Grave problema de saúde pública e de justiça social
O aborto é amplamente praticado no país por meios inadequados,
apesar de proibido por lei — a prática é crime, permitida apenas em caso de violência sexual (estupro) ou risco à vida da mulher, segundo o artigo 128, incisos I e II do Código Penal. A consequência são quase sempre danos à saúde ou mesmo a morte da mulher. Estimativas de 2005 apontam para a realização de 1.054.243 abortos, números abaixo da realidade devido à sub- notificação: as mulheres em situação de aborto incompleto ou complicações decorrentes de aborto sentem-se geralmente constrangidas ou têm medo de declarar o procedimento nos serviços de saúde.
(Site da Fiocruz) Texto 2
Cada promessa dos candidatos tem de ser cautelosamente emitida,
pois a oposição pode se valer de qualquer deslize para utilizá-lo como ferramenta no intuito de desmoralizar seu adversário. Muitas gafes, é verdade, têm aparecido entre a imprensa – dependendo, obviamente, do ponto de vista. Uma das mais recentes é o apoio da revista Veja às palavras enunciadas pelo vice-candidato na chapa do tucano José Serra, Indio da Costa. Um pouco menos enfático foi o posicionamento de Dilma Rousseff, presidenciável do PT, sobre a prática do aborto, despertando, pois, oposição da igreja católica. Ainda na tentativa de se redimir, afirmou a uma internauta durante debate presidido pela Folha de S. Paulo e pelo Universo Online (UOL), em 18 de agosto, não acreditar existir mulheres favoráveis a essa questão. Para acalentar a oposição sobre o tema, Dilma ressaltou existir no país uma legislação específica ao aborto e outra à mulher, devendo, portanto, haver consonância entre ambas. Caso aconteça conflito, a Justiça é o meio pela qual cada situação tem de ser resolvida. Para finalizar seu pensar, de acordo com o portal Eleições UOL, Dilma voltou a enfatizar não ser favorável ao aborto, mas sim a uma legislação que vise a proteção da mulher.