Anda di halaman 1dari 15

revista

Edição 02

Arquitetura e Urbanismo
Construção Sustentável
água e Energia
Agricultura e Floresta
Permacultura
Geobiologia
Arte e Design
Educação

Global Ecologia Arquitetura

realização:

Centro de Educação
para Sustentabilidade
Uma nova maneira de aprender

BIOSSISTEMAS PIB OU FIB ? TRASITIONS TOWNS


Esgoto gera energia, índices para felicidade Cidades em transição
vida e beleza
Índice
EDITORIAL
Prezados Leitores,
04 CES | Uma nova maneira de aprender
A ilustração foi inspirada nos
desenhos arquitetônicos do CES, É com grande prazer 06 Arquitetura e Urbanismo | Transitions towns
onde os padrões da natureza
que publicamos a segunda
correspondem a diversas formas
interpretadas de acordo com a edição da Revista GEA, com 07 Energia | Energia solar radiada sobre o Brasil
imaginação. Para Marcelo Todes- novo layout, conteúdo, cola-
can, arquiteto responsável pelo
desenho arquitetônico do CES “A boradores e informações ino- 08 Água | Biossistemas integrados
Natureza do local queria dar asas”. vadoras. Este trabalho é fruto
10
A imaginação contribui para
o processo educacional, pois faz da integração de uma equipe Agricultura e Floresta | Biodiversidade em bambu
com que o observador da cons- transdisciplinar que segue
trução sinta-se também um par-
ticipante do resultado final. Para
assimilar as formas da natureza é
um caminho entre desafios e
conquistas, rumo a um mun-
12 Lixo | Sobras para uns. Sobrevivência para outros
preciso cultivar observação, sensi- do mais saudável e justo.
bilidade e criatividade. Pense nisso A proposta da Revista
e bom desenho!
GEA, realizada pelo CRIS
(Centro de Integração em Sustentabilidade) tem o objetivo de 13 Agenda
contribuir para uma sociedade mais saudável, através de solu-
Expediente ções eficientes e viáveis.
Esperamos que estas informações sejam ferramentas valio-
14 Sites e Livros
Coordenação Geral:
Luciana de Sá Nogueira
Jornalista Responsável:
sas para uma grande mudança positiva, onde os problemas são
soluções. Um forte abraço da equipe CRIS ! páginas verdes 15 Listas Verdes
Maria Claudia Baima / Mtb 892
Financeiro: Luciana de Sá Nogueira 16 HQ Tibá
Felipe Guarino Coordenadora da Revista GEA

Capa e Design Gráfico:


Henrique Barone e Fernanda Ribeiro
www.hfdesign.com.br A Revista GEA é um projeto do CRIS que tem como
17 Educação | Gestão de pessoas para a sustentabilidade
Gráfica: GrafiLar
HFDESIGN
objetivo divulgar, integrar e compartilhar soluções para
promoção da sustentabilidade em diferentes setores da
18 Transdisciplinaridade | PIB ou FIB ?
HF

sociedade. A veiculação é gratuita com tiragem de 6.000


Colaboradores desta edição: exemplares, distribuída em diversos locais como ONGs,
Marcelo Todescan, Frank Siciliano,
universidades, empresas, comércio do ramo, clientes e
Denise Mazeto, Zumm, Augustin
Woelz, Guilherme Castagna, Valmir interessados. A viabilidade da revista, conta com o apoio 19 Consumo e Tecnologia | Criar e inovar
Fachini, Luciana Lopes, Christina Bel- de colaboradores.
fort, Cristina Gailey, Marcelo Siqueira,
Alexandre Spatuzza, Monica Picavea
Informações: (11) 9257-6107 20 Geobiologia | O lado invisível da sustentabilidade
e Raphael Vasconcelos. crisrevistagea@gmail.com
Apoio: 21 Políticas Públicas e Construção Civil | Guinada verde em 2009?
22
revista

Frank Siciliano e Marcelo Todescan Arte e Design | Design com glamour e ética
Realização:

Centro de Referência
23 Projetos | 23 Passarela | 24 Mc Donald´s | 25 Bacarelli
26
e Integração em
Sustentabilidade c r i s r evi s t a g e a @ g m a i l . c o m Ciclosoluções | Desafios do ciclismo urbano
crisrevistagea@gmail.com www.revistagea.blogspot.com

 
Capa_CES

O CES - Centro de Educação


para a Sustentabilidade
Uma nova maneira de aprender
Luciana de Sá Nogueira
Educadora e Gestora Ambiental
luciananogueirasa@yahoo.com.br

O
CES é a concretização de um sonho. Sua pro- A construção do CES envolveu uma grande va-
posta é transformadora, otimista e demons- riedade de tecnologias e materiais de construção de
tra a possibilidade de uma nova maneira de baixo impacto como no caso o Bambu, a terra e a ma-
viver, conectada com os aspectos social, ambiental, deira certificada além do design da arquitetura basea-
econômico e visão de mundo - considerados os 4 do nos padrões da natureza. A respeito do manejo de
pilares da sustentabilidade. água forão implantados sistemas de aproveitamento
da água da chuva e o Biossistema integrado para o
tratamento da água e geração de biogás. As fontes de
energia renovável aplicadas são a Solar e Eólica.
Muitos materiais utilizados para revestimento
foram doados por empresas como cacos de cerâmi-
ca para Mozaico da LEPRI, Piso de pneu Reciclado
da CIAFORM, revestimento de casa de semente de
babaçu e coco da EKOBE, Vidro Reciclado da UBVI-
DRO, Placas de aparas de tubo de creme dental da
Ecollit entre outros.
Além das referências na arquitetura e constru-
ção o CES é um Centro de disseminação do conhe-
cimento que atualmente recebe pessoas e realiza
cursos diversos para contribuir em uma sociedade
mais justa e saudável.

SAIBA MAIS
www.crisfundacaoalphavilleces.blogspot.com
www.fundacaoalphaville.org.br
Localizado no condomínio AlphaVille Burle Marx, em www.crissustentabilidade.blogspot.com
São Paulo é uma iniciativa e fruto da parceria entre a
Fundação Alphaville, a prefeitura de Santana do Par-
naíba e o CRIS (Centro de Referências e Integração em
Sustentabilidade), que integrou uma equipe multidis-
ciplinar nas áreas de bioconstrução, manejo de água
e energia renovável.
Antes e durante toda a implantação foram ofe-
recidas oficinas sobre técnicas sustentáveis e con-
tamos com o apoio do GAIA EDUCATION para esse
trabalho. O GAIA foi criado pelos profissionais de
Findhorn Ecovillage e está ligado à ONU, Organiza-
ção das Nações Unidas.

 
Ilustração: Henrique Barone
Arquitetura e Urbanismo Energia

Transitions Towns Energia Solar radiada sobre o BrasiL


Cidades em transição As diferentes formas e seus subprodutos
Por Marcelo Todescan Por Mônica Picavêa Por Augustin T. Woelz
Arquiteto (Todescan e Siciliano)
marcelotodescan@gmail.com
Diretora (Fundação Alphaville)
monica@alphaville.com.br
Coordenador de projetos de Aquecedores Solares
de Baixo Custo (ASBC) da Sociedade do Sol CALOR
info@sociedadedosol.org.br Usado de várias formas, como aquecer água e ar.
SUBPRODUTO: Usado com alta eficiência para aque-

C
idades de Transição é um movimento nascido cer água de banho. Temos tecnologia atender a

O
no Reino Unido, que busca a mobilização da todos, dado o baixo custo. A aplicação em escala
Brasil é o país mais bem ensolarado do
sociedade para um design coletivo da transi- permite substituir 10% da demanda nacional por
planeta. É nossa obrigação fazer o me-
ção das cidades para uma lógica mais sustentável. energia elétrica.
lhor uso desta energia, que se apresenta
O grande objetivo é reunir todos os segmentos so-
de várias formas, e de seus subprodutos:
ciais em busca de soluções para as questões que mais ENERGIA ELéTRICA DIRETA
afligem os assentamentos urbanos, buscando uma VENTO A radiação transforma-se diretamente em energia
nova forma de consumo principalmente dos com- Resulta do aquecimento da superfície que aquece o elétrica ao incidir sobre placas eletrônicas ou fotovol-
bustíveis fósseis, uma matriz energética mais susten- ar. Isto produz variação de densidade causando mo- taicas. SUBPRODUTO: Instalando as placas fotovoltaicas
tável, entre outras questões. vimentações das massas atmosféricas. SUBPRODUTO: sobre 6% da área nacional, poderíamos fornecer toda a
Os motivos são os mais diversos, mas a aborda- Ao incidir sobre geradores eólicos, (grandes cata-ven- energia usada pela humanidade (desafio: alto custo).
gem de Rob Hopkins tem como base o Pico do Petró- tos) é gerada energia elétrica limpa; nosso potencial
leo e as Mudanças Climáticas: eólico é 1,5 vezes a do parque elétrico instalado.
Pico do Petróleo: Achar alternativas para esta
fonte de energia finita entre outras é crucial para o BIOMASSA

Foto: Sociedade do Sol


Foto: Maíra Carbonieri
futuro da humanidade, pois é certo que chegamos Cobertura vegetal da nação. SUBPRODUTO: A vege-
ao limite do uso do petróleo em nossa civilização. tação produz álcool, óleo diesel e energia elétrica.
Mudanças Climáticas: Não se sabe ainda quais Temos potencial para substituir todo o petróleo
serão as conseqüências futuras, mas é consenso consumido no Brasil.
que existe um aquecimento global que está mo-
dificando o clima em todo o planeta, ocasionando
desde os desequilíbrios mais tênues até as gran-
des catástrofes como furacões destruidores, tsu-
namis, enchentes e terremotos.
Esse olhar proposto por Hopkins traz uma ma-
neira mais positiva e ativa de se posicionar frente
a esse grande desafio de migrar de uma sociedade
insustentável para um mundo mais perene, e que Foto: Sociedade do Sol
Fotos. Da esquerda para a direita: Forno solar - Exposição
não consuma com tanta avidez os recursos
naturais. Talvez por esse motivo sua expan- ONDAS DO MAR em Barcelona | ASBC em Limeira - SP | ASBC no Residencial
Campo Alegre Uberlândia - MG
são venha sendo tão rápida. Atualmente, Subproduto dos ventos. SUBPRODUTO: Tem poten-
cerca de dois anos depois da criação do cial para decuplicar a energia gerada no país. Em resumo, energeticamente falando, o Brasil é
conceito, mais de 500 cidades já aderi- uma das nações mais importantes da Terra. Atuan-
ram ao movimento e vêm em- NUVENS E CHUVAS do corretamente, parte da solução do aquecimento
preendendo seus esforços Com a radiação, as águas do mar evaporam e geram planetário estará encaminhado.
positivamente para transfor- nuvens que deságuam no continente. O excesso é
mar suas realidades. A partir absorvido pelos rios, lagos e oceanos. SUBPRODUTO: SAIBA MAIS
desse epicentro, existe hoje uma rede As águas resultantes, guardadas em represas, atuam www.sociedadedosol.org.br
SAIBA MAIS www.altercoop.com.br
de transição, que desenvolve um movimento de su- www.transitiontowns.org sobre turbinas e geradores. A hidrelétrica é a princi-
www.energiasrenovaveis.com
porte e de incentivo às demais. pal fonte de energia da nação.

 
Água

Biossistemas Integrados
Transformando esgoto em energia, vida e beleza
Por Gui Castagna

Foto: George Chan


Engenheiro Civil e Permacultor
guilherme@permacultura.org.br

Foto: Luciana de Sá Nogueira

Fachini: A escolha das comunidades é feita em vista


das necessidades locais. Quando a solicitação par-
te de uma comunidade, buscamos parcerias para

E
nquanto míopes governantes celebram longo das etapas de tratamento, produzem energia a implantar o projeto. Os moradores participam das
a descoberta de novas reservas de pe- partir da biomassa das plantas, e reciclam nutrientes discussões desde o inicio, depois elegem quem vai
tróleo e multinacionais articulam lobbys para reaproveitamento na produção de vegetais e na atuar com trabalho remunerado na fase de implan-
bilionários em favor de transgênicos e de usinas recuperação de áreas degradadas. O efluente trata- tação, e posteriormente decidem quem vai operar
nucleares, uma onda de projetos verdadeiramen- do é disponibilizado com baixos níveis de nutrientes, o sistema. O trabalho de educação ambiental deve
te sustentáveis transformam esgoto e “lixo” orgâ- podendo retornar ao ambiente na forma de irrigação, ser contínuo em todas as etapas de implantação,
nico em energia, adubo e alimento. Nesse novo infiltração ou mesmo diretamente a um rio. seguindo durante a operação do projeto. Quando
caminho destaca-se O Instituto Ambiental (OIA), há produção, é possível que o operador execute

Foto: Valmir Fachini


ONG sediada em Petrópolis (RJ) com equipes na GEA: Quais são as vantagens obtidas pela implanta- suas tarefas em troca da produção. Assim o projeto
Bahia e em São Paulo. O OIA atua na pesquisa, ção de biossistemas integrados? torna-se sustentável também na operação. Em pro-
aplicação e difusão dos biossistemas integrados Fachini: Melhoria da qualidade de vida do ambien- jetos pequenos a família que cede a área para im-
- sistemas biológicos multifuncionais que reali- te, das pessoas e da água devolvida aos rios, lagos plantação do sistema depois se beneficia pelo uso
zam o tratamento de efluentes de forma simples e mar. Educação ambiental e geração de trabalho e do biogás, por exemplo. Quando o projeto está em Fotos. Da esquerda para a direita: Biossistema de aloja-
mento no SPAVENTURA, Ibiúna-SP | Biossistema chinês |
e ecológica, com baixo custo e baixo consumo de renda, além dos benefícios diretos com a produção áreas públicas, sempre que possível, o biogás é des- Fogão em escola rural na Nicarágua usando biogás.
energia, além de promover funções positivas du- de gás, de alimentos e de adubo. Um biossistema tinado para um equipamento comunitário como Abaixo : Vista aérea de biossistema na China
rante o processo. produz vida, não gera poluentes, mau cheiro ou de- uma escola ou creche.
Nosso entrevistado está no OIA desde sua fun- gradação ambiental.
dação, em 1992, quando o OIA participou de um GEA: Ouvimos dizer que se o volume de gás produ-

Foto: George Chan


projeto local de biossistemas, com a participação GEA: Tendo como pano de fundo os objetivos de zido por sistemas descentralizados em toda a China
dos laureados José Lutzenberger, o “Lutz”, do Pro- recuperação sócio-ambiental de áreas que foram fosse reunido, ele geraria o equivalente à produção
fessor George Chan, da Fundação ZERI, e do Pro- degradadas, como são definidas as etapas de de cinco usinas de Itaipu. Este número faz sentido?
fessor Michael Braumgarten, da Universidade de cada biossistema? Fachini: Sim. Eles possuem hoje mais de 11 milhões
Hamburgo, Alemanha. Filósofo e educador comu- Fachini: Resolver o problema do esgoto é uma forma de biodigestores. Uma produção mínima de 1 m3
nitário, Valmir Fachini falou à Revista Cris sobre a da comunidade iniciar outros processos de participa- por família gera 20 milhões de kW/dia, distribuídos
importância dos biossistemas. ção cidadã. Depois de constatada a necessidade, os de forma descentralizada. Uma das grandes revolu-
órgãos que devem participar são acionados, como ções do futuro é energética. A produção descentrali-
Revista GEA: O que são e como funcionam os bios- prefeituras, companhias de água e esgoto e, se envol- zada gera maior autonomia para as pessoas e a me-
sistemas integrados? De que forma eles podem co- ver pesquisa, as universidades locais. Depois dos orça- nor dependência de corporações pode ajudar em
laborar na despoluição dos rios? mentos aprovados, se definem as equipes de trabalho, outros processos libertários individuais e coletivos.
Fachini: Os biossistemas integrados são um conjunto sempre incluindo o pessoal local. Isto é fundamental
de equipamentos implantados que tentam imitar os para a posterior operacionalização do biossistema.
ciclos sustentáveis da natureza e que reproduzem os SAIBA MAIS
grandes reinos: animal, vegetal, mineral, e moneras GEA: Seguindo no tema recuperação de áreas degra- O Instituto Ambiental | www.oia.org.br
. Os biossistemas fazem com que os resíduos dos dadas, como se dá o estabelecimento dos biossiste- Fundação ZERI | www.zeri.org.br
processos humanos de produção poluam menos ao mas junto às comunidades carentes ou tradicionais?

 
Agricultura e Floresta cie Dendrocalamus giganteus no Rio de Janeiro - RJ Os bambus do gênero Guadua tem uma impor-
- e em Campo Grande - MS. Esta espécie costuma ser tância crucial na economia de Equador e Colômbia.
chamada de “bambu-balde”, pela sua grossura. Po- É uma espécie conhecida dos nativos há pelo me-

Diversidade em bambu
dem chegar a 25 centímetros de diâmetro e cerca de nos 5000 anos. Anteriormente incluídos no gênero
vinte e cinco metros de altura. Seus brotos são co- Bambusa, este bambu nativo da América possui es-
mestíveis. Quando jovens estes bambus apresentam pécies com tremenda resistência, o Guadua angus-
Espécies e Taxonomias penugem áspera marrom, quase dourada. Os maio- tifolia, sendo notadamente tido como um excelente
Texto e Fotos por Raphael Moras de Vasconcellos res bambus entre todos são das espécies Dendro- material de construção. Sua característica mais cha-
raphael@agenciabambu.com.br calamus giganteus e Dendrocalamus sinicus . mativa são os nós brancos. No Brasil existem vastas
florestas naturais de Guadua weberbaueri na Ama-
zônia. Encontramos outras espécies de Guaduas em
grande parte do território brasileiro, do sul a norte.

N
o mundo existem cerca de 1200 espécies Uma das espécies de bambu mais conhecidas Uma que está começando a ser utilizada para cons-
de bambu, divididas em aproximadamente no mundo é a Phyllostachys aurea, aqui chamado de trução é a Guadua chacoensis, também encontrada
90 gêneros. São encontrados em altitudes “bambu-mirim”, e la fora de “Golden Bamboo”, “Fishing na Argentina e no Paraguai.
que variam de zero até 4800 metros. Os tons de cor pole Bamboo” entre outros. Ele é um bambu de rizomas
são variados: preto, vermelho, azul, violeta, tendo o leptomorfos, por isso mais adaptado ao clima tempera-
verde e o amarelo como principais. Resistem a tem- do. É usado para varas de pescar, estruturas, móveis e
peraturas abaixo de zero (principalmente os lepto- trançados pela sua grande resistência.
morfos ou ‘runners’) e temperaturas tropicais (prin- O gênero Phyllostachys é o mais variado, tendo
cipalmente os paquimorfos ou ‘clumpers’). Crescem grande número de espécies. Outro bambu muito
como pequenas gramíneas ou chegam a extremos apreciado deste gênero é o Mossô: Phyllostachys
de 40 metros de altura. pubescens, muito usado na China para obtenção
de brotos comestíveis. É o bambu mais usado nos
laminados de bambu para piso e painéis (Plyboo).
Uma característica interessante desta espécie
é o aparecimento de entrenós curvados ou com-
primidos. Quando acontece de um bambu inteiro
nascer assim ele é chamado de P. pubescens “Kikko”
ou “Tortoise Shell Bamboo”, por se parecer com um
casco de tartaruga. Guadua angustifolia (less thorny Guadua angustifolia

Colmos grossos

Colmos jovens Colmos altos


Bambusa vulgaris “vittata” Bambusa vulgaris “vittata”

No Brasil existem muitas espécies nativas e


exógenas (não-nativas). O bambu da espécie Bam-
busa vulgaris é muito espalhado pelo país, porém
é originário da China, e possui colmos grossos e de P. nigra P. pubescens P. pubescens
cor verde. Uma variação desta espécie é a Bambusa P. nigra (Boryana) (Moso) (Kikko)
vulgaris var. “vittata” (ver na foto acima), também Guadua angustifolia
chamado de “bambu brasileiro”, “imperial” ou “verde A espécie Phyllostachys nigra é intrigante por ser
amarelo”, e possui grande apelo estético. O gênero primeiramente verde e, depois de maduro, preto. A
Bambusa possui apenas bambus de rizomas paqui- variação Phyllostachys nigra “Boryana” é verde com SAIBA MAIS
morfos, ou seja, de colmos bem juntos. O gênero manchas marrons, uma espécie bela. www.agenciabambu.com.br
Bambusa é usado como polpa de papel além de O gênero Dendrocalamus é originário da Ásia www.bambubrasileiro.com
fonte de bebida alcólica. também, e encontramos muitos espécimes da espé-

10 11
Reciclagem

LIXO
Sobras para uns. Sobrevivência para outros JANEIRO MAIO
. Curso de Bambu . 2º Workshop Internacional sobre “Avanços em
Por Luciana Lopes Data: 22 a 25/01/09 produção mais limpa” e “Os elementos-chave para
Geógrafa e Gestora de Resíduos Sólidos do IPESA www.tibarose.org a sustentabilidade do planeta”.
lucianalopes2003@yahoo.com.br Local: Universidade Paulista (Campus Indianópolis)
. Fórum Social Mundial 2009
Local: Belém, PA, BRasil São Paulo, SP. Brasil
Data: 27 a 31/01/09 Data: 20 a 22/05/09
www.forumsocialmundial.org.br www.advancesincleanerproduction.net
______________
FEVEREIRO
VERIFIQUE A

O
de administrativa. Grande parte também acaba por . Curso de Bio-Arquitetura
lixo é sem dúvida é um dos maiores pro-
blemas ambientais do mundo na atuali- encarar o lixo apenas como um problema que deve Data: 28/01 a 1/02/09 PROGRAMAÇÃO DO CEDRUS
ser resolvido por meio de soluções técnicas, como a www.tibarose.org www.cedrusibiuna.blogspot.com
dade. Fruto de uma lógica de vida basea-
da na produção e no consumo exagerado, a enorme logística e o uso de maquinários adequados para a
geração de resíduos é acentuada pela incorporação coleta e a destinação final mais adequada, que isente MARçO
a municipalidade de multas. Acaba-se por criar, des- . Workshop de PROUT e Neo-Humanismo
das embalagens na sua definição (aquilo que não
sa forma, um hiato entre as questões mundiais e os Data: 10-11-12/03/09 (Páscoa)
serve mais) e pela pouca aplicação de tecnologias
padrões insustentáveis de produção e consumo e as www.blig.ig.com.br/sustentavel
de reutilização e reciclagem.
alternativas locais implantadas pela municipalidade. . Fórum Mundial das Águas - World Water Forum
O lixo é também fonte de sobrevivência de mi-
Como integrar esses dois caminhos, incorporan- Local: Istambul, Turquia
lhares de pessoas que, percebendo nas sobras uma
do o tão sonhado desenvolvimento sustentável ao Data: 16 a 23/03/09
forma de garantir um rendimento geralmente su-
cotidiano das cidades? Como incorporar as pessoas www.worldwaterforum5.org
perior ao salário mínimo, criaram um “sistema” de
que vivem do lixo ao sistema oficial de gestão? Como . Ecogerma 2009: Feira e Congresso
reaproveitamento informal, paralelo ao do poder
construir alternativas de gerenciamento que dimi- sobre o Mercado de Sustentabilidade
público, que muitas vezes prefere não enxergar ou
nuam os gastos do poder público municipal com a Local: São Paulo, SP, Brasil
ainda lutar contra as iniciativas. Esse sistema é hoje,
coleta, tratamento e disposição dos resíduos? Data: 16 a 23/03/09
juntamente com os sucateiros e as indústrias, o ali-
mentador da cadeia de reciclagem, gerando empre- Há dois anos, o Estado de São Paulo aprovou a www.ecogerma.com ______________
Política Estadual de Resíduos Sólidos, comprome- . Curso de Energias Renováveis
go e a diminuição na pressão por matéria-prima e a
tendo os municípios a repesar a gestão dos seus Data: 21-22/03/09
economia dos recursos naturais.
resíduos com a organização de sistema de coleta se- www.blig.ig.com.br/sustentavel
Devido à amplitude do tema e das variantes de
letiva, compostagem, aproveitamento dos entulhos sustentabilidade@visaofuturosp.org
cada um, as discussões para a gestão dos resíduos
e destinação correta do lixo hospitalar e das sobras . Revestir 2009
sólidos acabam muitas vezes por caminhar em sepa-
do sistema. Data: 24 a 27 de março de 2009
rado. De um lado, cada vez mais as organizações não
Ainda há um longo caminho a ser percorrido, www.exporevestir.com.br
governamentais e os pesquisadores do tema, acredi-
proutsp@gmail.com
tam que é necessário repensar os padrões atuais de mas a regulação do sistema, aliado ao crescente in- 3-5 March | Earls Court
consumo e descarte, estimular o consumo conscien- teresse da sociedade pela reciclagem, mostra que
te e a necessidade de melhorar as condições de vida em um futuro não muito distante os resíduos sóli- ABRIL
. Curso de Agrofloresta www.eventostravel.com
e trabalho dos catadores. dos podem deixar de ser um problema para as admi- Telefax: +55 (41) 3308-4906
nistrações municipais e passar a ser um potencial de Data: 02 a 05/04/09
Do outro lado, grande parte das prefeituras, Cel: (41) 9979-2442
desenvolvimento e inclusão social. www.tibarose.org
pressionadas pelo Ministério Público ou pelos ór-
. 3º Encontro Internacional de Desenvolvimento
gãos estaduais de meio ambiente, começam a bus-
Sustentável - Realização CEBDS
car alternativas para a solução do problema do lixo.
SAIBA MAIS Local: São Paulo, SP, Brasil
Enfrentam, porém, problemas como a limitação
www.ipesa.org.br www.sustentavel.org.br
financeira, falta de conhecimento e descontinuida-

12 13
ÁGUA EKOBE - Revestimentos naturais
Gui Castagna www.ekobe.com.br
Energia Construção Sustentável Aproveitamento água da chuva
CIAFORM - Piso de pneu reciclado
Sites: Sites: guilherme@permacultura.org
www.cidadessolares.org.br www.tibarose.org.br (12) 9702-9203 www.ciaform.com.br
www.sociedadedosol.org.br www.ecocentro.org
www.solarterra.com.br www.crissustentabilidade.blogspot.com OIA - O Instituto Ambiental FASA
www.polienergia.com.br www.oia.org.br www.fibraotica.com.br
Livros: administracao@oia.org.br
Livros: . Manual do Arquiteto Descalço, Johan Van Lengen PROJETOS DE EDUCAÇÃO
. Natural Home Heating, Greg Pahl . The Hand Sculpted House, Ianto Evans, Smith & PAISAGISMO E COMUNICAÇÃO
. The Solar House, Daniel Chiras Smiley Coltivare PROATIVA Consultoria
www.coltivare.com.br www.proativaconsultoria.net
Arquitetura e Urbanismo Permacultura, Geobiologia coltivare@coltivare.com.br
Dedo Verde
Sites: e Bioclimática DESIGN DE INTERIORES www.dedoverde.com.br
www.auroville.org Sites:
www.permacultura.org.br Ana Lucia Siciliano
www.ecovillagefindhorn.org
www.ena.ecovillage.org www.arquitecturatropical.org www.alsarquitetura.com.br BRINDES PROMOCIONAIS
analuciasiciliano@gmail.com Amazon Paper
www.verdesaine.net www.amazonpaper.com.br
Livros: www.geobiologia.org.br
. Schumacher Briefings - Ecovillages, New Frontiers CENTROS DE EDUCAÇÃO BIOCONSTRUÇÃO COM BAMBU
for Sustainability, Jonathan Dawson
. Ecovillage Living, Hildur Jackson and Karen
Livros:
. Introdução a Permacultura, Bill Mollison
DE BIOCONSTRUÇÃO ZUMMaresias
CEDRUS - Centro Educacional para o zunn@bambubrasileiro.com
Svensson . Basics of Permaculture Design, Ross Mars desenvolvimento rural sustentável
www.cedrusibiuna.blospot.com BIOCONSTRUÇÃO EM TERRA
Educação Economia TIBA
Verdesaine
Sites: Livros: www.tibarose.com www.verdesaine.net
www.gaiabrasil.net . El Futuro Del Dinero, Bernard Lieter tiba@tibarose.com
www.gaiaeducation.org . Mercado Ético, Hazel Henderson PROJETOS ESTRUTURAIS
CES - Centro de Educação para a Sustentabilidade Gilberto Pinto Rodrigues
Livros: www.fundacaoalphaville.org.br gilbertopintorodrigues@gmail.com
. Escola Sustentável, eco-alfabetizando pelo am- (11) 3021-3645
biente (2a. Ed), Lucy Legan
. Jornada de Amor à Terra - Ética e Educação em LOJAS DE MATERIAIS CRÉDITOS DE CARBONO
Valores Universais, Laura Roizman & Elci Ferreira Prima Matéria
www.primamateria.com.br ECCAPLAN
www.eccaplan.com.br
Água Ecomercado Avisrara ricardo.uchoa@eccaplan.com.br
Sites: www.ecomercado.com.br
www.oia.org.br PROJETOS E CONSULTORIAS
MATERIAIS E REVESTIMENTOS PARA CONSTRUÇÃO
Livros LEPRI - Cerâmicas recicladas
. Create an Oasis with Greywater, Art Ludwig www.lepri.com.br SUSTENTÁVEL
. Rainwater harvesting for Drylands, Brad Lancaster CRIS - Centro de Integração em Sustentabilidade
. Aproveitamento de Água de Chuva, Masato Ko- UBV - Vidros recicláveis www.crissustentabilidade.blogspot.com
biyama, Ushiwata & Afonso www.vidrosubv.com.br denise.mazeto@gmail.com

Alluse - Telhas e Placas de aparas PRÁTICAS HOLÍSTICAS


de tubo de pasta de dente Visão Futuro
www.alluse.com.br www.visaofuturo.org.br
joaomaterezio@gmail.com

14 15
Educação

Gestão de Pessoas
para a Sustentabilidade
Por Cristina Gailey
Psicóloga e Diretora da Proativa Consultoria
cgailey@terra.com.br

A
forte demanda por gestão sustentável
exige equipes bem preparadas para se
obter maior eficiência e melhoria contí-
nua de seus processo produtivos, melhorando seu
desempenho ambiental e aumentando sua compe-
titividade no mercado.
Só será possível atingir esta consistente mudan-
ça de cultura a partir do trabalho de mudança de
atitudes, pautada no desenvolvimento de compe-
tências compatíveis com a demanda sustentável,
conscientização e assimilação de valores essenciais,
éticos e sócioambientais.
Para tal, a educação ambiental, a capacitação e to-
dos os meios que visem o desenvolvimento das pesso-
as na direção destes objetivos, tornam-se ferramentas
de maior importância dentro do contexto de transfor-
mação individual e coletiva, contribuindo para:

Formar líderes para a condução de equipes para a


solução de problemas relacionados à sustentabili-
dade e responsabilidade social.
A sustentabilidade só é legítima quando prevê
Aumentar a criticidade, visão sistêmica e raciocínio viabilidade econômica com equidade social, qua-
estratégico para tomadas de decisões (urgentes e lidade de vida e garantia de preservação ambiental.
programadas) implícitas à gestão sustentável. Cada vez mais, a sociedade, o poder público e
as empresas, num esforço conjunto, devem estar
Promover boas práticas que garantam um ambiente comprometidos com este propósito, com ações que
saudável e produtivo favorável ao crescimento hu- representem uma gestão voltada ao verdadeiro de-
mano e profissional. senvolvimento sustentável.

Levar o grupo a refletir sobre a realidade que o cer- SAIBA MAIS


ca, para perceber quais as exigências em relação ao www.proativaconsultoria.net
seu papel na sociedade e na empresa em que atua.

16 17
Transdisciplinaridade Consumo e Tecnologia

PIB ou FIB ? CRIAR E INOVAR


Índices para felicidade. Caminhos O novo paradigma de
para uma nova economia sustentável desenvolvimento
Fonte: Material de divulgação / Instituto Visão Futuro Por Denise Mazeto
www.visaofuturo.org.br Integradora de Sustentabilidade do CRIS
denise.mazeto@gmail.com

S
erá que podemos criar uma economia genui- Um novo paradigna do processo – política na- FIBRA VEGETAL NA FABRICAÇÃO DE TURBINAS

P
namente sustentável? Uma economia que tra- cional baseada na compaixão em vez de cobiça ensar em sustentabilidade é buscar uma visão
ga prosperidade sem prejudicar as verdadeiras
EÓLICAS: Desenvolvida por uma empresa nacio-
FIB (Felicidade Interna Bruta), em substituição ao integrada que considere a ética como princi- nal, que substitui a danosa fibra de vidro, nociva
riquezas que temos na terra – como água e ar puros, PIB (Produto Interno Bruto) surgiu de uma reflexão pio orientador para um novo paradigma. É ter ao operário que trabalha na produção.
um solo fértil, comunidades fortes e vibrantes, o do rei do Butão, Jigme Singye Wangchuck, quando, a determinação de partir para soluções criativas e
bem-estar das pessoas e famílias harmoniosas? de que a felicidade do povo deveria ser o propósito inovadoras que almejem a felicidade e o bem estar
Sim. Podemos. Desde que desenvolvamos no- da governança. de todos os seres. COCO: Um super ali-
vas formas de avaliar fatores econômicos, sociais e A partir disso, o Centro de Estudos do Butão reu- O atual modelo econômico diz que precisamos mento, a casca e a fibras
ambientais. O PIB, que mede o total da produção e niu especialistas de todo o mundo para encontrar comprar e comprar, para assim manter o mercado dão origem a mantas
das trocas de um país, e que prega o crescimento os pontos-chaves para a felicidade, a satisfação com aquecido e gerar empregos. Nosso subconsciente, de isolamento térmico
indefinido como caminho do progresso, é cada vez a vida e o bem estar da população. aceita esse fato e cede aos impulsos. A essa lógica e acústico, botões, pas-
mais inviável em um mundo sofrendo uma profun- Após estudos chegou-se aos nove indicadores da “normose” soma-se a “doença de ser normal”, tilhas para revestimen-
da crise ecológica. que compõem o FIB atualmente: está o pensamento do “máximo lucro no menor to, vasos etc.
O Butão, um pequeno país dos Himalaias, deu tempo possível”.
um histórico passo à frente e criou o FIB, Felicidade Bom padrão de vida econômica;
Interna Bruta. Uma inovadora ferramenta nas políti- Boa governança; Novos protagonistas BAMBU: É rapidamen-
cas de planejamento, que define prosperidade em Educação de qualidade; A boa noticia é que um novo caminho começou te renovável e seqüestra
termos mais holísticos, e mede o bem-estar do cida- Saúde; a ser trilhado por pessoas que criam e inovam na re- 30% a mais de carbono
dão em vez do mero consumo de bens e serviços. Vitalidade comunitária; visão de sistemas, materiais e processos. Re-avaliam do que outra vegetação
Proteção ambiental; o ciclo produtivo para que o consumo de matéria- de mesmo porte, subs-
Acesso à cultura; prima, água, energia, mão-de-obra, entre outros, tituindo a madeira em
Gerenciamento equilibrado do tempo; tenha como ponto fundamental o respeito à vida. construções, móveis e
Bem estar psicológico. Seguem alguns exemplos: utensílios doméstico.

A Dra. Susan Andrews, psicóloga e antropólo- SOLUÇÕES DESCEN- Desafios para a ação
ga formada pela Universidade de Harvard, junto
TRALIZADAS: Energias Pesquisas mostram que o ser humano comum
com uma equipe multidisciplinar está dissemi-
renováveis, reciclagem precisa de 10 mil horas de prática para mudar o
nando o FIB no Brasil.
de resíduos, aproveita- padrão neural, um comportamento. Estamos em
mento de água de chuva transição. É preciso acreditar e incentivar com infor-
SAIBA MAIS e tratamento de esgoto mação de qualidade, clara e transparente, que leve
www.felicidadeinternabruta.blogspot.com são exemplos de solu- a reflexão e ao engajamento de cada um na criação
ções descentralizadas de uma realidade diferente, mais próxima de um
que tornam a perspecti- mundo saudável e sustentável.
va de um mundo ecolo-
gicamente equilibrado
Ilustração: Fernanda Ribeiro

ainda mais próxima de SAIBA MAIS


nossa realidade. www.crissustentabilidade.blogspot.com

18 19
Geobiologia Políticas Públicas e Construção Civil

Geobiologia uma guinada verde em 2009?


O lado invisível da sustentabilidade Por Alexandre Spatuzza
Jornalista da Revista Sustentabilidade
Por Christina Belfort spatuzza@revistasustentabilidade.com.br
Geobióloga e Educadora
chrisbel@yahool.com.br

O
s infindáveis meses de disputa pela pre- Alvarás para novas edificações que adotem
feitura de São Paulo reduziram os pro- tecnologias sustentáveis e que utilizem a infra-es-

G
eobiologia é a ciência que estuda os cam- chamadas lay lines, que são centros vitais de energia blemas da cidade em três áreas: saúde, trutura urbana existente
pos energéticos da Terra e sua interação ou meridianos que recolhem, revitalizam e depois de- transporte e moradia. Questões programáticas, Redução da necessidade de deslocamento na ci-
com os seres vivos. Sendo considerada volvem a energia ao ambiente. Uma obstrução de lay ideológicas, e, portanto, complexas, foram deixa- dade para trabalho, acesso a serviços públicos e lazer
parte complementar da Biologia, está associada ao lines regionais acontece quando grandes quantida- das de lado. Permeabilização do solo (também critérios
estudo de fatores climáticos e, mais recentemente, des de terra são mobilizadas, como na construção de Temas como mudanças climáticas e construção para entrar nos novos códigos de edificações)
aos processos bioquímicos da vida. Hoje em dia, con- barragens, desvio do curso de rios ou implantação de civil não foram discutidos, mesmo sabendo-se que Isenção de impostos, redução da outorga one-
tudo, sua atuação mostra-se bem mais ampla. torres de alta tensão. Tais obras interrompem o forne- a construção civil é uma das atividades que mais rosa e outros instrumentos econômicos, como
O estudo das linhas de energia do planeta não é cimento de vitalidade e em pouco tempo os cidadãos responde pela emissão de gases de efeito estufa, pagamento de compensações para um fundo de
tão novo assim. Todas as anti- começam a sentir os efeitos geração de resíduos e desperdício de energia. desenvolvimento sustentável pelos poluidores,
gas civilizações conheciam o negativos, observáveis no Os edifícios consomem 40% da energia mun- também constam do projeto de lei.
tema e faziam sérios estudos aumento de incidência nos dial. Emitem 48% dos gases de efeito estufa na sua
antes de construírem suas hospitais, delegacias, cor- construção e operação, além de consumir 15% a Esperamos que o prefeito reeleito reapresente
casas. Sabia-se que dentro da rupção, violência, poluição e 75% dos recursos naturais, como madeira (66% de o projeto para debate e queremos participar deste
malha energética que a tudo visível baixa na qualidade de toda a madeira consumida), metais, areia e pedra. novo mundo. Um mundo real e complexo, carente
e a todos envolve, existem vida. O prefeito Gilberto Kassab enviou à Câmara de soluções igualmente complexas, solidárias e,
pontos chamados de telú- Municipal o projeto de lei 0530/2008 que instrui por que não, revolucionárias.
ricos, que não favorecem a Universo vivo e pulsante a Política Municipal do Clima. Com dificuldade a
permanência de seres huma- Independentemente de revista Sustentabilidade conseguiu uma cópia. A “Tudo que é importante é difícil; e tudo é im-
nos. Esses aspectos não são termos ou não consciência, proposta é interessante e aborda diferentes as- portante” (Rainer Maria Rilke)
maléficos por si e fazem par- um mundo invisível atua pectos da difícil vida na metrópole, como trans-
te da ordem natural. Desde sobre todas as coisas. Por- porte, saúde, construção civil, uso do solo, resí-
o início do século XX, alguns tanto, ao adquirir um ter- duos e energia. SAIBA MAIS
médicos e pesquisadores eu- reno, alguns fatores devem Nas seções de construção civil e uso do solo, o www.revistasustentabilidade.com.br
ropeus como Robert Endros, ser pesquisados. É preciso projeto prevê os seguintes itens:
Dr. Ernest Hartman, Gustav estudar as zonas tectônicas,
Von Pohl e Manfred Curry ob- fraturas geopáticas e rochas
servaram em seus pacientes Geobiologia é a ciência que pesquisa a emissoras de radioatividade
a relação direta entre certas interação dos seres vivos com o meio am- ionizante, além de dar aten-
doenças e as energias do sub- biente e as influências das energias cósmi- ção especial à instalação
solo, como falhas energéticas, cas e telúricas sobre suas vidas. elétrica, hidráulica, tipos de
lençóis freáticos, linhas de material, tintas, calefação,
Hartman e Curry etc. circulação do ar, disposição do imóvel em relação ao
norte magnético, posição dos dormitórios em rela-
Harmonia nas malhas energéticas ção habitantes e aos banheiros, o formato do imóvel,
Chamado por secretarias de meio ambiente da dos telhados, da disposição espacial. A relação com
Europa para recuperar ambientes degradados, o ge- os vizinhos e com a paisagem também são pontos
Ilustração: Fernanda Ribeiro

obiólogo Marko Pagacntic é um dos mais reconheci- analisados pela geobiologia, cujos princípios se ba-
dos profissionais a trabalhar com a recomposição da seiam na energia existente em todas as formas de
malha energética sutil da terra. Essa malha contém as vida. Não existe nada lá fora que não seja você.

20 21
Foto: Luciana de Sá Nogueira
Arte e Design Projetos

DESIGN COM GLAMOUR E ÉTICA


Ambientes sustentáveis
Por Ana Lucia Siciliano
Arquiteta e Designer de Interiores 1
analuciasiciliano@gmail.com
PASSARELA VERDE
O
projeto de revitalização da Passarela da Ave-
Local: Avenida Eusébio Matoso, São Paulo/SP nida Eusébio Matoso foi idealizado como
Arquitetura e Projeto: Marcelo Todescan, Frank um modelo de intervenção pública sus-
Sicliano e Denise Mazeto tentável, concebido de maneira a ser também um
Colaboradores: Ana Lucia Siciliano, Eduardo

O
instrumento de educação para a sustentabilidade.
que diz respeito a tendências, design de in- pectos sociais e ambientais, assim podemos estar Giorno e Ricardo Gomide Desta forma, o partido adotado foi o de utilizar a es-
teriores nada mais relevante do que avaliar conscientes e realizar um ambiente de bom gosto, Parceria: Prefeitura do Município de São Paulo trutura existente, técnicas e materiais que causas-
os matérias que utilizaremos na decoração conforto e ética. E ainda reduziremos a poluição do Consultoria: CRIS sem o menor impacto ambiental possível.
desde as tintas, luminárias, móveis, cortinas entre ar e da água e contribuiremos para um desenvolvi- Construtora: Fakiani O projeto privilegiou a permeabilidade do solo,
outros . Ao avaliar estes produtos informe-se sobre mento comunitário mais sustentável. Patrocínio: Unibanco o uso de materiais reciclados (2) e a integração entre
a cadeia de produção e verifique se contempla as- Seguem abaixo alguns Projetos de Ambientes: Processo: Concluído o usuário e seu espaço público. A Praça Eugene Bou-
din, incorporada ao projeto, ganhou uma nova área
de permanência, onde foram instalados painéis ex-
plicativos (educacionais) e placas fotovoltaicas.
CAFÉ DO RELÓGIO A passarela, com 95 metros de extensão, ganhou
(Casa Cor, 2007) 2 painéis de madeira plástica (1). Esta madeira, com-
posta por plásticos reciclados, oferece resistência
Profissionais: Ana Lucia Siciliano, de madeira de lei e reduz os custos de manutenção.
Frank Siciliano e Marcelo Todescan Com a sobra da madeira utilizada para os painéis fo-
Piso de borracha de pneu reciclado; ram feitos os bancos em forma de espiral.
Paredes revestidas com adobe; Sobre as rampas de acesso à passarela, foi fei-
Luminárias, cardápios e displays feitos pela Amazon Paper; to um telhado verde que contribui para o entorno
Móveis de madeira de teca certificada; urbano com a diminuição das ilhas de calor, a re-
Aventais, cadeiras e poltronas são de tecidos ecológico; tenção da água da chuva, um belo visual e a criação
Jogos americanos de algodão orgânico ; de ecossistemas. No centro da passarela há outro
Cadeiras, guarda-corpos e tampo de mesas feitas de bambu. telhado verde, com estrutura de bambu. O bambu é
uma madeira rapidamente renovável que seqüestra
30% mais carbono que outras espécies vegetais do
mesmo porte. (3)
LIVRARIA COM CAFÉ 3 4 Todas as lâmpadas foram especificadas se-
(Casa Cor, 2007) gundo o consumo de energia para reduzir o gas-
to de energia.
5 Para permitir a acessibilidade dos portadores de
Profissional: Ana Lúcia Siciliano
O piso do espaço é madeira de demolição; necessidades especiais, praça e passarela são liga-
Luminárias de papel reciclado por Nido Campolongo; das por elevadores (4), cuja caixa é feita de placas de
Estante de Sucupira em madeiras certificada; aparas de tubo de creme dental.
Paredes foram revestidas de tijolos de demolição. O projeto paisagístico (5) que privilegiou as ár-
vores nativas, já adaptadas à cidade. Entre elas estão
o Ipê-roxo, o Ipê-amarelo, a jabuticabeira, a goiabei-
ra e a pitangueira.

22 23
Projetos Projetos

MC DONALD’S DA RIVIERA
SEDE E ESCOLA DE MÚSICA
DE SÃO LOURENÇO
MATERIAIS
- Bambu.
Local: Riviera de São Lourenço, Bertioga/SP - Tijolo de Demolição. DO INSTITUTO BACCARELLI
Arquitetura e Projeto: Luciana Martello, Frank - Madeira FSC (certificação que garante a origem Local: Comunidade de Heliópolis -
Siciliano e Marcelo Todescan sustentável do produto florestal, e o reflorestamento Zona Sul de São Paulo/SP
Consultoria: CTE e CRIS da região da extração). Arquitetura e Projeto: Frank Siciliano e
Construtora: Enplatec - Placas composta de aparas de tubos de pasta dental. Marcelo Todescan
Processo: Concluído - Tintas a base de terra e água. Construtora: Caruso
- Concreto tipo CPIII. Patrocínio: Primeira Etapa - Provida
- Revestimento com pastilhas de coco e arroz. Processo: Primeira etapa concluída
- Pisos de cerâmica com resíduos de lâmpadas fluo-
rescentes e pneu.

O
- Madeira Plástica 100% reciclada. Instituto Baccarelli é uma associação civil dade de Heliópolis. No projeto além das implanta-
sem fins lucrativos que tem por missão ofe- ções para melhor atender os alunos e a adequações
ENERGIA recer formação musical e artística de exce- acústicas o projeto inclui tecnologias de baixo im-
- Placa de Aquecimento Solar. lência proporcionando desenvolvimento pessoal e pacto na construção.
- Placa Fotovoltaica para Iluminação externa. criando a oportunidade de profissionalização, com
- Lâmpadas Fluorescentes e LED. foco em crianças e jovens em situação de vulnera- TECNOLOGIAS LIMPAS
- Ar condicionado monitorado com fluido refrigeran- bilidade social, preferencialmente na comunidade - Tratamento de esgoto por biosistema que, além de

O
Mc Donald´s Riviera de São Lourenço será o te ecológico, que elimina completamente o CFC que de Heliópolis. não utilizar produtos químicos nem contribuir para a
primeiro restaurante da rede na América La- agride a camada de ozônio. A entidade gerencia os programas: Sinfôni- sobrecarga da rede publica de esgoto, gera gás para
tina que reunirá em sua construção e arqui- ca Heliópolis, de prática orquestral; Orquestra do uso da cozinha industrial e permite o reuso da água
tetura tecnologias de baixo impacto com a adoção ÁGUA Amanhã, de iniciação e aprimoramento em estudo para regar o jardim e lavar o pátio interno.
de fontes de energias renováveis, manejo sustentá- - Vasos sanitários com válvulas de dois fluxos. de instrumentos e o Coral da Gente, de iniciação e - Aproveitamento da água da chuva que será coleta-
vel da água e materiais de construção como bambu, - Aproveitamento da água de chuva em usos diversos. aperfeiçoamento em canto coral com técnicas de da e armazenada para fins não potáveis.
madeira certificada e outros. espera reduzir por ano - Torneiras e registros automáticos para a redução do expressão cênica. - O edifício dispõe de um gerador elétrico com placas
14% do consumo de energia, o equivalente a 50 mil consumo de água. A partir de 2003 o Instituto Baccarelli em parce- fotovoltaicas.
KW, e economia de 217 mil litros de água, cerca de ria com a Todescan Siciliano Arquitetura deu início - Sala de concertos conta com um teto jardim, que
50%. A iluminação solar responderá por 2,5% do to- RESÍDUOS ao projeto através de um levantamento de neces- reduz a carga térmica interna da sala.
tal da energia consumida. - Coleta seletiva de resíduos recicláveis. sidades e liberação e aquisição do terreno, cedido - A eficiência energética foi outra questão considera-
Este Projeto segue as especificações das normas pela Prefeitura de São Paulo, em regime de como- da no projeto, com o desenvolvimento de um projeto
de certificações LEED (Leadership in Energy and En- PAISAGISMO dato em 2004, em um antigo pátio subutilizado da de luminotécnica com lâmpadas de alta eficiência e
vironmental Design). Ao lado, diferencias adotados: - Plantio de mudas nativas e irrigação racional. sub-prefeitura do Ipiranga, bairro vizinho à comuni- baixo consumo e um uso abundante da luz natural.

24 25
Ciclosoluções

Desafios do ciclismo urbano


Por Marcelo Siqueira
Bike-repórter da Rádio Eldorado
vadebike@gmail.com

A bicicleta no mundo
Movimentos como o 22 de setembro - Dia Mun-
dial sem carro, World Nake Bike Ride e o Critical
Mass conhecido no Brasil como Bicicletada, colabo-
ram para a formação de uma nova consciência de

V
ocê sabia a velocidade média dos carros que deslocamento urbano. Outros exemplos de proje-
circulam em São Paulo é de 17km/h? Essa len- tos de transporte público que incentivam o uso da
tidão se verifica mesmo nos finais de semana. bicicleta de referência são o Velip em Paris e o Bicing
De acordo com pesquisas, um ciclista urbano circula em Barcelona.
mais rápido que um motorista, chegando a fazer a
média de 25km/h. SAIBA MAIS
Além de ganhar mais tempo na vida, andar de www.bicing.com (11) 3052-1363
bicicleta é uma solução limpa, saudável e democrá- www.velip.paris.fr
www.bicicletada.org www.todescansiciliano.com.br
tica. Sua prática ainda reduz o impacto das desigual-
dades sociais e ajuda a humanizar o trânsito.
Com uma lista de tantos benefícios, POR QUE
as pessoas não passam a UTILIZAR MAIS a bicicle-
ta? Insegurança no trânsito e falta de infra-estrutura
podem ser algumas das respostas.

Uma questão de educação


Mas será que a inserção de ciclovias resolveria
tais problemas? Sim, mas apenas em parte. Adianta
Foto: Albrecht Gerlach

pouco dar um livro a quem não sabe ou não gosta


de ler. Estamos falando em mudança de hábitos e
isso exige políticas públicas para educação no trân-
sito, fiscalização e incentivos à construção de uma
cultura de ciclistas.

Fotos. Ao lado, de cima para baixo: Velip - França | Bicing


- Barcelona | Abaixo, da esquerda para a direita: Marca de
ciclovia | Bicicletada, Avenida Paulista - São PauloPaulista .
Foto: pollyrosa.multiply.com/photos

Foto: Maíra Carbonieri

26 27
projetos, consultorias e implantações de projetos integrados

Contato: denise.mazeto@gmail.com
Tel.: (11) 3467-8517
www.revistagea.blogspot.com

Apoio: Reflorestamento
Agroflorestal:

28

Anda mungkin juga menyukai