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O Que é Paleontologia?

A Paleontologia é a ciência que estuda os fósseis, ou seja, o vasto documentário de vida pré-histórica e/ou
proto-histórica. Paleontologia quer dizer "o estudo da vida antiga", do grego "Palaios = antigo; ontos =
coisas existentes; logos = estudo", mas essa é uma definição muito vaga e simplista.

A Paleontologia, tem como objetivo, principalmente a locação, descrição e a classificação de fósseis, a


evolução e da interação dos seres proto-históricos e/ou pré-históricos com seus antigos ambientes, da
distribuição e da datação das rochas portadoras de fósseis, etc.

A Paleontologia Moderna é uma ciência dinâmica, com relações com outras áreas do conhecimento,
estando preocupada em entender a evolução física da Terra, em termos das mudanças na sua geografia
(paleogeografia), no clima (paleoclima) e nos ecossistemas (paleoecologia), influenciou a evolução das
formas de vida pré-históricas. Portanto, a Paleontologia é uma ciência multidisciplinar, relacionada à
Geologia, à Biologia (principalmente Zoologia e Botânica), à Ecologia e à Oceanografia, dentre outros
campos do conhecimento preocupados em estudar as interações entre os organismos e o meio ambiente.
Atualmente, a Paleontologia preocupa-se também com a conservação do patrimônio fossilífero e de seus
ambientes correlatos.

As grandes subdivisões da Paleontologia são a Paleozoologia (estudo dos animais fósseis), a Paleobotânica
(estudo das plantas fósseis) e a Micropaleontologia (estudo dos microfósseis).

O Paleontólogo é o cientista que estuda a vida pré-histórica, a partir das evidências fornecidas pelos fósseis e
pelas rochas. Os Paleozoólogos são os cientistas especializados em Paleontologia de Invertebrados, ramo da
Paleozoologia que estuda os animais sem ossos, ou em Paleontologia de Vertebrados, estudando os fósseis
de animais com ossos, incluindo o homem fóssil (Paleoantropologia). Micropaleontólogos estudam fósseis
microscópicos, ou seja, microrganismos fósseis de parede orgânica (polens) ou mineralizada (foraminíferos).

O(s) Processo(s) de Fossilização


Muitas vezes nos perguntamos como um organismo vivo pode se tornar um fóssil.

O processo pode parecer ser simples, mas é um pouco complexo.

Quando um organismo morre, inicialmente ele é decomposto pelas bactérias e fungos que degradam a
matéria orgânica. Depois disto, o organismo pode ser imediatamente soterrado ou passar por uma série de
processos – desarticulação, transporte – e só depois ser soterrado. Esse soterramento irá acontecer quando a
água, ou outro agente, transportar o sedimento que irá recobrir o organismo. Depois de soterrado, o
organismo irá passar por um processo chamado de diagênese, que consiste na compactação (pelo peso do
sedimento) e na cimentação (o sedimento depositado sobre o organismo ou por dentro dele, através de
processos químicos, se aglomera e passa a formar uma rocha sedimentar). Nestas condições, esse
“organismo” agora pode ser considerado um fóssil. O movimento das placas tectônicas permite que uma
rocha, que antes foi um fundo de mar, um lago ou ainda uma geleira, por exemplo, seja erguida acima da
superfície e fique exposta. Nestas rochas expostas é que o paleontólogo vai procurar pelos seus fósseis.

Para obter mais informações, consulte o capítulo (Tafonomia de Vertebrados.)

Fósseis
Fósseis (termo latino que significa "ser desenterrado" ou "extraído da Terra") são restos ou vestígios
(traços) de animais, vegetais e de outros microorganismos (algas, fungos e bactérias) que viveram em
tempos proto-históricos ou pré-históricos que foram e estão naturalmente preservados nas rochas
sedimentares.
Embora exista uma tendência para considerarmos fósseis apenas as ossadas de dinossauros e de outros
grandes vertebrados pré-históricos extintos, na realidade, um registro fóssil contém representantes da
maioria dos grupos biológicos, incluindo desde o Homem fóssil até aqueles grupos representados por formas
de vida microscópica, que só podem ser vistos através do auxílio de instrumentos ópticos entre outros
instrumentos técnicos. O termo "fóssil" como já vimos, vem do latim "fossilis", que significa "extraído da
Terra". Sendo assim, podemos definir um fóssil como, Fósseis Corpóreos, ou restos (ossos, conchas) e
Fósseis-traço ou vestígios (pegadas, ovos, tubos, moldes de conchas) de organismos que viveram no
passado, dentre outras definições.

Esquema representando o processo de fossilização.

Um processo de fossilização dura milhares de anos, não ocorre de uma hora para outra. Portanto, ainda não
podemos fabricar um “fóssil em laboratório”! Entretanto, a forma como ocorre esse processo pode variar.
Algumas dessas possibilidades serão discutidas a seguir. Tipos mais comuns de Fósseis : (Restos , Vestígios
e Outros Conceitos Importantes)

Restos - Normalmente consistem nas partes duras dos organismos,


pois estas apresentam alto potencial de preservação. Os restos podem
ser compostos por: sílica (espículas das esponjas), carbonato de
cálcio (moluscos), hidroxiapatita (ossos de vertebrados), carbonatos e
quitina (exoesqueleto e exuvias de artrópodes equinodermos),
celulose e resinas(vegetais), coprolitos (fezes e outras excreções e
secreções), entre outros.

Fóssil de um artrópode trilobita, encontrado na Formação Ponta


Grossa, Devoniano da Bacia do Paraná. Material
depositado na Universidade Federal do Paraná. Escala
em centímetros (foto de Cristina Vega Dias).
Os restos fósseis podem ainda ser preservados de diversas formas:

Preservação Total;

Preservação Com Alteração Dos Restos Esqueléticos;

Preservação Sem Alteração Dos Restos Esqueléticos.

Preservação Total Dos Restos Esqueléticos


Caracteriza-se, quando ocorre a preservação das partes moles dos organismos.

Âmbar: Resina presente em algumas plantas (principalmente


gimnospermas), que pode escorrer pelo vegetal, englobando
um organismo. Essa resina, quando seca, fica endurecida,
preservando o organismo integralmente.

Inseto preservado em âmbar (retirado de Palmer, 1999).

Congelamento: Ocorre quando um organismo fica exposto a baixas temperaturas,


impossibilitando a decomposição de suas partes
moles.

Filhote de mamute preservado por congelamento,


depositado na Suíça (modificado de
www.en.wikipedia.org/wiki/Flood geology em
26.3.2007).

Preservação Com Alteração Dos Restos Esqueléticos


Quando ocorre a preservação das partes dos organismos, mas sob forma alterada.

Carbonificação: Durante o processo de decomposição de um organismo, a maioria dos elementos


químicos presentes nele podem ser perdidos, mas o carbono permanece. Normalmente os fósseis
apresentam uma coloração escura, justamente devido à presença do carbono. Ocorre normalmente
em vegetais depositados em ambiente subaquoso.
Folhas da planta licófita Lepidodendron, coletada na Formação Rio Bonito, Carbonífero da Bacia do
Paraná. Observe como o fóssil apresenta coloração escura, devido à carbonificação. Material
depositado na Universidade Federal do Paraná. Escala em centímetros (foto de Cristina Vega
Dias).

Recristalização:

Todos os minerais apresentam uma forma geométrica, obtida durante o seu processo de cristalização.
Durante a fossilização, os minerais presentes nas conchas e esqueletos dos organismos podem se rearranjar,
modificando-se, e formando outros minerais.

Exemplar de molusco bivalve Anodontites


pricei, coletado na Formação
Marília (Cretáceo da Bacia
Bauru). Reparar na pequena
porção da concha original de
aragonita (A) recristalizada em
calcita nas demais porções do
fóssil (B) (foto de Eliseu Dias).

Substituição:

Ocorre quando o mineral original constituinte de um fóssil é substituído por outro.

Concha do braquiópode Australospirifer, coletado


na Formação Ponta Grossa,
Devoniano da Bacia do Paraná.
Material depositado na Universidade
Federal do Paraná. Reparar na
substituição do material original da
concha (calcita) por pirita (foto de
Cristina Vega Dias).

Preservação Sem Alteração Dos Restos Esqueléticos


Quando ocorre a preservação das partes duras dos organismos, sem alteração.
Incrustação: Quando um mineral, transportado pela água, recobre o fóssil original e se cristaliza, formando
um envoltório ao redor do organismo.

Molusco gastrópode atual sem incrustação (á esquerda), e


um exemplar do mesmo gênero incrustado (à
direita). Materiais depositados na Universidade
Federal do Paraná (foto de Cristina Vega Dias).

Permineralização: Quando o sedimento que está ao redor do organismo (esqueleto, tronco de árvore) é
transportado pela água e preenche as cavidades desse organismo. Como resultado, o material fóssil pode
apresentar um aspecto inchado.

Osso coletado na Formação Santa Maria, Triássico da Bacia do Paraná.


Material depositado na Universidade Federal do Paraná.
Reparar na diferença de coloração do sedimento
(vermelho) e da hidroxiapatita constituinte do
osso (branco), evidenciando o preenchimento
(foto de Cristina Vega Dias).

Concreção: Durante o processo de decomposição de um organismo, este libera alguns


compostos que atraem outros elementos químicos. Este processo pode fazer com que
pirita ou calcita fiquem aderidas ao organismo, envolvendo-o em nódulos. As
concreções contendo peixes, muito comuns na Formação Santana, Bacia do Araripe,
Cretáceo do Ceará, recebem o nome de ictiólitos.

Fóssil de peixe coletado na “Formação Santana”, Mbr. Romualdo, Cretáceo da Bacia do


Araripe. Material depositado na Universidade Federal do Paraná. Escala em
centímetros.

Vestígios
Os vestígios representam evidências da existência do organismo ou de sua atividade. São úteis para
identificar a presença de um determinado organismo quando seus restos não foram fossilizados.

Dentre os vestígios, podemos citar as pegadas e pistas de organismos, coprólitos (fezes fossilizadas),
gastrólitos (rochas presentes em restos estomacais, que auxiliavam na digestão), e também a formação de
moldes internos e externos.

Para explicar a formação de moldes, vamos tomar como exemplo uma concha de um molusco bivalve. A
formação de moldes ocorre quando um organismo é depositado, e a impressão da porção interna da concha
fica marcada no sedimento (molde interno). A impressão da porção externa da concha é o molde externo.
Depois disto, a concha pode ser dissolvida, e o espaço ocupado por ela pode ser preenchido por outro
material, formando o contramolde.

Representação esquemática para a formação de moldes e contra-moldes.


A. Concha antes do soterramento.
B. Concha soterrada e necrólise das partes moles.
C. Concha dissolvida.
D. Preenchimento por outro mineral gerando um contramolde.
E. Preenchimento das partes internas por sedimento.
F. Recristalização da concha (aragonita para calcita).
G. Concha recristalizada.
H. Dissolução da concha gerando molde interno e externo.

Outros Conceitos
Importantes
Em alguns casos, alguns organismos podem ter
aparecido há bastante tempo, mas, embora
existam até hoje, seus corpos não sofreram muitas modificações ao longo do tempo geológico. Neste caso,
esses organismos são chamados de fósseis–vivos.

À esquerda: Fóssil do braquiópode Lingula, coletado na Formação Ponta Grossa, Devoniano da


Bacia do Paraná. Material depositado na Universidade Federal do Paraná. Escala em
centímetros (foto de Cristina Vega Dias). À direita: Lingula atual (retirado de
www.paleo.cortland.edu em 22.03.2007).

Muitas vezes podemos observar algumas estruturas nas rochas, que são muito parecidas com fósseis. Essas
estruturas são formadas através da passagem da água pelas fissuras entre as rochas, fazendo com que alguns
minerais, como o óxido de manganês, precipite. Como
resultado, forma-se estruturas inorgânicas semelhantes a
organismos, que são chamadas de pseudofósseis.

Pseudofósseis (dendrites) Formação Santana,


depositados na Universidade Federal do
Paraná.

Tempo Geológico
... Posso ouvir o vento passar

Assistir a onda bater

Mas o estrago que faz

A vida é curta pra ver ...

(Essa estrofe da letra de uma música da banda carioca Los Hermanos, composta pelo Rodrigo Amarante,
ilustra bem a maneira como a maioria de nós, seres humanos, percebemos o tempo).

Nossos referenciais de tempo são limitados. Concebemos o tempo em termos de eventos bem recentes.
Somos capazes de imaginar o tempo transcorrido durante a história da humanidade, não mais que alguns
séculos e isso já nos parece ser muito tempo! - Mas, a idéia de um período de tempo que envolve milhões
ou bilhões de anos se torna bastante abstrata para o nosso entendimento. Nossa “espécie” está nesse planeta
há muito pouco tempo, não mais que uns 300 mil anos. E o que isso significa quando comparado aos
aproximadamente 4,6 bilhões de anos de história da Terra?

De fato, a magnitude desse tempo profundo é muito difícil de ser compreendida por nós. Um meio de se
tentar entender essa vastidão de tempo é imaginarmos um livro contendo 460.000 páginas, em que cada
página contivesse 10.000 anos da história da Terra. Assim a página 1 relataria a formação da Terra, os
primeiros organismos unicelulares surgiriam somente na página 70.000, as primeiras plantas terrestres
estariam registradas a partir da página 418.000, os dinossauros apareceriam pela primeira vez na página
440.000 e o ser humano surgiria somente na página 459.600.

Esse livro é um exemplo de metáfora ou analogia que nos ajuda a começar a entender que a história da Terra
envolve uma vastidão de tempo muito maior do que aquela que conhecemos e que podemos conceber.
Chamamos de "Tempo Geológico" esse tempo profundo que foge aos nossos padrões de referência.

Tal escala de tempo pode ser medida através de relógios naturais, bem menos óbvios para a nossa
experiência, que refletem o ritmo da Terra. Esses relógios naturais são, entre outros, os movimentos dos
continentes, o soerguimento de montanhas, o aumento e a diminuição dos níveis dos oceanos, e também, o
surgimento e a extinção das espécies. Assim, cada rocha e cada fóssil existentes na crosta terrestre
constituem-se em arquivos naturais que guardam os segredos de muitos eventos do passado e são
ferramentas que podem nos ajudar a reconstituir a história do planeta.

Quando falamos em fósseis, logo nos lembramos dos já mencionados dinossauros. Na verdade, esses
fascinantes animais são a porta de entrada para muitas crianças tomarem um primeiro contato com a ciência,
já que todos nós temos uma curiosidade natural sobre nossa origem e sobre o passado da Terra. Mas a
diversidade da vida no passado vai muito além dos dinossauros. Muito antes dessas criaturas reinarem no
planeta, inúmeras formas de vida surgiram e se diversificaram, formando uma grande árvore da vida. A
maioria delas já se extinguiu, mas algumas deixaram descendentes que ainda hoje habitam a Terra, como
nós.

(SUGESTÕES) - Leituras Complementares


FAIRCHILD, T.; TEIXEIRA, W.; TAIOLI, F. 2000. Decifrando a Terra. Editora Oficina de Textos,
São Paulo. 558,

R.H. & PROTHERO, D.R. 1994. Evolution of the Earth. McGraw-Hill. 569 p.,

NIELD, E.W. & TUCKER, V.T. Paleontology - an introduction. Pergamon Press.

A coluna do tempo geológico


A coluna do tempo geológico, como veremos abaixo, é dividida em eons, Eras, Períodos e Épocas. Essa
divisão não é arbitrária, ela reflete grandes acontecimentos que ocorreram nas histórias geológica e biológica
da Terra. Assim, os Eons Arqueano e Proterozóico correspondem a grupos de rochas ígneas *1 e
metamórficas *2, que juntas, formam grande volume da crosta continental, com registro fóssil ausente ou
qdo. presente, escasso e composto por seres microscópicos. No final do Proterozóico é que começaram a
aparecer os primeiros seres multicelulares. Já o Eon Fanerozóico, que significa "vida visível", refletindo a
fase em que a vida se tornou abundante no planeta.

Cada uma das três Eras do Eon Fanerózóico - Paleozóica, Mesozóica e Cenozóica - ilustra um momento
especial da história da Terra e o limite entre as Eras é pautado marcadamente por eventos de extinção em
massa. Dentro da Era Paleozóica ("vida antiga") estão vários períodos. Por exemplo, o nome Cambriano
vem de Cambria, que é o nome latino para Gales, onde suas rochas foram primeiramente estudadas.
Ordoviciano vem de Ordovices, que é o nome de uma antiga tribo celta. Siluriano homenageia a tribo dos
Silures, que habitava uma região de Gales. Devoniano é uma homenagem a Devonshire, na Inglaterra onde
estão expostas rochas dessa idade. O nome Carbonífero refere-se aos depósitos de carvões que se encontram
acima das rochas devonianas. O nome Permiano foi dado porque as rochas desta idade situavam-se próximas
à província de Perm, na Rússia. A Era Paleozóica terminando com o maior evento de extinção em massa de
todos os tempos.
A Era Mesozóica ("vida do meio"), inclui os períodos Triássico, Jurássico e Cretáceo. O nome Triássico tem
a ver com a divisão em três camadas das rochas dessa idade na Alemanha, que se sobrepunham às rochas
paleozóicas. Jurássico faz referência às montanhas Jura, na Suíça, já Cretáceo vem do termo latim Creta
que significa giz, relativo às rochas calcáreas da França e Inglaterra como também de praticamente toda a
costa mediterrânea europeia..

A Era Cenozóica significa "vida recente". Ela inicia depois da grande extinção que marcou o final do
período Cretáceo e está dividida em dois períodos: Paleógeno e Neógeno, cada um deles contendo épocas.

Rochas Ígneas *1
As chamadas rochas ígneas ou magmáticas (rochas fundidas) formam-se pelo resfriamento do magma,
fundido nas profundezas da Terra. Por vezes, o magma é expelido por vulcões ou fissuras na superfície
terrestre onde pode se resfriar. Porém, comumente, o resfriamento e a solidificação do material magmático
ocorrem no interior da crosta. Em decorrência das altas temperaturas (acima de 1100C) e o local de
formação (interior da Terra) essas rochas não contêm fósseis. De fato, temperatura e pressão constituem
problema para a preservação dos restos orgânicos, na forma de fósseis. As rochas ígneas são classificadas
em extrusivas e intrusivas. As rochas ígneas intrusivas formam-se quando o magma, trazido de grandes
profundidades, atinge a superfície terrestre através de fissuras na crosta, esfria e torna-se rocha. O basalto é
um exemplo de rocha ígnea extrusiva. Já as rochas ígneas intrusivas são aquelas que se solidificam abaixo
da superfície terrestre. As rochas intrusivas podem, eventualmente, serem expostas na superfície terrestre
devido a movimentos tectônicos. Um exemplo de rocha ígnea intrusiva é o granito.

Figura 1: Rocha ígnea. Foto:

Anne, E.

Rochas Metamórficas *2
Altas temperaturas e pressão podem modificar as rochas
pré-existentes, tornando-as metamórficas (rochas
modificadas). O metamorfismo produz novas rochas
cuja composição mineral e a textura diferem daquela
da rocha original. As rochas metamórficas são
caracterizadas pelo arranjo de seus minerais em camadas
paralelas. Dependendo das alterações produzidas pelo
aumento de temperatura e pressão, os fósseis em uma
rocha já existente que será metamorfisada (modificada) poderão ser destruídos ou deformados. Um exemplo
de rocha metamórfica é o mármore, que se origina da alteração do calcário.

Figura 2: Rocha metamórfica. Foto: Hollocher, K.


Modificado de Gradstein & Ogg, 1996
Ao nos depararmos com a coluna do tempo geológico, com suas divisões já bem estabelecidas, não nos
damos conta de todo o conhecimento geológico e biológico que foi se acumulando ao longo dos séculos e
que possibilitou a sua construção. Como a idade das rochas pôde ser estimada? Como os fósseis auxiliaram
na tarefa de datação das rochas? Como se chegou à idéia de uma Terra muito antiga, com bilhões de anos?
Como se chegou às idades que limitam cada período? Essas são algumas das questões que poderão ser
elucidadas nos próximos itens.

O Tempo Profundo
Até o final do século XVIII, a ciência ainda era muito influenciada pela religião e havia a crença de que a
Terra era jovem, com não mais do que 6.000 anos de história. Essa idade havia sido estabelecida em 1650,
pelo Arcebispo Ussher (religioso irlandês), que realizou um estudo baseando-se em todas as gerações
apresentadas pela bíblia, desde Adão e Eva, e calculando seu tempo de duração. Assim, segundo Ussher, a
Terra foi criada no ano de 4004 a.C., no dia 23 de outubro, um domingo.

Nessa época havia cientistas que não aceitavam essa abordagem com base nas escrituras bíblicas e que
tentavam entender a dinâmica da terra por outros meios, com base na observação das rochas e dos
fenômenos geológicos. Foi James Hutton que mudou a tradicional visão de uma Terra jovem para uma Terra
"sem vestígio de um começo, sem perspectiva de um fim". Observando formações de rochas
sedimentares da Escócia, Hutton percebeu que estas eram produto da erosão de outras rochas, mais antigas
ainda, e que as formações geológicas eram produtos de eventos que ocorreram na história do planeta em um
tempo muito superior àquele apontado por Ussher. Assim Hutton trouxe a tona o conceito de tempo
profundo, um tempo de tal magnitude, que foge completamente aos padrões referenciais humanos.

Uniformitarismo : A base das interpretações de Hutton estava no princípio do


Uniformitarismo, que assume que as leis da natureza não mudam através dos tempos,
portanto, os mesmos fenômenos naturais que hoje são observados na Terra, também
agiram no passado. Um dos pontos fortes do trabalho de Hutton foi o reconhecimento
das discordâncias, que se caracterizam por superfícies erosivas separando dois pacotes
de rochas, sendo o superior sempre formado por rochas sedimentares. Essas
superfícies erosivas representam um hiato de tempo onde pode ter ocorrido deposição
de camadas que sofreram erosão posterior ou, então, um grande período em que não
ocorreu deposição de sedimentos. Assim, o reconhecimento das inconformidades
trouxe evidências incontestáveis para o entendimento do tempo profundo.

Charles Lyell, já no século XIX, baseou-se no princípio do Uniformitarismo para escrever sua obra
"Princípios da Geologia" (1830), assumindo que os processos geológicos operaram lenta e gradualmente no
passado da Terra, sem a ocorrência freqüente de grandes catástrofes. Segundo Lyell, "o presente é a chave
para o passado".

Os princípios da Estratigrafia
Não só as estimativas de idade da Terra eram influenciadas pela Bíblia, como visto anteriormente, mas
também os fósseis eram interpretados com base nas escrituras. Nesse contexto, os fósseis eram reconhecidos
como restos de animais que foram vitimados pelo grande dilúvio universal, configurando-se como
"testemunhas-chave" do dilúvio.

Foi a partir de estudos de alguns cientistas que não se contentavam com essas explicações simplistas e
reducionais sobre os fósseis, que esse cenário começou a se modificar.

Dentre esses cientistas podemos, primeiramente, citar Steno (Nicolaus Steno), considerado o "pai da
estratigrafia".
Steno contribuiu ainda de forma essencial no entendimento de como se dá o empilhamento das camadas de
rochas sedimentares. Ele estabeleceu três princípios que até hoje continuam sendo, a base da estratigrafia
(ramo da geologia que estuda as sequências de camadas de rochas sedimentares - ou estratos - e a sua idade,
buscando determinar os processos e eventos que as formaram). São eles:

Princípio da Superposição,

Princípio da Horizontalidade Original,

Princípio da Continuidade Lateral

Steno esclareceu também como as rochas sedimentares eram depositadas, mas não respondeu como se
poderia saber se duas camadas de rocha com a mesma litologia, aflorando em duas áreas geográficas
distintas, por exemplo, tinham ou não a mesma idade.

Vamos ilustrar esse fato com a seguinte situação: em uma região no sul da América do Sul, um geólogo
encontra uma sequência de 2 m de rochas composta por uma camada de calcário sobre uma camada de
arenito. Este geólogo viaja para o Sul da África e lá encontra camadas praticamente idênticas de calcário e
arenito com a mesma espessura de 2 m.
Ele poderia afirmar que as duas sequências de rochas são contemporâneas, ou seja, foram depositadas em
um mesmo tempo e, portanto fazem parte de um mesmo sistema deposicional(? )A resposta é NÃO! Esse
"não" deve-se ao fato de que os mesmos tipos de rochas foram depositados em praticamente todos os tempos
da história da Terra. Assim, as rochas da figura até poderiam ser contemporâneas, se fossem produto de um
mesmo evento de deposição de sedimentos que ocorreu na época em que América do Sul e Africa estavam
unidas. Mas, por outro lado, as rochas da América do Sul poderiam, por exemplo, ter sido depositadas no
período Permiano, enquanto as rochas, praticamente idênticas, do sul da África, ter sido depositadas no
período Cretáceo. Neste caso, os dois pacotes de rochas estariam separados por um "abismo" temporal de
mais de 100 milhões de anos.

Portanto, correlações temporais entre camadas de rochas não são possíveis de ser feitas com base apenas na
litologia (composição mineral, tamanho dos grãos). Como, então, resolver essa questão? É aí que os fósseis
entram em cena, como vamos ver a seguir.

Mas, antes de falarmos nos fósseis, vamos lembrar de dois outros princípios, postulados por James Hutton,
que, junto com os princípios de Steno, auxiliam no entendimento da “sequência” de empilhamento das
rochas. São eles:
Princípio das relações de corte

Uma rocha ígnea intrusiva que corta


uma outra camada de rocha deve ser
mais jovem que esta camada de
rocha.

Princípio das inclusões

Princípio das Inclusões, qdo.


qualquer, fragmento de uma rocha
que inclui fragmentos de uma outra
rocha deve ser mais jovem que a
rocha que originou estes fragmentos.

O uso dos fósseis como ferramentas para Datação Relativa


A partir dos princípios postulados por Steno e Hutton, outros cientistas começaram a tentar entender como
os fósseis contidos nas rochas sedimentares poderiam ser usados para auxiliar na estratigrafia.

Dois novos princípios, utilizando fósseis como ferramentas, se somaram aos princípios da estratigrafia.
Esses princípios foram concebidos por Georges Cuvier, um paleontólogo/anatomista de vertebrados francês,
e Willian Smith, um agrimensor inglês.

Cuvier, considerado o "Pai da Anatomia Comparada", enquanto prospectava fósseis de vertebrados nos
arredores de Paris, começou a perceber que cada camada de rochas abrigava um conjunto de fósseis
diferente das outras camadas. Verificou, também, que os fósseis das camadas mais inferiores apresentavam
características mais primitivas do que os fósseis das camadas mais superiores, os quais se assemelhavam
mais aos animais atuais. Segundo Cuvier, essa "Sucessão Faunística" era produto de extinções
catastróficas que aconteceram de tempos em tempos na história da Terra. Assim, depois de cada evento de
extinção, que dizimava a fauna inteira de uma determinada área, novos organismos provenientes de outros
lugares ocupavam os ambientes vagos. Essa teoria de Cuvier é chamada de Catastrofismo.

Princípio da Sucessão Faunística ou Sucessão Fóssil

Willian Smith, enquanto realizava seus trabalhos de agrimensor em canais e minas nas propriedades rurais
da Inglaterra, percebeu que as mesmas sucessões de rochas sedimentares afloravam em distintas regiões e
que cada camada de rocha continha, determinados fósseis que não eram encontrados nas outras camadas.
Assim, ele postulou que as camadas de rochas encontradas em áreas geograficamente distantes podiam ser
correlacionadas pelo seu conteúdo fossilífero.

Princípio da Correlação Fóssil

As correlações temporais (correlações estratigráficas) entre camadas de rocha situadas a longa distância são
realizadas com a utilização de fósseis (gêneros, espécies) que reúnem uma série de características especiais.
Estes são chamados de fósseis-guia ou fósseis-índice. Além da grande distribuição geográfica
(cosmopolitas), esses fósseis devem apresentar curta amplitude vertical (ter surgido e se extinguido
rapidamente), devem ser facilmente identificáveis e devem ser abundantes. Os melhores fósseis-guia são
organismos marinhos, de preferência, de hábito planctônico.

Assim, com o auxílio dos fósseis, estavam criadas as bases para um correto empilhamento das camadas de
rochas e sua correlação temporal. Esse método é conhecido como Datação Relativa.

Datação absoluta
Os princípios de datação relativa, através do uso dos fósseis, permitiram, ainda no século XIX, o
estabelecimento da coluna do tempo geológico. Esta foi primeiramente baseada em afloramentos de rochas
sedimentares da Europa, sendo posteriormente estendida para outros continentes. Como já mencionado, os
métodos de datação relativa possibilitam um correto empilhamento das rochas no tempo e a correlação de
distintos pacotes de rochas, mas não fornecem dados para se saber a idade absoluta (em números) das
rochas.

Foi só no início do século XX que uma nova metodologia emergiu. Com a descoberta da radiatividade e de
que alguns elementos químicos presentes nas rocha que emitiam radiação a taxas constantes, foi
desenvolvido o método de Datação Absoluta das Rochas. Para entendermos essa metodologia, vamos ter que
compreender alguns conceitos sobre isótopos radiativos.

Isótopos radiativos e de meia-vida

Na natureza, existem alguns elementos que apresentam isótopos, ou seja, elementos que apresentam o
mesmo número atômico(Z), mas diferentes numeros de massa (A).

Um exemplo é o oxigênio, que possui três isótopos:

oxigênio 16 - 8 prótons e 8 neutrons (A = 16)

oxigênio 17 - 8 prótons e 9 neutrons (A = 17)

oxigênio 18 - 8 prótons e 10 neutrons (A = 18)

No caso do oxigênio, esses isótopos que existem na natureza são estáveis. Há porém, outros elementos que
são instáveis na natureza e, devido a isso, têm a tendência a se transformarem em outro elemento mais
estável. Esses são os chamados isótopos radiativos. Nessa transformação, denominada decaimento radiativo,
radiação é emitida e calor é liberado. O decaimento radiativo é um processo lento que ocorre a uma taxa
constante chamada meia-vida.

Um dos mais conhecidos é o Carbono 14 (C14). O C14 é um dos isótopos do Carbono. O outro é o Carbono
12 (C12), muito mais abundante. O C12 apresenta 6 prótons e 6 neutros, enquanto o C14 apresenta 6 prótons
e 8 neutrons. Como o C14 é instável, ele tem a tendência a se transformar em Nitrogênio 14 (N14). A cada
meia-vida, metade dos átomos originais de C14 presentes em uma amostra vão se transformar em átomos de
N14. A meia vida do C14 é de 5.730 anos. Isso significa que a cada 5.730 anos metade dos átomos do
isótopo original (isótopo-pai) se transformará em átomos do isótopo-filho.

Como o C14 pode ser usado na datação de materiais orgânicos antigos, como, por exemplo, os ossos? A
explicação é que os vegetais, ao realizarem a fotossíntese, absorvem CO2. Este CO2 é composto tanto de
átomos de C12 (99%) quanto de C14. Os animais, que são consumidores na cadeia alimentar, incorporam
em seus tecidos parte do carbono presente nos vegetais, na forma de glicose (C6H12O6), produzida através
da fotossíntese. Ossos são tecidos vivos que acumulam carbono, seja na forma de C12 quanto de C14 e,
portanto, a proporção de N14 em relação ao C14 em um osso antigo, nos fornecerá o número de meias-vidas
transcorridas e, por conseqência, a idade daquele osso.

A datação por C14/N14 é utilizada em materiais não muito antigos, por exemplo em múmias egípcias com
alguns poucos milhares de anos. Materias mais velhos que 70.000 anos não são passíveis de datação por
C14. Por quê? Para responder a essa questão, vamos lançar mão de uma analogia.

Imagine uma festa de aniversário em que é servida uma torta deliciosa. Todos os convidados recebem a sua
fatia e resta uma última fatia no prato da torta. Cada convidado, depois de saborear a sua fatia, fica de olho
na fatia que restou, mas ninguém tem coragem de pegar a fatia inteira, pois não "pega bem". Assim, um dos
convidados se enche de coragem e corta metade da fatia, deixando a outra parte no prato. Um segundo
convidado, vai lá e corta metade da metade da última fatia. Um terceiro convidado corta, então, a metade da
metade da metade e assim por diante. Vai chegar um momento em que não há mais sequer um farelo da torta
original no prato, como mostrado na figura abaixo. Cada fatia 1, 2, 3, 4, 5 e 6 corresponde à metade da
espessura da fatia anterior.

Voltando aos isótopos, é exatamente isso que ocorre durante o decaimento radiativo. A cada meia-vida,
metade dos átomos orignais (isótopos-pais) decai, transformando-se em isótopos-filhos. A tabela abaixo
resume o que aconteceria com uma amostra contendo 1000 átomos de C14.
E assim por diante...

Se representarmos o decaimento radiativo na forma de um gráfico, vamos observar que a redução dos
isótopos-pais é diretamente proporcional ao aumento dos isótopos-filhos ao longo do tempo transcorrido
(meias-vidas).

Voltando à analogia da torta, fica mais claro agora, entender porque o C14 não se presta para datação de
amostras mais antigas que 70.000 anos. Segundo a tabela acima, em 7 meias-vidas somente 7,875
(0,007875%) dos 1000 isótopos-pais permanecem na amostra.

Bom, se o C14, com sua meia-vida de 5.730 anos, não possibilita datação de materiais muito antigos,
existem isótopos que permitem isso? - A resposta é sim ... e não.

Há de fato isótopos radiativos com meias-vidas muito superiores à do C14 (ver tabela abaixo).

O que acontece é que esses elementos não estão presentes na composição química dos tecidos dos seres
vivos e, portanto, não vão estar presentes em um resto orgânico fossilizado. Assim, esta metodologia não
serve para datar fósseis. Mas pode e vai ser aplicada na datação de rochas.
Datação absoluta de rochas

A datação absoluta das rochas baseia-se na premissa de que uma rocha é um "sistema fechado", cuja
composição química não sofre alterações por influência de fatores externos. Sendo assim, qualquer alteração
química que ocorrer na rocha, vai ser devida a decaimento radiativo de isótopos instáveis presentes nessa
rocha desde o momento de sua cristalização. Isso é válido somente para rochas ígneas, a partir de sua
cristalização e para rochas metamórficas depois de sua recristalização. As rochas sedimentares, formadas
por partículas dos outros tipos de rocha (ígneas e metamórficas) ou, ainda por partículas de outras rochas
sedimentares e restos esqueletais ou esqueleticos de organismos, não podem ser datadas pelos tradicionais
métodos baseados em isótopos radiativos. Isso se deve ao fato de que é impossível saber quando
determinado isótopo foi incorporado à rocha sedimentar.

A datação absoluta das rochas é feita por um equipamento denominado Espectrômetro de Massa.

Integração dos Métodos na Construção da Coluna do Tempo


Geológico
Se a coluna do tempo geológico é baseada em pacotes de rochas sedimentares, que não são passíveis de
datação por métodos de isótopos radiativos, então, como a datação absoluta auxiliou no refinamento das
idades dos Eons, Eras, Períodos, etc.? Bem, em muitos locais onde afloram rochas sedimentares, ocorrem,
também, rochas ígneas, como por exemplo cinzas vulcânicas, intrusões de granito, derrames de basalto, etc.,
que podem ser datadas em termos absolutos.

Assim, mesmo não sendo possível quantificar em números a idade de todas as rochas aflorantes na
superfície terrestre, pode-se de tempos em tempos obter a idade absoluta de rochas ígneas, que vão limitar
temporalmente as rochas sedimentares dentro de determinado intervalo.

Na figura acima, a intrusão de granito foi datada em 180 milhões de anos (Ma) e a camada de lava, datada
em 100 milhões de anos. Assim, podemos saber que a camada de arenitos é mais jovem que 180 Ma e mais
antiga que 100 Ma. Também sabemos que a camada de calcário na base da sequência é mais antiiga que 180
Ma e que a camada de calcário acima da lava é mais jovem que 100 Ma.
Esse exemplo nos permite entender como o "casamento" entre os métodos de datação relativa e os métodos
de datação absoluta, permitiu o atual nível de refinamento da coluna de tempo geológico.

Taxonomia e Sistemática

Como Classificar os Organismos


Os humanos sempre sentiram necessidade de agrupar os organismos na natureza, a fim de compreender a
diversidade biológica e facilitar seu estudo.

O mais conhecido Sistema de Classificação dos seres vivos foi proposto por Carolus Linnaeus em meados
do século 18. Ele criou o que chamamos de Sistemática Clássica, que utiliza de todas as características
observadas num determinado organismo para classificá-lo dentro de categorias taxonômicas organizadas
numa hierarquia. A Sistemática Clássica é responsável pela criação de Reinos, (Filos?), Ordens, Classes,
Grupos, ..., Famílias, Sub-Famílias ?) e fundamentalmente, Gêneros e Espécies.

A Sistemática Clássica exigia muita experiência do cientista para avaliar quais as características dos
organismos que deveriam ser utilizadas para sua identificação. Esta escolha era um tanto subjetiva e não
poderia ser repetida através de uma metodologia específica, já que não possuía métodos puramente
“matemáticos” objetivos para a obtenção das relações filogenéticas entre os organismos, ficando a intuição
do cientista encarregada de classificar os organismos estudados dentro desta ou daquela categoria
taxonômica.

Por volta de 1959, um entomólogo alemão chamado Willi Hennig criou a Sistemática Filogenética, que
começou a ser utilizada depois da publicação dos seus princípios, em inglês, em 1966.

No início da década de 1970, esta passou a competir diretamente com a Sistemática Clássica, gerando
acaloradas discussões em quase todos os congressos de Ciências Biológicas da época. Já na década de 1980,
a Sistemática Filogenética e sua respectiva metodologia atingiram o status de paradigma, ou seja, o sistema
mais aceito para classificar os organismos.

Mas como pode ser usada a Sistemática Filogenética? Ela difere da Sistemática Clássica em alguns
princípios básicos. Por exemplo, só devem ser utilizadas características exclusivas do grupo em questão,
eliminando as características compartilhadas com outros grupos, surgindo assim a idéia de caráter derivado.

A utilização apenas dos caracteres derivados privilegia a novidade evolutiva (apomorfia) que cada grupo
apresenta e elimina muitos aspectos compartilhados com outros grupos.

Por exemplo, dizer que um artrópode se caracteriza por possuir um cordão nervoso ventral, não o distingue
de todos os outros organismos protostômios, pois os anelídeos também apresentam esta característica.
Assim, o cordão nervoso ventral é uma simplesiomorfia em artrópodes, ou seja, um caráter primitivo
compartilado. Já a presença de apêndices articulados revestidos por um exoesqueleto é uma característica
exclusiva dos artrópodes e, portanto, uma sinapomorfia ou caráter derivado compartilhado.

A Sistemática Filogenética identifica e reúne os caracteres derivados em uma matriz de dados. Nesta matriz,
as características precisam ser polarizadas, ou seja, aquelas que mais se parecem com o ancestral recebem o
número 0 e as mais derivadas recebem números subseqüentes (1, 2, 3, etc.). Esse processo é feito
comparando os grupos da análise com um ou mais grupos externos. A escolha do grupo externo também
segue alguns princípios previstos na metodologia, embora, em síntese, possa ser qualquer outro organismo
vivo. Abaixo, estã representados três táxons (A, B, C) de um grupo hipotético de animais comparados ao
táxon que representa o grupo-externo.
Característica "dedos nas patas": 0 = ausentes; 1 = presentes.
Característica "antenas": 0 = ausentes; 1 = presentes.

A matriz de dados ilustra a transformação dos estados desses dois caracteres nos três táxons (A, B e C). Os
caracteres listados correspondem a ausência ou presença de dedos nas patas e de antenas nesses animais.

Matriz de Dados e polarização dos


caracteres:

Através de procedimentos matemáticos (algoritmo), com o uso de programas para computador (Hennig 86,
PAUP, TNT), produz “árvores filogenéticas” ou cladogramas, que representam as relações de parentesco
dos organismos analisados, ou seja, as relações filogenéticas.

Exemplo de árvore filogenética (cladograma) gerada a partir da análise da matriz de dados.

O cladograma acima apresenta dois passos (L), ou seja, cada caráter mudou de estado apenas uma vez . O
caráter 1 mudou do estado zero para o estado 1, o que significa um passo, e o caráter dois mudou de zero
para um, mais um passo no cladograma (caráter 1: 0 → 1 e carter 2: 0 → 1 / L= 2).

Se o número de características e de grupos analisados for pequeno, esse procedimento pode ser feito
manualmente, sem a ajuda de um programa de computador. No entanto, quando o número de táxons
(grupos) e caracteres é grande, os programas auxiliam o pesquisador a encontrar as árvores com o menor
número de passos evolutivos, seguindo o Princípio da Parcimônia. Isto significa escolher a árvore que
apresenta melhor resolução.

A Sistemática Filogenética nunca parte do princípio de que o exemplar em mãos é o ancestral e sim apenas
um táxon relacionado (com certo grau de parentesco) aos demais estudados.

Conceitos da Sistemática Filogenética


Grupo monofilético:

Grupo que inclui o ancestral e todos os seus descendentes.

Exemplo de grupo monofilético.

Clado: É a denominação destes grupos, daí o nome


Cladismo também aplicado a esta escola.

Cladograma ou Árvore Filogenética:

É o diagrama que representa as relações filogenéticas entre os clados.

Grupo parafilético:

Grupo que possui um ancestral comum, mas não inclui todos os seus descendentes.

Grupo-irmão:

É o grupo monofilético mais próximo daquele em foco no momento.


Exemplo de grupos-irmãos.

A forma de classificação dos organismos sofreu uma profunda modificação nas últimas quatro décadas, em
função do advento da Sistemática Filogenética.

Entretanto, o método possui várias limitações, que no momento não podem ser contornadas. Uma dessas
limitações, principalmente em paleontologia, refere-se às características utilizadas na análise. Para
classificar organismos atuais, caracteres como cor, por exemplo, podem ser utilizados. No entanto, nos
fósseis, essas características não ficam preservadas, inviabilizando o uso das mesmas.

Mesmo assim, o uso deste método se tornou generalizado, uma vez que preenche todos os requisitos
necessários para ser considerado científico, não sendo mais aceitável hoje em dia apresentar filogenias
idealizadas, como faziam os sistematas clássicos.

Tafonomia de Vertebrados

O Que Todos Esses Fósseis Estão Fazendo Aqui?


Partindo-se desta pergunta, qualquer paleontólogo começa sua busca por respostas. A formação dos fósseis
está associada a uma série de acontecimentos biológicos e geológicos iniciados com a morte de um
organismo. Sucede-se então um conjunto de eventos, como a necrólise, desarticulação, transporte e
soterramentos dos restos, até a ocorrência final dos processos físico-químicos que transformam os
sedimentos em rocha e fossilizam os organismos nela depositados.

A área da paleontologia que se ocupa em desvendar todos os processos acima mencionados é a Tafonomia.
Tafonomia é a ciência que estuda os processos de preservação e como eles afetam as informações no
registro fossilífero, englobando duas amplas subdivisões, a Bioestratinomia e a Diagênese dos Fósseis
(Fossildiagênse).

Neste capítulo, vamos tratar um pouco mais sobre a Tafonomia de Vertebrados - o estudo dos processos
pelos quais os restos ósseos se transformam em fósseis -, importante ferramenta para a reconstrução de
ambientes do passado.

Uma análise tafonômica básica fornecerá importantes pistas sobre o que aconteceu com determinado animal
desde o momento da sua morte até o dia em que o encontramos fossilizado, completo, ou muitas vezes, só
partes dele. Esta análise consiste em estudar os processos de morte, necrólise e desarticulação, transporte,
intemperismo, soterramento e, por fim, de diagênese dos fósseis.
Resumo simplificado das etapas necessárias para se efetuar uma análise tafonômica básica, reconstituindo a
trajetória do resto orgânico desde sua morte até a fossilização (modificado de Holz & Simões, 2002).

A Tafonomia serve como uma excelente ferramenta no auxílio às questões paleoecológicas que surgem
quando temos um fóssil em mãos. Se um pesquisador dispusesse em uma mesa de laboratório, restos
esqueletais de algum organismo que viveu no passado geológico, baseado apenas em suas feições
anatômicas, poderia dizer que organismo é esse, qual o parentesco dele com outros vertebrados e qual seu
hábito alimentar. Porém, não poderia dizer, olhando apenas os ossos fossilizados, em qual local ele vivia,
como era o clima na época em que ele vivia, como foi que este organismo morreu e tantas outras questões de
cunho paleoecológico.

Relação entre a Tafonomia e suas subdivisões (modificado de Simões & Holz, 2002).

a Tafonomia que nos permite reconstruir a história dos fósseis e, a partir da aplicação de conceitos
ecológicos associados a análises das rochas onde os estes foram encontrados, possibilitar as reconstruções
paleoecológicas.
Tafonomia de Vetebrados
Fósseis de vertebrados podem ser preservados nos mais diversos sistemas deposicionais, mas cabe lembrar
que, com exceção dos peixes, que normalmente são preservados em ambiente marinho, a maior parte deles
ocorre em sistemas continentais. Desta forma, pacotes de rocha que representam antigos ambientes lacustres
e fluviais serão excelentes locais para a busca de fósseis, já que os vertebrados terrestres dependem de água
para viver, e, portanto, é natural encontrá-los próximos a corpos d'água.

Nos sistemas continentais, os principais depósitos onde se encontrarão vertebrados fósseis são os depósitos
fluviais. Por sua grande capacidade de erosão, transporte e deposição de sedimentos, os rios são os
principais agentes transformadores da paisagem. Como transformam a paisagem, alteram também o que está
sobre ela, incluindo-se os restos orgânicos depositados nos sedimentos característicos do sistema fluvial.
Deste modo, a tafonomia de vertebrados está intimamente relacionada com a dinâmica dos sistemas fluviais,
principalmente no que diz respeito às questões do transporte e do intemperismo.

Os sistemas fluviais podem apresentar diversas classificações de acordo com a morfologia, mas de forma
geral, eles apresentam quatro principais ambientes deposicionais: o canal, a margem do canal, a planície
proximal e a planície distal.

Principais ambientes de deposição de sedimentos num sistema fluvial (modificado de


www.faculty.gg.uwyo.edu).

O que acontece em termos de deposição de sedimentos nos diversos ambientes fluviais afetará diretamente a
preservação dos organismos (lembrando que para um resto orgânico se tornar um fóssil, ele precisa ser
soterrado!). Em dias "normais", o principal transporte e deposição de sedimentos ocorre nos canais e nas
margens dos canais, sendo que as planícies permanecem muito tempo expostas, sem que nenhum sedimento
chegue até elas. Nos eventos episódicos, como as grandes enchentes (aqueles que realmente carregam
bastante sedimento, o suficiente para soterrar diversos restos orgânicos), o excesso de sedimento
transportado pelo rio extravasa e acaba sendo depositado na planície.

Assim, na situação normal o transporte estará mais restrito aos animais que estiverem incorporados ao canal,
enquanto que nas planícies o principal agente tafonômico será o intemperismo. Já em épocas de enchentes,
todo o sistema será alterado pela grande quantidade de sedimentos que chegarão junto com a corrente
hidráulica, e ocorrerá transporte tanto nos organismos que estiverem no canal, quanto nos que estiverem
depositados nas planícies.

Para começar a elucidar a questão da transportabilidade dos ossos na água, um pesquisador chamado
Voorhies (1969) estudou como ossos de mamíferos se comportavam quando transportados no canal de um
rio. Com base nas suas observações, definiu três Grupos. No Grupo I encontram-se os elementos removidos
quase que imediatamente pela correntes, compostos por falanges, carpais (ossinhos das mãos) e tarsais
(ossinhos dos pés) , além de ossos porosos como o esterno e as vertebrais sacrais. No Grupo II se encontram
os restos removidos por saltação e rolamento, como os fêmures, úmeros, tíbias, fíbulas e costelas. Por fim,
no Grupo III estão os chamados "depósitos residuais", compostos por elementos pesados e pouco
transportáveis como o crânio e a mandíbula.

Desta maneira, a análise dos Grupos de Voorhies é de fundamental importância para aclarar a questão da
transportabilidade seletiva dos ossos. Concentrações cujo maior número de ossos pertença ao Grupo I
englobam elementos muito transportados. As concentrações ricas em elementos esqueléticos do Grupo II
podem apresentar algum grau de transporte, mas não tanto a ponto de não se poder especular sobre o local
onde o animal vivia. Já as caracterizadas por restos do Grupo III por serem depósitos residuais, praticamente
não sofreram transporte.

No geral, podemos relacionar as feições tafonômicas com o ambiente deposicional fluvial, portanto, algumas
assinaturas tafonômicas são esperadas para cada tipo de ambiente (Quadro).

Contexto ambiental Características tafonômicas

Canal Ocorrência comum de vertebrados articulados e desarticulados

Margem Ocorrência incomum de vertebrados, quando ocorrem estão desarticulados

Planície de inundação Nos sedimentos mal drenados ocorrem peixes desarticulados e tetrápodes articulados,
enquanto que na planície bem drenada ocorrem tetrápodes tanto articulados quanto desarticulados, evidência
de necrofagia/carnivoria.
Ambiente deposicional e características tafonômicas gerais das assembléias fossilíferas
encontradas (com base em Behrensmeyer & Hook, 1992).

Nota-se que a relação entre o sistema fluvial e preservação dos vertebrados é bastante intrínseca e pode ser
resumida da seguinte maneira: os rios alteram a paisagem e, por consequência, tudo que está nela. As
assembléias fósseis terão sido mais ou menos transportadas de acordo com a proximidade do canal e da
época em que este rio está (normal ou de enchentes); o intemperismo será maior em épocas normais, pois os
ossos ficarão mais tempo expostos na planície antes de serem soterrados.

E os MICROFÓSSEIS ?!

Desvendar a história da vida sobre o planeta Terra desde o seu surgimento há aproximadamente 3,5
bilhões de anos atrás até os dias de hoje é o objetivo que move os ditos paleontólogos.

Restos de organismos (restos de animais, apêndices, zooplâncton, larvas, restos de plantas, sementes,
esporos, grãos de pólen, fungos, protistas, bactérias, etc.) ou evidências de suas atividades que ficaram
preservados nas rochas são considerados FÓSSEIS.

Geralmente o mundo dos fósseis é dividido em fósseis grandes, visíveis a olho nu, chamados macrofósseis e
em fósseis microscópicos ou microfósseis, cada um com seu próprio método de coleta, preparação e estudo.

O Que São Microfósseis?

Onde Os Microfósseis Podem Ser Encontrados?

Como Passam A Ser Microfósseis?

Que Segredos os Microfósseis Podem Revelar?

Quem Trabalha Com Micrófosseis?

Quais São Os Organismos Encontrados Entre Os Microfósseis?

LOGO o que se pode cocluir ?

Paleoecologia, Paleobiogeografia, Extinções , Paleoecologia, Icnologia, Evolução, ... ... ... !

Sub-especialização - Palinologia, ou seja, o estudo dos esporos, polens e outros restos


orgânicos animais ou vegetais microscópicos modernos e fósseis trazem informações
preciosas na reconstituição ambiental, na datação dos sedimentos que os contém, além de
fornecer subsídios para o conhecimento do estoque florístico em certos momentos da
histórica Fanerozóica. Os esporos, ou seja, restos dispersos das plantas superiores e
inferiores e os polens da plantas superiores somados aos esporos de algas microscópicas que
ocorrem em água doce ou salgada e de fungos constituem os palinomorfos que são
extremamente úteis, pois se preservam com facilidade na maioria dos ambientes. São
pequeninos, em geral 30-60 micra, são abundantes em muitos ambientes naturais. Suas
estruturas internas e externas os tornam facilmente identificáveis a nível de famílias, gêneros
e espécies.
O Que Todos Esses Fósseis Estão Fazendo Aqui?

SUGESTÃO : Leitura Complementar:

LAPORTE F. LAPORTE; AMBIENTES ANTIGOS DE SEDIMENTAÇÃO, Título original


1968,“Anciet Environments”, Ed.Bras. , Ed.Edgard Blücher Ltda., 1988.

ARMSTRONG, H.A; BRASIER, M.D. Microfossils. 2.ed. Oxford: Blackwell, 2005.

CARVALHO, I.S. (ed) Paleontologia. Rio de Janeiro: Interciência, 2004.

http://www2.igc.usp.br/replicas/coluna.htm

http://www.unb.br/ig/glossario/verbete/escala_de_tempo_geologico.htm

http://www.ufrgs.br/geociencias/cporcher/Atividades%20Didaticas_arquivos/Geo02001/Tempo%20Geologico.htm

jan/20010-PEKGF

O QUE É A PALEONTOLOGIA :

RESUMO: A Paleontologia é a ciência que estuda evidências da vida pré-histórica preservadas nas rochas,
elucidando não apenas o significado evolutivo e temporal, mas também a aplicação na busca de bens
minerais e energéticos. Nas últimas décadas, a Paleontologia tem passado por uma verdadeira revolução
científica, devido, em parte, à grande popularidade de filmes e documentários sobre os mais intrigantes dos
seres pré-históricos, os dinossauros, pterossauros e outros répteis associados, todos extintos, mas também
em função de novas maneiras de se investigar os fósseis no campo e de estudar o passado da vida em
laboratório. A Paleontologia desempenha um papel importante nos dias de hoje, não podendo mais ser
encarada como uma ciência hermética, restrita aos cientistas e universidades, já que todos interessam pela
história da Terra e de seus habitantes durante o passado geológico, para conhecerem melhor suas origens

Palavras-chave: Evidências; Paleontologia; Passado Geológico; Revolução Científica.

1. DEFINIÇÃO

A Paleontologia é a ciência que estuda evidências da vida pré-histórica preservadas nas rochas (os fósseis), e
elucida não apenas o significado evolutivo e temporal, mas também a aplicação na busca de bens minerais e
energéticos. Para ter sucesso nesse campo o pretendente a paleontólogo precisa adquirir excelentes
conhecimentos geológicos e fundamentos sólidos de biologia (FAIRCHILD, 2008). Consolidou-se como
ciência no início do século XIX, com o surgimento das primeiras sociedades científicas paleontológicas,
que, com a divulgação de pesquisas serviram de suporte para o pleno desenvolvimento desta ciência
(CASSAB, 2004).

O termo Paleontologia, usado na literatura geológica pela primeira vez em 1834, foi formada a partir das
palavras gregas: palaios= antigo, ontos= ser, logos=estudo. Já a palavra fóssil originou-se do termo latino
fossilis= extraído da terra (CASSAB, 2004).
Nas últimas décadas, a Paleontologia tem passado por uma verdadeira revolução científica, devido, em
parte, à grande popularidade de filmes e documentários sobre os mais intrigantes dos seres pré-históricos, os
dinossauros, pterossauros e outros répteis associados, todos extintos, mas também em função de novas
maneiras de se investigar os fósseis no campo e de estudar o passado da vida em laboratório. Também pode
se dizer que já passaram os dias em que o paleontólogo descrevia um ossinho ou uma conchinha pelo prazer
de lançar um novo nome científico na literatura especializada, pois os fósseis armazenam muito mais
informação do que se imaginava antigamente (FAIRCHILD, 2008).

É claro que a descrição e identificação dos fósseis continuam importantes; afinal, essas informações
fundamentam estudos de evolução e biodiversidade do passado, servindo de base para a datação e correlação
temporal das rochas sedimentares. Mas cada achado também possui uma história própria, desde a morte do
organismo (animal, planta ou micróbio), a passagem por todas as fases determinantes até sua transformação
definitiva em fóssil, e essa história pode revelar detalhes do paleoclima, dos ambientes antigos de
sedimentação e dos processos físico-químicos que afetaram os sedimentos desde sua deposição
(FAIRCHILD, 2008).

Novas tecnologias, principalmente na área da "paleontologia molecular", têm propiciado avanços


impressionantes na compreensão dos princípios de vida na Terra e da cronologia das inovações evolutivas
subseqüentes (FAIRCHILD, 2008).

A Paleontologia desempenha um papel importante nos dias de hoje.Não pode mais ser encarada como uma
ciência hermética, restrita aos cientistas e universidades, já que todos interessam pela história da Terra e de
seus habitantes durante o passado geológico, para conhecerem melhor suas origens (CASSAB, 2004).

2. FUNDAMENTAÇÃO E OBJETIVOS

Os fundamentos e a metodologia da Paleontologia fundamentam-se em 4 ciências tidas como básica


(tronco): a Física, a Química, a Biologia e a Geologia. Por serem “restos” de organismos vivos, o
paleontólogo busca subsídios na Biologia. Em contrapartida, é fornecido aos biólogos a dimensão temporal
do estabelecimento dos ecossistemas atuais e complementos às teorias evolutivas e seu entendimento. É na
Geologia que se utilizam os fósseis como ferramentas para datação e ordenação das seqüências
sedimentares, interpretando os ambientes antigos de sedimentação e a identificação das mudanças ocorridas
na superfície da Terra através do tempo geológico, com sua bases em processos físicos e químicos
basicamente. (CASSAB, 2004).

3. RAMOS DA PALEONTOLOGIA

A Paleontologia é estudada através de duas vertentes principais:

a) Descritiva, objetivando a identificação, reconstituição e relações filogenéticas dos fósseis, com o objetivo
de estabelecer as correlações cronoestratigráficas e interpretações paleoambientais e ;

b) Paleobiologia, dando ênfase à identificação das leis que atuaram em ocorrências como a origem da vida,
formação e estruturação da biosfera, fenômenos de extinção e o estudo da influência dos paleoambientes na
evolução dos organismos (HOFFMAN, 1990).

Há ainda, vários núcleos de estudos, tais como Paleobotânica (fósseis de plantas em geral), Paleontologia de
Vertebrados, Paleontologia de Invertebrados (moluscos, braquiópodes, equinóides, conchostráceos, etc),
Micropaleontologia e Paleoicnologia (icnofósseis) (CASSAB, 2004).
Dentro da Micropaleontologia, temos o estudo dos palinomorfos, foraminíferos, nanofósseis calcários,
radiolários, tintinídeos, calpionelídeos, diatomáceas, dinoflagelados, ostracodes, quitinozoários e acritarcos
(CARVALHO, 2004)

E ainda dentro de cada ramo, outras áreas se apresentam, tais como:

- Paleoecologia: estudo das relações dos organismos entre si e destes com o meio. Usando os componentes
da fauna e flora e vários parâmetros, tenta inferir dados como profundidade, salinidade, produção orgânica,
nível de oxigenação do meio e as condições climáticas da época (CASSAB, 2004).

- Tafonomia: De um modo geral, pode-se dizer que a Tafonomia nasceu da necessidade do paleontólogo em
entender como os organismos e seus restos chegaram à rocha e quais foram os fatores e processos que
atuaram na formação das concentrações fossilíferas. A partir daí, a Tafonomia ganhou terreno no âmbito da
geologia e Paleobiologia, abrangendo processos sedimentológicos, responsáveis pela origem dessas
concentrações; auxilia na determinação de camadas-guias e no estabelecimento de tafofácies, sendo também
importante ferramenta na análise de bacias; na resolução temporal dos estratos fossilíferos e no
estabelecimento de seqüências estratigráficas. A Tafonomia é importante também para a identificação de
eventos sedimentares e causa mortis de organismos fósseis, permitindo reconstruções paleoecológicas
acuradas e/ou auxiliando na determinação do padrão de comportamento social em paleocomunidades
(SIMÕES e HOLZ, 2004). Estudo dos processos de transmissão dos restos biológicos (ou melhor, da
informação biológica) da Biosfera do passado para a Litosfera do presente (do Gr. taphós, enterramento,
sepultura e nómos, lei). A Tafonomia é a disciplina paleontológica que estuda a formação dos fósseis (a
fossilização, ou seja, dos processos de inclusão dos restos biológicos em contextos geológicos) e da
formação das jazidas fossilíferas, O termo "Tafonomia" foi introduzido pelo paleontólogo soviético (russo)
Iván Antónovitch Efrémov em 1940. Foi criado para designar uma nova disciplina da Paleontologia, por ele
estruturada, dedicada ao estudo dos processos de formação dos fósseis. Contudo, estudos de natureza
"tafonómica" já há muito que eram conduzidos por outros paleontólogos.

- Sistemática: classificação e agrupamento dos organismos com base na análise comparativa de seus
atributos e nas relações entre eles (CASSAB, 2004).

- Paleoetologia: Dentre os diversos ramos do estudo do comportamento animal, a Paleoetologia e, mais


especificamente, a Paleotanatose é um estimulante, fértil e novo campo de pesquisa. Tendo como
ferramentas a Paleoecologia, a Paleoicnologia, a Paleobiomecânica e a Tafonomia, subdisciplinas da
Paleontologia, é possível inferir aspectos paleocomportamentais e, dentro deste escopo, aliado à riqueza de
nossos jazigos fossilíferos e excelência de preservação, principalmente em inclusões em âmbar, é possível,
inferir Paleotanatose em artrópodes. A capacidade de enrolamento em artrópodes atuais é fator gerador de
inúmeros padrões comportamentais, entre eles, a tanatose, ou a capacidade de fingir-se de morto. A mesma
capacidade presente em ancestrais permite, por homologia, inferir que tais como outros comportamentos
usuais, como padrão de coloração, capacidade de produzir som e o de saltar, a Paleotanatose tem também
uma longa história geológica (FILIPE, 2007).

Paleoclimatologia, paleometeorologia, etc.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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FILIPE, C.H.O.. 2007. A paleoetologia e a tafonomia como ferramentas para o estudo de casos de
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HOFFMAN, A.. 1990. The past decade and the future. In: BRIGGS, D.E.G.; CROWTHER, P.R. (eds.).
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SIMÕES, M. G.; HOLZ, M. Tafonomia: processos e ambientes de fossilização. In: CARVALHO, Ismar de
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