Crime de Homicídio.
Não sofreu grandes Alterações desde o início da Validade do atual Código Penal (1942).
A nossa Espécie, em sua Origem, em sua Estrutura como uma Sociedade Organizada, teve
uma História de Assassinato. O Assassinato está muito ligado ao Ser Humano.
A própria Religião já coloca como um de seus Mandamentos a Conservação da Vida (não
Cometimento de Assassinato: “não matarás”); não se proíbe o que não se deseja.
Uma Exceção é o Incesto, que não é previsto pelo Código Penal, pois no Brasil é um Tabu
tão grande, que o Legislador preferiu não tratar sobre o Assunto, pois se o fizesse,
acabaria por declarar que a prática de Incesto é desejada.
Há no Ser Humano um Desejo de Matar, assim sendo, é a primeira Previsão do Código
Penal (Parte Especial):
Art. 121 do Código Penal: “Matar alguém: Pena - reclusão, de seis a vinte anos”.
A Lei não protege a Vida, e sim pune quem mata. Se a Lei protegesse a Vida, não teríamos,
por exemplo, uma Criança morrendo de Fome a cada 1,5 Minutos no Brasil.
Os Crimes que o Código enuncia com as Penas mais severas não são os Crimes contra a
Vida, e sim os Crimes contra o Patrimônio.
Outra questão é que, diversos Atos que são cominados como Crimes de Assassinato, nem
sempre verdadeiramente o são:
Ex: uma Mãe que deixa de alimentar o Filho, comete Assassinato; os casos, contudo,
de Mortalidade Social, representam Injustiça Social, pois não se identifica o Autor; o
caso ainda de Desvio de Verba de Merenda Escolar, que acaba deixando Crianças com
Fome, não é Criminalizado como Assassinato (Homicídio); esses dois últimos casos
não apresentam (não se consegue, ao menos, estabelecer) o Nexo Causal.
No Brasil, há Gradação do Crime de Homicídio: Culposo, Simples, Qualificado; tal Gradação
substitui o Sistema de Diferenciação entre Homicídio e Assassinato existente em outros
países.
Os que são amenizados são os Homicídios Privilegiados, e ao que são agravados são os
Qualificados, dependendo esta Qualificação das Circunstâncias.
Sujeito Ativo de um Homicídio:
Qualquer Ser Humano pode ser tido como Sujeito Ativo. Um Animal, por exemplo,
um Boi, que mata alguém, nunca será Sujeito Ativo; poderá, contudo, ser tido como
Instrumento do Crime (Realização Indireta do Crime).
O caso dos Siameses é uma Exceção; acaba-se por absolver, pois se houvesse
Condenação, acabar-se-ia, injustamente, punindo o Inocente.
Critérios para se confirmar o Homicídio:
Sujeito Passivo de um Homicídio:
O Critério para se definir quem está Morto vem variando, considerando-se,
basicamente, ao longo do tempo, os seguintes:
Cardiovascular.
Cerebral.
Deterioração das Células.
A partir da Lei Nº 934/97, estabeleceu-se o Critério para Caracterização da Morte: a
Morte Cerebral, a partir da qual a Doação dos Órgãos pode se dar.
O Presidente Fernando Henrique Cardoso, por pressão da Igreja Católica, não
conseguiu aprovar a Lei para Doação dos Órgãos, que previa Doação “Obrigatória” em
caso de não Declaração em Vida de Vontade de Doação, tendo-se feito prática inversa
à prevista por tal Lei: hoje, para doar os Órgãos, a Pessoa deve deixar Escrito o que
quer fazer.
A Estrutura Penal Brasileira é feita sobre a idéia de Tipo Legal, ou seja, a Descrição que se
faz da Ação e Omissão que são cominadas como Crime:
Tipo Objetivo:
Fala-se em Direito Penal sem considerar a Questão Mental da Pessoa, do Sujeito
Ativo do Delito; é aquela Ação ou Omissão que estão caracterizadas no
Dispositivo Legal como sendo Crime.
Crimes de Omissão: dão-se quando se deixa de fazer algo que se deveria fazer,
não evitando o Ato Lesivo. Ex: deixar de socorrer alguém Acidentado.
Crime de Ação: dão-se quando se faz algo, toma-se alguma Atitude que gera o
Ato Lesivo.
Tipo Subjetivo:
É aquilo que é necessário que se passe pela Mente da Pessoa para a Realização
do Crime e sua Caracterização.
São os Crimes Dolosos (pressupõe a Intenção Consciente de cometer o Ato) e
Culposos (caracterizado por não-Intenção Consciente de cometer o Ato;
caracterizado por Negligência, Imprudência, Imperícia).
O Tipo Subjetivo poderia permitir uma Diferenciação entre um Crime de Lesão
Corporal seguido de Morte de um Crime de Homicídio.
Crime Tentado e Crime Consumado: o problema é saber quando se dá a Morte; o
Crime é Consumado quando ocorre a Morte, antes disse ele é apenas Tentado; se
durante o Processo a Pessoa vier a falecer, o Promotor pode mudar a Acusação, de
Crime Tentado para Consumado.