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UNIVERSIDADE DE SAO PAULO Reitor: Prof, Dr. Flavio Fava de Moraes Viee-Reltora: Pro? Or Myrlam Krasichik FACULDADE DE EDUCAGAO bitetora: Prof Ort Anne Marla Pessoa de Carvalho Vice-Diretor: Prof, Dr. Jodo Teodoro D'Olim Marote COMmIsSAO DE PUBLICAGOES 1994-96 ‘Sanda Zakla Lian Sousa Maria F. de R. e Fuseri Elaa Yukie Maeda (Secretaria) Marcia Regina Franguell (Secretaria) Selma Garrido Pimenta (Presidente) Alrénio Mendes Catan ‘Andres Viana Daher Gynthia Pereira de Sousa REVISTA DA FACULDADE DE EDUCAGAO Editor: Sema Gavido Pimenta Secretar'a Editorial: Elza Yukie Maeda, Marcia Regina Franguel Diagramagdo: Paulo Roberto Katuni (LIFE) Capa: Zaven Paré CONSELHO EDITORIAL Fazem parte do Conselho Editorial todos os professores da FEUSP, inclusive os aposentados, olém dos seguites cocenles de outras Insituleoes: ‘Anna Franchi- PUGISP Luz Antonio Cunha - UFF ‘Amba Domingues de Casto - UNICAMP Magda Becker Soares - UFMG. ‘Aparecida Joly Gouvela - FFLCHIUSP ‘Maria Antonieta A, Celani- PUCISP Bemadete A. Galt - FCChagas Mari de Lourdes Favero - UFR Gatos Benelto Martins - UnB Maria Helena Souza Palo -IPIUSP Garoa Roberto Jami Cury - UM Maria Laura B, Franco - FCChagas Gelestino Alves da Siva Jr, - UNESP ‘Marie Pita Nelo Sales de Olveira- CEFET-MG Claudia Davis -FCChagas Mary Aizawa Kato - UNICAMP emetic Delzoicey - UFSC Osvaldo Sanglorgi- ECA/USP Edgard de Assis Carvalho PUCISP Roberto Romano - IFCHIUNICAMP. mat Harnburger-IFTUSP Samvel Promm Nato IPIUSP fa V, NogrBo - FFLCH/US Sedi Hirano - FFLCHIUSP. Porto Witte IPUSP. ‘Sonia A. Ignacio Siva = PUCIS. Guacira Lopes Louro - UFRGS ‘Walter Esteves Garcia « INEPIMEC Heloisa R. Fernandes - FFLCHUSP \Waler Moraes - Tribunal de Justiga :CAIUSP Zima de Morals R. ce Oliveira - FECURP LT REVISTA FINANCIADA COM RECURSOS CO Groorama de Ana a Publeagdes Cintcas (re eg FINE?) Revista da Faculdade de Educagao Orgéo oficial da Faculdade de Educacao da Universidade de Sao Paulo ISSN 0102-2555 RFaceduc [SaoPaulo [v.21 [a2 [p.01-163 [juldez.1995 Tradugao PODER E DESVELO NA SALA DE AULA Belmira Oliveira BUENO” APRESENTAGAO E NOTAS SOBRE A TRADUGAO © texto, cuja tadugdo esta sendo apresentada neste nimero da REVISTA DA FA- (CULDADE DE EDUCAGAO, traz 0 relato de um estudo elnogréfico realizado em uma sala de aula de uma escola elementar nos Estados Unidos. Oe auloria do Dr. George Nobit, da Uni versity of North Carolina at Chapel Hil, esse trabalho fol pubicado originalmente no American Educational Research Journal (Spring 1983, Vol.30, N* 1, pp.23-38) sob o titulo Power ant Caring, Sua lraducao para o portugués fol considerada relevante, enlre outras razBes, pelas Contribuigbes que pode trazer a0s pesquisadores inleressados em fazer etnografia na escola e na sala de aula, Gostaria de chamar a atensdo para dols aspectos. O primeiro dz respelto ao relato que 0 autor faz das mudangas que ele teve que operar sobre suas pressuposigées tebricas durante o percurso do trabatho de eampo. Embora os elnégrafos tenham sempre se preocupa- do em ressallar que este aspecto consul, justamente, uma das forgas da elnograia,é curior * Prfestora Douera do Deparamente de Metoslogia do Ensina « Educarde Comparada de Focugade de Eaveneao sa USP Fac, Gee, Sto Paulo, v2, 12 9.118197, alte, 1088 n9 ‘0 observar que poucos autores t&m se dedicado a exposico dos embates tegricos entrenta- dos pele pescuisador quando ele vai e campo. Menos comum ainda é encontrar trabathos nos {uals 0s autores confessam estar abrindo mBo dé dias que eles construlram durante todo © \tajeto de sua vida intelectual. Independentemente de concordarmos ou nBo com as iélas @ concepgdes expressas pelo auior, penso que esta @ uma das notdvels figdes que se pode ‘aprender com este texto, ‘Alin eto chao a tag paao esto pouco tual emprepado plo ator 0 ‘et testerunto' ou gear contessanal- ea excaharcevue,sogundo le. 20 ao do pet cuisador ter tomado pare da cena da sala de au ter so "damatcarni fla plo tatu Ente arpectoexlet ol: ume ode geenvoWimanos emaconasw atten a tue opesquiadar se vb expostonottabalo de campo, mas wares Se modo evtdvl, mas Que nem sempre Incporada 4 desig, Pens gue etsacracterisa do ext trcém nel retextesaetplo da logrta quando apleade 8 Peequaaeducaioa. ‘A propésito da radug8o propriamente dita, cummpre observar em primeiro lugar que 2 palavra caring foi waduzida aqui por desvel, por entender-se que este vocdbulo vadu melhor 0 Seu sentido no contexto da teoria am que este artigo se fundamenta, A sugestdo fol da pro- fessora Denice Catan, a quem agradeco Em segundo lugar, ¢ importante escarecer que para 4 expresso Alrican American foi manta a traducdo'lteral - americano(s) africano(s) - por cexigencia 6a American Educational Research Association. Espero que uma possivel estranhe- za que 0 uso dessa expresso venha causar possa ser compensada pela reflexdo que sua presenca neste texto nos insiga a fazer sobre quesites de natureza politco-cuturas e suas repercuss6es no contexte escolar Belmira Olvera Bueno 120 Fac. Gout, S80 Paulo, ¥.21,n2,p119-17, jude, 1998 PODER E DESVELO NA SALA DE AULA George W. NOBLIT ‘University of North Carona at Chapel Hil (0 desvelo com respoito a professores @ alunos 6 geralmente definido como uma rela lo de reciprocidede. O poder do professor nem sempre esté evidente nessa definigéo, Este artigo examina como 0 poder, na perspactiva do desvelo, Pode ser visto como ume autoridede moral. O estudo etnogrdfico aqui related examina # Sala de aula de uma protessoratradicio- ‘nal d9 esto cantrado no professor @ 8 maneire com que ela consirulu o desvelo usando seu ‘poder, Sue construgo contim ume erica as nassas mansiras usueis de pensar a espe do ‘poder. A medida que nesta etnografa 0 pesauisador fez parte da cene social da sala de aula {oi dramaticamente afetado pelo estwo, este artigo etd escrito no “aulo-estemunho" ou ‘98nero “confessional”. Voces me amario mats depols que me delxaram." Pam Knight (um pseudénimo) es- va me expileando 0 que ola sempre dizia a seus alunos de segunda strie a respeito de seu felacionamento com eles durante suas avias, Pam inna me convidado para passar um dia por ‘semana em sua classe, como parte de nosso estudo sobre o desvelo em Cadar Grove School (um pseudénimo) @ estava tentando fazer com que eu compreendesse sua relaglo com as ctiangas, Hoje, considero que sua afemagdo dzia respeto ndo somente as suas criangas mas também a im, Existe muita colsa nessa afirmac8o. Em primeico lugar, indica que existe amor lente Pam e seus alunos (entre 06 cuals me Incuia). HA a promessa de que este amor vita a crescer @ a modifcarsse 20 longo do tempo. Ha a promessa de que este amor iia durar por ‘muito tempo apés termos delxado de estar sob seus cuidades. Ha também uma mensagern de ue os aluncs teriam algo @ aprender a respelto de amor, aprendizagom que viia 20 longo do tempo @ através da comparacto com outros protessores. Mas, como tentarei explcar neste Fac, Eave, Sto Pavo, v2.2, 0.119497, ler, 1998, 121 artigo, essa aprensizagem também tem relagSo com a compreensto do que o poder © ares: ponsablidade tém 2 ver com amar. Hoje, 20 pensar em Pam, vejo-a como uma pessca que compreenceu a dilerenca entre poder e autoridade moral. Ela compreendeu o que eu no pude ‘ec quando parttipei de sua classe de segunda sib pela primera ver: 0 desvelo em sala ce ‘aula nao diz respeito 4 demacracia -trata-se antes dO uso ético do poder. ‘Também devo admlir que este atigo ¢ minha forma - um mode académico - de tentar examinar 0 que ela me ensinou. Por isso, meu texto, aqul, de muilas maneiras, & mais sobre ‘mim mesmo do que sobre Pam ou sua turma, Cillord Geertz deneminaria minha abordagem de “auto-testemunho". John Van Maanen a chamaria de um “conto confessicnal?, Tenho lentado analisar e inlerpetar minhas copiosas notas de campo do ano que passei com ela com o abjelivo de compreender como as relacdes de desvelo e afeto dos alunos estéo ou nto ligados. O que tem mals me atrapsihado sou eu mesmo, Pam conseguiv desmontar minhas visées "aprendidas" a respelto de educagao e, agors, precso colocar meus novos entendimen- tos em alguma ordem antes que eu posse continuar com outras tentativas na andlise dos ados, Essa tarefa acabou se tornando ainda mais ciel por eu ter descoderto em minhas notas de campo algo mais que Pam tinna me conlado quando lhe perguntei a respelto da relagdo entre desvelo e 0 afeto do aluno, Ela disse! “E nfo s80 a mesma coisa?” Hoje tenho cetteza de que ela esta certa mas, coma todes os alunos intratavels, tenho que chegar a essa Ceonclusao por mim mesmo, procurando primeira compreender © que ela me ensinou antes de peder usar o que aprendi ALICAO ESTA NO APRENDIZ Pam realmente me atingu, Ela fez com que eu reconsiderasse todas 26 minhas visdes 2 respeito de poder e de desvelo, os dois concellos que provavelmente permeiam toda a mi- ‘nha hstdria intelectual © poder, e a invaravelsigagdo que dele fago com 2 opressio, lem sido © assunto sobre o qual tenho pensado, ensinadel pesquisado e escrito durante toda a minha carrera. Conhego 0 poder concebido como traga dos individuos, poder concebido como rel ‘20 enive a5 pessoas, e 0 poder insitucionalizado em ideolagias e estruluras.° Conhego 0 poder que aiguns chamam de poder “informal das redes socials: 0 poder de patrées sobre lempregados e os jogos de poder de facpBes e grupos.‘ Considerel a concap¢io de Michel Foucaut, na qual o poder esi indelevelmente ariculado com conhecimento, (No & possivel Cllrs Gear, Works and Lives (Strid: Stanors Univers Press, 1988) 73 * Jon Van Maanen, Tales ofthe Fld (Chicago: Universi of Chicago Pres 199873. ® Niclas Burbdes, "A Theory of Power in Educator, Edvealonal Theory 28.0.2 (1988): 96-114 * Setan W. Setmiat el al, eds. Finds, Fellowors, and Faclons(Beterty: Unio! Caliomia, Press 1877 m, LFae,Eoue, S80 Paul, v.21, 2, .818-197, jules 1998 ‘exercer 0 poder sem conhecimenta, ¢ impossivel o conhecimento no engendrar o poder") ¢ sua aflimago de que a "geneslogia do conhecimento precsa ser analisada ndo em termos de tives de conscitncia, medos de percencdo e formas de ideologia, mas em termos de talleas © ‘estraldgias do poder’, 0 que Foucault chamou “os mecanismas da repressio". Usel 0 pocer para analsar género, raga e quesi6es organizacionsis. Este lem sido meu principal foco, © desvelo faz parte de minha historia intelectual mals recente, tendo comecado com minha letura de Carol Giligan e Nel Noddings, seguido pela minha ajuda na lormagio de urt ‘9Tupo de estudos de professores @ alunos de ps-araduagao, em nossa Faculdade de Educa fo, para estudar 2 idéla de desvelo® Levamos em conta relacionamento, esifmuo, sali G80, dependéncia e moralddage. Nossos estudos, por sua vez, nos conduziram & pesquisa exnegtSfica sobre 0 desvelo em Cedar Grove Schoo! e a0 meu ano com Pam. Pam me fez ver ‘como 0 poder € © desvelo est80ligados e, por conseguinle, me fez relletr sabre como eu Vinha pensando, ensinando, pesquisando e escrevendo ao longo de toda a minha carrera Voce ja deve ter concluido que Pam é uma muther paderosa: essa conclusto 6 0 tema central do que se segue, © QUE PROFESSORES PODEROSOS PODEM ENSINAR A TEO- RICOS DA EDUCAGAO, © pensamento educacional ainda nao esta preparado para mulheres poderosas. Neste pals temos uma tradigde de pensamenio ligando escolas e democracia: 0 argumento comum & {que as escolas devem ser locais onde as crianeas aprendam os valores democraticos. Este linha de pensamento tem uma longa Nstéria. Ao contrario da promogdo de valores republica- 1s feta por Horace Mann, John Dewey propbs que as escolas deveriam ser estruturadas para promover valores democraticos,” De fate, a crenga de Dewey num método cientfico de resolu G80 de problemas estava ligada a sua crenca de que esse processo permit tomadas de detieto mais democraticas e o desenvolvimento de uma inlordependéncia na vida social e na sociedade.® Apesas de partiem de pressupostos muito diferentes a respeito da natureza do connecimente cientfico, os tericascrtcos também participaram dessa crenca, propondo que 08 professores pracisam ulilzar sua autoridade de forma c'teriosa para nfo reprimiem a juventude.® Percebemos um raciacinio semelnante no nivel da pratica do ensino por parte 2 wena Foucaul, Power and Knowledge, ed, Colin Gordon (New YoricPantveon Books, 1980, $2.7,80 * Col Giga, in a Dilfrant Votce (camps: Havara Unters Press, 1982), Neb Nodengs, Carlng (Gener: Univeraly of Calfoia ress, 184) 2 Jon Oawey, Damoeracy and Education (New York Macmitar 1018) * Chet Bowers, Elsmens of» Post Liberal Thacry of Education (New York: Teshers Cotege Press 1087) * Hen Gaoux lsoloy, Cultre and the Process of Sehoong (Pniadephia Temple Unversty Press, 181). Fae, cave, SBo Paulo, v2, 02, 118437 jules, 1908, cs

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