CORRENTE DE PARTIDA
Os motores elétricos são construídos obedecendo normas, segundo o uso a
que se destinam, que os padronizam conforme definições da NEMA ou da
ABNT. (Deverá constar na plaqueta de identificação a letra correspondente ao
seu padrão construtivo).
Para o primeiro caso, a corrente de partida deverá ser calculada por uma das
tabelas acima ou medida durante um ciclo de partida do motor.
CAPACIDADE DO ALTERNADOR
Do ponto de vista do alternador, é necessário fazer algumas considerações, já
que a sua capacidade de partir motores de indução depende da impedância
interna e do tipo de excitação empregado.
TIPO DE EXCITAÇÃO
Dois tipos são normalmente empregados: EXCITAÇÃO DINÂMICA e
EXCITAÇÃO ESTÁTICA. Os alternadores com excitação estática tem
respostas mais rápidas às quedas de tensão causadas pela partida de motores
elétricos. Em contrapartida, não apresentam forma de onda senoidal perfeita
dos valores de tensão, o que os tornam conta indicados para alimentação de
equipamentos eletrônicos sensíveis, especialmente os de telecomunicações. A
diferença no tempo de resposta de correção de uma variação de tensão deve-
se ao fato de que, no alternador com excitação estática, apenas a constante de
tempo do campo do alternador precisa ser vencida pelo excitador, ao passo
que, no alternador com excitação dinâmica (rotativa) ambas as constantes de
tempo, do campo do alternador e do campo do excitador, precisam ser
consideradas.
Atualmente são oferecidos alternadores com excitação dinâmica dotados de
recursos que auxiliam na capacidade de partida de motores. O destaque é o
sistema de excitação por magneto de ímã permanente (PMG), que oferece as
melhores características de excitação. Também são encontrados alternadores
com sistema de excitação dotado de compound auxiliar, constituído por um
transformador de corrente cuja saída é conectada ao campo da excitatriz por
meio de retificadores. Os alternadores com excitação PMG podem suportar até
3 vezes a corrente nominal durante um curto intervalo e os compound até duas
vezes a corrente nominal sem que ocorra queda acentuada da tensão de saída
do alternador.
EXCITAÇÃO DINÂMICA
A excitação dinâmica se faz por meio de um gerador de corrente contínua
acoplado à extremidade do eixo do alternador. Atualmente, todos os
alternadores que utilizam este tipo de excitação, estão dotados, normalmente,
de um pequeno alternador, cuja saída de corrente alternada, que é gerada no
rotor, é retificada e fornecida ao campo do alternador principal. Este sistema é
denominado comercialmente de tipo "Brushless" (ou sem escovas). O controle
de tensão é feito através da corrente fornecida ao campo do excitador,
localizado na armadura, monitorada por um regulador eletrônico de tensão.
EXCITAÇÃO ESTÁTICA
A excitatriz estática consiste de uma ponte retificadora eletronicamente
controlada, que utiliza a própria corrente gerada na armadura para alimentar o
campo do alternador. São utilizadas duas escovas, instaladas sobre anéis lisos,
para conduzir a corrente retificada desde a ponte retificadora até o campo do
alternador.
IMPEDÂNCIA INTERNA
Quanto menor a impedância, maior a capacidade do alternador partir motores
elétricos. Isto se deve ao fato de se verificar menor queda de tensão nos
terminais do alternador, quando da aplicação brusca da carga.
(Os alternadores nacionais de fabricação em série tem impedância transitória
no eixo direto, X"d, na faixa de 26 a 30%).
CONCLUSÃO
Conhecidas as potências, sistemas de partida e características dos motores
elétricos, bem como do alternador que se pretenda utilizar, é possível calcular a
potência necessária em função de uma queda de tensão instantânea
admissível, determinada pelos outros equipamentos também alimentados pelo
Grupo Gerador, evitando-se assim os inconvenientes de desarmamento de
chaves e disjuntores, piscar de luzes e falhas de equipamentos eletrônicos
sensíveis às variações de tensão.
No caso de alternadores trifásicos, a corrente nominal pode ser ligada quando
da partida de motores elétricos trifásicos, sem que haja uma queda de tensão
superior a aproximadamente 18,0%. Aumentando-se a corrente de partida em
mais 25% da corrente nominal do alternador, deve-se contar com mais uma
queda de tensão da ordem de 4,0%.
Em resumo, para um projeto normal de grupo gerador, a sua potência ativa não
deverá exceder a potência máxima admissível do motor Diesel (levando-se em
conta o rendimento do alternador). A corrente de partida de motores elétricos
trifásicos não deverá (inclusive a carga inicial do alternador) ser superior a 1,2
vezes a corrente nominal do alternador.
IP = Corrente de Partida