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Este relatório tem como objetivo a aplicação dos conhecimentos adquiridos através do estudo
da disciplina Dinâmica das Máquinas, na solução de um problema real de engenharia. O problema
em questão é um mecanismo biela-manivela, composto por quatro barras, que é maciçamente usado,
principalmente em máquinas e motores térmicos. Inicialmente, foi feita uma análise dinâmica do
problema, para facilitar no desenvolvimento matemático das equações do movimento. Optou-se pelo
uso do método dos números complexos, dada a sua simplicidade para proceder as derivações das
equações obtidas. Em posse destas equações, realizou-se a implementação computacional, através
de um programa desenvolvido na plataforma MatLab®.
Através dos resultados obtidos, pode-se concluir que os movimentos das barras do
mecanismo se aproximam de funções harmônicas. Verificou-se que os maiores torques de equilíbrio
ocorrem quando o mecanismo não possui atrito nas juntas das barras, o que era esperado. Os
resultados obtidos serão explicitados no decorrer deste relatório
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Sumário
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1) Introdução
O sistema biela-manivela de uma máquina motriz é composto de uma biela AB cujo extremo
A, chamado base de biela, é deslocado ao longo de uma reta, enquanto que o outro extremo B,
chamado cabeça de biela, articulado em B com uma manivela OB, descreve uma circunferência de
raio OB. A base de biela está articulada no denominado “patim”, solidário com o pistão que é
deslocado entre duas guias. O pistão descreve um movimento oscilatório, muito próximo a um
movimento harmônico simples, como será mostrado neste relatório.
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Figura 1.3 – Ilustração de um mecanismo biela manivela usada em motores térmicos
2) Desenvolvimento Teórico
Para a análise da posição, tomou-se como base a nomenclatura presente na figura 2.1 a
seguir:
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Através do método dos números complexos, tem-se a equação cíclica:
R1 = R2 + R3 (2.1)
Como a equação acima é dada na forma de duas componentes (real e imaginária), separa-se
a equação (2.1), da seguinte forma:
Por meio da lei dos senos, isola-se o ângulo θ3 e chega-se a seguinte equação:
(2.3)
Assim, derivando as equações (2.2), obtém-se a velocidade real e imaginária:
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Componente Real: A1 = -r2 (ω22 cos(θ2) + α2 sen(θ2) ) - r3 (ω32 cos(θ3) + α3 sen(θ3))
Componente Real: ag3r = -r2 ω22 cos(θ2) – (0.5) r3 α3 sen(θ3) – (0.5) r3 ω32 cos(θ3)
Componente Imaginária: ag3i = -r2 ω22 sen(θ2) + (0.5) r3 α3 cos(θ3) – (0.5) r3 ω32 sen(θ3) (2.10)
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Após o cálculo da aceleração dos centros de gravidade das barras, calcularam-se
primeiramente, os torques de inércia e de equilíbrio considerando que há atrito nas juntas das barras,
considerando os seguintes dados de entrada:
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Momento devido ao atrito nas juntas:
l=0.04 [m]
I=(l^4)/12; [m4]
Onde I representa o momento de inércia de área da seção transversal das barras. Para
encontrar o torque de equilíbrio, faz-se o somatório de momentos no ponto inferior da barra 2:
Teqca =
-c32-c12 + m2. Ag2i. 9ós(θ2)*(0.5 r2) –m2. Ag2r. sin(θ2). (0.5 r2 ) + I.α2+ f23.cos(-θ3).sin(-θ3).r2 +
f23.sin(-θ3).cos(-θ3).r2 (2.18)
Para o caso sem atrito, adotou-se com coeficiente de atrito igual a zero, utilizou-se as mesmas
equações.
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3) Análise dos resultados obtidos
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Figura 3.2 – Posição horizontal da barra 2 [m] em função do ângulo [graus]
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Figura 3.4 – Posição horizontal da barra 3 [m] em função do ângulo [graus]
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Figura 3.6 – Posição horizontal da barra 3 [m] em função do ângulo [graus]
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A aceleração da barra 4(cursor), em função do ângulo [graus] é dada a seguir:
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Percebe-se que há uma grande semelhança entre o comportamento gráfico obtido neste
relatório com o oriundo da literatura técnica (Norton, Robert L. – Design of Machinery). Nota-se que o
movimento das barras do mecanismo assemelha-se a uma função harmônica simples, uma senóide,
por exemplo.
Figura 3.12 – Comparação entre os torques de equilíbrio para as juntas com e sem atrito
Como o esperado, o torque de equilíbrio, para o caso em que não há atrito nas juntas das
barras do mecanismo biela manivela e entre o cursor e sua superfície de contato, é maior. Os
esforços gerados pelo atrito colaboram para que o torque de equilíbrio seja de menor magnitude.
Através do programa na plataforma MatLab®, obteve-se os seguintes resultados:
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(Torque de equilíbrio máximo para o caso sem atrito)
eficiência = Teqca./Teqsa
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4) Conclusão
Através dos gráficos obtidos do movimento, confirmou-se o que havia sido citado na literatura
técnica (Norton, Robert L. – Design of Machinery), ou seja, o comportamento das curvas da
velocidade e da posição é semelhante a uma senóide. Através do programa computacional
desenvolvido em plataforma Matlab®, pode-se estimar a relação entre o torque de equilíbrio nas
duas situações abordadas neste relatório (com atrito nas juntas e no cursor e sem o mesmo).
Confeccionado os gráficos para uma variação angular da manivela de 0º a 720º,é possível
visualizar o movimento da mesma em 2 ciclos, comprovando assim o comportamento periódico do
mecanismo. Em posse dos valores das acelerações dos centros de massa das barras, foi possível
determinar as forças e os torques de inércia, com isso, calculou-se o torque de equilíbrio para cada
posição angular, considerando o sistema com e sem atrito entre os seus componentes.
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5) Bibliografia
http://www.emc.uji.es/d/IngMecDoc/Mecanismos/Barras/MBM_index.html
http://www.dem.feis.unesp.br/cdrom_creem2005/pdf/mn16.pdf
http://www.fisica.ufs.br/CorpoDocente/egsantana/oscilaciones/biela/biela.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mecanismo_de_quatro_barras
http://www.poli.usp.br/p/ricardo.ibrahim/sint_11.pdf
http://www.abcm.org.br/xi_creem/resumos/MC/CRE04-MC12.pdf
http://www.sorocaba.unesp.br/professor/waldemar/PMN/PMN%20Slides%202.pdf
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6) Anexos
clc;
clear all;
%Dados de entrada
r2=0.150; %Manivela
[m]
r3=0.450; %Biela
[m]
Teta1=0; %Ângulo da barra fixa com a horizontal
[radianos]
w1=0; %Velocidade angular da barra fixa [rad/s]
n=500;
Teta2=linspace(0*(pi/180),720*(pi/180),n); %Ângulo da barra 2 com a horizontal
[radianos]
w2=6000*(2*pi/60); %Velocidade angular da barra 2
[rad/s]
alfa2 = 10; %Aceleração angular da barra2
[rad/s²]
gama = asin((r2/r3)*sin(Teta2)) ; %Ângulo auxiliar de construção
[radianos]
Teta3 = -gama; %Ângulo da barra 3 com a horizontal
[radianos]
Teta3g = (180/pi)*Teta3;
Teta2g = (180/pi)*Teta2;
A = -r2*cos(Teta2)*w2;
B = (r3*cos(Teta3));
w3 = (-w2*r2*cos(Teta2))./(r3*cos(Teta3)); %Velocidade
angular da barra 3 [rad/s]
C = -r2*sin(Teta2)*w2;
D = -r3.*w3.*sin(Teta3);
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v1 = C+D %Velocidade linear
da barra 1 [m/s]
E = (1./(r3*cos(Teta3)));
F = (r2*w2^2*sin(Teta2))./(r3.*cos(Teta3));
G = (-r2*alfa2*cos(Teta2))./(r3.*cos(Teta3));
H = (w3.*w3.*sin(Teta3))./(cos(Teta3));
%alfa3
(1./(r3.*cos(Teta3)))*(r2.*w2^2.*sin(Teta2)-r2.*alfa2.*cos(Teta2)+
1/cos(Teta3).*(r3.*w3.^2.*sin(Teta3));
I = -r2*w2^2.*cos(Teta2);
J = -r2*alfa2*sin(Teta2); %Aceleração linear da barra 1[m/s]
K = -r3.*w3.*w3.*cos(Teta3);
L = -r3.*alfa3.*sin(Teta3);
a1 = I + J + K + L; %a1= -r2*(w2^2*cos(Teta2) +
alfa2*sin(Teta2)) - r3*(w3^2*cos(Teta3)+alfa3*sin(Teta3));
%ag3r = (-r2*w2^2*cos(Teta2)-
(r3/2)*alfa3*sin(Teta3)-(r3/2)*w3^2*cos(Teta3));
M = (r3/2)*alfa3.*cos(Teta3);
N = -(r3/2)*w3.^2.*sin(Teta3); %Aceleração centro de gravidade imaginaria
% ag3i = -F + M + N
ag3i=(-r2*w2^2*sin(Teta2)+(r3/2)*alfa3.*cos(Teta3)-(r3/2)*w3.^2.*sin(Teta3));
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% Fazendo DCL das barras 4,3 e 2 encontramos:
f34=(p-m4.*a1)./(cos(gama)-mi.*sin(gama).*sign(-v1)) %Força da
barra 3 na barra 4
f23=(m3.*ag3r + f34.*cos(gama))./cos(gama) %Força da
barra 2 na barra 3
f32=-f23 %Força
da barra 3 na barra 2
f12x=f23.*cos(gama) + m2*(w2^2)*(r2/2).*cos(Teta2) %Força
horizontal da barra 1 na 2
f12y=-f23.*sin(gama)+ m2*(w2^2).*(r2/2).*sin(Teta2) %Força
vertical da barra 1 na 2
c32=mi*rca.*sqrt((-f23.*cos(gama)).^2 + (-f23.*sin(gama)).^2).*sign(w3-w2) %Momento
devido ao atrito nas juntas
c12=mi*rca.*sqrt((f12x.^2)+ (f12y.^2)).*sign(w1-w2)
f34s=(p-m4.*a1)./(cos(gama)-mis.*sin(gama).*sign(-v1))
f23s=(m3.*ag3r + f34s.*cos(gama))./cos(gama)
f32s=-f23s
f12xs=f23s.*cos(gama) + m2*(w2^2)*(r2/2).*cos(Teta2)
f12ys=-f23s.*sin(gama)+ m2*(w2^2).*(r2/2).*sin(Teta2)
c32s=mis*rcas.*sqrt((-f23s.*cos(gama)).^2 + (-f23s.*sin(gama)).^2).*sign(w3-w2)
c12s=mis*rcas.*sqrt((f12xs.^2)+ (f12ys.^2)).*sign(w1-w2)
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%Proporção dos torques de equilíbrio com e sem atrito para cada ângulo teta
eficiencia = Teqca./Teqsa;
rmax = max(eficiencia);
rmin = min(eficiencia);
[i,j]=find(eficiencia==rmax) %Localiza os pontos onde há o
toque máximo e o mínimo
[i,j]=find(eficiencia==rmin)
Teqcamax = max(Teqca)
Teqsamax = max(Teqsa)
Teqcamin = min(Teqca)
Teqsamin = min(Teqsa)
figure(1)
plot([Teta2g],[v1])
grid on;
ylabel('Velocidade da barra 4 - bloco em [m/s]' )
xlabel('Ângulo - em graus')
figure(2)
plot([Teta2g],[a1])
grid on;
ylabel('Aceleração da barra 4 - bloco em [m/s²]' )
xlabel('Ângulo - em graus')
figure(3)
plot([Teta2g],[x2])
grid on;
ylabel('Posição horizontal da barra 2[m]')
xlabel('Ângulo - em graus')
figure(4)
plot([Teta2g],[y2])
grid on;
ylabel('Posição vertical da barra 2[m]')
xlabel('Ângulo - em graus')
figure(5)
plot([Teta2g],[x3])
grid on;
ylabel('Posição horizontal da barra 3[m]')
xlabel('Ângulo - em graus')
figure(6)
23
plot([Teta2g],[y3])
grid on;
ylabel('Posição vertical da barra 3[m]')
xlabel('Ângulo - em graus')
figure(7)
hold on;
plot([Teta2g],[Teqca],'r')
plot([Teta2g],[Teqsa])
grid on;
ylabel('Torques de equilíbrio com e sem o atrito ')
xlabel('Ângulo- em graus')
hold off;
figure(8)
plot([Teta2g],[x1])
grid on;
ylabel('Posição da barra 4 - bloco em [m/s]' )
xlabel('Ângulo - em graus')
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