de quando eras mais novo, caminhávamos ombros colados, rapaz, tão distraídos: pudemos vê-la, estava na porta, sem mostrar-nos naquele instante o rosto, e parecendo que mesmo convidava-nos, nos disse:
Estive na cidade sem notícia.
E assim, como aguardássemos ao lado –-
as cartas na mesa, o barulho do rádio, a comida –- dizia-nos com o olhar que debruçava (para além, lembras aonde?) que esperássemos.
Nem fazia frio em meu corpo, nem previras
o que te aconteceria. Era cedo. Nem começaste a contestar os homens, a escutá-los sem responder-lhes. Dizia-nos:
Da cidade não há notícia nesses dias.
Ficávamos no entanto, a porta aberta,
o ouvido atento, enquanto me percorria com os olhos subterrâneos, ela. E penteava os cabelos.
As fontes da rua jorravam um quase perfume.
O cheiro do asfalto invadia o quarto úmido de folhas.