Consulta: VIRAZOLE
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Tratamento (Wikipédia)
Até pouco tempo, a cinomose remontava um longo histórico de insucessos no que tange
tratamentos para animais acometidos. Dois fatores se associavam e possuíam papel
importante na manutenção dessa perspectiva negativa.
O primeiro pode ser considerado quase cultural, animais acometidos não recebem a
devida atenção até que a doença atinja sua fase nervosa. Durante esta fase não
neurológica, os sintomas comumente observados são distúrbios intestinais e
respiratórios, apatia, falta de apetite e ressecamento do coxin palmar, e este quadro
costuma não ser o bastante para alarmar os proprietários. Sendo o auxílio médico
procurado somente quando a doença atinge o fase nervosa e a perturbação do estado do
animal é mais chocante.
Foi averiguado que a ação dos macrófagos sobre células nervosas é orientada sobre
células contaminadas, o que indica que a reação auto-imune é conseqüência direta da
presença do vírus.[1] Uma vez constatado isso, fica fácil entender como os fatores
citados contribuem para o óbito dos animais infectados: os proprietários buscam ajuda
especializada somente quando a doença está em estagio avançado (fase neurológica) e a
prescrição de antiinflamatórios (que são geralmente corticóides) minam o sistema imune
do animal, permitindo alem da proliferação do vírus, também a reação auto-imune que
aumenta como forma de contenção das células infectadas.
Os tratamentos de maior sucesso para cinomose canina são apropriações de tratamentos
consagrados para outras enfermidades causadas por vírus similares, como é o caso do
Ribavirin e da Vitamina A, que são utilizados no tratamento do sarampo [2][3] ,[4] mesma
família e gênero (Paramyxoviridae – Morbilivirus) e do Alfa Interferon , utilizado para
o tratamento do sarampo[5] e quando se deseja preservar aves acometidas pela doença de
Newcastle,[6] mesma família, mas gêneros diferentes (Paramyxoviridae – Avulavirus ).
As primeiras referências de que tratamentos eficazes para vírus similares poderiam ser
efetivos para cinomose surgiram quando trabalhos verificaram que a cinomose era uma
doença equiparável ao sarampo [1] e animais infectados poderiam ser utilizados para o
desenvolvimento de novas tecnologias para tratamento do sarampo. A dúvida se para o
caso do sarampo a recíproca seria verdadeira foi esclarecida quando estudos verificaram
a eficácia de tratamentos clássicos para o sarampo quando estes eram aplicados sobre
animais com cinomose.
A primeira constatação foi quando a indução de altos níveis séricos de Vitamina A, que
é um tratamento ostensivamente utilizado para tratamento de sarampo [7] (sendo
inclusive recomendado pela Organização Mundial da Saúde [8]), produziu um efeito de
100% de cura em animais experimentalmente infectados. O grupo que não recebeu a
suplementação todo veio a óbito.[9]
Referências
1. ↑ 1,0 1,1 WELTER, J. Canine distemper virus (CDV) infection of ferrets as a
model for testing Morbillivirus vaccine strategies: NYVAC- and ALVAC-based
CDV recombinants protect against symptomatic infection. Journal of Virology,
1997, 71:2, p. 1506-1513
2. ↑ KLEIN, M. A randomized, controlled trial of vitamin A in children with
severe measles. N.E. Journal of Medicine, 1990, 323:3, p. 160-164
3. ↑ OTAKI, M. Inhibition of measles virus and subacute sclerosing
panencephalitis virus by RNA interference. Antiviral Research. 2006;70:3. p.
105-11.
4. ↑ TOSHIMITSU, T. et al. The cooperative effect of interferon-α and ribavirin on
subacute sclerosing panencephalitis (SSPE) virus infections, in vitro and in vivo.
Antiviral Research, 1998, 37:1. p.29-35
5. ↑ TOSHIMITSU, T. et al. The cooperative effect of interferon-α and ribavirin on
subacute sclerosing panencephalitis (SSPE) virus infections, in vitro and in vivo.
Antiviral Research, 1998, 37:1. p.29-35
6. ↑ MARCUS, PI et al. Interferon Action on Avian Viruses. I. Oral
Administration of Chicken Interferon-alpha Ameliorates Newcastle Disease.
Journal of Interferon and Cytokine Research, 1999. 19:881–885
7. ↑ KLEIN, M. A randomized, controlled trial of vitamin A in children with
severe measles. N.E. Journal of Medicine, 1990, 323:3, p. 160-164
8. ↑ Organização Mundial da Saúde, OMS. United Nations Children's Fund.
Measles mortality reduction and regional elimination strategic plan 2001-2005.
Geneva: World Health Organization; 2001
9. ↑ 9,0 9,1 RODENEFFER, C. et al. Disease Manifestations of Canine Distemper
Virus Infection in Ferrets Are Modulated by Vitamin A Status. Journal of
Nutrition, 2007, 137. p. 1916-1922
10. ↑ RAILA, J et al. Retinol and Retinyl Ester Responses in the Blood Plasma and
Urine of Dogs after a Single Oral Dose of Vitamin A. The Journal of Nutrition,
2002; 132:6
11. ↑ MADDOCK CH, et al. Hypervitaminosis A in the dog. The Journal of
Nutrition. 1949 Reprint
12. ↑ GREEN, H.N. Vitamin A as an anti-infective agent. The British Medical
Journal, 1928,2. p. 691-696
13. ↑ BELLOLI, C. et al. In vitro efficacy of ribavirin against canine distemper
virus. Antiviral Research, 2008, 77. p. 108-113
14. ↑ JEULIN, H. et al. Effective ribavirin concentration in mice brain using
cyclodextrin as a drug carrier: Evaluation in a measles encephalitis model.
Antiviral Research, 2009, 81:3, p. 261-266
15. ↑ MANGIA, S. Tratamento experimental de cães naturalmente infectados com o
vírus da cinomose na fase neurológica com o uso de ribavirina e dimetil-
sufóxido (DMSO). Botucatu, 2008. Tese (Mestrado) – Faculdade de Medicina
Veterinária e Zootecnia, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho,
2008
16. ↑ MARKS, IM et al. Administration of ribavirin with food results in higher and
less variable ribavirin plasma concentrations. Journal of Hepatology, 2001. 34:1