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Aquele garoto, tão pequenino e tão esperto, treinado e moldado pela

rapidez das coisas na cidade grande, com suas perninhas corre em direção
a escola, apertando fortemente os braços dentro do pala de lã que sua mãe
o dera, corre para escapar do frio e da garoa típicos do inverno gaúcho, na
sua mochila os livros, na suas mãos o frio, e na sua mente o sonho.

O sonho de poder como os outros coleguinhas ter uma vida melhor, desde
muito cedo Henrique descobriu o quão a vida pode ser dura e pior ainda,
que os homens podem ter dentro do peito um coração mais gélido que o
vento minuano, foram inúmeras as vezes que se abrigou da chuva sobre
uma marquise de loja e fora enxotado: “ sai daqui garoto que me atrapalhas
a freguesia”. Por mais que tivesse aqueles olhinhos piedosos não havia o
que pudesse aplacar a fúria do homem capitalista. E Henrique ia a pé na
chuva com seu chinelinho de dedo até sua casa na periferia da cidade, onde
a noite antes de dormir dividia um prato de sopa rala com os três irmão
menores, já se aprontando pra dormir, verificava se todas as aberturas das
paredes estavam devidamente tampadas com jornal, só assim amenizava o
impiedoso vento de Julho.

Deitado com sua cabeça no travesseiro, encolhido na cama com os três


irmãozinhos para se aquecer melhor, pensava no dia em que poderia dar
uma vida melhor a sua jovem e sofrida mãe e a seus irmãos. Queria ser
rápido com os números como o senhor da venda, queria dominar bem as
palavras igual fazia o Sr. Lemos na igreja aos domingos.

E foi assim que com muita fé Henrique nos deu seu exemplo de superação,
de força e de garra, Henrique virou o jogo e hoje formado em letras ministra
aulas de Português para crianças que assim como ele eram carentes. Hoje
acha engraçado pois a vila que foi criado era chamada Vila Esperança, na
cidade de Sarandi , RS, esperança essa que até hoje aviva no coração das
crianças, para que estudem se qualifiquem e transformem nossa cidade em
um lugar em que não falte calor humano. Sarandi flor da cor do sangue,
empresta o nome para o nome deste chão, sangue esse que aquece o
coração e nos aviva para a solidariedade. Aquele que menos pode ajuda
mais, esse é o lugar onde vivo, esse é o meu povo.

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