Há dois critérios para se analisar o resultado: o naturalístico e o jurídico.
a) Naturalístico: é a modificação sensível do mundo exterior. O evento está situado
no mundo físico, de modo que somente se pode falar em resultado quando existe alguma modificação passível de percepção pelos sentidos.
Exemplos: a morte de uma pessoa (Art. 121 do CP); uma lesão corporal (Art. 129 do CP); a subtração de um bem (Art. 155 do CP); ou a sua destruição (Art. 163). – Em todos esses casos é possível a verificação da modificação no mundo dos fatos.
As condutas penalmente relevantes que exigem resultado naturalístico são
chamados de delitos materiais. Além dos exemplos mencionados temos os crimes omissivos impróprios (comissivo por omissão) e os culposos.
b) Jurídico ou normativo: é a modificação gerada no mundo jurídico, seja na forma
de dano efetivo ou na de dano potencial (lesão ou perigo de lesão), ferindo interesse da norma penal.
As condutas penalmente relevantes que só produzem efeitos jurídicos são denominadas de
duas formas: formais; e de mera conduta.
1. Formais: delitos em que o legislador preferiu antecipar a sua consumação antes
mesmo da ocorrência do resultado naturalístico, considerando este ultimo, caso venha a ocorrer, como um mero exaurimento. Embora não seja necessária à sua caracterização, o legislador fez a previsão de um resultado naturalístico. Exemplos: Artigo 131 do CP; 158 e 159 do CP, etc. 2. De mera conduta: delitos de simples atividade em que o legislador não fez previsão de qualquer resultado naturalístico a fim de caracterizá-lo. Exemplos: Art. 150 do CP.
Exemplos: Art. 150 - Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra a
vontade expressa ou tácita de quem de direito, em casa alheia ou em suas dependências.
Assim, é possível afirmar que toda conduta penalmente relevante é capaz de
provocar um resultado. Se não for naturalístico, será jurídico.
O estudo da relação de causalidade possui maior relevância em relação aos crimes