O corpo todo funciona como uma orquestra afinada que quando diante de uma
grande tensão, apresenta cansaço de alguns de seus "membros", os quais
começam a dar sinais de cansaço e já não trabalham mais em sintonia. A
orquestra do corpo toca o ritmo da vida, com equilíbrio preciso. Porém, quando o
stress ocorre, esse equilíbrio é quebrado e não há mais entrosamento entre os
vários órgãos e cada um trabalha em um compasso diferente.
Quando esse esforço atinge o limite que o indivíduo poderia suportar, e quando os
estímulos estressantes são contínuos e de longa duração, ele pode se transformar
em doenças, das mais diversas. Dessa forma, o corpo dá um álibi para que a
pessoa modifique sua rotina.
O stress pode ser "medido por fora", isto é, por fatores externos e desagradáveis –
situações traumáticas, acidentes, perda de um ente querido por morte ou
afastamento, roubos, perda do emprego, perda da liberdade. E pode até mesmo
ocorrer devido a fatores externos positivos, desde que impliquem em uma
mudança brusca no estilo ou na qualidade de vida de uma pessoa – tais como
ficar rico de repente, casar-se, mudar-se de país, etc. Isto significa que fatores
ruins e bons podem ocasionar o stress, pois essas mudanças tiram o indivíduo de
seu ritmo natural, forçando-o a adaptar-se às novas situações.
Já os fatores internos são os mais decisivos, e são estes que mostram que dois
indivíduos sujeitos ao mesmo fator externo têm reações bastante diferentes,
podendo um desencadear o stress e o outro não. A perda do emprego, por
exemplo, pode ser muito ruim para um executivo que acredita que, pela idade, não
conseguirá outro emprego. Mesmo que ele tenha recursos para sobreviver
modestamente até o fim da vida, ele pode se sentir desamparado sem o vínculo
com a empresa, o status de seu cargo, a remuneração mensal e o padrão de vida
do qual tem medo de abrir mão. Um outro indivíduo, pelo contrário, pode encarar a
perda do emprego como uma boa oportunidade para fazer algo diferente, começar
seu próprio negócio e testar novas habilidades, transformando um hobby em
profissão, sem se importar com a aparente segurança que uma empresa
proporciona.
Além disto, a visão não consegue mais focalizar o detalhe e, junto com o cérebro,
vasculha todo o horizonte em busca de um ataque inesperado. A mente não pára
de cogitar das surpresas que o podem prender em armadilha. Instala-se uma
espécie de pânico.
Durante a fase de stress, o organismo libera muito cortisol e isso afeta diretamente
a memória, causando falhas, esquecimentos, pequenos lapsos. O marco de nossa
resistência é quando os sintomas aparecem. Por um lado, esse momento tem seu
aspecto positivo, pois é quando a pessoa vem a conhecer seu limite para o stress.
Pessoas com rígidas posturas mentais têm maior tendência a desencadear stress,
uma vez que vivem em luta para controlar tudo à sua volta, dominar, fazer-se
respeitado em suas vontades e crenças, querendo que o ambiente lhes seja cem
por cento generoso e favorável, o que nem sempre é possível. Em outras
palavras, a pessoa não flexível, não vulnerável e impaciente com o meio externo
tenta adaptar-se aparentemente, mas por dentro, ao mesmo tempo, não deseja
abrir mão de suas convicções e por isso entra em conflito.
Quem já teve uma forte crise de stress possui uma grande probabilidade de
reincidência, a não ser que aprenda a: entender o que o estressou, reconhecer os
sintomas,identificar seus limites de resistência e lidar com as causas.
É muito importante, para sair do stress, que a pessoa aceite reavaliar seu sistema
de crenças, que não necessariamente são suas crenças religiosas, embora estas
também se incluam na lista. São as nossas crenças do cotidiano, do nosso estilo
de vida: acreditar que tal profissão é melhor para o filho, que tal casamento é bom
para a filha, que tal maneira de vestir-se ou de agir é boa para ser aceita em seu
meio, que acumular dinheiro leva à segurança, que tal empresa garante a
estabilidade no emprego. Lembrando que os medos também são crenças – por
exemplo, a pessoa tem medo de se aventurar em novo trabalho, por medo de
fracasso ou rejeição.