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1- O QUE É MONOGRAFIA

Desde o ensino fundamental fazemos trabalhos individuais ou em grupo, sobre


assuntos ministrados em aula. É uma das formas de fixarmos o conteúdo das matérias e
demonstrarmos que o dominamos.
No início do ensino médio, começamos a ouvir falar num bicho-papão chamado
vestibular. Podemos fingir que ele não existe, mas há um momento em que se torna
inevitável estudar para enfrentá-lo.
Quem passa no vestibular realmente tem motivo para comemorações: além de livre
da obrigação de se mostrar fera em todas as matérias, passa a dedicar-se ao curso de sua
escolha.
Mas os trabalhos continuam: provas, seminários, fichamentos, textos individuais ou
em grupo, estágios. Até que começamos a ouvir falar numa tal de monografia...
Vemos colegas dos últimos períodos cheios de livros, comentando avanços,
dificuldades, descobertas. Alguns parecem cansados, outros receosos, muitos dizem
fazer o trabalho escolar mais difícil de suas vidas.
Toda essa agitação nos faz pensar no vestibular, com o qual a monografia realmente
tem dois pontos em comum: marca a passagem de um estágio de formação para outro e
requer muito empenho.
Mas, se no vestibular precisamos saber bastante sobre todas as matérias, na
monografia devemos demonstrar conhecimento acerca de um só tema. Além disso, em
vez de fazer prova, escrevemos um texto com dados pesquisados.
Ora, não foi isso que fizemos cada vez que um professor nos pediu para elaborar um
trabalho individual, em casa, sobre um determinado assunto? Sim, isto é monografia,
palavra que vem do grego mónos (um só) e graphein (escrever).
Se é assim, por que não chamam de monografia todo trabalho escolar individual que
fazemos por escrito? Porque o termo monografia se reserva ao que o dicionário Aurélio
define como “estudo minucioso que se propõe esgotar determinado tema relativamente
restrito”.
Talvez o Aurélio exagere ao falar em “esgotar”. Mas, de fato, a monografia deve
aprofundar o máximo possível a abordagem de um tema bem delimitado. Em lugar de
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falar superficialmente sobre muitas coisas, concentramo-nos num só assunto, sobre o


qual demonstramos bastante conhecimento.

Desafio estimulante
A monografia obedece a certas normas de redação e apresentação. Espera-se, por
exemplo, que o texto se divida em introdução, desenvolvimento e conclusão; que as
indicações dos livros consultados sejam feitas de maneira padronizada; e assim por
diante.
Nossa primeira reação a tais exigências é de repulsa. Temos a impressão de nos
estarem impondo uma camisa-de-força. Todavia, se analisamos bem, cada uma dessas
regras tem razão de ser. E o que é mais importante: em conjunto, ajudam-nos a
organizar nosso pensamento e facilitam a compreensão de quem nos lê.
Na verdade, a monografia nos possibilita ampliar a capacidade de pesquisar, analisar
e expressar nosso pensamento. A importância desse esforço salta aos olhos quando
pensamos que, em todas as esferas da vida, nosso sucesso depende de sabermos o que
dizer e como dizer.
Em situações sociais, por exemplo, você consegue a atenção das pessoas com um
papo agradável e inteligente. Numa entrevista para emprego, é fundamental falar de
maneira articulada. Nos projetos para melhorar seu bairro ou sua faculdade, é preciso
combinar consistência e clareza.
Ao escrever uma monografia, você exercita tudo isso. Portanto, em vez de vê-la
como obrigação penosa, encare-a como trabalho capaz de enriquecer sobremaneira sua
formação.

2- CONDIÇÕES DE TRABALHO

Para ir aos jogos olímpicos, o atleta se prepara psicológica e fisicamente. Entrega-se


a uma rotina séria e regular, acompanhada por um treinador. Estabelece metas de
melhoria de desempenho e vibra com os pequenos progressos de cada dia.
Elaborar monografia é como participar de uma maratona, pois, além de um
orientador escolhido entre seus professores, requer certos cuidados essenciais. Entre
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eles, falaremos rapidamente de três especialmente importantes: concentração, espírito


investigativo e organização.

Concentração
Certa vez, um carro com som excessivamente alto estacionou em frente a um edifício
onde se fazia vestibular. Pediu-se ao dono do automóvel que partisse, pois estava
atrapalhando. Não adiantou, ele andava de mal com a vida e continuou atrapalhando,
agora de propósito.
Alguns candidatos pensaram em desistir da prova, muitos se irritaram, alguns
chegaram a chorar. Ao final da prova, a multidão correu na direção do importunador e,
por pouco, não o agrediu.
Em meio à confusão, uma vestibulanda não entendia o que acontecia e perguntava a
causa do tumulto – estivera tão concentrada na prova que sequer ouvira o som vindo do
automóvel.
Pessoas como essa garota conseguem se concentrar com tal facilidade e intensidade
que nada as perturba. Como esse não é o caso da maioria de nós, temos de nos preparar
para nos mantermos isolados durante algum tempo diário ou semanal, dedicados à
monografia.
Isso não quer dizer que nossa vida deva parar. Podemos continuar tendo lazer,
namorando, tudo. Mas não convém, por exemplo, dividir o tempo reservado à
monografia com a televisão. Tampouco interromper a todo momento nossa reflexão
para sair com a galera.

Espírito investigativo
Nos filmes policiais, o detetive costuma ser um xereta: mete o nariz em tudo e acaba
sabendo mais que todo mundo. Postura semelhante devemos assumir em relação à nossa
monografia.
Na conversa com os amigos, fale de seu tema e ouça o que eles sabem ou pensam a
respeito. Ao ler os jornais, verifique se há dados de seu interesse. Sempre que a
televisão tocar no assunto, abra bem olhos e ouvidos. Vasculhe a internet. Vá mais
vezes às bibliotecas de sua faculdade ou cidade, pois os livros costumam ser fontes
privilegiadas.
Aproveite todas as oportunidades de se informar. Somente assim conseguirá
conhecer a fundo seu tema.
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Organização
Para elaborar sua monografia, você escolhe um tema e se lança na pesquisa. Vai
coletando dados e, em determinado momento, começa a ordená-los. Aos poucos,
consegue diferenciar as informações que convêm à apresentação daquelas que
pertencem ao desenvolvimento e à conclusão.
Inicia a escrita propriamente dita, durante a qual explora ao máximo a própria
criatividade. As idéias brotam, a melhor maneira de expressá-las é encontrada. A cada
nova versão, sua monografia se mostra mais agradável de ser lida. Você arruma as
referências bibliográficas, dá os últimos retoques e chega ao final do trabalho.
O roteiro de elaboração de monografia costuma ser este, mesmo que varie um pouco
de pessoa para pessoa. Pois bem: para empreendê-lo de maneira realmente produtiva,
você precisa de organização, esta grande aliada da produção.
Seguem algumas dicas para você se organizar:

• Reserve um horário diário para se dedicar à monografia.


• Liste as tarefas necessárias à sua feitura.
• Hierarquize as atividades, elegendo prioridades.
• Prepare um cronograma com o prazo de realização de cada atividade.
• Mantenha seu ambiente de trabalho sempre arrumado.

Último conselho: prepare-se para combinar organização e maleabilidade. Digamos,


por exemplo, que, conforme planejado, você vá à biblioteca, mas, ao chegar lá,
encontre-a fechada. Ora, a impossibilidade de pesquisar não precisa significar a
interrupção de seu trabalho. Adiante alguma outra atividade planejada para a fase
seguinte. Dessa forma, você mantém em dia o cronograma.

3- TEMA

Na faculdade, escolhemos o tema de nossa monografia nos últimos períodos, com a


ajuda de nosso orientador.
É possível que o orientador nos peça para fazer uma retrospectiva dos assuntos que
mais nos atraíram ao longo do curso e, em seguida, listá-los por ordem de interesse.
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A respeito de cada assunto anotado, fazemos, sempre com a ajuda do orientador,


algumas perguntas básicas, como:

1. Rende uma monografia?


A resposta a esta pergunta tem de ser positiva, pois há temas que parecem excelentes
quando nos vêm ao espírito, mas, analisados com calma, não justificam uma análise
de páginas e páginas.

2. Em que medida já foi estudado?


Certos temas foram focalizados tantas vezes que praticamente não há mais nada de
novo a se descobrir a respeito. Se, apesar de exaurido, ele continua nos mobilizando
a ponto de decidirmos dedicar-lhe nossa monografia, então devemos nos preparar
para uma pesquisa suficientemente vasta para que, na pior das hipóteses, possamos
sintetizar tudo o que se produziu sobre ele.
Em contrapartida, há temas que receberam pouquíssimas abordagens, portanto
possibilitam que fiquemos à vontade para começar a pesquisar a respeito. Só não
podemos esquecer que, nesses casos, há poucos textos aos quais poderemos recorrer
para fecundar nossa análise.

3. A pesquisa poderá ser feita na biblioteca de minha faculdade, na internet e


demais fontes ao meu alcance?
É fundamental que você tenha acesso fácil ao material necessário à elaboração de sua
monografia. Por isso, durante a escolha do tema, pense nas fontes de pesquisa que
usará e se tem como chegar até elas.
A internet é ampla e rica, portanto não pode ser negligenciada. Mas seus dados não
bastam à elaboração de uma monografia. Em busca do aprofundamento e da
consistência, precisamos recorrer a livros, periódicos e, eventualmente, arquivos e
depoimentos.

Além dos fatores acima, vários outros são levados em consideração quando da
escolha do tema. Se você já tem em vista uma pós-graduação, por exemplo, talvez seja
possível ajustar seu interesse às linhas de pesquisa desenvolvidas no mestrado que
pretende fazer.
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Tudo isso é conversado com o orientador, que, experiente, pode vislumbrar com mais
facilidade o resultado final de seu esforço, portanto tem condições de indicar caminhos
a serem percorridos até lá.
No sentido do aprofundamento, por exemplo, é possível que ele lhe sugira demarcar
um pouco mais o tema; ou isolar um ponto específico, sobre o qual você tenha acesso a
material suficiente para empreender uma abordagem consistente e original.

4- PESQUISA

Quando você conhece alguém que lhe interessa, possivelmente tenta descobrir se a
pessoa é legal, quantos anos tem, onde mora etc. Ou seja, pesquisa.
Se sua família mora no interior e você precisa limitar suas despesas na cidade a uma
modesta mesada, atenta para os anúncios de aluguel, pergunta aos colegas se sabem de
algum lugar barato... Isto é, pesquisa.
Esses dois exemplos já nos permitem definir pesquisa como coleta de dados.
Logicamente há uma diferença entre as pesquisas que fazemos em nosso cotidiano e
aquelas que realizamos profissionalmente.
Para informar o público sobre uma falcatrua escondida sob sete capas, por exemplo,
o jornalista contata possíveis informantes, procura a polícia, faz plantão diante da porta
dos suspeitos e chega a se disfarçar para descobrir o ocorrido.
A escrita da monografia requer disposição semelhante. Talvez não necessitemos
correr perigo, mas devemos recolher o maior número possível de dados sobre nosso
tema.
Acontece que a universidade é o local por excelência da transmissão e ampliação do
conhecimento: sempre teve muita gente pesquisando.
Os acertos e erros, as grandes descobertas e os fiascos retumbantes, tudo isso foi
mostrando a maneira mais racional, econômica e eficaz de pesquisar. Assim surgiu a
chamada pesquisa acadêmica ou científica.
Os adjetivos “acadêmica” e “científica” dão a entender uma atividade complicada.
Mas querem dizer apenas que a pesquisa é feita de maneira organizada, controlada e
rigorosa. Na verdade, é a forma mais simples de recolher informações para trabalhos
universitários.
É o que demonstramos a seguir, ao percorrermos suas diferentes fases.
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Formulação de hipóteses
Digamos que você tenha resolvido dedicar sua monografia ao seguinte tema:
“Emprego e economia no século XXI”. Ora, recentemente os meios de comunicação
veicularam que, na Grande São Paulo, o nível de desemprego ultrapassou 20% e atingiu
o índice mais alto desde 1985.
Em conversas com seu tio, que vivia na capital paulista nos anos oitenta, você fica
sabendo que, naquela época, a maioria das casas comerciais da cidade tinham placas
anunciando vagas – algo que não acontece mais.
Com esses dois dados, talvez você conclua que, neste século, haverá cada vez menos
postos de trabalho. Mas isto é apenas uma hipótese, a ser comprovada ou refutada em
função do que você descobrir.
De toda forma, sua formulação ajuda você a dirigir sua pesquisa, isto é, a privilegiar,
no verdadeiro oceano de informações relativas ao tema, aquelas vinculadas à hipótese.
Mesmo que você descubra que o aumento do índice de desemprego é um fenômeno
passageiro – a ser resolvido com a melhoria das condições de vida no campo –, a
hipótese inicial terá sido importante.
Podemos dizer, portanto, que formular hipóteses é um exercício recomendável, pois,
independentemente de se comprovarem ou não, elas estimulam à pesquisa, ao mesmo
tempo que ajudam a demarcar o material a ser consultado.

Levantamento das fontes


Se, dentro do tema “As mulheres no Brasil do terceiro milênio”, você decide
focalizar as mudanças ocorridas no vestuário feminino desde o surgimento do
movimento feminista até hoje, talvez precise recorrer a fontes iconográficas, ou seja, a
fotografias e outros documentos visuais.
Ainda no mesmo tema e cobrindo o mesmo período, imaginemos que você resolva
assinalar a mudança da mulher aos olhos dos compositores populares; necessariamente
consultará fontes fonográficas: LPs, CDs e assim por diante.
Em ambos os casos, você precisará também de fontes bibliográficas, ou seja, textos.
A biblioteca é essencial ao sucesso da pesquisa, pois as abordagens em livros costumam
ser mais profundas.
Evidentemente, devemos navegar também na internet, em busca de ensaios,
entrevistas e outros materiais. É possível encontrarmos dados tão recentes que ainda
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nem constem de livros. Isto é importante sobretudo nas abordagens de assuntos de nosso
tempo.
Um cuidado relativo às fontes em geral diz respeito à sua qualidade. Pode acontecer
de um livro recém-lançado ser menos consistente do que uma obra publicada há um
século. Ou de o ensaio mais conhecido sobre um determinado tema, escrito por um
cientista de renome, já estar ultrapassado.
Para utilizar fontes realmente fidedignas, densas e atualizadas, escolha-as com
critério, preferencialmente com a ajuda de seu orientador. Leve em conta também a
necessidade de elas realmente terem a ver com seu objeto de estudo.
Sobre as diferentes fontes escolhidas, anote título, nome do autor, cidade onde foi
publicada, editora e ano. Esses dados lhe possibilitam localizá-las e, futuramente, serão
digitados ao final de sua monografia, nas “Referências bibliográficas”.
O ideal é partir para a pesquisa com uma lista de fontes que contenham todo o
conteúdo necessário à monografia. Mas, se isto não for possível, comece a pesquisa com
os títulos de que dispõe, pois, durante as leituras, descobrirá outras fontes igualmente
válidas. Mesmo que o livro seja essencial, abra-se às outras fontes impressas, como
jornais e revistas. Preste atenção também ao que aparece sobre seu tema na televisão e,
se possível, no rádio.
Até mesmo na conversa com os amigos, tente obter dados. Puxe o assunto e veja o
que eles sabem ou ouviram a respeito. Não despreze fonte alguma. Apenas tenha o
cuidado de submetê-las a uma triagem e, entre as válidas, estabelecer uma hierarquia.

Leitura
A leitura começa ainda durante o levantamento das fontes. Você pega o livro e o
aborda pelas beiradas: lê quarta capa, orelha, sumário, prefácio, introdução. Isso lhe
permite descobrir se a obra é importante ou não para seu trabalho. Na internet, você dá
uma passada de olhos nos textos, antes de copiá-los. Tendo escolhido o material
necessário à sua monografia, você organiza um programa de leitura. Uma dica: leia
primeiramente obras mais gerais, como enciclopédias, dicionários e manuais. Então
parta para os textos mais específicos.
Para freqüentar bibliotecas, precisamos vestir roupas nem sempre confortáveis e
passar grande parte do tempo sentados, às vezes em cadeiras duras. A vantagem é
termos todos ou quase todos os textos ao alcance da mão.
Em casa, a contrapartida do aconchego é a agitação. Você terá certa dificuldade de se
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concentrar com seus irmãos menores brincando de pique à sua frente. Ou ao som do
potente aspirador de pó recém-adquirido pela família. Latidos, então...
Ler sobre um determinado tema é uma atividade que se torna prazerosa na medida
em que ampliamos nosso conhecimento a respeito; mas inicialmente pode se apresentar
como tarefa penosa, cujo progresso requer boas condições, a serem criadas em qualquer
lugar.
Na biblioteca, podemos levantar periodicamente da cadeira, passear um pouco e,
eventualmente, até fazer exercícios de alongamento. Em casa, o isolamento necessário à
concentração pode ser conseguido com o simples fechamento da porta do quarto.
Em prol da própria produção, convém que você saiba exatamente o que ler em cada
livro. Às vezes, um volume de quinhentas páginas tem apenas dez que interessam a seu
estudo. É tão-somente a elas que você deve ater-se.
Finalmente, estabeleça um horário mínimo de leitura diária. Não encontramos
sempre tempo para nos banhar, escovar os dentes e tomar outras medidas antes de sair
de casa? Parece risível, mas convém tratarmos a pesquisa com a mesma seriedade.
Isso não quer dizer que precisamos deixar de viver; apenas temos de acrescentar o
item pesquisa em nossa agenda.

Apontamentos, fichas e síntese


À medida que vai lendo, você identifica os dados que podem servir à sua
monografia. Então os anota em fichas, podendo optar entre:

a) transcrever ao pé-da-letra a passagem, colocando-a entre aspas e citando a obra e a


página onde foi encontrada;
b) escrever com suas palavras o que entendeu do trecho, também anotando a
referência bibliográfica.

É conveniente colocar título e subtítulos em cada ficha, a fim de poder identificá-la


com facilidade.
Durante a confecção das fichas, sempre surgem idéias: anote-as! Em vez de confiar
na memória, pense que certos lampejos podem não voltar...
No que concerne às anotações, é importante tomar os seguintes cuidados:

a) a) No resumo, mantenha-se fiel às idéias do autor.


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b) b) Estabeleça uma estrutura capaz de mostrar a lógica do texto – sua introdução,


desenvolvimento e conclusão.
c) c) Na síntese, preserve os conceitos fundamentais.
d) d) Ao final, teça comentários pessoais, anote críticas, formule dúvidas e
desenvolva idéias.

Tendo em vista que as anotações são feitas na ordem em que você as lê, é
interessante que, finalizada a confecção das fichas, você as organize segundo a ordem
que quer imprimir à sua monografia.

Arquivos
Nos países ricos, é comum os pesquisadores chegarem às bibliotecas com
computadores portáteis, nos quais registram diretamente as informações coletadas.
Ainda que isto esteja longe de nossa realidade, é possível imaginar que nosso futuro
será semelhante.
Mesmo que você só tenha acesso a computador de mesa, transfira para ele os dados
anotados na biblioteca. Assim, você os organiza e manuseia com muito mais facilidade.

5- PLANEJAMENTO

Iniciemos este capítulo dizendo que você:

a) Chegou àquele momento em que precisa elaborar sua monografia de final de


curso.
b) Criou as condições necessárias à realização do trabalho.
c) Escolheu e delimitou seu tema.
d) Fez o levantamento das fontes a serem consultadas e iniciou sua pesquisa, tendo o
cuidado de anotar as passagens ou pensamentos mais importantes dos textos lidos.

Se você percorreu todas essas etapas, já tem uma idéia geral sobre seu tema. Não leu
tudo o que se escreveu sobre ele, pois isso é impossível; mas conhece a visão de alguns
especialistas. Isso lhe basta para planejar sua monografia no tocante ao conteúdo e à
forma.
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Conteúdo
O conteúdo de uma monografia é constituído dos dados que recolhemos durante a
pesquisa, associados às nossas próprias idéias e conclusões.
O ideal é conciliarmos consistência com originalidade. Ou seja, apresentarmos o
máximo possível de informações e fazermos avançar a reflexão sobre o tema.
Digamos que você opte por “Meio ambiente, ação social e erradicação da pobreza” e
resolva dedicar sua monografia a uma experiência de horta comunitária bem-sucedida,
ocorrida num bairro carente de sua cidade.
Sua pesquisa certamente engloba leituras, assim como visitas à comunidade onde o
projeto se desenvolve, para observação das atividades, análise dos resultados,
entrevistas com os participantes e assim por diante.
Dessa forma, você concilia reflexões gerais com experiência localizada. Combina
dados teóricos com empíricos. Aplica conceitos desenvolvidos por especialistas a uma
situação concreta, com a qual você trava contato direto.
Isto pode fazer de sua monografia um texto passível de interessar amplamente.
Mesmo quem conhece bastante o tema vai querer saber o que se passa especificamente
nessa comunidade.
Se, além disso, você desenvolve pensamentos inéditos sobre o tema, amplia as
chances de sucesso. Caso a articulação entre leitura e observação de campo lhe
possibilite chegar a conclusões novas, sua monografia pode se tornar até mesmo
referência obrigatória.
Evidentemente a busca de originalidade não pode levar a ações precipitadas ou
levianas. A novidade – caso apareça – deve resultar de uma pesquisa séria e profunda,
realizada com base num planejamento cuidadoso.
Para tanto, comece com leituras e, somente quando sentir que domina o tema, passe à
pesquisa de campo.
Para fazer a pesquisa de campo, observe as seguintes dicas:
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Visite o local tão logo perceba a importância de incluí-lo em sua monografia, para
verificar a viabilidade de pesquisá-lo e estabelecer os primeiros contatos.
• Volte ao local depois das leituras, pois assim você saberá exatamente que
dados empíricos recolher.
• Use os instrumentos de registro aplicáveis ao caso: caderno gravador,
maquina fotográfica e outros.
• Após cada sessão de pesquisa, analise os dados coletados, de modo a preparar
a visita seguinte.
• Ao final, faça uma avaliação da totalidade das informações recolhidas,
conectando-as aos dados anotados durante as leituras.

Logicamente, o roteiro acima pode sofrer modificações e reviravoltas. Se, por


exemplo, a pesquisa de campo levar você a descobrir algo que requeira novas leituras,
só lhe resta voltar à biblioteca.
O importante é que, ao final, a pesquisa tenha quantidade e qualidade. Isto é, que
você reúna o maior número possível de dados atualizados e consistentes sobre o tema.
Tendo conseguido isso, você pode dar o passo seguinte, que consiste em planejar a
distribuição desse conteúdo em seu texto.

Forma
Depois de muitos ensaios e tentativas, ficou comprovado que a maneira mais lógica
de se fazer monografia é dividi-la em introdução, desenvolvimento, conclusão e
referências bibliográficas – nesta ordem.
Dentro do que parece uma verdadeira fôrma, você tem muito a criar. Não no sentido
de fantasiar situações, como fazem os romancistas; e sim concebendo uma linha para
expor os dados de sua pesquisa e as conclusões a que chegou sobre o tema.
De volta ao exemplo da horta comunitária, você pode iniciar oferecendo uma visão
panorâmica do tema “Meio ambiente, ação social e erradicação da pobreza” ou entrando
diretamente na experiência registrada em sua cidade. Tudo é possível, contanto que seu
roteiro tenha início, meio e fim.
Esta flexibilidade decorre da riqueza do pensamento humano, que possibilita infinitas
maneiras de ordenação dos dados. A contrapartida da maleabilidade é o risco de você
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especular tanto sobre os caminhos franqueados à sua exposição que acabe sem escrever
uma linha.
Para evitar isto, sugerimos que:

• Divida o conteúdo pesquisado.


• Rascunhe uma seqüência, refazendo-a sempre que convier.
• Anote novas questões que surgirem durante esse processo e pesquise o que se
produziu a respeito das mesmas.

Para ilustrar as sugestões acima, retomemos o exemplo da horta e imaginemos que,


inicialmente, você divide os dados coletados entre teóricos e práticos. No tocante às
informações teóricas, você separa as reflexões de autores brasileiros e estrangeiros. No
que concerne ao conteúdo de sua investigação de campo, você segmenta o processo que
começa no plantio e vai até a distribuição das hortaliças. E assim sucessivamente.
Em seguida, você esboça um sumário, cuja importância impõe que o tratemos à
parte.

Sumário
Nas primeiras páginas dos livros teóricos, costumamos encontrar a lista dos tópicos
que o constituem. Antigamente esse rol era indicado pela palavra índice, mas no
presente generalizou-se o emprego do termo sumário.
O sumário oferece uma visão de conjunto da obra. Por isso, esboce-o assim que tiver
uma idéia global de sua monografia. Dessa maneira, você passa a dispor de uma espinha
dorsal de seu trabalho – o que ajuda bastante a vislumbrá-lo, organizá-lo e redigi-lo.
O primeiro item do sumário evidentemente é a introdução, da mesma forma que a
conclusão e as referências bibliográficas vêm por último. Entre esses dois extremos,
encontra-se o desenvolvimento, que precisa ser esmiuçado.
Ensaie títulos para os diferentes capítulos de seu desenvolvimento na ordem que lhe
parece lógica. Arrisque subtítulos para as divisões dos capítulos.
Sinta-se totalmente livre ao fazer esse exercício, pois a modificação e a reordenação
são fundamentais para que você conceba uma estrutura realmente segura para sua
monografia.
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Mas vá além da mera enumeração de itens. Os títulos e subtítulos não podem ser
ambíguos ou obscuros. Precisam fazer sentido e oferecer a idéia exata do que anunciam.
Pense que eles são espelhos: quanto mais cristalinos, melhor.

Título da monografia
O título da monografia funciona como o sumário: indica o conteúdo. Por isso, quanto
mais cedo é concebido, mais produtivamente pode ser utilizado.
Evidentemente, o título pode mudar; mas isto acontece como parte do processo de
aperfeiçoamento do trabalho.
Mesmo que você não se contente com as primeiras idéias de título, anote aquela que
lhe parece menos canhestra. Quando você menos espera, a versão definitiva se impõe.

6- DO PRAZER DE PENSAR À SATISFAÇÃO DE ESCREVER

Nas primeiras décadas do século passado, Monteiro Lobato e Mário de Andrade


ofereceram uma visão desanimadora do brasileiro, encarnado respectivamente por Jeca
Tatu e Macunaíma. Ambos os personagens são adoráveis, mas parecem atestar uma
inclinação crônica para o ócio.
Felizmente desmentimos o prognóstico: a despeito de todas as mazelas, progredimos
bastante em vários campos. Mantivemos o pendor para o divertimento, mas o
combinamos à vontade de produzir.
Na escola, em especial, crescemos continuamente em número e buscamos uma
formação cada vez mais completa. Desenvolvemos a consciência de que precisamos
estudar bastante. Quanto mais nos dedicamos a aprender, mais essa atividade se mostra
agradável e satisfatória.
Durante o ensino superior, a reflexão se intensifica de tal maneira que damos
verdadeiros saltos no entendimento da realidade. A formação que nos é oferecida
certamente teria feito muito bem a Jeca Tatu e Macunaíma.
A atividade complementar à reflexão é a escrita. Da mesma maneira que exercitamos
a capacidade de pensar, precisamos cultivar o hábito de redigir. O texto arruma nossas
descobertas e idéias, amplia nossos horizontes, leva nosso pensamento a outras pessoas.
Com o advento da informática, a escrita cresceu bastante em importância. Aos
poucos, enviamos mais e-mails do que telefonamos. Nossa vida escolar e profissional
depende fundamentalmente de nossa capacidade de nos expressarmos com letras.
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Só que escrever é uma atividade complicada para muitos de nós. Mas não tenhamos
dúvida: se vencemos a preguiça de raciocinar, atualmente temos todas as condições de
superar a dificuldade de redigir.
É o que demonstramos a seguir, por meio de três sugestões: escrever sem censura,
reescrever como se brincasse e transformar redação em hábito.

Exponha o que der na telha

Todos nós conhecemos excelentes professores que raramente publicam. Dão aulas
densas e bem articuladas, mas não ousam sistematizar em texto a matéria que lecionam.
As explicações para esse tipo de bloqueio variam. Fala-se, por exemplo, que a escola
nos traumatiza ainda na infância, ao nos constranger a encarar a famosa folha em
branco.
Mesmo que isso seja verdade, lembremos que traumas podem ser superados. No
caso, facilita bastante pôr para fora tudo o que vier à mente, sem qualquer preocupação
com resultado ou forma.
É assim que procedem os chamados gênios da literatura e da ciência. Nenhum deles
produz obra-prima na primeira tacada. Colocam no papel ou na tela do computador o
que lhes ocorre e, somente depois, investem em clareza, graça e elegância.

Reescreva à vontade

Na história da humanidade, só se destacaram os escritores que se preocuparam em


lapidar seus textos.
Acontece que a reescrita já foi um esforço titânico. Imagine o que era recopiar um
texto em papiro.
Muito posteriormente, inventou-se a máquina de escrever, que facilitou bastante esse
trabalho. Ainda assim, datilografia era uma tarefa tensa, pois os dedos precisavam
acertar sempre nas letras.
Com o surgimento da máquina elétrica, tornou-se possível corrigir-se letra
datilografada erroneamente. Mas certos problemas – como inserção de novos capítulos
– impunham que se redatilografasse inteiramente o livro. Já pensou que maçada?
Este breve histórico dos meios utilizados para registrar texto nos permite afirmar que
atualmente dispomos de condições ideais de reescrita.
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Com os recursos da informática, a arrumação do texto se tornou uma verdadeira


moleza. Com simples cliques, refazemos frases, deslocamos blocos, mudamos capítulos
de lugar.
Isto significa que, se a reescrita faz a diferença do texto, temos tudo para chegar
longe no tocante à qualidade.

Incorpore a escrita ao cotidiano

Nosso aprendizado do idioma não pára de crescer. Nos primeiros anos de vida, nosso
vocabulário era reduzidíssimo, comparado ao número de palavras que dominamos
agora.
Com a escrita, ocorre um processo semelhante: ao praticá-la, descobrimos maneiras
interessantes de associar vocábulos, exploramos efeitos frasais, ampliamos nosso
conhecimento técnico.
Isto nos leva a pensar que, em vez de crer que alguns de nós trazem de berço a
habilidade de redigir, devemos apostar na capacidade de melhorarmos continuamente
nossa relação com a escrita.
Reforço a esse pensamento encontramos em biografias de autores excelentes que, no
início de suas vidas, escreviam muito mal. Foi a prática que lhes possibilitou melhorar a
relação com a língua e utilizar bem seus recursos.
Com todos nós acontece o mesmo: quanto mais redigimos, melhor nos expressamos.
Aos poucos, passamos a associar sentimentos positivos à atividade. Até descobrirmos
que não podemos mais viver sem a escrita.

7- LINGUAGEM

Ao conversar com uma pessoa que não sabe ler nem escrever, você emprega palavras
simples e evita raciocínios mirabolantes. Com os amigos, seu verbo se solta. Numa
entrevista para estágio ou emprego, você concilia polidez, fluência e serenidade.
Ao buscar a expressão adequada a cada situação, você não demonstra falta de
personalidade, e sim bom senso. Afinal, você quer se comunicar.
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A monografia também requer uma linguagem própria. Mas não pense que se trata de
vocabulário rebuscado, frases pomposas e clichês acadêmicos. Decididamente isso
pertence ao passado.
Hoje, mais que nunca, procura-se clareza, objetividade e coesão.

Clareza

Você escolhe um tema, levanta hipóteses, faz um plano de pesquisa e mergulha na


coleta de dados. As descobertas ampliam sua visão e estimulam seu cérebro.
Você acumula anotações, começa a prever o que será a monografia. Continua
pesquisando, até ter certeza de que, com as informações de que dispõe, pode escrever
um texto denso.
Nesse momento, você sabe mais sobre seu tema do que a maioria das pessoas. É
chegada a hora de democratizar esse conhecimento. Portanto, para se fazer
compreender, use palavras precisas e frases simples.
Ao final do dia do trabalho, reveja o que escreveu, clareando as passagens que lhe
parecerem vagas ou obscuras. Faça isto novamente quando terminar a primeira versão
completa da monografia, eventualmente lendo em voz alta.
Submeta seu texto a outras pessoas, a começar pelo orientador. Peça que marquem
tudo o que estiver confuso ou mal explicado. Ao final, faça perguntas sobre o conteúdo,
para ver se entenderam tudo.
Claro, você não pode querer que todo mundo compreenda sua monografia. Mas o
público a que ela se destina ou pode interessar, sim.

Objetividade
Durante a pesquisa, você se familiariza com o tema. Desenvolve idéias acerca de
seus diferentes aspectos. Testa hipóteses.
No momento de escrever, distribui os dados pelas três partes que constituem a
monografia: introdução, desenvolvimento e conclusão.
Para ordenar tudo isso numa exposição cada vez mais profunda, você desenvolve
uma linha de raciocínio.
Linha de raciocínio é como linha ferroviária: não permite bifurcações. Com
metáforas e outros recursos literários, você corre risco de descarrilar o pensamento.
21

Em poema, por exemplo, uma rosa pode significar muitas coisas; em monografia, é
apenas uma flor.
Isto não quer dizer que a linguagem da monografia seja mais pobre. Apenas é
utilizada sem ambigüidade.
Ao empregar as palavras no sentido que elas têm no dicionário, você pode transmitir
dados em grande quantidade, de maneira organizada, sem deixar dúvidas. Assim,
conduz o leitor do início ao fim.

Coesão

Imagine se você está contando uma piada e, ao se aproximar do clímax, esquece um


elemento fundamental à compreensão! Ninguém ri.
Efeito semelhante é provocado por parágrafo que não traz todos os dados que deveria
conter: você frustra o leitor, que não entende.
Agora digamos que, numa monografia sobre “Internet e educação: integração para o
futuro”, você dedique um parágrafo aos manuscritos antigos e, no parágrafo seguinte,
pule diretamente para o computador. Seu leitor se perderá.
Além de fazerem sentido em si mesmos, os parágrafos precisam estar concatenados
uns aos outros. Para tanto, devem se posicionar de maneira lógica e formar um todo
coerente.

Inimigos do bom texto

Muitos escritores só param de lapidar seus originais quando o editor os manda


imprimir. Isto significa que, das primeiras vezes em que aparece no papel, o texto não
satisfaz nem mesmo os grandes nomes da literatura.
Freqüentemente, o que diferencia bons e maus textos é o número de vezes em que os
mesmos são retrabalhados.
Retrabalhar não significa reescrever tudo. Na verdade, consiste sobretudo numa
releitura atenta, durante a qual sanamos problemas, eliminamos vícios de linguagem e
enxugamos o texto.
Nesse sentido, evite:

• Lugares-comuns, frases repisadas;


22

• Redundâncias;
• Gírias e grifos excessivos, como sentenças em itálico e palavras com letra
maiúscula;
• A primeira pessoa do singular. Por exemplo: em vez de “eu fiz a pesquisa com base
em...”, prefira “a pesquisa foi baseada em...”;
• Adjetivos e advérbios em excesso;
• Artigos que podem ser dispensados.

Entre os inimigos do texto fluido e agradável, destacaremos quatro especialmente


perniciosos: períodos longos, repetição de palavras, hermetismo e verbalismo.

Períodos longos
Períodos muito longos, com várias orações, só atrapalham: você se arrisca a perder o
fio da meada e, mesmo que isso não aconteça, dá um trabalho desnecessário ao leitor.
Sem falar que amplia o risco de cometer erros de concordância, regência, pontuação etc.
Por fim, tende a empregar excessivamente a palavra “que”. Note a diferença:

1o) “É necessário que se entenda a pesquisa científica que foi realizada, de modo que
se possa entender que objetivos estamos querendo que sejam alcançados”.
2o ) “É necessário que se entenda a pesquisa científica realizada. Desse modo,
poderão ser entendidos os objetivos que queremos alcançar”.

As duas construções dizem a mesma coisa. Porém, a segunda foi dividida em dois
períodos, o que evitou a repetição excessiva de “que”.

Repetição de palavras
Repetição desnecessária de vocábulos empobrece o texto e cansa o leitor.
Para evitar isso, utilize os seguintes recursos:

a) Sinônimo. Ao perceber que uma palavra está se repetindo em seu texto, recorra ao
dicionário e encontre um equivalente. Se um dia foi chamado de “pai dos burros”, o
dicionário é visto atualmente como o melhor amigo de quem quer escrever bem.
23

b) Zeugma. Algumas palavras podem ser omitidas da frase, de modo a não se


repetirem. A este recurso chamamos de zeugma. Por exemplo: “Ele prefere sair; eu,
ficar em casa” →omissão de “prefiro”, que fica subentendido.

c) Pronome: “Esta é minha idéia; aquela, a sua” →o pronome “sua” refere-se à “sua
idéia”, evitando-se a repetição da palavra “idéia”.

d) Perífrase: “Castro Alves tinha poemas abolicionistas. O poeta dos escravos


representou a fase do Romantismo que...” →para que “Castro Alves” não fosse
repetido, utilizou-se a expressão pela qual ele é conhecido.

Hermetismo
Quanto mais estuda, mais você se especializa. Habitua-se a usar um número
crescente de termos técnicos e conceitos específicos de sua área de estudos. Mas isso
não pode levar você a se expressar de maneira obscura, incompreensível, hermética.
Na verdade, o ideal é conciliar profundidade de pesquisa com clareza de expressão.
Assim, você transmite suas descobertas ao maior número possível de leitores.
E, cá entre nós, o hermetismo já passou por traço fino, mas atualmente é visto como
disfarce para quem não tem muito o que dizer.

Verbalismo
Durante a pesquisa, lemos muitos autores diferentes. Se fizemos uma triagem
cuidadosa, certamente nos debruçamos sobre textos densos e pertinentes. Mas isto não
quer dizer que todos sejam bem escritos.
Nesse sentido, há casos até mesmo dramáticos, como o de Kant, um gênio da
filosofia que, entretanto, chegava a assumir publicamente sua dificuldade de escrever.
Histórias assim nos dão um certo alívio. Não precisamos ser exímios escritores para
elaborar monografia ou fazer carreira acadêmica. Mas devemos fazer o possível para
tornar legível nosso texto.
Para tanto, precisamos evitar o pernicioso verbalismo, ou seja, o uso de palavras
excessivamente livrescas, vazias e pretensiosas.
Em monografia, a elegância da escrita costuma resultar da simplicidade –
evidentemente combinada à consistência.
24

8- DISSERTAR E ARGUMENTAR

A monografia possibilita que você transmita a outras pessoas, de maneira metódica,


o que descobriu e concluiu sobre um tema específico. Para atingir tal objetivo, você
disserta e argumenta.
Expliquemos, com o máximo de clareza possível, o que significam essas duas
atividades complementares.

Dissertar

Digamos que você escolha o tema “Cultura e globalização” e resolva dedicar sua
monografia ao relato da seguinte experiência:

Um grupo de professores vem desenvolvendo um esforço de familiarização das


crianças de sua cidade com as tradições locais. Para tanto, promove visitas a grupos
folclóricos e organiza pesquisas junto aos habitantes mais antigos sobre lendas,
crenças, cantos e costumes. Também estimula a leitura de textos sobre o assunto e
realiza debates nas escolas. Assim, tem conseguido despertar os estudantes para a
importância de se valorizar o patrimônio cultural do município.

Ao descrever essa experiência, você possibilita que outras pessoas a conheçam e,


eventualmente, desenvolvam projetos semelhantes. Ao inseri-la nas tradições cultivadas
no restante do estado, no Brasil e no mundo, você chama a atenção para a riqueza do
folclore e para a importância da variedade cultural no fortalecimento das comunidades
humanas.
Mas atenção: seu trabalho não se confunde com reportagem. Um jornalista pode
fazer uma matéria usando o mesmo enfoque, porém, pelas próprias características dos
meios de comunicação, não tem condições de aprofundar a abordagem. Quanto a você,
deve empreender um exame minucioso e bem fundamentado.
O público da mídia e o da monografia são diferentes. Espectadores de tevê, leitores
de jornal e ouvintes de rádio absorvem notícias na correria cotidiana, portanto querem
25

ser informados da maneira mais simples e rápida possível. Enquanto isso, quem se
debruça sobre uma monografia busca profundidade.
Ciente disso, você narra a experiência em toda a sua riqueza, enfocando implicações,
causas e conseqüências. Desenvolve raciocínios a partir de um número razoável de
depoimentos e de uma bibliografia consistente. Atinge o nível requerido em trabalhos
científicos.
Você não tenta convencer o leitor de nada. É como se o relato da experiência
bastasse. Para atestar a importância das manifestações culturais, você simplesmente
narra o maravilhamento das crianças, a alegria dos participantes dos folguedos, as
oportunidades de congraçamento criadas pelas danças e eventos semelhantes.
Então dizemos que sua monografia é basicamente dissertativa. Expõe, explica e
interpreta, mas sem intenção de persuadir.
Mesmo assim, você acaba argumentando. Na introdução, ao longo do
desenvolvimento ou na conclusão, inevitavelmente você defende certos pontos de vista
e assume determinados posicionamentos.
Por isso, ao nos referirmos a qualquer monografia, podemos falar em predomínio do
discurso dissertativo ou do discurso argumentativo, mas jamais em exclusividade de um
dos dois.

Argumentar

Digamos que você resolva dedicar sua monografia a “Cultura e globalização”, mas
não para narrar uma experiência, e sim com o objetivo de discutir os efeitos da onda de
globalização sobre a formação dos jovens, que recebem continuamente uma grande
quantidade de dados da cultura estrangeira, por meio de internet, música, cinema e
outros mecanismos.
Percebe como o mesmo tema comporta abordagens distintas? Neste último caso,
você parte de um fato, levanta hipóteses e chega a conclusões. Para obter êxito, prioriza
o discurso argumentativo.
Argumentar é uma atividade bem mais complexa que dissertar. Notamos a diferença
em nosso próprio cotidiano: temos muito menos trabalho para relatar um acontecimento
do que para convencer alguém de alguma coisa.
26

Façamos de conta que você comece sua monografia apresentando estatísticas e


reflexões comprobatórias de que, nos últimos anos, aumentou significativamente a
chegada de dados de culturas estrangeiras.
Você reproduz diferentes opiniões dos especialistas acerca dos possíveis efeitos do
fenômeno. Para não nos estendermos demais na discussão, digamos que todos esses
pareceres possibilitam a elaboração esquemática de duas hipóteses:

1. nossa cultura definhará;


2. o contato com a cultura alheia ampliará a compreensão de nossa própria cultura,
que sairá valorizada do processo.

Hipóteses são respostas provisórias, portanto têm de ser testadas. Para tanto, você
focaliza os argumentos que sustentam as duas acima, demonstrando o que eles têm de
coerente ou de falho.
Aos poucos, você expõe seu próprio pensamento, levanta sua hipótese – que não
precisa necessariamente ser uma das duas já aventadas.
Sua hipótese precisa ser defendida. Para tanto, em vez de se limitar a indícios e
suposições, você recorre a fatos, exemplos, comparações, estatísticas, testemunhos e o
que mais possa justificar seu ponto de vista. Organiza essas informações em ordem
crescente de importância. Alinha seus argumentos dos mais frágeis aos mais
consistentes.
Percebe como, numa monografia com essas características, você usa argumentos do
início ao fim? Inicialmente, para apoiar ou refutar hipóteses dos autores consultados.
Em seguida, para demonstrar a pertinência de seu próprio pensamento.
Acrescentemos apenas que mesmo uma monografia assim inclui passagens
dissertativas. A apresentação da questão, a descrição das hipóteses e o relato de eventos
são alguns dos muitos exemplos que podemos dar nesse sentido.
Para que sua argumentação seja bem-sucedida, apresentamos a seguir algumas dicas
valiosas.

Contestação
Antes de contestar uma opinião, exponha-a. Apresente-a de maneira imparcial e
completa, de modo a oferecer uma visão nítida do pensamento de quem a formulou. O
leitor tem direito de saber o suficiente para formular um ponto de vista próprio.
27

Ao iniciar a contestação, seja gentil. Para tanto, abra a frase com partículas de
ligação que introduzam a idéia oposta e evite generalizações. Exemplos: “Mas,
considerando certos aspectos...”; “Contudo, a maior parte dos estudiosos afirma...”.

Concordância parcial
Deixe clara sua posição, mesmo que ela difira de pontos de vista alheios. Mas não se
esforce em negar totalmente opiniões contrárias ao seu pensamento. Sempre que for o
caso, aponte que aspectos opostos ao seu discurso merecem ser considerados.
Faça isto por meio de frases como: “É verdade que em determinados casos...”; “É
possível que isso também aconteça...”; “Em parte, talvez o autor esteja com a razão...”.

Formulação de hipóteses
Nós, seres humanos, somos naturalmente curiosos. Tentamos conhecer tudo.
Queremos saber por que e como as coisas acontecem.
Diante de algo desconhecido, que nos intriga, levantamos afirmações provisórias
para explicar o que ainda não conhecemos: são as hipóteses.
Chegamos às hipóteses por diferentes caminhos, do bom senso à experiência,
passando pela intuição e mesmo a fantasia.
Seja como for, as hipóteses precisam ter fundamento e lógica. Afinal, norteiam a
pesquisa e a escrita. Até o último momento, nós as testamos, a fim de verificar se são
válidas ou não.
Seguem algumas dicas para você formular bem as hipóteses:

a) Pense em situações possíveis de acontecer.


b) Cuidado para não se contradizer em relação às teorias.
c) Evite adjetivações exageradas.
d) Busque objetividade, clareza e precisão.
e) Em vez de generalizar, caracterize.
f) Não esqueça que a hipótese deve ter relação direta com o problema.
g) Separe suas próprias hipóteses das de terceiros. Sobretudo, jamais atribua a si
mesmo o que outros desenvolveram. A desonestidade intelectual é delito grave.

Autoridade
28

Reforce a credibilidade de seus argumentos fundamentando-os em trabalhos de


especialistas e autores qualificados.
Os depoimentos também devem ser escolhidos segundo a autenticidade e a
legitimidade de quem os profere.

Falácias
Durante a pesquisa, buscamos dados para sustentar nossa monografia do início ao
fim. Mas, durante a redação, eventualmente descobrimos que nos faltam informações
igualmente importantes. Voltamos às fontes e as completamos.
Porém, pode acontecer de não termos tempo ou condições de realizar esta última
busca. Neste caso, assumimos a lacuna para o leitor, que tem direito de conhecer o nível
de consistência das diferentes partes do texto.
Durante defesa de monografia (graduação), dissertação (mestrado) ou mesmo tese
(doutorado), os professores da Banca Examinadora costumam comentar as fraquezas de
conteúdo ou raciocínio que detectaram. E nem por isso reprovam o estudante.
Agora, ficam decepcionados ou enfurecidos caso percebam erro primário, ardil ou
fraude.
Portanto, evite:

a) Deixar-se arrebatar, abandonando o foco da monografia para se apegar a questões


marginais;
b) Cair em círculos viciosos. Por exemplo: “Esse jogador joga mal, porque não tem
um bom desempenho em campo”;
c) Dar voltas em torno do mesmo ponto, refazendo a declaração com palavras
diferentes, mas que nada acrescentam;
d) Apresentar como evidente algo que desconhece;
e) Tomar casos particulares como regra geral;
f) Apontar como causa algo que não levou à conseqüência.

Conclusão
Sua monografia inclui uma conclusão, na qual você faz um balanço completo do
caminho percorrido. Mas, nas diferentes partes do texto, feche suas descrições e
raciocínios com expressões e frases arrematadoras.
29

Após discorrer sobre diferentes pareceres emitidos acerca de um determinado aspecto,


por exemplo, você não precisa necessariamente sintetizá-los, mas deve chegar a alguma
conclusão a respeito.
Para tanto, inicie a frase seguinte com palavras de ligação como: logo, portanto,
conseqüentemente etc.
Essa espécie de fecho circunstancial ajuda a lançar o leitor para frente, no sentido de
novos horizontes de reflexão.

9- INTRODUÇÃO

Na faculdade, vivemos esticando o olhar até o mercado de trabalho, na tentativa de


antever o espaço que um dia ocuparemos. Nas conversas de corredor e de cantina,
falamos bastante a respeito do que faremos, depois de formados, para pagar as contas.
Mesmo os colegas que contam com boa mesada sabem que, um dia, ela terá de ser
substituída por salário.
Digamos que toda essa especulação leve você a escolher “Emprego e economia no
século XXI”. Para dispensar ao tema um tratamento profundo, imaginemos que você
resolva ater-se apenas às pessoas de sua idade, que chegam ao novo milênio como
jovens em vias de profissionalização.
Na lista de tópicos a serem pesquisados, você inclui alguns passíveis de lhe
proporcionar uma visão abrangente. Lê acerca das mudanças, registradas ao longo do
tempo, nas relações entre empregado e empregador. Busca material sobre as
características particulares do funcionamento econômico deste século.
Ao desafio que os jovens de hoje enfrentarão para iniciar uma carreira, você dedica
mais tempo. Na internet, descobre estatísticas sobre o nível de absorção dos
universitários de vários países e se inteira dos perfis melhor assimilados. Na biblioteca,
encontra periódicos e livros que aprofundam as questões.
Durante a pesquisa, você, por assim dizer, convive com os autores dos textos
consultados. Eles lhe comunicam o que descobriram. Você absorve essas informações,
privilegiando aquelas que mais ajudam a desenvolver uma análise perspicaz.
Aos poucos, você passa a falar com segurança sobre o tema e o aspecto que resolveu
enfocar. Suas próprias descobertas e conclusões parecem abrir caminho em seu cérebro.
30

Ao consultar novamente seus fichamentos ou arquivos, você se surpreende com a


clareza com que interpreta os dados coletados.
Até o momento em que você vislumbra o roteiro de sua exposição: onde começar,
melhor encaminhamento e modo de concluir. Que alegria! Você percebe que valeu a
pena ter investido tanto tempo em pesquisa.
Pois bem: todo esse percurso mental deve ser sintetizado na introdução, com a qual
você delineia o tema, explica como se deu a pesquisa, comenta achados e oferece uma
idéia das páginas que seguem.

Quando e como escrever

Muita gente se pergunta se deve redigir logo a introdução ou deixá-la para o fim,
quando terá uma visão mais clara do trabalho como um todo.
A nosso ver, ela deve ser produzida em primeiro lugar, para organizar o pensamento
sobre as diferentes partes da monografia.
Para escrevê-la, mantenha o sumário ao alcance da vista e use-o como base para
alinhavar suas idéias.
Com a introdução, você inicia o desenvolvimento sabendo por onde encaminhar a
exposição – o que reduz as chances de extravio.
É claro que, até o último momento, você faz descobertas e ajusta seu foco. Portanto,
volta freqüentemente à introdução, para retocá-la ou mesmo refazê-la.
Mas não se alarme com tais mudanças, pois elas são essenciais ao aperfeiçoamento
de seu trabalho. É justamente nesse vaivém que você refina a abordagem, depura o
conteúdo e aprimora a forma.
Ao concluir a primeira versão global da monografia, retrabalhe a fundo a introdução:
refaça frases, corrija deslizes, insira mais conteúdo e aprofunde reflexões.
Assim, seu leitor trava contato com um texto denso, ordenado e bem escrito, a
indicar a qualidade da monografia como um todo. Então se sente estimulado a seguir em
frente.

O que escrever

Introdução é uma apresentação, uma visão panorâmica do que o leitor encontrará.


Portanto, tem de ser leve e sucinta.
31

Caso sua introdução se prolongue muito, pergunte-se se não é o caso de utilizá-la


como rascunho do desenvolvimento.
Ainda que breve, resumida e condensada, a introdução deve conter certos elementos
que, mesmo tratados rapidamente, são essenciais para que o leitor saiba o que o espera.
Nós os organizamos em torno de tema, pesquisa e abordagem.

Tema
• Defina e delimite.
• Situe no espaço e no tempo.
• Demonstre a importância.
• Diga por que o escolheu.
• Comente o que já escreveram a respeito.
• Informe sob que ponto de vista o focalizará.
• Explique a demarcação adotada.

Pesquisa
• Revele a diferença de sua pesquisa em relação às realizadas anteriormente.
• Se achar conveniente, avente possíveis críticas que poderão ser feitas à sua
abordagem, desculpando-se ou defendendo-se antecipadamente.
• Elucide os motivos de determinadas decisões no tocante à escolha do
material consultado.
• No caso de pesquisa de campo, relate como foi feita a coleta de dados e
sua interpretação.

Abordagem
• Sintetize o conteúdo da monografia.
• Exponha sua linha de raciocínio.
• Resuma a ordenação impressa ao desenvolvimento.
• Aponte idéias mestras e pontos principais da exposição.
• Explique procedimentos adotados em sua argumentação.
• Antecipe a conclusão.

Convite
32

Como vê, a introdução deve ser esclarecedora e convidativa.


Não pode se reduzir a mero resumo da monografia, pois precisa ajudar o leitor a
entender o tema e oferecer uma visão global da abordagem.
No que tange à redação em si, a introdução é uma mostra do que o leitor encontrará
pela frente. Por isso, necessita ser clara, objetiva e agradável.
A primeira impressão não é necessariamente a que fica, mas determina bastante da
relação do leitor com sua monografia como um todo. Portanto, capriche.

10- DESENVOLVIMENTO
O desenvolvimento é a parte principal da monografia. De tal forma que é chamado
de corpo do trabalho.
No desenvolvimento, você demonstra que dá conta de seu tema: expõe os resultados
da pesquisa, aprofunda conceitos, defende idéias, chega a conclusões.
Por sua densidade e extensão, o desenvolvimento precisa ser dividido. Assim, você
conduz com mais facilidade o leitor.

Dividir para guiar

Ao preparar um currículo para se candidatar a estágio ou emprego, você agrupa as


informações em blocos: dados pessoais, formação, experiência profissional e assim por
diante.
Dessa forma, a pessoa encarregada da seleção passa os olhos e já tem uma visão
global a seu respeito. E, se precisar rever certas informações, vai diretamente aonde as
mesmas se encontram.
No desenvolvimento da monografia, a divisão é ainda mais necessária. Afinal, por
mais simples que seja sua linguagem, trata-se de um texto bem mais complexo que um
currículo.
O leitor precisa ser conduzido por você, do contrário perde-se. Impulsione-o no
sentido da profundidade, mas transmita os dados gradualmente, repartindo-os por
capítulos, que, por sua vez, podem ser subdivididos.
Essa divisão já consta do sumário, mas agora, no momento de ater-se
especificamente ao desenvolvimento, você pode aprimorá-la.
Ao fazer isto, leve em conta a necessidade de hierarquizar o conteúdo, ou seja, de
diferenciar idéias principais e secundárias.
33

Para que isso fique claro, pense no próprio menu do programa Word, que usamos
para escrever nossos textos: ele se reparte em tópicos, sobre os quais clicamos para
chegar às suas divisões internas.

A necessidade de critérios

A divisão do desenvolvimento organiza o raciocínio e imprime fluência ao texto.


Mas apenas se é feita com critério.
Numa abordagem histórica de “As mulheres no Brasil do terceiro milênio”, por
exemplo, não convém que você fale primeiro da situação da mulher no século XIX,
passe aos dias atuais e, finalmente, volte à Antigüidade Clássica.
Esse ziguezague temporal pode confundir o leitor. Portanto, é aconselhável respeitar
a cronologia. Outro aspecto importante é o espaço.
Imaginemos que você trate das mulheres em geral, mas se atenha sobretudo às suas
conterrâneas. Certamente a abordagem mais simples tem início no mundo, enfoca nosso
país e finalmente sua cidade.
Para dividir o desenvolvimento, coloque-se no lugar do leitor e tente imaginar a
maneira mais fácil e fluida de ele tomar conhecimento daquilo que você está
apresentando.
Leve em conta a necessidade de as diferentes partes do desenvolvimento estarem
concatenadas entre si e perfazerem um movimento lógico – sempre no sentido da
profundidade.

Reorganização do conteúdo por capítulos

Ao final da pesquisa, você dispõe de uma grande massa de dados. Se é uma pessoa
organizada, os separou por autor, obra ou assunto.
Caso as informações coletadas estejam digitadas, você pode separá-las de acordo
com a estrutura de seu desenvolvimento.
Pense nos capítulos e subcapítulos como recipientes a serem preenchidos. Abra um
arquivo para cada um deles e o ocupe com os dados que lhe dizem respeito.
Essa reorganização do conteúdo ajuda a refinar a divisão do desenvolvimento e
facilita o manuseio dos dados.
34

Seleção de trechos

Recapitulemos: você escolheu e delimitou seu tema, esboçou um plano de pesquisa,


recorreu às fontes, coletou dados, concebeu um sumário, colocou um título provisório
em sua monografia, redigiu a primeira versão da introdução e aprimorou a divisão em
capítulos de seu desenvolvimento.
Agora, precisa criar um texto que conjugue pontos de vista dos autores consultados à
sua própria visão. Um escrito que contenha excertos e referências, conectadas por
formulações suas. Assim, você utiliza o pensamento alheio para fundamentar sua
abordagem e fecundar seus próprios raciocínios.
Para obter êxito na empreitada, comece relendo o material reservado a cada capítulo,
de modo a escolher os trechos realmente essenciais. Esta seleção deve ser feita com
muita consciência, pois indicará seu conhecimento do tema e sua argúcia como leitor/a.
Leve em conta as seguintes sugestões:

·Privilegie passagens densas, concisas e bem formuladas.


·Procure dispor de fragmentos do maior número possível de autores e obras.
·Se uma determinada obra lhe parece especialmente importante, mencione o fato,
mas evite que a mesma se sobreponha às demais.
·Mesmo que sua escolha se dê no conteúdo específico de cada capítulo, tenha em
mente uma visão global da monografia, de modo a não repetir idéias.
·Diferencie os trechos com potencial para desencadear reflexões daqueles a serem
utilizados em meio a raciocínios seus.

Escrita

Imaginemos que você olhe para o título de sua monografia e a vislumbre


inteiramente. O sumário traz tópicos pertinentes, ordenados com lógica. A introdução
oferece uma idéia global do trabalho, com início, meio e fim. A divisão em capítulos do
desenvolvimento é minuciosa. Os trechos selecionados de cada autor têm qualidade.
Você já fez bastante no que diz respeito ao tratamento do material pesquisado. Cada
uma das medidas tomadas contribuiu para ajustar o foco da abordagem, que se
desenrolará sobretudo agora, no desenvolvimento.
35

Em princípio, você mostrará ao leitor aquilo que há de mais importante e atualizado


sobre o tema. Reproduzirá o pensamento dos autores consultados de duas maneiras:
sintetizado no interior de seu próprio texto e na forma de citações.
Em ambos os casos, os pontos de vista aproveitados perfarão uma linha cujas
conexões você criará com suas palavras. Estas constituirão uma espécie de argamassa a
unir diferentes visões num escrito único. Para cumprir tal missão, têm de combinar
eficácia, finura e sobriedade.
Portanto, sugerimos o seguinte:

·Demonstre respeito por todos os autores, sem resvalar para o elogio descabido.
·Lance luzes sobre os pontos de vista: contextualize-os, compare-os entre si, aponte
concordâncias e entrechoques.
·Exponha seus próprios raciocínios, posicionando-se de forma clara e direta. Os
autores podem ser famosos e conceituados, mas você também pesquisou o assunto e
formou idéias a respeito. Sua monografia é o espaço ideal para expressá-las.
·Inicie o desenvolvimento com uma apresentação. Algumas linhas que sintetizem o
percurso proposto ao leitor. Escreva-as em primeiro lugar, pois elas também ajudarão
a manter a exposição no rumo certo.
·Para facilitar a redação, concentre-se num capítulo do desenvolvimento de cada vez.
Bole um pequeno roteiro para ele. Imagine onde começar, passar e terminar. Produza
uma primeira versão e a deixe de molho.
·Redija os capítulos na ordem em que aparecem no sumário. Todavia, se um deles
parecer complicado, inicie outro. Mais tarde, quando se sentir mais à vontade,
retorne àquele deixado temporariamente de lado.
·Mantenha à vista o foco principal de sua monografia. Ao longo de todo o
desenvolvimento, evidencie os limites que estabeleceu para seu tema, sua opção de
abordagem e o rumo que está dando à exposição. Dessa maneira, o leitor entende
suas tomadas de decisão e não cria expectativas que você não tem como atender.

Reescrita

Depois de redigir inteiramente o desenvolvimento, releia-o e melhore o que lhe


parecer necessário. Preencha lacunas e elimine obscuridades. Desbaste os capítulos que
exorbitaram dos dados que comportam.
36

Reveja os títulos dos capítulos, conformando-os aos conteúdos definitivos. Corrija-os


também no sumário.
É possível que, durante a escrita, a estrutura do desenvolvimento tenha mudado
bastante. De toda forma, aquele plano inicial foi importantíssimo para que você
chegasse até aqui.
Saboreie o orgulho de ter produzido o desenvolvimento. Celebre a vitória sobre a
tarefa mais árdua da elaboração da monografia. Ainda há trabalho a ser feito, mas o
principal já veio à tona.

11- CONCLUSÃO

O ser humano cria grande expectativa em torno dos finais. Basta pensar na produção
de adrenalina dos últimos instantes de qualquer jogo ou na esperança de desfecho feliz
que nutrimos em relação a filmes e romances.
Por mais que a monografia constitua um texto científico, o leitor espera que você a
encerre com chave de ouro. De tal forma que sua conclusão influenciará a lembrança
que ele guardará de sua exposição como um todo.
Mas elaborar uma boa conclusão é fácil, pois você se limita a rematar o que expôs na
introdução e no desenvolvimento. Com densidade, clareza e concisão, você dá conta
disso.
A conclusão deve ser breve, mas precisa se configurar:

• Balanço do percurso que se iniciou na introdução e atravessou o desenvolvimento;


• Espécie de resposta definitiva às questões levantadas;
• Síntese de suas próprias idéias;
• Indicação de possíveis desdobramentos de sua pesquisa.

Antes de redigir a conclusão, esboce um pequeno roteiro, no qual as idéias se


encadeiem entre si e rumem para uma despedida que deixe entrever novos horizontes de
pesquisa.
Afinal, a busca de conhecimento se assemelha à corrida que os atletas empreendem
antes das olimpíadas: o fogo passa de mão em mão e se mantém aceso.
No mundo do conhecimento, as descobertas e idéias impulsionam novas buscas, com
vistas a compreendermos mais a realidade e, assim, podermos melhorá-la.
37

12- NORMAS TÉCNICAS

As normas técnicas são o que se pode chamar de verdadeiro mal necessário. Quase
todos os estudantes e professores as consideram muito chatas, mas admitem que, sem
elas, os textos acadêmicos gerariam muita confusão.
Elas nos possibilitam separar o pensamento alheio do nosso, inserir notas, colocar em
seqüência as diferentes partes da monografia, fornecer dados sobre as fontes consultadas
e muito mais – sempre de maneira ordenada.
Entre os vários modelos de padronização, um dos mais adotados é o estabelecido
pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), que utilizamos como base
principal do que apresentamos a seguir.

Citações

Durante a pesquisa, você lê muitos textos, nos quais encontra farto material a ser
aproveitado em sua monografia.
Os fatos e idéias que constam das obras consultadas podem reforçar seus argumentos
ou despertar comentários que os contradigam.
Em ambos os casos, seu leitor precisa conhecê-los da maneira mais nítida possível e
saber a quem atribuí-los.
Ao citar ou referir-se à produção de terceiros, você prova que sua monografia tem
fundamento. Ao indicar diferentes fontes, demonstra consistência.
Apenas evite transformar seu trabalho em simples colagem de informações e
raciocínios alheios. Limite o número e o tamanho das citações, tendo o cuidado de ligá-
las com suas idéias – que o leitor também precisa conhecer.
Às vezes, em lugar de reproduzir o trecho, você o resume com suas próprias
palavras. Faz o que se chama de paráfrase. Nesse caso, evidentemente não precisa usar
aspas. Mas deve retratar fielmente o pensamento do autor referido.
Caso você decida reproduzir citações, apresente-as em função do número de linhas.

Até três linhas


38

A citação deve vir no próprio corpo de seu texto, entre aspas, com referência da
fonte.
Exemplo: Othon M. Garcia (Comunicação em prosa moderna, p. 371) defende que
“a legítima argumentação, tal como deve ser entendida, não se confunde com o ‘bate-
boca’ estéril ou carregado de animosidade”.

Mais de três linhas


A citação aparece destacada do texto, com espaço simples, sem aspas e com recuo da
margem esquerda.
Pule uma linha do texto para a citação e outra da citação para o parágrafo que retoma
o texto.
Exemplo:

Perdidamente, pois é assim que se define a ação de quem não sabe aonde vai,
nem o que faz, Márcia olhava a fotografia daquele rapaz. Que não era o Jim
Morrison, nem Pedro ou alguém que eu conhecesse. Acompanhei seu olhar.
Pela primeira vez naquela tarde, ela desviou os olhos de onde estavam para
olhar meus olhos, que acompanhavam os olhos dela, interceptados no meio
do olhar. Entardecia no quarto quase escuro.1[1]

Observe que, como a citação já vem destacada, não precisa ser colocada em itálico
ou negrito. Ao final, indica-se a fonte.

Outras orientações
O uso de citações envolve uma série de outros cuidados, dos quais enumeramos os
principais:

1. Ao copiar um trecho, transcreva-o como o encontrou. Se descobrir alguma palavra


ou expressão escrita erroneamente, basta colocar a seu lado, entre parênteses, a palavra
latina sic, que significa algo como “escrito assim mesmo, por incrível que pareça”.
Exemplo fictício: Jairo das Cumbucas (Jovem em apuros, p. 45) atribuiu o problema
ao “revoltado sidadão (sic) que chegou à cidade em meio às festas juninas”.

1[1]
ABREU, Caio Fernando. Onde andará Dulce Veiga? São Paulo: Companhia das Letras, 1990.
39

Assim, você possibilita a seu leitor ter acesso ao texto do autor, sem se comprometer
por conta do erro que o mesmo cometeu com a palavra “cidadão”.

2. Citação inserida em outra citação deve vir com aspas simples.


Exemplo: “[...] é Vespúcio escrevendo a Lorenzo dei Medici que os indígenas
‘tomam tantas mulheres quantas querem e o filho se junta com a mãe, e o irmão com a
irmã, e o primo com a prima, e o caminhante com a que encontra’”.2[2]

3. Indique qualquer supressão de trecho com três pontos entre colchetes ou


parênteses. Assim: [...] ou (...).
Exemplo: “Como se sabe, a vinda de D. João, [...], levou à criação de uma série de
instituições que sacudiram a vida até então modorrenta da capital da colônia”.3[3]
Na citação, omitiu-se uma frase do texto original.

4. Se alterar alguma coisa na citação, avise o leitor, por meio de nota ou advertência
em seu próprio texto.

5. Coloque entre colchetes acréscimos ou correções que fizer na citação, para


demonstrar que não fazem parte do texto original.

6. Ao destacar trecho ou palavra da citação por sua conta, faça o leitor perceber isso
escrevendo (grifo meu) ou (grifo nosso). Recomendamos o último.

7. A referência a autor e obra pode vir em nota ou entre parênteses, logo depois da
citação.
É aconselhável fazer a primeira referência em nota, onde você pode fornecer todos os
dados bibliográficos da obra.
A partir da segunda referência à mesma obra, você pode usar parênteses, que
possibilitam ao leitor encontrar tais dados imediatamente após a citação.
Como falaremos adiante sobre nota, limitemo-nos aqui às indicações entre
parênteses. Estas precisam conter necessariamente o sobrenome do autor e a página de

2[2]
FREYRE, Gilberto. Casa-grande & senzala. 34 ed. Rio de Janeiro: Record, 1998.
3[3]
LOPEZ, Luiz Roberto. Cultura brasileira: de 1808 ao pré-modernismo. 2 ed. Porto Alegre: Ed. da
Universidade/UFRGS, 1995.
40

onde a citação foi extraída, mas podem trazer o título da obra ou o ano da edição
utilizada.
Parágrafos atrás, por exemplo, reproduzimos um trecho do romance Onde andará
Dulce Veiga?, de Caio Fernando Abreu, retirado de sua primeira edição, publicada em
1990. Na nota 1, fornecemos todos os seus dados bibliográficos. Agora, ao nos
referirmos à mesma obra, podemos recorrer a parênteses.
Digamos que o novo fragmento seja extraído da página 156.
A referência pode ser feita de duas maneiras:

a) (Abreu, 1990:156);
b) (Abreu, Onde andará Dulce Veiga?, p. 156).

Como vê, o sobrenome do autor e o número da página de onde se retirou a citação


aparecem nos dois modelos, que variam ao indicarem a obra pelo ano da edição
utilizada ou pelo título.
Atente também para o uso de dois-pontos, sem espaço, entre a data e o número da
página.
Caso você opte pela reprodução do título da obra, separe os dados com vírgula e,
para indicar que os últimos números correspondem à página, escreva “p.”.

Notas

Ao folhearmos um livro com muitas notas, logo pensamos que sua leitura só poderá
ser feita lentamente, com freqüentes deslocamentos dos olhos na direção do rodapé, do
final do capítulo ou mesmo das últimas páginas do volume.
Quanto ao autor, acreditamos que ele não controle todas as informações que detém.
Estas excederiam as frases, para se esparramar na forma de comentários paralelos.
É possível que isso aconteça. Mas, em si mesmas, as notas são recursos capazes de
imprimir fluência ao texto. Usadas com bom senso, facilitam a transmissão da grande
quantidade de dados de todo texto científico.
Para perceber a importância das notas, imagine sua monografia sem elas: um texto
corrido e consistente, mas sem indicação das fontes. Você omitiria de seu leitor dados
essenciais à compreensão de sua pesquisa.
41

As notas contribuem para manter a coesão do texto. Às vezes, por exemplo,


elegemos alguns autores aos quais nos referir, mas, em algum momento, percebemos a
importância de listá-los integralmente para o leitor. Se fazemos isto no corpo do texto,
criamos um atalho que desvirtua a linha de pensamento e reduz o ritmo da leitura. Ao
abrirmos uma nota, colocamos o dado à disposição, mas nem por isso impomos sua
leitura.
As notas servem também para:

a) Reproduzir, no original, citações que aparecem traduzidas no corpo do texto;


b) Indicar outras fontes bibliográficas. Exemplo: “Ver também Ribeiro...”;
c) Fazer remissão a outras obras. Exemplo: “Cf. Vieira...” (confrontar ou conferir tal
autor);
d) Ampliar informações;
e) Trazer à tona possíveis oposições à sua idéia.

Com as notas, você amplia o número de conexões entre sua monografia e outros
textos, enriquece a abordagem e exerce mais amplamente o senso crítico.
Mas limite suas notas às realmente necessárias. Sobre cada uma delas, pergunte-se se
não é o caso de cortar ou de integrar seu conteúdo ao texto. Se a resposta for
duplamente negativa, mantenha-a.
Ao redigir nota, busque a síntese. Só se satisfaça com a extensão depois de ter feito
tudo para reduzi-la.
Insira as notas ao pé da página ou no fim do trabalho, sabendo que a primeira opção
facilita a leitura.
Atenção agora para alguns procedimentos em relação a uso de notas:

• No Word, o caminho para pôr notas é: Inserir – Notas... – ok.


• A numeração deve ser feita em algarismo arábico (1, 2, 3,...).
• O espaço entre linhas é o simples.
• Se houver muitas referências à mesma obra, recorra à abreviação. Exemplo:
Ibidem, p. 54 (“Ibidem” quer dizer no mesmo lugar).
• Se a(s) outra(s) referência(s) da mesma obra não são imediatamente anteriores,
abrevie dessa forma: Abreu, op. cit., p. 62.
42

• Referência indireta. Se o trecho citado está na obra de determinado autor, mas não
é de sua autoria, indique com uma dessas formas: “apud”, “em”, “citado por”,
“referido por” etc.

Apresentação da monografia

Sempre esperamos que os textos que nos cabe ler tenham boa apresentação. Em
livro, por exemplo, gostamos de capa bonita, diagramação cuidadosa, letra agradável.
Esperamos também poder nos situar facilmente em relação às partes que o constituem.
Nas monografias que analisamos durante a pesquisa para elaborar a nossa, também
esperamos contar com esses cuidados. Mesmo em relação a apostilas, somos exigentes.
Por que não satisfazer nosso leitor no tocante a esse aspecto?
Para tanto, basta incorporar as recomendações que apresentamos a seguir.

Ordem das partes da monografia


Em capítulos anteriores deste livro, demonstramos a pertinência de dividir a
monografia em partes organizadas em seqüência, com início, meio e fim.
O mesmo princípio é respeitado na ordenação das páginas, que se acrescem de folhas
dedicadas a funções específicas.
A ordem é a seguinte:

Capa
Folha de rosto
Folha de exame (se a monografia for avaliada por banca examinadora)
Sumário (não listar os elementos que o antecedem, como: capa, folha de rosto e folha
de exame)
Lista de quadros, tabelas ou abreviaturas (se houver)
Introdução
Desenvolvimento (que não vem com esse nome, mas com os títulos de seus
diferentes capítulos e subcapítulos)
Conclusão
Referências bibliográficas
Anexos e apêndices (se houver)
43

Margens / espaços / fonte / páginas

Use folha tamanho A4, com as seguintes margens:


• superior: 2,5 centímetros
• inferior: 2,5 centímetros
• direita: 3,0 centímetros
• esquerda: 3,0 centímetros

Como todos nós gostamos de texto arejado, seu leitor certamente apreciará que você
use espaço 1,5 entre as linhas.

A fonte Times New Roman, tamanho 12, na cor preta, possibilita uma leitura
agradável e objetiva.

Coloque os títulos em letras maiúsculas e negrito. Os subtítulos, em minúsculas (com


exceção da primeira letra e dos nomes próprios), também em negrito.

Em páginas com títulos (introdução, capítulos do desenvolvimento, conclusão e


referências bibliográficas), pule cinco linhas da margem superior para o título, e uma do
título para o corpo do texto.

Para que o leitor visualize com facilidade os números das páginas, insira-os no canto
superior à direita da página ou centralizados na parte inferior. A numeração só deve
aparecer a partir da introdução (inclusive), mas é contada desde a folha de rosto.

Capa / folha de rosto


Veja o modelo:

TÍTULO DA
MONOGRAFIA
44

Por

NOME COMPLETO

INSTITUIÇÃO DE ENSINO
cidade – mês − ano
Figura 1 – Modelo de capa e de folha de rosto.

Folha de exame
45

TÍTULO DA MONOGRAFIA

Trabalho elaborado sob a


orientação do Professor..., do
Departamento de..., pelo
aluno..., do curso..., ....
período.

cidade − mês − ano


Figura 2 – Modelo de folha de exame.

Sumário

As principais divisões, capítulos e subcapítulos da monografia devem ser listados na


ordem em que aparecem, com indicação da página na qual começam.
46

SUMÁRIO

Introdução..................................................................... 5
1 – Estrutura sintática da frase ..................................... 7
1.1 1.1 – Tipos de frases ............................................ 12
1.2 1.2 – Exemplos comentados ................................ 20
2 – O período ............................................................... 24
2.1 – A organização interna ................................... 25
2.2 2.2 – Simples e composto ................................... 28
3 – Conclusão .............................................................. 30
4 – Referências bibliográficas ..................................... 31

Figura 3 – Modelo de sumário.

Referências bibliográficas
No final de tudo, é fundamental que você liste as fontes consultadas. Vale o
lembrete: relacione apenas as obras efetivamente usadas, em ordem alfabética.
Os elementos fundamentais na referência são: autor, título da obra, número da
edição, local de publicação (cidade), editora e data (ano).
E há ainda os dados complementares, que são opcionais: sobre obra traduzida, você
pode fornecer o título original e o nome do tradutor; acerca de qualquer livro, você
decide se quer informar número total de páginas, volume e nome de coleção ou série.
Vamos às normas:
47

Autor
1) 1) Autoria individual: quando a obra tem só um autor, a entrada é feita pelo
último sobrenome, todo em maiúsculas, com vírgula, e o restante do nome em
ordem direta.
ALENCAR, José de. O guarani. São Paulo: Martins, 1948.

2) 2) Se tiver algum indicativo de parentesco, a entrada é feita pelo nome anterior ao


mesmo.
MELO NETO, João Cabral de. Duas águas. Rio de Janeiro: José Olympio,
1956.

3) 3) Autoria dupla ou tripla: a ordem de entrada dos nomes é a da folha de rosto do


livro, sendo cada um tratado como no tópico acima, separando os autores pela
conjunção “e”.
BASTOS, Cleverson L. e KELLER, V. Introdução à metodologia científica. 8
ed. Petrópolis: Vozes, 1996.

4) 4) Autoria múltipla (quatro ou mais autores): a entrada se dá também pela ordem


da folha de rosto da obra. A partir de três autores, coloca-se o nome do primeiro
autor, seguido da expressão “et al.” (que significa “e outros”).
GUINBURG, J. et al. Semiologia do teatro. São Paulo: Perspectiva, 1978.

5) 5) Outro tipo de autoria: o autor é entidade ou instituição. Utiliza-se o nome da


entidade ou instituição, sem inversões, todo em maiúsculas.
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO. Normas
para apresentação de teses e dissertações. Rio de Janeiro: 1976.

6) 6) Sem autoria específica ou identificada: a entrada se dá pelo título da obra, pelo


nome do jornal ou da coleção, com o primeiro verbo ou nome (e as palavras que o
precederem, se houver) em maiúsculas.
UMA SÍNTESE de Paulo da Portela e Miles Davis feita pelo carpinteiro
Paulinho da Viola. O Globo, Rio de Janeiro, 12 mai. 1972.
48

7) 7) Repetição de autoria: se você indica mais de uma obra do mesmo autor, basta
escrever uma vez o nome dele, que passa a ser identificado por seis hífens.
RIBEIRO, João. História do Brasil. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1935.
------. Floresta de exemplos. Rio de Janeiro: São José, 1959.

8) 8) Organizador: se a obra tem organizador, a indicação é feita ao lado do nome,


com a indicação (org.) ou, se for mais de um, (orgs.).
ARIÈS, Philippe e BEJIN, André (orgs.). Sexualidades ocidentais. São Paulo:
Brasiliense, 1987.

9) 9) Tradutor: se a obra for estrangeira, coloca-se o nome do tradutor após o título,


sem inversões.
ISER, Wolfgang. O fictício e o imaginário: perspectivas de uma antropologia
literária. Trad. de Johannes Kretschmer. Rio de Janeiro: EdUERJ, 1996.

Título
1) 1) O título vem depois do nome do autor.

2) 2) O destaque deve ser feito somente em itálico. Com exceção do primeiro nome,
as palavras devem vir em letras minúsculas.
Atenção: as iniciais maiúsculas devem ser mantidas em nomes próprios, de lugares e
outros, mesmo se aparecerem no meio ou final do título.

3) 3) Em títulos de periódicos, todos os nomes devem iniciar em letra maiúscula.


Aqui, é obrigatória a menção de quais páginas correspondem ao texto. Indique
também ano, mês e dia de publicação.
FERNANDES, José. “Progresso e desenvolvimento”. Revista Brasil. Belo
Horizonte: Mentes, 24, 4 jan. 1999, p. 45-6.
MANACEL, Ester. “Os caminhos da educação”. Notícias da Hora, São Paulo:
22 ago. 1998. Caderno D, p. 3.

4) 4) Se não utilizar a obra inteira, mas apenas um texto do livro, indique o título do
capítulo, artigo ou seção entre aspas, em minúsculas, sem marcação de itálico ou
49

negrito, depois do nome do autor. Em seguida, escreva a expressão “In:”,


mencionando o título da obra geral, em itálico.
HENRIQUES, Claudio Cezar. “A estrutura dos advérbios: uma visão
sincrônica”. In: Língua portuguesa em debate: conhecimento e ensino. Petrópolis:
Vozes, 2000.

5) 5) O subtítulo aparece depois do título e de dois-pontos, igualmente em itálico.

Publicação
A cidade de publicação da obra vem depois do título, seguida de dois-pontos e
nome da editora. Insere-se uma vírgula e, finalmente, o ano. Atenção: não há
necessidade de se escrever a palavra “editora”.
Se o livro tiver sido publicado em co-edição, escreva os nomes dos lugares e
das editoras, separando-os por vírgula.
Se há desconhecimento do lugar, a indicação é feita por [s. l.], que significa:
sine loco.
Se não há editora, a forma é [s. n.], que significa: sine nomine.
Ausência de data: s.d.

Outras observações
O volume é abreviado como “v.” (indica-se o número em algarismos romanos),
o número como “n.” e a página como “p.”.
É recomendável que se inclua o número de edição a partir da segunda.

Consultas eletrônicas
CD-ROM
Nome do autor. Título. Versão, CD-ROM. Cidade: editora (se houver), ano.

Internet
Nome do autor. Online: disponível na Internet via http://endereço eletrônico. Data da
consulta.
50

Jornal ou revista
Mesma disposição já explicada nas referências bibliográficas. No final acrescenta-se o
endereço eletrônico, como descrito anteriormente.

13- CONSIDERAÇÕES FINAIS

Para elaborar o texto deste pequeno livro, partimos do conteúdo e da experiência que
havíamos acumulado na universidade, acrescidos de novos dados essenciais.
Elaboramos um sumário baseado na estrutura mais comum de um volume com a
proposta de ensinar a elaborar monografias, no qual incluímos capítulos sobre aspectos
que nos parecem igualmente importantes.
A escrita se configurou uma verdadeira criação coletiva. Cada um de nós três
desenvolveu a primeira versão de alguns capítulos e reescreveu a produção dos demais.
Livres para expressar exatamente o que achávamos, fomos integralmente ouvidos uns
pelos outros.
Uma vez fechado, o original passou por várias revisões. Após a diagramação, voltou
a ser lido integralmente. Apesar desse meticuloso processo, não sabemos se eliminamos
todas as falhas. Temos certeza apenas de que, dentro de algum tempo, estaremos
distanciados o suficiente para enxergar as passagens que poderiam ser melhor redigidas.
Confessamos isto sem constrangimento, cientes de que ocorre à maioria das pessoas
que fazem o percurso entre a pesquisa e a publicação. Uma desculpa muito comum é de
que, em outras circunstâncias, com mais tempo, faríamos melhor. Acontece que não
existem condições ideais de trabalho. Basta pensar em seu caso.

Entre a faculdade e o mercado

Ao final do curso superior, você quer conseguir um emprego, precisa ganhar


dinheiro, quem sabe alugar um espaço exclusivo para morar. Está com a cabeça cheia de
perguntas. No entanto, tem de fechar o processo iniciado alguns anos antes, no começo
da faculdade, elaborando uma monografia.
Se a monografia é tão importante, por que não ser praticada desde os primeiros
períodos? A pergunta vem mobilizando muitos professores de graduação, que logo cedo
passam trabalhos monográficos. Assim, os alunos têm bastante tempo para exercitar a
51

capacidade de recolher informações e transformá-las em texto legível. Ampliam as


chances de desenvolver essa habilidade preponderante na maioria das carreiras.
Mesmo que só tenha contato com a monografia nos últimos semestres de curso, tente
vê-la como remate da preparação para a vida que se inicia depois da faculdade. Com
esse objetivo em mente, você enfrenta com muito mais disposição os desafios e
percalços inerentes ao trabalho.

Preciosos leitores

Uma das formas de facilitar a elaboração da monografia é partilhá-la com as pessoas


que torcem por você.
Submeta seu texto à leitura dos próximos. Quanto mais gente opina, mais você
esmera. O orientador é o mais capacitado a emitir pareceres, entretanto parentes, amigos
e demais interessados podem indicar mudanças necessárias.
Imagine a alegria de acompanharem a evolução de seu trabalho e verem o texto
ganhando consistência e forma!

Zelo do início ao fim

Seu pequeno círculo de leitores também aponta deslizes gramaticais, possibilitando


que você amplie seu conhecimento das regras que regem nossa língua. Elas somam
muitas, mas podemos dominá-las paulatinamente, até conseguirmos escrever sem erro.
Essa exigência ganha ainda mais sentido ao final do ensino superior, quando se
espera que as pessoas dominem o idioma pátrio. Para atestar o sucesso do processo de
formação como um todo, a monografia precisa ser zelada também no que concerne à
gramática.
O Word nos auxilia nesse sentido: nem sempre acerta, mas sublinha todas as palavras
suspeitas. Podemos também instalar dicionários eletrônicos, para rapidamente tirarmos
dúvidas e ampliarmos o vocabulário. Use todos os recursos que ajudem a demonstrar
que você se preparou para assumir o que muitos chamam de postura profissional.

Leitura de despedida

Raramente um plano de trabalho é executado conforme previsto. Por mais


organizados que sejamos, o cronograma acaba escapando ao nosso controle. Mesmo
52

reservando uma margem de tempo para eventuais imprevistos, quase sempre precisamos
correr até o último momento. Mas não podemos deixar de fazer uma última leitura
completa da monografia.
O ideal é lê-la impressa. Assim, você tem uma visão mais objetiva do todo: dos
títulos às notas de rodapé. Eventualmente descobre furos terríveis, que repara sem
pestanejar. O mais provável é fazer ajustes e emendas que, por mínimos que sejam,
contribuem para transmitir seriedade e desvelo.
Mas nossa insistência para que faça essa última leitura se fundamenta sobretudo na
certeza de que, se você pesquisou a fundo e redigiu com afinco, atingiu um resultado
digno de celebração.

CERVO, Amado Luiz e BERVIAN, Pedro Alcino. Metodologia científica: para uso dos
estudantes universitários. São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre:
McGraw-Hill, 1975.

DUARTE, Sérgio Nogueira. Língua viva. Rio de Janeiro: Jornal do Brasil, 1998.

ECO, Umberto. Como se faz uma tese. Trad. Gilson Cesar Cardoso de Souza. 14 ed.
São Paulo: Perspectiva, 1998.

GARCIA, Othon M. Comunicação em prosa moderna: aprenda a escrever, aprendendo


a pensar. 17 ed. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1998.

GOLDENBERG, Mirian. A arte de pesquisar. 5 ed. Rio de Janeiro: Record, 2001.

HÜHNE, Leda Miranda (org.). Metodologia científica: caderno de textos e técnicas.


Rio de Janeiro: Agir, 1987.
53

KURY, Adriano da Gama. Elaboração e editoração de trabalhos de nível universitário:


especialmente na área humanística. Rio de Janeiro: Fundação Casa Rui Barbosa, 1980.

LUFT, Celso Pedro. O escrito científico: sua estrutura e apresentação. 4 ed. Porto
Alegre: Lima, 1974.

RUDIO, Franz Victor. Introdução ao projeto de pesquisa científica. 21 ed. Petrópolis:


Vozes, 1997.

SALVADOR, Ângelo Domingos. Métodos e técnicas de pesquisa bibliográfica:


elaboração de trabalhos científicos. 11 ed. Porto Alegre: Sulina, 1986.

SEVERINO, Antonio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 12 ed. São Paulo:


Cortez e Autores Associados, 1985. (Educação Contemporânea).

SILVA, Mário Camarinha da e BRAYNER, Sonia. Normas técnicas de editoração:


teses, monografias, artigos e papers. 2 ed. Rio de Janeiro: UFRJ, 1993.

THOMPSON, Augusto. Manual de orientação para preparo de monografia: destinado,


especialmente, a bacharelandos e iniciantes. 2 ed. Rio de Janeiro: Forense-
Universitária, 1991.

TRALDI, Maria Cristina e DIAS, Reinaldo. Monografia passo a passo. Campinas:


Alínea, 1998.

VERA, Armando Asti. Metodologia da pesquisa científica. Trad. Maria Helena Guedes
Crespo e Beatriz Marques Magalhães. Porto Alegre: Globo, 1974.

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