇÃO
RECEITA BRUTA
(-) Deduções
RECEITA LÍQUIDA
(-) Custo das Vendas ou dos Serviços
RESULTADO BRUTO
(-) Despesas Operacionais
Vendas
Administrativas
Financeiras (deduzem-se as receitas)
Outras despesas ou receitas
RESULTADO OPERACIONAL
Receitas Não Operacionais
(-) Despesas Não Operacionais
(+/-) Ganho/Perda
RESULTADO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA
(-) Provisão para o Imposto de Renda
LUCRO DEPOIS DO IMPOSTO DE RENDA
(-) Participações (Debêntures, Empregados...)
RESULTADO LÍQUIDO

Contabilidade Geral | 79
Sites recomendados

- http://www.sinprorp.org.br/Jornais/filantropia103.htm
https://www8.receita.fazenda.gov.br/SimplesNacional/aplicacoes/atspo/pgdarf.app/ajud
a/Conte_do_PGDAS/ManualdoCalculo/ConceitosCalc.htm
http://www.fadepe.com.br/restrito/conteudo/pos_4_audi_fisc_trib_apostila_fund_contab
.doc

2. ASPECTOS PRÁTICOS DA DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO – DRE

Vamos agora praticar...

A partir dos dados abaixo, elabore a DRE:


Agrupamento das Contas de Receitas e Despesas para a elaboração da
Demonstração do Resultado do Exercício

DESPESAS COM VENDAS


Fretes e Carretos 20.000
Despesas com Créditos de Liquidação Duvidosa 4.000
TOTAL 24.000

DESPESAS FINANCEIRAS
Juros Passivos 3.000

RECEITAS FINANCEIRAS
Juros Ativos 25.000

DESPESAS GERAIS E ADMINISTRATIVAS

Aluguéis Passivos 120.000


Encargos Sociais 50.000
Material de Expediente 20.000
Prêmio de Seguro 5.000
Salários 100.000
Depreciação 180.820
Amortização 14.325
TOTAL 490.145

80 | CIÊNCIAS CONTÁBEIS
Sites recomendados

- http://www.bacen.gov.br/
- http://www.classecontabil.com.br/
- http://www.cvm.gov.br/

3. ASPECTOS CONCEITUAIS DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS, SEGUNDO A LEI Nº


6.404/76

Na disciplina Introdução à Contabilidade iniciamos os estudos sobre as Demonstrações


Contábeis, também chamadas de Demonstrações Financeiras.

Sabemos que a Contabilidade tem por principal finalidade a obtenção de informações


econômicas e financeiras sobre as entidades.

• As informações de natureza econômica abarcam principalmente os fluxos de


receitas e despesas, que geram lucros ou prejuízos, e as variações no
patrimônio da entidade;
• As informações de natureza financeira abarcam principalmente os fluxos de
caixa e do capital de giro.

As demonstrações contábeis servirão para os usuários da Contabilidade, que tomarão


decisões em função das informações geradas e fornecidas pela contabilidade. Entretanto, estes
usuários não são apenas usuários internos, mas outros que utilizam as informações da
organização. São estes:

• Investidores, sócios e acionistas: verificam a situação econômica e financeira da


organização e necessitam das demonstrações contábeis para a tomada de decisão
acerca de melhores alternativas de investimentos;
• Fornecedores: estes utilizam as demonstrações contábeis para analisar a
capacidade de pagamento da organização com quem mantêm relacionamento
de compra;
• Bancos e outras Instituições Financeiras: necessitam das demonstrações
contábeis para conceder empréstimos, limite de crédito, financiamentos e demais
operações financeiras para as organizações clientes;
• Governo: precisa destes demonstrativos para fins de arrecadação de impostos,
bem como para dados estatísticos no sentido de melhor redimensionar a
economia;
• Sindicatos: se utilizam das demonstrações contábeis para estabelecer a
produtividade na intenção de reajustes salariais.

Contabilidade Geral | 81
Diante do exposto, a Contabilidade deve produzir informações que sejam úteis,
relevantes, confiáveis e tempestivas aos seus usuários.

O art. 176 da Lei nº 6.404/76, alterado pela Lei 11.638/07, determina que, ao fim de cada
exercício social, a diretoria fará elaborar, com base na escrituração mercantil da companhia, as
seguintes demonstrações financeiras que deverão exprimir com clareza a situação do
patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no exercício:

I - balanço patrimonial;
II - demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados;
III - demonstração do resultado do exercício;
IV – demonstração dos fluxos de caixa; e
V – se companhia aberta, demonstração do valor adicionado.

Vale lembrar que até o exercício de 2007 a Demonstração das Origens e Aplicações de
Recursos (DOAR) também era obrigatória, no entanto, a partir do exercício de 2008, houve
substituição da DOAR pela Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC). Outra demonstração que
não era obrigatória e passou a ser, para as companhias abertas, é Demonstração do Valor
Adicionado (DVA).

O Conselho Federal de Contabilidade, através da RESOLUÇÃO CFC N.º 686/90, explica o


conceito, conteúdo, estrutura e nomenclatura das demonstrações contábeis.

Para elaboração deste tópico foi observado o que determina a Lei das Sociedades
Anônimas e a Resolução CFC nº 686/90.
Vamos conhecer e, em alguns casos, relembrar o objetivo e características destas
demonstrações?

82 | CIÊNCIAS CONTÁBEIS
Balanço Patrimonial - BP

O Balanço Patrimonial é a demonstração contábil destinada a evidenciar, qualitativa e


quantitativamente, em uma determinada data, a posição patrimonial e financeira da Entidade.

Esta demonstração contábil é constituída pelo Ativo, pelo Passivo e pelo Patrimônio
Líquido, em que:

• O Ativo compreende os bens, os direitos e as demais aplicações de recursos


controlados pela entidade, capazes de gerar benefícios econômicos futuros,
originados de eventos ocorridos;
• O Passivo compreende as origens de recursos representados pelas obrigações
para com terceiros, resultantes de eventos ocorridos que exigirão ativos para a sua
liquidação;
• O Patrimônio Líquido compreende os recursos próprios da Entidade e seu valor
é a diferença positiva entre o valor do Ativo e o valor do Passivo. Quando o valor
do Passivo for maior que o valor do Ativo, o resultado é denominado Passivo a
Descoberto. Portanto, a expressão Patrimônio Líquido deve ser substituída por
Passivo a Descoberto.

Vamos relembrar um pouco as características do Balanço Patrimonial?

No Balanço Patrimonial as contas serão classificadas segundo os elementos do


patrimônio que registrem e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da
situação financeira da companhia. Assim, no Ativo, as contas serão dispostas em ordem
decrescente de grau de liquidez dos elementos nelas registrados, nos seguintes grupos:

a) ativo circulante;
b) ativo realizável a longo prazo;
c) ativo permanente, dividido em investimentos, imobilizado, intangível e diferido.
Em relação às contas do Passivo, elas serão classificadas nos seguintes grupos:
a) passivo circulante;
b) passivo exigível a longo prazo;
c) resultados de exercícios futuros.

Já o Patrimônio Líquido é dividido em:

- capital social;
- reservas de capital;
- ajustes de avaliação patrimonial;
- reservas de lucros;
- ações em tesouraria; e
- prejuízos acumulados.

Outra informação importante é a forma como são dispostas as contas no Balanço


Patrimonial:

Contabilidade Geral | 83
• as contas do ativo são dispostas em ordem crescente dos prazos esperados de
realização; e
• as contas do passivo são dispostas em ordem crescente dos prazos de
exigibilidade, estabelecidos ou esperados, observando-se iguais procedimentos
para os grupos e os subgrupos.

Os direitos e as obrigações são classificados em grupos do Circulante, desde que os


prazos esperados de realização dos direitos e os prazos das obrigações, estabelecidos ou
esperados, situem-se no curso do exercício subseqüente à data do balanço patrimonial.

Os direitos e as obrigações são classificados, respectivamente, em grupos de Realizável e


Exigível a Longo Prazo, desde que os prazos esperados de realização dos direitos e os prazos
das obrigações estabelecidas ou esperadas situem-se após o término do exercício subseqüente
à data do balanço patrimonial.

Pode-se dizer, então, que o Balanço Patrimonial encerra a seqüência dos procedimentos
contábeis, apresentando, de forma ordenada, os três elementos que compõem o patrimônio da
empresa, que são bens, direitos e obrigações.

Da análise de balanço podem-se extrair informações que serão úteis para um objetivo
econômico da organização. Neste sentido, entendemos que a utilização da análise de Balanço é
um instrumento fundamental para as tomadas de decisões nas empresas.

Neste sentido, a análise das demonstrações contábeis pode ser realizada de várias
formas, tais como: análise propriamente dita, análise por quocientes, análise vertical, análise
horizontal ou comparação com padrões, sendo importante frisar que nenhum índice deve ser
considerado isoladamente. Este tópico sobre o Balanço Patrimonial foi só para relembrar! Vamos
agora conhecer um pouco mais sobre as outras demonstrações contábeis obrigatórias?

Demonstração do Resultado do Exercício - DRE

Como visto no tópico anterior, a Demonstração do Resultado do Exercício é a


demonstração contábil destinada a evidenciar a composição do resultado formado em um
determinado período de operações da entidade, diante do confronto das receitas, custos e
despesas apuradas segundo o regime de competência.

Neste item, apenas reforçaremos o entendimento sobre este demonstrativo. Para maior
detalhamento será necessário voltar ao tópico específico sobre ele, ok?

84 | CIÊNCIAS CONTÁBEIS
De acordo com o art. 187 da Lei nº 6.404/76, a DRE discriminará:

I - a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e os


impostos;
II - a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços vendidos e o
lucro bruto;
III - as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas, as
despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais;
IV - o lucro ou prejuízo operacional, as receitas e despesas não operacionais;
V - o resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão para o imposto;
VI – as participações de debêntures, de empregados e administradores, mesmo na forma
de instrumentos financeiros, e de instituições ou fundos de assistência ou previdência de
empregados, que não se caracterizem como despesa;
VII - o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do capital social.

Vale destacar que na determinação do resultado do exercício serão computados:

a) as receitas e os rendimentos ganhos no período, independentemente da sua realização


em moeda; e
b) os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, correspondentes a essas
receitas e rendimentos.

Contabilidade Geral | 85
Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados - DLPA

A Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados é a demonstração contábil


destinada a evidenciar, em um determinado período, as mutações nos resultados acumulados
da entidade.

A DLPA, em relação ao seu conteúdo e estrutura, segundo a Resolução CFC nº 686/90,


deverá discriminar:

o saldo no início do período;


os ajustes de exercícios anteriores;
as reversões de reservas;
a parcela correspondente à realização de reavaliação líquida do efeito dos impostos
correspondentes;
o resultado líquido do período;
as compensações de prejuízos;
as destinações do lucro líquido do período;
os lucros distribuídos;
as parcelas de lucros, incorporadas ao capital;
o saldo no final do período.

De forma resumida, a Lei nº 6.404/76, em seu art. 186, estabelece que a DLPA
discriminará:

I - o saldo do início do período, os ajustes de exercícios anteriores e a correção monetária


do saldo inicial;
II - as reversões de reservas e o lucro líquido do exercício;
III - as transferências para reservas, os dividendos, a parcela dos lucros incorporada ao
capital e o saldo ao fim do período.

Como ajustes de exercícios anteriores serão considerados apenas os decorrentes de


efeitos da mudança de critério contábil ou da retificação de erro imputável a determinado
exercício anterior, que não possam ser atribuídos a fatos subseqüentes. A DLPA deverá indicar o
montante do dividendo por ação do capital social.

Uma informação importante: sabemos que os lucros e/ou prejuízos do exercício são
destinados para o Balanço Patrimonial, especificamente para o grupo de Patrimônio Líquido,
não é?

Ora, se desenvolvermos uma demonstração que contemple todo o grupo do Patrimônio


Líquido (PL) estaremos, de qualquer forma, evidenciando os lucros e/ou prejuízos do período e
do exercício, uma vez que estes fazem parte do PL, não é?

Pois é, em nossa escrita contábil temos uma demonstração, chamada de Demonstração


das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL), que incorpora a Demonstração de Lucros ou
Prejuízos Acumulados. Assim, quem elaborar a DMPL está desobrigado de elaborar a DLPA.

86 | CIÊNCIAS CONTÁBEIS
As empresas de capital aberto são obrigadas, por exigência da CVM, a elaborar a
Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL).

Assim, a Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados poderá ser incluída na


Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, se elaborada e publicada pela
companhia.

Demonstração dos Fluxos de Caixa

Conforme FIPECAFI (2000), as Demonstrações do Fluxo de Caixa (DFC) têm como objetivo
primário prover informações relevantes sobre os pagamentos e recebimentos em dinheiro, de
uma empresa, ocorridos durante um determinado período. Desta forma, o Fluxo de Caixa
assume importante papel no planejamento financeiro das empresas. Portanto, constitui-se em
um exercício dinâmico que deve ser constantemente revisto, atualizado e utilizado na tomada
de decisões.

As informações contidas em uma DFC, quando utilizadas com os dados e informações


divulgados nas outras demonstrações contábeis, destinam-se a ajudar seus usuários a avaliar a
geração de fluxos de caixa para o pagamento de obrigações e lucros e dividendos a seus
acionistas ou cotistas.

As informações desta demonstração também ajudam a identificar as necessidades de


financiamento, as razões para as diferenças entre o resultado e o fluxo de caixa líquido originado
das atividades operacionais e, finalmente, revelar o efeito das transações de investimentos e
financiamentos, com a utilização ou não de numerário sobre a posição financeira.

Embora, no Brasil, a DFC tenha se tornado obrigatória, somente a partir de 2008, esta
demonstração, seguindo uma tendência internacional, tornou-se obrigatória desde no ano de
1998. Antes, teve seu início no Canadá, em 1985, devido à sua importância e utilidade para os
usuários internos da Contabilidade.

Aliado a isso, nota-se uma tendência de padronização dos procedimentos contábeis no


mundo em virtude da globalização. Isso possibilitaria menos esforços e custos para as empresas
que, de certa forma, têm negócios em outros países, pois não necessitariam refazer seu
movimento contábil de acordo com normas diferenciadas.

A Demonstração dos Fluxos de Caixa mostra a origem do dinheiro que entrou no caixa da
empresa, como também mostra a aplicação do dinheiro que saiu do caixa em determinado
período. Mostra, também, o Resultado do Fluxo Financeiro da empresa.

O objetivo da DFC é informar acerca dos resultados das operações de caixa das
organizações e sua posição de solvência ou insolvência. Neste sentido, Thiesen (2000) afirma

Contabilidade Geral | 87
que a DFC mostra, direta ou indiretamente, as mudanças que tiveram reflexo no caixa, suas
origens e aplicações.

A DFC está contida no Balanço Patrimonial da entidade e, assim como a Demonstração


do Valor Adicionado, converte-se em instrumento gerencial para as organizações. Assim, diante
da conjuntura econômica mundial, exige-se dos administradores o seu preparo para desafios
cada vez maiores. Há de se administrar da melhor maneira os recursos financeiros disponíveis na
organização.

Na elaboração da Demonstração dos Fluxos de Caixa deverão ser utilizadas técnicas que
permitam que haja a projeção das entradas e das saídas da organização de modo objetivo.
Assim sendo, a DFC bem elaborada conterá informações confiáveis para que o processo
decisório possa transcorrer com a segurança necessária.

Vamos ver agora como se faz a elaboração do fluxo?

A DFC pode ser elaborada sob duas formas distintas:

• Da conta “Caixa”, ordenando as operações de acordo com a sua natureza e


condensando-as, pode-se extrair todos os dados necessários;
• Das Demonstrações Financeiras, procede-se a uma técnica bastante prática
de elaboração da DFC para organizações.

Destaque-se que, dada a praticidade, há preferência pela elaboração da DFC pela


segunda técnica. Assim sendo, daremos destaque a esta técnica.

PRINCIPAIS TRANSAÇÕES QUE AFETAM O CAIXA

A seguir serão relacionadas, em dois grupos, as principais transações que afetam o Caixa.

TRANSAÇÕES QUE AUMENTAM O CAIXA (DISPONÍVEL)

• Integralização do Capital pelo Sócios ou Acionistas: investimentos realizados


pelos proprietários. Se a integralização não for em dinheiro, mas em bens
permanentes, estoques, títulos, etc., não afetará o Caixa.
• Empréstimos Bancários e Financiamentos: recursos financeiros provenientes de
instituições financeiras. Geralmente os empréstimos bancários são utilizados
como capital de giro e os financiamentos, para aquisição de ativo permanente.
• Venda de Itens do Ativo Permanente: mesmo não sendo comum, a organização
pode vender itens do Ativo Fixo. Neste caso, há uma entrada de recursos
financeiros.
• Vendas à Vista e Recebimentos de Duplicatas a Receber: principal fonte de
recursos do caixa, resultado das vendas.
• Outras Entradas: juros recebidos, dividendos recebidos de outras empresas,
indenizações de seguros recebidas, etc.

TRANSAÇÕES QUE DIMINUEM O CAIXA (DISPONÍVEL)

• Pagamentos de Dividendos aos Acionistas;

88 | CIÊNCIAS CONTÁBEIS
• Pagamentos de Juros, Correção Monetária da Dívida e Amortização da Dívida;
• Aquisição de itens do Ativo Permanente;
• Compras à Vista e Pagamentos de Fornecedores;
• Pagamentos de Despesa/Custo, Contas a Pagar e Outros.

TRANSAÇÕES QUE NÃO AFETAM O CAIXA

Já verificamos os principais encaixes (entrada de dinheiro no caixa), bem como os


principais desembolsos (saídas de dinheiro do Caixa) das empresas.

Agora veremos algumas transações que não afetam o caixa, ou seja, não há encaixe e
nem desembolso:

Depreciação, Amortização e Exaustão. São meras reduções de Ativo, sem afetar o caixa:

• Provisão para Devedores Duvidosos. Estimativa de prováveis perdas com clientes,


que não representa o desembolso ou encaixe;
• Acréscimo (ou diminuição) de itens de investimentos pelo método de
equivalência patrimonial. Poderá haver aumentos ou diminuições em itens de
investimentos sem significar que houve vendas ou novas aquisições.

A Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) deverá indicar, no mínimo:

As alterações ocorridas, durante o exercício, no saldo de caixa e equivalentes de caixa,


segregando-se essas alterações em, no mínimo, 3 (três) fluxos:

a) das operações;

b) dos financiamentos;

c) dos investimentos;

Deve-se observar que:

• o excesso ou insuficiência das origens de recursos em relação às aplicações,


representando aumento ou redução do capital circulante líquido;
• os saldos, no início e no fim do exercício, do ativo e passivo circulantes, o
montante do capital circulante líquido e o seu aumento ou redução durante
o exercício.

Contabilidade Geral | 89
Vale ressaltar que a obrigatoriedade da Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) e da
Demonstração do Valor Adicionado (DVA) passou a ser exigida a partir do exercício de
2008, através da Lei nº 11.638/07.
Em relação à Demonstração dos Fluxos de Caixa, a companhia fechada com patrimônio
líquido, na data do balanço, inferior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais) não será
obrigada a elaborar e publicar esta demonstração.
A DVA só é obrigatória para a companhia aberta.

Podemos observar que cada demonstração tem a sua importância e informa um


determinado aspecto do patrimônio da entidade. De forma sucinta, cada uma das
demonstrações contábeis obrigatórias, relata:

Neste tópico, relembramos um pouco sobre o Balanço Patrimonial e a Demonstração do


Resultado do Exercício. Iniciamos o estudo sobre a Demonstração dos Lucros ou Prejuízos
Acumulados e a Demonstração dos Fluxos de Caixa. No entanto, o seu detalhamento e prática
serão realizados em outras disciplinas.

No próximo tópico iniciaremos o estudo sobre a Demonstração do Valor Adicionado.

90 | CIÊNCIAS CONTÁBEIS
Sites recomendados

- http://www.bacen.gov.br/
- http://www.classecontabil.com.br/
- http://www.cvm.gov.br/
- http://www.fipecafi.com.br/
- http://www.ibracon.com.br/
- http://www.portaltributario.com.br/
- http://www.presidencia.gov.br/legislacao/
- http://www.receita.fazenda.gov.br/
- http://www.redecontabil.com.br/

4. DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO: ELABORAÇÃO E PRÁTICA

Vimos, no tópico anterior, que a Demonstração do Valor Adicionado (DVA) passou a ser
obrigatória para as empresa de capital aberto a partir do exercício de 2008.

Conforme já previa a lei 4.604/76 – a Lei das S/A -, as companhias, em geral, deviam, ao
final de cada exercício social, apresentar o Balanço Patrimonial (BP), a Demonstração dos Lucros
ou Prejuízos Acumulados (DLPA), a Demonstração de Resultado do Exercício (DRE) e a
Demonstração das Origens e Aplicações dos Recursos (DOAR).

A Lei 11.638/07 substituiu a Demonstração das Origens e Aplicação dos Recursos (DOAR)
pela Demonstração dos Fluxos de Caixa DFC) e passou a exigir, também, a Demonstração do
Valor Adicionado (DVA).

A Reforma da Lei das S.A determina que as empresas brasileiras deverão se enquadrar aos
novos processos de internacionalização da contabilidade, adequando-se aos padrões
internacionais (IFRS) necessários à mundialização de informações de caráter gerencial para as
organizações.

Consoante o exposto, percebe-se uma tendência à padronização dos procedimentos


contábeis no mundo em função do processo de globalização, implicando em menores custos
para as organizações que possuem negócios em vários países, pois, deste modo, não haveria a
necessidade de elaborar movimentos contábeis diferentes conforme as normas vigentes em
cada país.

A Demonstração do Valor Adicionado possui em sua estrutura, sugerida pela NBC T 3.7,
aprovada pela Resolução do Conselho Federal de Contabilidade - CFC n.º 1.010/05, as mesmas
informações da Demonstração de Resultado do Exercício (DRE), mas separadas de modo a
permitir uma visão social dos resultados das organizações.

Para a elaboração da Demonstração do Valor Adicionado são extraídas da contabilidade


informações econômicas e financeiras em que esses valores devem ter por base o regime de
competência.

Contabilidade Geral | 91
A Demonstração do Valor Adicionado torna possível a avaliação do nível de
produtividade da organização, bem como o seu desempenho social no setor econômico em que
está inserida.

Portanto, a Demonstração do Valor Adicionado pode ser considerada um importante


instrumento de ordem macroeconômica, servindo para mensurar a riqueza gerada pelas
atividades das organizações, demonstrando a forma como está distribuída essa riqueza entre os
agentes econômicos.

A DVA mostra informações úteis e necessárias para concessões de empréstimos, análises


de investimentos, avaliação de subsídios e na avaliação de projetos de repercussão social. Estas
informações encontram-se disponíveis de forma ordenada nesta demonstração.

A Demonstração do Valor Adicionado, como um demonstrativo de natureza tanto


econômica quanto social, utiliza as informações contábeis para evidenciar a agregação de
recursos junto à sociedade, evidenciando como é possível verificar e analisar quanto a empresa
contribuiu no valor de seu setor econômico para o país.

Apesar de a DVA informar o valor da riqueza criado pela organização e a forma de sua
distribuição, ela não pode ser confundida com a Demonstração do Resultado do Exercício, que
possui informações quase que exclusivamente direcionadas para os sócios e acionistas, já que a
DVA informa o modo de distribuição de suas riquezas entre o governo, funcionários,
fornecedores externos e os próprios sócios e acionistas.

Assim, a DVA converte-se em um importante elemento pertencente ao Balanço Social


por ofertar vários indicadores, bem como várias e importantes informações que servirão de base
para as mais diversas análises da empresa, assim como para os diversos grupos que participam
das suas operações.

O Conteúdo Social da Demonstração do Valor Adicionado

As organizações foram obrigadas a mudar as suas estratégias de negócio e padrões


gerenciais para enfatizar mais o lado social, adotando gestão responsável nas suas relações com

92 | CIÊNCIAS CONTÁBEIS
os funcionários, com o meio ambiente e até mesmo com o Governo e passaram a promover
projetos sociais de desenvolvimento sustentável nas comunidades em que estão inseridas.

A inclusão da responsabilidade social na gestão administrativa organizacional passa a


conferir uma realidade mundial para as organizações.

A percepção da realidade organizacional é essencial para que o administrador possa


realizar a escolha de uma ou mais alternativas que melhor se adeqúem a esta realidade e levem
ao encontro dos objetivos organizacionais. Sendo assim, uma decisão de qualidade está pautada
no uso adequado da informação no processo decisório, de modo a traçar as alternativas e
escolher a opção que leve a resultados positivos para a organização (PORTO, 2007).

Diante dessa premissa, a Demonstração do Valor Adicionado relaciona-se diretamente ao


conceito de responsabilidade social. Embora seja exigida apenas para as companhias abertas,
essa demonstração contábil mostra os valores relativos à formação da riqueza gerada pela
organização em determinado período e a sua distribuição entre os setores que contribuíram,
direta ou indiretamente, para a sua geração.

O Balanço Social oferece informações acerca do desempenho econômico e social das


organizações para a sociedade, destacando o perfil social das mesmas. Estas informações são
sobre os funcionários, tributos pagos, investimentos para a comunidade, investimentos no meio
ambiente, etc. (MARION, 2007).

A Demonstração do Valor Adicionado, inserida no Balanço Social das organizações, é


extremamente importante para informações sociais, ambientais e econômicas à sociedade. A
riqueza gerada pela empresa, medida no conceito de valor adicionado, é calculada com base na
atividade que ela agrega aos bens e serviços consumidos no seu processo produtivo.

Portanto, pode-se inferir que, através da Demonstração do Valor Adicionado, é possível


verificar e analisar como as organizações contribuíram mais significativamente para cada setor
da sociedade.

Assim sendo, os resultados encontrados na Demonstração do Valor Adicionado


identificam o fator de interatividade social e quanto a organização agregou à sociedade em seus
processos.

Esses valores são divididos pelos setores da economia que abarcam os diversos meios de
atividade social. Através da análise da Distribuição do Valor Adicionado de todas as empresas
em âmbito nacional é possível qualificar os setores da economia que melhor interagem com a
sociedade e estruturar, através da soma de todos os valores adicionados pelas empresas, o valor
do Produto Interno Bruto (PIB).

Você está percebendo que a informação contábil está cada vez mais próxima da
sociedade? Sim! E isto é possível através das informações contidas na DVA que demonstra, no
Balanço Social, a importância das organizações e o quanto podem colaborar, tanto para a
economia quanto para o desenvolvimento social.

Contabilidade Geral | 93
A Demonstração do Valor Adicionado como instrumento gerencial

A Contabilidade fornece informações de natureza econômica, financeira, física e social


das entidades para os seus usuários, externos e internos, a fim de que estes possam obter uma
visão sistêmica da entidade.

Antes mesmo de se tornar obrigatória para as companhias abertas, a Demonstração do


Valor Adicionado já vinha sendo elaborada por algumas organizações no Brasil, pois essa
demonstração se configura em uma excelente ferramenta de apoio gerencial por se tratar de um
indicador de eficiência da gestão empresarial.

Diversos países da Europa Ocidental já a incluíram nas suas demonstrações contábeis


antes de se tornar obrigatória pelos padrões internacionais (IFRS).

O cenário em que as organizações estão inseridas modifica-se constantemente,


exercendo nelas toda a sua influência. Diante disto, faz-se necessário permanente alerta por
parte dos administradores para perceberem o que os ambientes interno e externo da
organização indicam em relação às ameaças e oportunidades, pois as escolhas devem ser feitas
com base na realidade organizacional (PORTO, 2007).

Neste sentido, a Demonstração do Valor Adicionado compõe o Balanço Social e é uma


importante fonte de informações, pois torna possível analisar o desempenho econômico da
organização, evidenciando a geração de riqueza e os efeitos sociais produzidos pela distribuição
dessa riqueza.

Kroetz (2000) assevera que através da Demonstração do Valor Adicionado pode-se


verificar o quanto a entidade contribuiu economicamente para cada segmento com o qual ela
tem relação.

Assim, infere-se que a Demonstração do Valor Adicionado é um importante instrumento


de gestão financeira e informação gerencial, ao fornecer um resumo das informações relevantes
sobre o fluxo operacional, de financiamento e investimento da organização.

A Contabilidade de Custos, por exemplo, utiliza-se das informações da DVA para análise
gerencial de custos no sentido de evidenciar e interpretar as variações existentes nos principais
tópicos deste demonstrativo, no que tange aos custos das empresas.

94 | CIÊNCIAS CONTÁBEIS
A utilização da Demonstração do Valor Adicionado como instrumento gerencial é
demonstrada a seguir:

• Ao comparar o valor das saídas com o valor das entradas, as organizações podem
mensurar a eficiência e a eficácia organizacional quando da utilização dos fatores
de produção, a DVA serve como índice de avaliação do desempenho na geração
da riqueza da organização;
• A DVA se traduz em um índice de avaliação do desempenho social quando
evidencia, na distribuição da riqueza gerada, a participação dos empregados, do
Governo, dos Agentes Financiadores e dos Acionistas;
• A DVA evidencia também a real contribuição da organização, pela ótica de
desempenho, para a geração de riqueza da economia em que está inserida.

Você sabia que...

As informações do Balanço Patrimonial podem ser melhor detalhadas através da análise


da Demonstração do Valor Adicionado?

O Conselho Federal de Contabilidade, através da Resolução CFC nº 1.010/05, aprovou a


NBC T 3.7, que dispõe sobre a Demonstração do Valor Adicionado. A seguir, apontaremos como
elaborar a DVA, segundo o CFC.

A Resolução CFC nº 1.010/05 estabelece procedimentos para evidenciação de


informações econômicas e financeiras relacionadas ao valor adicionado pela entidade e sua
distribuição.

A Demonstração do Valor Adicionado, complementar à Demonstração do Resultado do


Exercício, é a demonstração contábil destinada a evidenciar, de forma concisa, os dados e as
informações do valor da riqueza gerada pela entidade em determinado período e sua
distribuição. As informações devem ser extraídas da contabilidade e os valores informados
devem ter como base o princípio contábil da competência.

A riqueza gerada pela entidade, mensurada no conceito contábil de valor adicionado, é


calculada a partir da diferença entre o valor de suas vendas e dos insumos adquiridos por
terceiros. As suas informações permitem a análise do desempenho econômico da entidade
auxiliando no cálculo do Produto Interno Bruto e de indicadores sociais, além de fornecer
informações acerca de benefícios obtidos por cada um dos fatores de produção (trabalhadores,
acionistas, financiadores, credores, governo).

As alterações trazidas pela Lei no 11.638, aprovada em 28/12/2007, que entrou em vigor
a partir de 01/01/2008, promoveu alterações relevantes na Lei no 6.404/76. A Inclusão da
Demonstração do Valor Adicionado foi uma dessas alterações.

Em seu art. 176, IV, a referida Lei trata da obrigatoriedade da inclusão da DVA no
conjunto de demonstrações financeiras elaboradas, divulgadas e que devem ser aprovadas pela
assembléia geral ordinária.

Contabilidade Geral | 95
Art. 176. (...)
V – se companhia aberta, demonstração do valor adicionado.
A DVA demonstra a geração de valor e sua distribuição para pagamento de insumos, para
pagamento de salários de empregados, impostos ao governo, dividendos, juros sobre o capital
próprio aos acionistas e reinvestimentos da empresa.
Em relação à DRE, A DVA evidencia o valor adicionado da entidade - a geração de riqueza
e a forma como esta riqueza foi distribuída entre os agentes. Já a DRE evidencia o resultado do
período, detalhando seus componentes.
A Lei no 11.638/07, em seu art. 7º, permite que, no primeiro exercício social, a DVA seja
divulgada sem a indicação dos valores referentes ao ano anterior. Todavia, a Comissão de
Valores Mobiliários - CVM entende que as companhias que já vinham divulgando estas
demonstrações deverão divulgá-las com a indicação dos valores dos exercícios anteriores.
Art. 7º da Lei no 11.638/07:
“As demonstrações referidas nos incisos IV e V do caput do art. 176 da Lei no 6.404, de 15
de dezembro de 1976, poderão ser divulgadas, no primeiro ano de vigência desta Lei, sem a
indicação dos valores correspondentes ao exercício anterior”.

Conceito de Valor Adicionado

Utiliza-se o conceito de valor adicionado em Economia para mensurar as atividades


econômicas de uma nação através da definição de Produto Nacional. Entretanto, em
Contabilidade, a definição de valor adicionado considera a avaliação das transações econômicas
ocorridas nas organizações. As organizações são extremamente importantes para a economia,
pois atendem às necessidades de consumo da sociedade.

A Demonstração do Valor Adicionado deve ser apresentada de forma comparativa,


mediante a divulgação simultânea de informações do período atual e do anterior
demonstrando:
• A receita bruta e as outras receitas;
• Os insumos adquiridos de terceiros;
• Os valores retidos pela entidade;
• Os valores adicionados recebidos (dados) em transferência a outras
entidades;
• Valor total adicionado a distribuir;
• Distribuição do valor adicionado.

No Grupo das Receitas Brutas e Outras Receitas devem constar:

• Vendas de mercadorias, produtos e serviços, de forma a incluir os valores dos


tributos incidentes sobre essas receitas - o valor da receita bruta, deduzidas
as devoluções, os abatimentos incondicionais e os cancelamentos;
• Outras receitas decorrentes das atividades da empresa, que não constam do
item acima;
• Provisão para devedores duvidosos;
• Resultados não-operacionais: ganhos ou perdas na baixa de imobilizado,
investimentos, etc., exceto os valores adicionados recebidos (dados) em
transferência a outras entidades.

96 | CIÊNCIAS CONTÁBEIS
No Grupo de Insumos Adquiridos de Terceiros devem constar:

• Materiais consumidos incluídos no custo dos produtos, mercadorias e


serviços vendidos;
• Demais custos dos produtos, mercadorias e serviços vendidos, exceto gastos
com pessoal próprio e depreciações, amortizações e exaustões;
• Despesas operacionais incorridas com terceiros, tais como: materiais de
consumo, telefone, água, serviços de terceiros, energia;
• Valores relativos a perdas de ativos, como perdas na realização de estoques
ou investimentos, etc.

No Grupo de Retenções devem constar:

• Depreciação, amortização e exaustão contabilizadas no período.

No Grupo dos Valores Adicionados recebidos em transferência a outras entidades devem


constar:
• Resultado (positivo ou negativo) de equivalência patrimonial;
• Receitas Financeiras.

Valor Adicionado Total a Distribuir:

• Pessoal e Encargos: férias, décimo-terceiro salário, FGTS, alimentação,


transporte. Devem ser apropriados ao custo do produto ou resultado do
período. Não incluir INSS, SESI, SESC, SENAI, SENAT, SENAC, etc.;
• Governo: impostos, taxas e contribuições, inclusive as contribuições devidas
ao INSS, SESI, SESC, SENAI, SENAT, SENAC, Imposto de Renda, contribuição
social, ISS, todos os demais tributos, taxas e contribuições. Nos valores
relativos a ICMS, IPI, PIS, COFINS devem ser considerados os valores devidos
ou já recolhidos aos cofres públicos, representando a diferença entre os
impostos incidentes sobre as vendas e os valores considerados dentro do
item "Insumos adquiridos de terceiros";
• Agentes Financiadores: despesas financeiras relativas a quaisquer tipos de
empréstimos e financiamentos com instituições financeiras, entidades do
grupo ou outras e os aluguéis (incluindo os custos e despesas com leasing)
pagos ou creditados a terceiros, exceto para entidades financeiras, que
devem classificá-las no grupo de insumos adquiridos de terceiros;
• Acionistas: valores pagos ou creditados aos acionistas a título de juros sobre
o capital próprio ou dividendos. Os juros sobre o capital próprio apropriados
ou transferidos para contas de reservas no patrimônio líquido devem constar
do item "Lucros retidos";
• Participação dos minoritários nos "Lucros retidos": valor da participação
minoritária apurada no resultado do exercício, antes do resultado
consolidado;
• Retenção de Lucro: o lucro do período destinado às reservas de lucros e
eventuais parcelas ainda sem destinação específica.

Contabilidade Geral | 97
Lembrando mais uma vez que a Demonstração do Valor Adicionado deve ser compatível
com a Demonstração do Resultado do Exercício. Deve, também, conter representação
percentual participativa.

A DVA deve ser apresentada de forma comparativa, mediante a divulgação simultânea de


informações do período atual e do anterior, e deve evidenciar os componentes abaixo:

GRUPO COMPONENTES
1 a receita bruta e as outras receitas;
2 os insumos adquiridos de terceiros;
3 os valores retidos pela entidade;
4 os valores adicionados recebidos (dados) em transferência a outras entidades;
5 valor total adicionado a distribuir; e
6 distribuição do valor adicionado.

Atenção!

O Valor Adicionado constitui-se da receita de venda deduzida dos custos dos recursos
adquiridos de terceiros. É, portanto, o quanto a entidade contribuiu para a formação do
Produto Interno Bruto (PIB).

Para melhor entendermos a DVA, trabalharemos grupo a


grupo, do 1º ao 6º.

Vamos ao passo-a-passo?

98 | CIÊNCIAS CONTÁBEIS
GRUPO 1

1 - No grupo de receita bruta e outras receitas devem ser apresentados:

a) as vendas de mercadorias, produtos e serviços, incluindo os valores dos tributos


incidentes sobre essas receitas, ou seja, o valor correspondente à receita bruta deduzidas as
devoluções, os abatimentos incondicionais e os cancelamentos;
b) as outras receitas decorrentes das atividades afins não-constantes da letra “a” deste
item, acima, ou não constantes do item 5, a seguir;
c) os valores relativos à constituição (reversão) de provisão para créditos duvidosos;
d) os resultados não-decorrentes das atividades-fim, como: ganhos ou perdas na baixa de
imobilizado, investimentos, etc., exceto os decorrentes do item 5, a seguir.

GRUPO 2

2 - No grupo de insumos adquiridos de terceiros devem ser apresentados:

a) materiais consumidos incluídos no custo dos produtos, mercadorias e serviços


vendidos;
b) demais custos dos produtos, mercadorias e serviços vendidos, exceto gastos com
pessoal próprio e depreciações, amortizações e exaustões;
c) despesas operacionais incorridas com terceiros, tais como: materiais de consumo,
telefone, água, serviços de terceiros, energia;
d) valores relativos a perdas de ativos, como perdas na realização de estoques ou
investimentos, etc.

GRUPO 3

3 - Nos valores constantes dos itens “a”, “b” e “c”, acima, devem ser considerados todos os
tributos incluídos na aquisição, recuperáveis ou não.

GRUPO 4

4 - Os valores retidos pela entidade são representados pela depreciação, amortização e


exaustão registrados no período.

Contabilidade Geral | 99
GRUPO 5

5 - Os valores adicionados recebidos (dados) em transferência a outras entidades


correspondem:

a) ao resultado positivo ou negativo de equivalência patrimonial;


b) aos valores registrados como dividendos relativos a investimentos avaliados ao custo;
c) aos valores registrados como receitas financeiras relativos a quaisquer operações com
instituições financeiras, entidades do grupo ou terceiros, exceto para entidades financeiras, que
devem classificá-las conforme descrito no item 1; e
d) aos valores registrados como receitas de aluguéis ou royalties, quando se tratar de
entidade que não tenha como objeto essa atividade.

GRUPO 6

6 - No componente relativo à distribuição do valor adicionado devem constar:


a) colaboradores – devem ser incluídos salários, férias, 13º salário, FGTS, seguro de
acidentes de trabalho, assistência médica, alimentação, transporte, etc., apropriados ao custo do
produto ou ao serviço vendido ou ao resultado do período, exceto os encargos com o INSS, SESI,
SESC, SENAI, SENAT, SENAC e outros assemelhados. Fazem parte desse conjunto, também, os
valores representativos de comissões, gratificações, participações, planos privados de
aposentadoria e pensão, seguro de vida e acidentes pessoais;
b) governo – devem ser incluídos impostos, taxas e contribuições, inclusive as
contribuições devidas ao INSS, SESI, SESC, SENAI, SENAT, SENAC e outros assemelhados, Imposto
de Renda, contribuição social, ISS, CPMF, todos os demais tributos, taxas e contribuições. Os
valores relativos a ICMS, IPI, PIS, COFINS e outros assemelhados devem ser considerados os
valores devidos ou já recolhidos aos cofres públicos, representando a diferença entre os
impostos incidentes sobre as vendas e os valores considerados dentro do item "Insumos
adquiridos de terceiros". Como os tributos são, normalmente, contabilizados no resultado como
se devidos fossem e os incentivos fiscais, quando reconhecidos em conta de reserva no
patrimônio líquido, os tributos que não forem pagos em decorrência de incentivos fiscais devem
ser apresentados na Demonstração do Valor Adicionado como item redutor do grupo de
tributos;
c) agentes financiadores – devem ser consideradas, neste componente, as despesas
financeiras relativas a quaisquer tipos de empréstimos e financiamentos com instituições
financeiras, entidades do grupo ou outras e os aluguéis (incluindo os custos e despesas com
leasing) pagos ou creditados a terceiros, exceto para entidades financeiras, que devem classificá-
las conforme descrito no item 2;
d) acionistas – incluem os valores pagos ou creditados aos acionistas, a título de juros
sobre o capital próprio ou dividendos. Os juros sobre o capital próprio, apropriados ou
transferidos para contas de reservas no patrimônio líquido, devem constar do item "Lucros
retidos";
e) participação dos minoritários nos "Lucros retidos" – deve ser incluído neste
componente, aplicável às Demonstrações Contábeis Consolidadas, o valor da participação
minoritária apurada no resultado do exercício, antes do resultado consolidado;
f) retenção de lucro – deve ser indicado neste componente o lucro do período destinado
às reservas de lucros e eventuais parcelas ainda sem destinação específica.

100 | CIÊNCIAS CONTÁBEIS


DISPOSIÇÕES GERAIS

Além das informações contidas nos itens 1 ao 6, a entidade deve acrescentar ou detalhar
outras linhas na Demonstração do Valor Adicionado quando o montante e a natureza de um
item ou o somatório de itens similares forem de tal magnitude que a apresentação em separado
ajuda na apresentação mais adequada da Demonstração do Valor Adicionado.

A Demonstração do Valor Adicionado deve ser consistente com a demonstração do


resultado e conciliada em registros auxiliares mantidos pela entidade.

A Demonstração do Valor Adicionado deve conter representação percentual


participativa.

As informações contábeis contidas na Demonstração do Valor Adicionado são de


responsabilidade técnica de contabilista registrado no Conselho Regional de Contabilidade.

A Demonstração do Valor Adicionado deve ser objeto de revisão ou auditoria se a


entidade possuir auditores externos independentes que revisem ou auditem suas
Demonstrações Contábeis.

Segue modelo exemplificativo da Demonstração do Valor Adicionado.

DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO DOS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE


DEZEMBRO, EM MILHARES DE REAIS
20X % 20X %
1 0
1-RECEITAS
1.1. Vendas de mercadoria, produtos e serviços xxx xxx
1.2. Provisão para devedores duvidosos xxx xxx

1.3. Resultados não-operacionais xxx xxx

2-INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS


2.1. Materiais consumidos (xxx) (xxx)
2.2. Outros custos de produtos e serviços vendidos (xxx) (xxx)
2.3. Energia, serviços de terceiros e outras despesas operacionais (xxx) (xxx)

2.4. Perda na realização de ativos (xxx) (xxx)

3 – RETENÇÕES
3.1. Depreciação, amortização e exaustão (xxx) (xxx)

4 - VALOR ADICIONADO LÍQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE xxx xxx

5 - VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFERÊNCIA

5.1.Resultado de equivalência patrimonial e dividendos de investimento avaliado ao xxx xxx


custo
5.2. Receitas financeiras xxx xxx
5.3. Aluguéis e royalties xxx xxx

Contabilidade Geral | 101


6 - VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR xxx 100% xxx 100
%

7 - DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO


7.1. Empregados

Salários e encargos xxx Y% xxx Y%


Comissões sobre vendas xxx Y% xxx Y%
Honorários da diretoria xxx Y% xxx Y%
Participação dos empregados nos lucros xxx Y% xxx Y%
Planos de aposentadoria e pensão xxx Y% xxx Y%

7.2. Tributos
Federais xxx Y% xxx Y%
Estaduais xxx Y% xxx Y%
Municipais xxx Y% xxx Y%
Menos: incentivos fiscais (xxx) Y% (xxx) Y%

7.3. Financiadores
Juros xxx Y% xxx Y%
Aluguéis xxx Y% xxx Y%

7.4. Juros sobre capital próprio e dividendos xxx xxx Y%


%

7.5. Lucros retidos/prejuízo do exercício xxx xxx Y%


%

Agora, que já conhecemos todos os elementos que devem


contar na DVA, que tal praticarmos?

De acordo com a memória de cálculo da EMPRESA TUREAD FTC,


em que constam a GERAÇÃO DO VALOR ADICIONADO e a
DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO, monte a DVA do exercício de
2007:

102 | CIÊNCIAS CONTÁBEIS


EMPRESA TUREAD FTC

D V A EM 31 DE DEZEMBRO DE 2007 - MEMÓRIA DE CÁLCULO

GERAÇÃO DO VALOR ADICIONADO

RECEITA DE VENDAS 146.457

Produtos A e B 146.457
31.01.00.00 Receita de vendas 147.380
31.02.00.00 Deducoes de Vendas (923)

CUSTO DOS PRODUTOS E SERVIÇOS (64.688)

Aquisição de produtos (8.643)


51.00.00.00 Matéria prima (8.643)

Materiais e combustíveis (13.590)


52.01.00.00 Materiais (11.750)
52.02.00.00 Combustíveis (1.840)

Serviços contratados (14.965)


53.00.00.00 Serviços contratados (serviços - custo) (14.620)
41.30.01.00 Despesas com serviços terceiros PF (300)
41.30.02.00 Despesas com serviços terceiros PJ (45)

Aluguéis e arrendamentos (5.200)


56.00.00.00 Serviços e locações (serviços - custo) (2.000)
41.30.03.00 Aluguéis e arrendamentos (despesa) (3.200)

Energia elétrica, comunicação e outros (11.650)


54.00.00.00 Energia elétrica fábrica (serviços - custo) (8.300)
41.30.04.00 Água (despesa) (1.500)
41.30.05.00 Telefone (despesa) (1.850)

Fretes e carretos e seguros (10.640)


55.00.00.00 Seguros contratados (serviços - custo) (700)
41.30.06.00 Fretes e Carretos (despesa) (9.940)

VALOR ADICIONADO BRUTO 81.769

Depreciações e amortizações (4.450)


57.00.00.00 Depreciação e amortização (3.000)
41.07.00.00 Depreciação e amortização (1.450)

VALOR ADICIONADO LÍQUIDO 77.319

Recebido de Terceiros (5.100)


41.50.00.00 Receita financeira (1.100)
41.60.00.00 Equivalência patrimonial (4.000)

VALOR ADICIONADO AJUSTADO 72.219

Contabilidade Geral | 103


EMPRESA TUREAD FTC

DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO (Informação adicional)


PARA OS EXERCÍCIO FINDO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2007

2007
Geração do valor adicionado R$ mil
Receita de vendas, vendas canceladas e receitas não operacionais

Menos: Serviços contratados


Aquisição de Produtos
Materiais
Óleo combustível
Despesas com vendas e administrativas
Valor adicionado bruto -
Depreciações, amortizações e exaustão
Valor adicionado líquido -
Recebido de terceiros -
Receitas financeiras
Equivalência patrimonial

Valor adicionado gerado -

Distribuição do valor adicionado


Empregados
Governo
Financiadores
Acionistas
Reinvestimento

Valor adicionado distribuido -

104 | CIÊNCIAS CONTÁBEIS


A partir das informações constantes no balancete (memória de cálculo) elabore a DVA da
empresa TUREAD FTC. Para facilitar ainda mais, vou fornecer a estrutura desta DVA.

EMPRESA TUREAD FTC

DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO (Informação adicional)


PARA OS EXERCÍCIO FINDO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2007

2007
Geração do valor adicionado R$ mil
Receita de vendas, vendas canceladas e receitas não operacionais 146.457

Menos: Serviços contratados (25.620)


Aquisição de Produtos (8.643)
Materiais (11.750)
Óleo combustível (1.840)
Despesas com vendas e administrativas (16.835)
Valor adicionado bruto 81.769
Depreciações, amortizações e exaustão (4.450)
Valor adicionado líquido 77.319
Recebido de terceiros (5.100)
Receitas financeiras (1.100)
Equivalência patrimonial (4.000)

Valor adicionado gerado 72.219

Distribuição do valor adicionado


Empregados 13.090
Governo 33.222
Financiadores 5.180
Acionistas 5.780
Reinvestimento 14.947

Valor adicionado distribuido 72.219

Contabilidade Geral | 105


Vamos relembrar?

A Demonstração do Valor Adicionado pode ser considerada como principal item que
compõe o Relatório da Diretoria (MARION, 2007).

Sites recomendados

- http://www.classecontabil.com.br/
- http://www.cvm.gov.br/
- http://www.eac.fea.usp.br/
- http://www.fipecafi.com.br/
- http://www.ibracon.com.br/
- http://www.presidencia.gov.br/legislacao/
- http://www.receita.fazenda.gov.br/
- http://www.redecontabil.com.br/
- http://www.teses.usp.br/

106 | CIÊNCIAS CONTÁBEIS


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108 | CIÊNCIAS CONTÁBEIS


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Contabilidade Geral | 109


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110 | CIÊNCIAS CONTÁBEIS

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