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OPORTUNIDADES DE INVESTIMENTO NO

SECTOR DO COQUEIRO NA ZAMBÉZIA

i. HISTORIAL E SITUAÇÃO ACTUAL DO SECTOR

As plantações de coqueiros em Moçambique abrangem uma área de


aproximadamente 160.000 ha distribuídos por 4 províncias, (Cabo
Delgado, Nampula, Zambézia e Inhambane), e representando a Zambézia
cerca de 110.000 ha, ou seja, mais de 70% da área total nacional. O sector
familiar, cultivando uma área média de 0,75 ha, ocupa actualmente a
maior parte desta área e a economia desta zona costeira depende em
grande parte do coqueiro e afecta directa ou indirectamente cerca de 1
milhão pessoas entre produtores, comerciantes e industriais. Este
documento refere-se somente à Província da Zambézia.

Em Moçambique, contrariamente a todos os outros países produtores de


coqueiro, foram as grandes empresas que introduziram a cultura nos
princípios do século XX, tendo o sector familiar aparecido posteriormente
e em áreas adjacente às das empresas. No passado, estas grandes
plantações industriais representavam mais de 45 mil ha e em valor e
quantidade cerca de 60% do total da província devido a fabricarem copra
HAD, (hot air dried), seca em grandes estufas, e de terem uma maior
produtividade por hectare; o sector familiar, que produz somente copra
FM, (fair merchantable), seca ao sol e de menor valor.

As zonas de distribuição do coqueiro na Zambézia estão representadas no


mapa seguinte, cobrindo uma zona junto à costa com cerca de 50 km de
largura e em 6 distritos (Nicoadala, Inhassunge, Namacurra, Maganja da
Costa, Pebane e Chinde).

O desaparecimento nos últimos 30 anos da quase totalidade das


plantações industriais devido à guerra civil, descida de preços do mercado
internacional e ainda outros factores, reduziu drasticamente a produção e
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a qualidade da copra produzida; actualmente a produção é proveniente
quase exclusivamente do sector familiar. A total ausência de intervenções
por parte do Estado ou das empresas em apoio a este sector, (quer antes
quer após a Independência), resultou em que hoje ele se caracteriza por
uma densidade de palmeiras por hectare muito elevada, desordenadas,
intercaladas com outras culturas e de idades muito variável, o que torna
difícil qualquer operação cultural para melhorar o seu rendimento.

Duma forma geral, os palmares do sector familiar encontrem-se


envelhecidos – cerca de 75% das árvores têm mais de 45 anos e das quais
50% delas estão entre os 45 e 55 anos e mais de 25% com mais de 55
anos. No antigo sector empresarial, devido ao abandono da maior parte
das áreas, a situação é ainda mais dramática: apenas aproximadamente
10% das árvores têm menos de 40 anos.

A doença do amarelecimento letal (LYD), que surgiu na Província em


1992, e a seca que se faz sentir nos últimos 9 anos, vieram piorar a
situação drasticamente. Em 2003, com financiamento da Agência
Francesa de Desenvolvimento (AFD) teve início um projecto cujos
objectivos principais eram o combate à doença, o aumento da
produtividade dos coqueiros e a melhoria da transformação dos produtos
derivados; este projecto de 5 anos terminou prematuramente ao fim de 2
anos e meio por decisão do financiador não tendo chegado a amenizar
senão minimamente o problema da doença.

Desde 1992 até à presente data a expansão da doença foi muito


significativa e estima-se que dum património de mais de 10 milhões de
coqueiros só existam hoje cerca de 7 a 8 milhões. Os mapas seguintes
(MCA – 2008), apresentam a expansão da doença nos 6 distritos e a
distribuição e a idade do património cultural de coqueiros.

Existem três fábricas de óleo na cidade de Quelimane: Madal, Geralco e


Alif Química, que possuem a sua própria rede comercial para a compra de
copra do sector familiar na sua área de influência. As duas primeiras

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empresas têm as suas próprias plantações mas a copra proveniente delas
é insignificante comparada com a adquirida aos pequenos produtores.

A colheita prematura, a LYD, os roubos de cocos, o excessivo


autoconsumo e a insuficiente secagem da copra, constituem os principais
factores negativos que caracterizam actualmente o sector. A falta de
cocos devida á baixa produtividade e à LYD originou roubos que, por sua
vez, deram lugar à colheita prematura; a perda de quantidade de copra a
nível da província devido a esta prática é superior a 30%. Devido a estes
factores o número de cocos para produzir 1 kg de copra passou nos
últimos 30 anos de 8 para 10 e até mais.

ii. A MATÉRIA PRIMA

O coqueiro produz ao longo de todo o ano mas com forte predominância


na época das chuvas (Dezembro a Março). O gráfico abaixo representa
esta situação:

A produção actual equivalente em copra da província em 2008 foi


estimada em 35.403 ton, isto é, aproximadamente equivalente a 354
milhões de cocos, o que comparado a anos anteriores (v. quadro) dá
uma ideia da rápida deterioração do sector:

19 19 20
70 90 08
SECTOR EMPRESARIAL
Copra comprada ao sector
familiar 2.660 10.450
55.36
Copra produzida 0 13.036 1.953
3
45.09
Copra vendida/exportada 6 15.696 0
Copra para a produção de
sabão 606
Copra para a produção e 10.26
venda de óleo 4 0 9.844
SECTOR FAMILIAR
30.2 33.45
Produção total 64 36.696 0
10.2 10.45
Copra vendida 64 15.696 0
5.0 6.00
Venda de cocos frescos * 00 5.000 0
Autoconsumo de cocos frescos 15.0 17.00
* 00 16.000 0
85.6 49.73 35.40
TOTAL 24 2 3
684.9 447.58 354.03
Nº de cocos total estimado 92 8 1
Nº de cocos/1 kg copra 8 9 10
* Estimado
N: Os valores são equivalentes a toneladas de copra

Estima-se que o autoconsumo e a venda de coco fresco representem hoje


cerca de 65% da produção total o que contrasta com a situação de 1970
que era de apenas 23%.

Os pesos médios actuais das principais componentes do coco são


os seguintes:

a) Coco inteiro 650 g

b) Fibra 220 g

c) Amêndoa 200 g

d) Água 80 g

e) Casca 150 g
Fonte: Madal

A comercialização da copra está assim distribuída pelos seguintes


distritos (2008):

Nicoadala 27%

Maganja da Costa 30%

Namacurra 11%
4
Pebane 2%

Inhassunge 11%

Chinde 19%
Fonte: Madal e Geralco

Como se pode constatar, os distritos mais próximos de Quelimane,


Nicoadala, Maganja da Costa e Namacurra representam cerca de 68% da
produção. As estradas são de fácil acesso ao tráfego de camiões entre
estes 2 distritos e a cidade de Quelimane; existem ainda estradas
secundárias de terra batida entre as plantações mas só em alguns casos
permitem a circulação de veículos pesados. As distâncias a percorrer
estão entre os 35 e os 150 km.

Devido à prioridade dada pelos produtores à venda de cocos frescos, os


dados de comercialização de copra podem não corresponder directamente
ao potencial de produção desses locais, em especial nos distritos em que
essa actividade se faz sentir com mais intensidade, (Nicoadala, Namacurra
e Pebane). Um coco fresco pode vender-se entre 5,00 a 10,00 Mt e por 1
Kg de copra, (em que são precisos 10 cocos), 2,50 -3,50 Mt. Essa
diferença faz com que os produtores só fabriquem copra dos cocos piores
e mais pequenos, reservando os melhores para a venda em fresco.

iii. OPORTUNIDADES DE INVESTIMENTO

A cultura do coqueiro em Moçambique atravessa uma crise sem


precedentes e a matéria prima principal, (o coco), já é insuficiente para a
capacidade instalada de elaboração dos actuais operadores para além de
que a sua qualidade média é fraca.

Contudo, existem para já outras oportunidades de investimento no que


respeita ao aproveitamento da casca, da fibra e do tronco, e, a médio
prazo/longo, o aproveitamento da amêndoa e da fibra, num sistema
integrado.

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• A CASCA DE COCO

A casca do coco, (endocarpo), é a matéria vegetal mais densa da natureza


e, por essa razão, produz um excelente carvão activado devido à sua
dureza e uniformidade. A sua utilização principal é na indústria mineira da
extracção do ouro, que exige um carvão activado de alta qualidade; as
tecnologias de extracção do ouro (CIP e CIL) usam quase exclusivamente
carvão activado de casca de coco; as indústrias de bebidas, de
automóveis e muitas outras necessitam igualmente de carvão activado. A
quantidade de casca potencialmente disponível é aproximadamente igual
ao peso de copra produzida e comercializada, ou seja, cerca de 12.000 ton
mas se o preço da casca, (ou do carvão por ela produzido), for atractivo,
poder-se-á ainda contar com parte adicional da casca proveniente do
autoconsumo, o que poderá atingir próximo das 30 mil ton.

A produção do carvão de casca de coco é feita normalmente com a


utilização de um tambor de combustível usado de 200 Lt. e o seu fabrico é
simples e está ao alcance dos pequenos produtores. A nível industrial,
existem hoje fornos adequados à carbonização da casca do coco, que
tiram melhor rendimento e recolhem os produtos derivados da
carbonização, resultando numa qualidade final superior. De momento
existem stocks de carvão em grande quantidade que não tiveram
utilização comercial por falta de mercado para ou por falta de uma
unidade de transformação; a utilização da rede comercial da copra para a
compra de carvão é uma via possível e eficiente para fazer chegar esta
matéria-prima a uma unidade fabril de transformação.

A África do Sul consome anualmente largas quantidades de carvão


activado, a maior parte obtido pela importação e outra pela reactivação do
carvão já utilizado. A casca do coco de Moçambique (nativo) tem uma
espessura de cerca de 3,8 mm o que comparados com a dos híbridos (2,8
mm), resulta numa diferença significativa na qualidade do produto final;
dependendo da tecnologia usada, a percentagem de carvão activado que

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se obtém para 1Kg de casa é entre 15% a 20%, o que representa que
existe um potencial de produção imediato da ordem das 2.000 ton que
pode vir a atingir as 5.000 tons/ano ou mais.

Produzir briquetes do carvão de casca de coco (pela tecnologia do


“carvão verde”), é outra possibilidade de comercialização e que
normalmente se utiliza para aproveitar pó e pedaços que não têm as
dimensões necessárias para a activação. É um produto de muita qualidade
e com um grande mercado doméstico em particular na África do Sul onde
existe uma grande tradição de churrasco, (braai).

• A MADEIRA DE COQUEIRO

Constitui um recurso imenso e que não é explorado senão minimamente


pelo sector familiar e duma forma artesanal para a construção de suas
casas e para pequenas obras; nesta utilização não é aplicado qualquer
tratamento químico e tem um tempo de vida útil reduzido devido
principalmente à invasão de fungos. Nas plantações de coqueiros, a morte
de uma árvore exige a sua retirada ou destruição imediata para prevenção
do “Rhinoceros beetle”; a destruição é um trabalho árduo e dispendioso
pois é necessário cortar o tronco em pedaços e abertos ao meio para
acelerar a sua queima; o seu aproveitamento para madeira pode
amplamente justificar esse custo.

Assumindo que dum tronco com 20 m de comprimento e um diâmetro


máximo de 0,3 m e mínimo de 0,15, se obtém 0,9 m3 de material
utilizável, e do qual se tira 33% de madeira de alta densidade e 12% de
densidade média, e do restante em material, pode ser carbonizado e
aglutinado. As árvores nativas que têm estas dimensões têm cerca de 50-
60 anos e constituem uma fonte renovável e ecológica de energia.

Estima-se que o número de árvores que anualmente atinge a idade não


económica é de cerca de 100.000 o que representa haver um potencial de

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corte diário superior a 250 coqueiros, ou seja, de 80 m3/dia de madeira de
qualidade, numa base sustentável.

Para além deste facto, o número estimado acumulado de árvores com


mais de 55 anos mais as que estão afectadas pela LYD, é superior a 3
milhões, precisando de ser replantados ou destruídas; mesmo
considerando que 60% delas não ofereça condições económicas para a
extracção de madeira, (estado, distância geográfica, etc.), ainda
representa um potencial superior a 1 milhão de metros cúbicos de
madeira e pelo menos outro tanto em materiais carbonizáveis que podem
ser transformados em briquettes.

A madeira de coqueiro é utilizada numa enorme variedade de produtos;


contudo, ela é substancialmente diferente da madeira habitual: a sua
densidade específica varia de 1,1 na base exterior a 0,4 no topo e
aumenta do centro para o exterior. Assim, o corte dos troncos tem de ser
efectuado tendo em conta estas características; o exterior do tronco do
coqueiro produz um excelente parquet e boa madeira estrutural; as partes
interiores e superiores podem ser utilizadas para revestimento de
paredes, etc. A tecnologia para o corte e utilização da madeira de coqueiro
está hoje bem estabelecida, (FAO Technical HandbooK – Killman and Fink).

• O CARVÃO

O uso de biomassa per capita em Moçambique é de 1,06 ton de lenha,


uma vez que representa 94% de toda a energia utilizada. As necessidades
de Moçambique em biomassa são largamente superioras à lenha existente
actualmente, em especial nos centros urbanos. A lenha para cozinhar,
aquecimento e para secagem é de longe a principal fonte de energia.

Em 2000, um estudo pela FAO:

“Review of the existing studies to fuelwood and/or charcoal in


Mozambique”
(http://www.fao.org/docrep/004/x6796e/XE6796E00.htm#TOC) dá uma
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ideia da difícil situação energética que se vive nos centros urbanos. Assim,
qualquer estudo de viabilidade dos recursos do coqueiro deve ter em
atenção o uso de energia proveniente da biomassa na região.

A provincial da Zambézia é rica em espécies florestais de madeira tropical


e existem 5 serrações na cidade de Quelimane que, diariamente,
produzem cerca de 100 a 150 ton de resíduos. Com tais recursos, a
produção de briquettes de carvão com tecnologias do tipo Pro-
natura (carvão verde), pode constituir também uma possibilidade de
negócio; já existe uma máquina Pro-natura na África do Sul, país este que
se debate igualmente com o problema energético e que pode vir a
absorver a totalidade da produção.

• A FIBRA DE CAIRO

É um produto que se pode transformar em cordas, fios, tapetes,


coberturas para telhados, geo – têxteis e em horticultura (coir pith); a
Madal actualmente exporta actualmente este último produto. A fibra ainda
pode ser utilizada para a construção civil misturada com cimento, na
fabricação de painéis, blocos, coberturas, etc. Considerando a que a fibra
do coco não é praticamente usada existe ainda um grande potencial para
a sua industrialização, havendo inúmeros produtos que podem ser
fabricados, dependendo apenas do mercado.

• O ÓLEO DE COCO VIRGEM ORGÂNICO

A maior parte das fases de fabricação do óleo de copra são idênticas às


utilizadas no “processo directo” para a extracção do óleo de coco, que
utiliza o coco fresco como matéria-prima e não a copra. No entanto, as
vantagens são:

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• O processamento da a amêndoa é efectuado imediatamente após a
sua extracção o que reduz substancialmente o potencial de
crescimento dos microrganismos e a sua contaminação;

• Cortando a amêndoa em escamas (à semelhança do processo usado


no fabrico do coco ralado), obtém-se maior eficiência porque
aumenta a área onde é feita a transferência de calor e a
evaporação e reduz a distância que esse calor e a humidade têm de
percorrer. Em termos práticos, enquanto a copra leva de 1 a 4 dias
a secar, (dependendo do método utilizado), a amêndoa cortada em
escamas pode secar entre 20 minutos a 1 hora. Além disso, a
humidade precisa apenas de ser reduzida para 11%, (ao contrário
de 4% para a copra), para se atingir a eficiência máxima nas
prensas;

• Enquanto está quente, (devido ao processo normal de secagem), a


amêndoa desidratada é levada directamente às prensas o que
representa uma grande economia de energia quando comparado
com a copra em que é necessário aquecer previamente a
temperaturas entre os 65º C e os 120º C;

• O produto primário do processo directo é um óleo incolor com um


teor insignificante em ácidos gordos livres (FFA <0,1%), o que
simplifica a conservação e tem, portanto, uma longa duração;

O ÓLEO DE COCO VIRGEM ao contrário do óleo de copra, pode ser


consumido sem mais nenhum processamento e pela sua pureza, é muito
usado na indústria alimentar e de cosméticos; o facto de em Moçambique
as plantações de coqueiros não utilizarem adubos minerais ou agrotóxicos
de qualquer espécie, torna este produto com possibilidades de ser
certificado como orgânico o que traz vantagens acrescidas no mercado
internacional.

O bagaço resultante deste processo é também de alta qualidade, rico em


proteínas, com um baixo teor de aflotoxinas, adequado para a
alimentação de animais como gado bovino e aves, (o bagaço de copra só
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pode ser dado a porcinos), e, quando produzido em boas condições de
higiene, pode ser comercializado directamente para a alimentação
humana na forma de farinha (“coconut flour”).

Muito embora o número de cocos actualmente produzido seja


relativamente baixo, o aparecimento de uma indústria que possa pagar
pelo coco um preço mais atractivo do que é dado pela copra ao produtor,
pode fazer reverter a situação actual da produção de cocos com destino à
copra e ao autoconsumo a favor desta indústria.

A produção de óleo virgem também pode ser descentralizada e feita a


baixo custo pois existem hoje tecnologias simples capazes de produzir
1.000 a 1.500 Lt. de óleo/mês capazes de ser operadas por pessoas sem
qualificação especial; a grande vantagem deste sistema é o facto da
produção estar junto da matéria-prima, transportar-se produto acabado,
ser possível abranger uma área superior e ser mais independente da
actual rede comercial; as desvantagens são, inicialmente, ao nível da
gestão e do controlo de qualidade. Um sistema que comece centralizado e
que gradualmente vá instalando pequenas unidades artesanais nos locais
mais distantes, é uma possibilidade a ter em conta com factor de
expansão.

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iv. A UNIDADE INDUSTRIAL

O melhor local para se estabelecer uma indústria é a cidade de


Quelimane onde existem infra-estruturas adequadas, um porto marítimo
bem equipado, aeroporto com voos diários para Maputo, água de rede de
qualidade, energia eléctrica e telecomunicações. Existem igualmente
algumas instalações que facilmente se podem adaptar, (ex. a antiga
fábrica de coco ralado a 5 km do porto e com 1.200 m2 de área coberta e
uma área total de 30.000 m2).

Como segunda escolha, a vila de Nicoadala, situada a 30 km de


Quelimane, é a que também oferece condições para se instalar uma
unidade de raiz. Em Nicoadala, existem algumas serrações e as condições
de energia são similares.

Em qualquer dos casos está disponível energia eléctrica, (proveniente da


barragem de Cahora Bassa); a voltagem é 220 v ou 360 v, (monofásica ou
trifásica), 50 Hz; há cortes ocasionais esporádicos (1 ou 2/mês) mas que
normalmente não ultrapassam os 30 minutos. Periodicamente, (2 em 2 ou
de 3 em 3meses), há cortes prolongados de manutenção (8 horas) mas
sempre aos Domingos e com pré-aviso. A tabela actual de preços é a
seguinte:

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GRANDES CONSUMIDORES DE BAIXA TENSÃO, MÉDIA E ALTA
TENSÃO
PREÇO DE VENDA Taxa Fixa
Categoria de Consumidores
MT/KWh MT/KWh [MT]
Grandes Consumidores de BT
1,378 105,973 207,308
(GCBT)
Média Tensão (MT) 1,144 118,615 973,079
Alta Tensão (AT) 1,020 130,654 973,079

O fornecimento de água potável na cidade de Quelimane é satisfatório e


não apresenta quaisquer problemas. Já em Nicoadala, a ausência duma
rede de abastecimento obriga a que se faça um furo artesiano. A ligação
por estrada entre as duas localidades é de 30Km em estrada asfaltada.
Isto significa que o acesso ao porto é igualmente viável, embora acrescido
do custo do transporte; por outro lado, Nicoadala está duma forma geral
mais bem localizado em relação á matéria-prima e pode ser compensador.

v. OUTRAS QUESTÕES

Embora dependendo do tipo de indústria e dos volumes em causa, em


princípio, é importante considerar o tratamento das águas residuais, com
forma de garantir a possível expansão e sustentabilidade do investimento.

A obtenção de embalagens localmente é reduzida ou quase nula; apenas


em Maputo e Beira existem indústrias deste tipo e na vizinha África do Sul
e o aprovisionamento pode ser feito por via marítima ou por via terrestre e
não levanta problemas de maior; na generalidade, as indústrias e o
comércio existente segue esse processo.

Para a construção industrial de uma unidade de raiz, o preço em


Quelimane/Nicoadala é de aproximadamente de US$400,00/m2.

Os salários praticados actualmente na indústria e a legislação ambiental


para as indústrias estão em anexo; a mão-de-obra existente é geralmente
não qualificada mas abundante. Atendendo a que possam ser efectuados
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investimentos em áreas novas para Moçambique, o acompanhamento
inicial por técnicos estrangeiros é essencial; algumas indústrias locais têm
utilizado com frequência técnicos de origem indiana, bons conhecedores
destas tecnologias, de fácil adaptação e que usufruem salários
compatíveis com estas actividades.

Existe legislação dedicada aos investimentos nesta zona do país, com


grandes facilidades fiscais (Vale do Zambeze).

vi. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Um dos factores actuais bastante favorável ao investimento é o facto do


“Millenium Chalenge Corporation” (USA), ir financiar um projecto (Farmer
Income Support Project - FISP), de 13,8 milhões de dólares, destinado a
amenizar a situação no sector do coqueiro na Zambézia, e o qual terá
início ainda este ano.

No projecto está incluída uma componente, (Business Fund), de 1 milhão


de dólares, destinados a financiar em condições muito favoráveis novos
investimentos em pequenos e médios agro – negócios inovadores nesta
zona costeira do país, e, para além deste facto, o projecto pode criar o
clima favorável a todo e qualquer investimento que contribua para a
melhoria da situação do sector em termos económicos.

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O projecto prevê igualmente o corte e destruição, (ou remoção), de cerca
de 1 milhão de coqueiros atingidos pela LYD e plantar 650.000 novos
coqueiros; significa que estarão disponíveis gratuitamente grandes
quantidades de madeira

Para além deste, são também factores favoráveis ao investimento:

• A quantidade significativa de algumas matérias-primas derivados


do coco disponíveis, (casca, madeira, fibra, etc.);

• A existência duma rede comercial que pode ser utilizada para as


adquirir;

• A legislação fiscal favorável aos investimentos e o grande


empenhamento do Estado em investimentos nesta região do
país;

• A existência de infra-estruturas, nomeadamente, espaços


industriais disponíveis, rede de fornecimento de electricidade e
de água potável, um porto marítimo, com taxas reduzidas e bem
equipado, etc.

• As empresas agro-industriais locais, duma forma geral, estarem


abertas a entrar em negociações com parceiros estrangeiros que
possam trazer tecnologia e mercados, contribuindo com o
conhecimento do terreno, com a sua rede de comercialização e,
eventualmente, com instalações.

A Zambézia é a província mais beneficiada em recursos naturais de


Moçambique, designadamente, agrícolas, minerais e pesqueiros
(camarão), e é também uma das mais populosas. Após a independência,
por diversos factores de ordem externa e interna, foi perdendo a sua
importância económica, mas os investimentos que foram sendo realizados
nos últimos anos em estradas, porto marítimo, energia, água potável, a
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ponte do Zambeze, telecomunicações, universidades, etc., vão
certamente fazer com que volte a ter a importância que corresponde à
sua riqueza natural e à sua população.

vii. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

 Qualquer investimento na industrialização tradicional da


amêndoa do coco (óleo de copra, coco ralado, etc.), não é de
considerar nesta altura devido à escassez e á qualidade da
matéria-prima; contudo, uma pequena unidade que fabrique
produtos de alto valor acrescentado pode ser viável a
médio/longo prazo;
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 Atendendo às matérias-primas disponíveis, recomenda-se
estudar a viabilidade de uma unidade industrial integrada que
possa produzir:

• A curto prazo:

 Carvão activado de vários “grades”;

 Carvão de coco em briquettes;

 Madeira de coqueiro destinada à construção civil;

 Briquettes de carvão produzido a partir dos


resíduos vegetais provenientes do aproveitamento
do tronco do coqueiro e de outras madeiras.

• A médio/longo prazo:

 Óleo de coco virgem orgânico; numa primeira fase


centralizada e posteriormente implementando
pequenas unidades nos locais mais remotos e com
bom potencial de produção;

 O aproveitamento da fibra de cairo para materiais


de construção, para a horticultura, etc.

 Um estudo de mercado destes produtos deve constituir a


primeira acção a desenvolver.

 Recomenda-se igualmente que num projecto com estas


características e nesta região de Moçambique se procure
encontrar uma parceria local que tenha conhecimento do
terreno e dos produtores, em benefício mútuo.

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