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maio 2008

LITERATURA

*
Pablo Simpson

Eu te levei para que lembrasses


de quando eras mais novo, caminhávamos
ombros colados, rapaz, tão distraídos:
pudemos vê-la, estava na porta,
sem mostrar-nos naquele instante o rosto, e parecendo
que mesmo convidava-nos, nos disse:

Estive na cidade sem notícia.

E assim, como aguardássemos ao lado –-


as cartas na mesa, o barulho do rádio, a comida –-
dizia-nos com o olhar que debruçava (para além,
lembras aonde?) que esperássemos.

Nem fazia frio em meu corpo, nem previras


o que te aconteceria. Era cedo.
Nem começaste a contestar os homens, a escutá-los
sem responder-lhes. Dizia-nos:

Da cidade não há notícia nesses dias.

Ficávamos no entanto, a porta aberta,


o ouvido atento, enquanto
me percorria com os olhos subterrâneos, ela.
E penteava os cabelos.

As fontes da rua jorravam um quase perfume.


O cheiro do asfalto invadia o quarto úmido de folhas.

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