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CASOS PRÁTICOS DE

FUNDAMENTOS DE DIREITO PÚBLICO


(2010-2011)

1.
Imagine que o Governo pretende modificar a Lei da Nacionalidade. Em
concreto, o Governo pretende que qualquer cidadão que resida há pelo menos
10 anos fora do território português perca automaticamente a cidadania
portuguesa.
a) Pode o Governo aprovar uma modificação à Lei da Nacionalidade?
b) Será uma norma com este teor conforme com a Constituição da
República Portuguesa?

2.
A e B, cidadãos polacos, têm um filho, C.
a) Sabendo que residem em Portugal há 5 anos, poderão registar C como
cidadão português?
b) Sabendo que residem em Portugal há 6 meses e que a mãe de C nasceu
incidentalmente em Portugal, poderão requerer para C a cidadania portuguesa?

3.
D e E, italianos, embaixadores de Itália em Portugal há mais de 8 anos,
têm em Portugal uma filha (F). Por viverem em Portugal há tanto tempo e por
terem adquirido grande afeição pela pátria de Camões, decidem: a) requerer a
cidadania portuguesa, por naturalização, para si próprios e b) requerer a
cidadania portuguesa originária para a sua filha. Quid iuris?

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4.
João, cidadão português residente em Berlim, decidiu em 2001 renunciar
à cidadania portuguesa. Todavia, em 2002 casou-se com Ana, cidadã
portuguesa, com quem vive em Lisboa desde essa data. Por essa razão,
readquiriu a cidadania portuguesa em 2005. Já em 2010, João decidiu apresentar
a sua candidatura a Presidente da República. Quid iuris?

5.
Imagine que, na sequência das últimas eleições legislativas, o Partido do
Poder obtinha apenas 40% dos votos. Já o Principal Partido da Oposição reunia
35% dos votos, enquanto o Segundo Partido da Oposição obtinha os restantes
25%. Pondere autonomamente as seguintes hipóteses:
a) O Presidente da República decide dar posse a um Governo formado
pelo PPO e pelo SPO. Quid iuris?
b) Por força das divergências que rodearam a formação da coligação, o
Programa de Governo não chegou a ser aprovado. Quid iuris?
c) Entretanto, o Presidente da República, já no último mês do seu
mandato, decidiu demitir o Governo, após consultar o Conselho de Estado, por
considerar que este actuara de forma grave contra a Constituição. Quid iuris?
d) Pela mesma altura, foi apresentada na Assembleia da República uma
moção de confiança ao Governo, a qual foi rejeitada pela maioria dos deputados
presentes. Quid iuris?

6.
Imagine que a Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores
aprovou uma modificação ao respectivo Estatuto Político-Administrativo. Entre
as suas novas normas constam as seguintes:
a) O Presidente da República apenas poderá dissolver a Assembleia
Legislativa regional mediante parecer favorável do Governo Regional;

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b) A Região Autónoma pode legislar sobre quaisquer matérias do
respectivo interesse específico, mesmo que não constem do respectivo estatuto;
e
c) A Região Autónoma é civilmente responsável pelos danos causados
pelos órgãos administrativos que integrem a Administração Pública regional.
Tendo o diploma chegado ao Presidente da República para
promulgação, este enviou-o ao Tribunal Constitucional para fiscalização
preventiva de constitucionalidade.
O que acha que aquele Tribunal dirá?

7.
Atendendo às dificuldades financeiras que o Estado português tem
sentido nos últimos anos, reveladas sobretudo no âmbito do orçamento da
segurança social, o Governo decide apresentar à Assembleia da República um
projecto de lei de alteração da Lei n.º 13/2003, de 21 de Maio, referente ao
denominado rendimento social de inserção.
Após ser aprovado pela Assembleia da República, o referido diploma foi
enviado pelo Presidente da República para o Tribunal Constitucional, para
fiscalização preventiva de constitucionalidade, porquanto entendeu o
Presidente da República que este diploma põe em causa o princípio da
dignidade da pessoa humana.
Entre outras normas, este diploma contém as seguintes disposições, cuja
apreciação é solicitada pelo Presidente da República:
— São titulares do direito ao rendimento social de inserção as pessoas com idade
igual ou superior a 30 anos e as mulheres grávidas, desde que sejam casadas.
— A atribuição do direito ao rendimento social de inserção depende de o titular
possuir cidadania portuguesa e não auferir rendimentos ou prestações sociais superiores
100 €.
— No caso das pessoas entre os 30 e os 45 anos, a atribuição do direito ao
rendimento social de inserção depende ainda do facto de o titular ao direito ao

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rendimento social de inserção estar inscrito como candidato a emprego no centro de
emprego da área de residência há, pelo menos, cinco anos, no momento da apresentação
do requerimento.
— O montante da prestação a atribuir varia em função da composição do
agregado familiar do titular do direito ao rendimento social de inserção, nunca podendo
ser superior a 550 €.
— Quem receber um montante de rendimento social de inserção superior ao
valor que resulta da aplicação da fórmula prevista na presente lei, independentemente de
ter contribuído para o erro na determinação do montante da prestação, é punido com
pena de prisão até 3 anos ou com pena de multa, salvo se devolver a diferença no prazo
de 1 mês.
Na sua opinião, como devia decidir o Tribunal Constitucional?

8.
Desde 1968 que Eduarda exerce as funções públicas de notária num
Cartório Notarial em Évora. Em 2004, a função notarial é integralmente
privatizada, sendo assegurado aos notários o direito de optarem por se
integrarem como funcionário públicos no Instituto dos Registos e do Notariado
ou de aderirem à Ordem dos Notários e exercerem as funções privadas de
notariado.
Nesta altura, e atendendo à elevada promoção que o Governo fez da
privatização da actividade notarial, Eduarda decide ingressar no notariado
privado. Para o efeito, teve de comprar o edifício do Cartório Notarial em que
trabalhava e de fazer avultados investimentos financeiros, relativos à
requalificação do espaço físico e à contratação de funcionários.
Em 2007, o Governo, no âmbito do programa Simplex, aprova uma série
de medidas legislativas destinadas à supressão da obrigatoriedade da escritura
pública em todos os actos jurídicos.
Desta forma, a actividade profissional de Eduarda sofre um forte abalo,
porquanto a grande parte dos seus lucros profissionais provinha da realização

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de escrituras públicas. Por esta razão, Eduarda pretende recorrer aos tribunais
para solicitar uma indemnização ao Estado, por ilícito legislativo.
Quid iuris?

9.
A empresa Edificações Urbanas, S.A. decide construir um bloco de
apartamentos no centro de Lisboa. Apresenta o projecto na Câmara Municipal
e, depois da sua aprovação, inicia as obras de construção dos referidos
apartamentos. No decurso destas obras, a empresa decide efectuar uma
alteração ao projecto de arquitectura, acrescentando duas caves e três andares,
sem todavia o comunicar à Câmara Municipal.
Mais tarde, a Câmara Municipal emite uma ordem de embargo da
referida obra, impedindo a sua continuação. Em reacção, a empresa propõe
uma acção de anulação da ordem de embargo e requer a adopção de uma
providência cautelar, alegando que esta ordem de embargo lhe traz prejuízos
no valor superior 1 milhão e euros. Para o efeito, tem de pagar uma taxa de
justiça no valor de 2.304 €, valor que a empresa refere não poder suportar.
Tendo sido indeferido o seu pedido cautelar, a empresa pretende ainda
recorrer da decisão do Tribunal Administrativo do Círculo de Lisboa, tendo,
para o efeito, de efectuar o pagamento de uma nova taxa de justiça.
Indignada com estes montantes elevados, a empresa Edificações
Urbanas, S.A. recorre para o tribunal Constitucional, alegando que as normas
constantes do Código das Custas Judiciais são inconstitucionais, por violação
do direito fundamental de acesso aos tribunais.
Como deve decidir o Tribunal Constitucional?

10.
Abraão é um filósofo português que, após muito investigar sobre as 3
principais religiões monoteístas, publicou um livro satírico sobre o cristianismo,
o judaísmo e o islamismo, no qual incluiu cartoons das principais figuras e

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líderes religiosos. Nesse livro, Abraão fazia uma ligação entre a religião e o
atraso civilizacional e, sobretudo, entre a religião e o terrorismo. Após a sua
publicação, vários particulares (crentes de todas as religiões envolvidas)
exigiram que o livro fosse retirado do mercado e que Abraão fosse proibido de
leccionar na Universidade pública a que pertencia.
Quid iuris?

11.
Alfredo e Josefina estão desempregados desde há 6 meses, auferindo
neste período um subsídio de desemprego que lhes foi atribuído nos termos
legalmente previstos. Entretanto, em face da crise financeira internacional e dos
seus efeitos sobre o orçamento nacional, o Governo decide modificar a
legislação referente às prestações sociais, suspendendo temporariamente o
direito e a atribuição de subsídio de desemprego.
Perante esta situação, e atendendo a que o casal tem dois filhos ainda em
idade escolar, Alfredo apresenta uma queixa junto do Provedor de Justiça,
alegando que a suspensão da atribuição de prestações sociais (designadamente,
do subsídio de desemprego) é inconstitucional, solicitando nesta queixa que o
Provedor de Justiça requeira a fiscalização sucessiva abstracta do diploma que
procedeu a esta suspensão.
Por sua vez, Josefina pretende propor uma acção judicial contra o Estado
português, na qual pedirá, a um tempo, o reconhecimento do seu direito ao
trabalho (cfr. n.º 1 do artigo 58.º da CRP) e, a outro tempo, a condenação do
Estado no dever de lhe atribuir um posto de trabalho. Quid iuris?

12.
Com o objectivo de promover a paridade entre homens e mulheres no
acesso a cargos políticos, a Assembleia da República aprovou a Lei Orgânica n.º
3/2006, de 21 de Agosto (lei da paridade), aí se estabelecendo que nas listas de
candidaturas apresentadas (pelos partidos políticos) nas eleições para a

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Assembleia da República, para o Parlamento Europeu e para os órgãos das
autarquias locais (Câmaras e Assembleias Municipais e Assembleias de
Freguesia) terá sempre de existir “uma representação mínima de 33,3% de cada um
dos sexos” (cfr. n.º 1 do artigo 2.º).
Para cumprir essa representação mínima, as listas apresentadas aos
eleitores para votação “não podem conter mais de dois candidatos do mesmo sexo
colocados, consecutivamente, na ordenação” da respectiva lista (cfr. n.º 2 do artigo
2.º). Ou seja, por exemplo, se o primeiro e segundo lugares da lista forem
ocupados por candidatos do sexo masculino, o terceiro lugar terá
obrigatoriamente de ser preenchido por uma mulher.
A lei em causa prevê, depois, um conjunto de sanções aplicáveis às listas
que não cumpram as exigências referidas.
Entende que a paridade entre homens e mulheres na vida política deve
ser activamente promovida pelo Estado? Em caso afirmativo, à luz dos
princípios basilares do Estado de Direito, considera legítimos os meios
utilizados pela lei da paridade?

13.
António e Maria, cantores de profissão e pais de Raquel, de 17 anos, e de
Paula, de 13 anos, foram contratados como animadores de um restaurante. Mais
concretamente, António e Maria fazem animação musical às Sextas e Sábados
entre as 21 e as 2 horas.
Desta forma, decidem contratar uma babysitter que tenha disponibilidade
às Sextas e Sábados à noite. Para o efeito, colocam o seguinte anúncio num
jornal de referência nacional: “Procura-se pessoa do sexo feminino com
disponibilidade às Sextas e Sábados à noite para tomar conta de crianças”.
Bruno, médico de família no centro de saúde na zona de residência de
António e Maria, decide responder ao anúncio e enviar o seu currículo,
alegando, por um lado, que tem um facilidade e experiência no contacto com
crianças e adolescentes e, por outro lado, que a referência a pessoa do sexo

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feminino é inconstitucional, por violação do princípio da igualdade consagrado
no artigo 13.º da Constituição.
António e Maria recusam sequer considerar o seu currículo, alegando
que o referido artigo 13.º da Constituição não se aplica nas relações entre
sujeitos privados.
Quid iuris?

14.
Jordão é vereador da Câmara Municipal de Setúbal, eleito por um
partido de extrema-esquerda que, após as últimas eleições autárquicas, assumiu
um pelouro designado por Urbanismo e Espaços Públicos.
Entretanto, o Partido Renovação e Purificação Nacional, de extrema-
direita, solicita a Jordão autorização para afixar nas principais avenidas da
cidade um cartaz de propaganda, no qual pretendem opor-se à entrada de mais
imigrantes em Portugal. Em concreto, aquele partido solicita a Jordão esta
autorização, porquanto nos termos legais lhe cabe “autorizar a afixação de
qualquer cartaz ou meio de propaganda de cariz político-partidário”, recusando esta
autorização quando a mesma “não for solicitada com uma antecedência mínima de 5
dias úteis” ou quando “tiver por conteúdo afirmações racistas, xenófobas ou
nacionalistas”.
Jordão, feroz opositor dos ideais deste partido político, decide recusar a
concessão de autorização de afixação do referido cartaz político, invocando que
o mesmo contém afirmações de carácter xenófobo e racista.
Em resposta, o PRPN recorre aos tribunais, invocando a ilegalidade
daquele acto do Vereador do Urbanismo e Espaços Públicos, por (i) violação do
princípio da legalidade e (ii) do princípio da prossecução do interesse público,
porquanto o motivo pelo qual o seu pedido de afixação de cartaz foi recusado
residia numa mera discordância ideológica.
Quid iuris?

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15.
Rafael pretende construir uma moradia junto à praia do Guincho. Para o
efeito, entrega o seu projecto junto da Câmara Municipal de Cascais, solicitando
a sua aprovação e a atribuição de licença de construção.
Entretanto, é informado de que a Câmara Municipal se prepara para
recusar a licença de construção solicitada por Rafael, por entender que o
projecto de arquitectura entregue não se enquadra no meio envolvente, sendo
prejudicial para a estética daquele local.
Face a esta situação, Rafael decide presentear o arquitecto da Câmara
Municipal responsável pela elaboração do parecer técnico com uma avultada
quantia pecuniária, por forma a garantir que este parecer será favorável. Por
fim, compromete-se perante o Presidente da Câmara Municipal e o Vereador do
Urbanismo a efectuar um avultado donativo ao Município e aos orfanatos
municipais, em troca da aprovação do seu projecto de arquitectura e da
posterior atribuição de licença de construção.
Neste seguimento, o seu projecto vem a ser aprovado e é atribuída a
Rafael licença de construção da sua moradia junto à praia do Guincho.
Quid iuris?

16.
Bernardo é Presidente da Câmara Municipal de Freixo de Espada à
Cinta. É, também, pai de Margarida, que pretende construir uma mansão
luxuosa num terreno de que é proprietária naquele concelho. Para o efeito,
Margarida apresenta o seu projecto de arquitectura naquela Câmara Municipal
e requer a sua aprovação e consequente atribuição de licença e alvará de
construção.
Na qualidade de Presidente da Câmara Municipal, Bernardo é chamado
a decidir sobre a pretensão de Margarida. Neste contexto, acaba por deferir os
seus pedidos, emitindo o correspondente alvará de construção, habilitando-a a
iniciar as obras da sua casa.

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Entretanto, Sofia, eminente urbanista e proprietária de um terreno junto
ao da construção de Margarida, insurge-se contra aquele acto de Bernardo,
alegando que o mesmo não podia ter sido tomado por ele, atendendo à sua
relação familiar com Margarida. Em sua defesa, Bernardo alega que apenas
tomou a sua decisão com base no disposto na lei, tendo ponderado todos os
interesses públicos relevantes no caso, e apenas estes.
Quid iuris?

17.
No âmbito da situação anterior — e após eleições autárquicas que
conduziram à eleição de Francisco como Presidente da Câmara Municipal —
descobre-se que Margarida fez uma pequena construção no seu jardim,
destinada exclusivamente ao abrigo de animais em caso de mau tempo,
construção esta que não estava prevista no seu projecto inicial, nem foi
comunicada à Câmara Municipal.
Perante esta situação, o novo Vereador do Urbanismo decide embargar
as obras de construção da mansão de Margarida. Mais tarde, decide ainda que
todas as obras de construção devem ser demolidas, incluindo, pois, as da
própria mansão.
Quid iuris?

18.
Na sua declaração anual de IRS, Teresa declarou uma série de
rendimentos que auferiu e de despesas que realizou, as quais são dedutíveis em
sede de IRS. Todavia, as facturas que entregou com a declaração anual de IRS
não discriminavam as despesas que titulavam.
Apesar de reconhecer expressamente que estas despesas tinham sido
efectivamente realizadas, a Administração Fiscal recusa-se a aceitar a sua
dedução, invocando que as facturas não serviam de comprovativo suficiente da

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realização das referidas despesas. Desta forma, Teresa foi obrigada a pagar um
valor mais elevado de IRS.
Quid iuris?

19.
O Município de Loures pretende adjudicar uma obra pública de
reconstrução e requalificação de todas as infra-estruturas saneamento básico do
seu concelho. Para o efeito, lança um concurso público, em cujo anúncio se
estipula que o prazo para a entrega de propostas pelos interessados é de 52
(cinquenta e dois) dias.
No vigésimo dia do prazo, e por verificar que era fundamental iniciar as
referidas obras o mais brevemente possível, o Município de Loures decide
encurtar o referido prazo para 25 (vinte e cinco) dias. Por esta razão, apenas a
empresa Construções de Esgotos, Lda. conseguiu entregar a sua proposta dentro
do novo prazo de 25 (vinte e cinco) dias.
Atendendo aos avultados investimentos que fizeram com a preparação
das suas propostas, as empresas Saneamento e Obras, S.A. e Saneamento 2000, S.A.
— que não conseguiram entregar as suas propostas atempadamente —
pretendem levar o caso a tribunal, alegando que o seu investimento de
confiança em relação ao anúncio de abertura do concurso foi frustrado por um
acto unilateral do Município de Loures.
Quid iuris?

20.
Manuel, funcionário do Município de Lisboa, pediu autorização ao seu
superior hierárquico para se ausentar do serviço durante uma semana —
período em que tencionava deslocar-se ao estrangeiro —, pedido este que foi
imediatamente deferido.
Regressado da sua viagem, verificou-se que, afinal, a sua ausência era
ilegal, pelo que não podia ter sido autorizada. Por esta razão, o Presidente da

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Câmara Municipal de Lisboa pretende instaurar um procedimento disciplinar
contra Manuel, por violação do seu dever de assiduidade.
Quid iuris?

21.
Enquanto brincava alegremente no campo, Magda foi atropelada pelo
vagão de um comboio pertencente a uma empresa pública estadual que fazia o
transporte de materiais altamente tóxicos. Magda ficou gravemente ferida e
nunca conseguiu recuperar totalmente das sequelas causadas por aquele
acidente.
Por esta razão, os pais de Magda propuseram uma acção administrativa
comum de responsabilidade civil extracontratual contra a referida empresa
pública, por violação de regras de segurança no exercício das suas funções.
Nesta sede, a aludida empresa pública defendeu-se invocando a não aprovação,
pelo Estado, de qualquer legislação de segurança que lhe impusesse um dever
de actuação diferente.
Após ver a sua pretensão indeferida pelo juiz administrativo, os pais de
Magda propuseram nova acção de responsabilidade civil extracontratual, desta
feita contra o próprio Estado, pela não aprovação de legislação que cuidasse dos
deveres de segurança no transporte ferroviário de matérias perigosas.
Passados 26 anos, os pais de Magda ainda aguardam por uma decisão
judicial sobre a sua pretensão.
Quid iuris?

22.
Joaquim foi atropelado por um camião enquanto tentava atravessar a
passadeira em frente a sua casa. Após assistência local, Joaquim foi transferido
para um hospital público, onde foi sujeito a uma pequena cirurgia. Todavia,
esta intervenção, apesar de simples, deixou sequelas permanentes a Joaquim.

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Por esta razão, Joaquim pretende solicitar o pagamento de uma
indemnização pelo hospital onde foi atendido, mas não sabe se é aplicável ao
caso o disposto na Lei n.º 67/2007, de 31 de Dezembro, ou nos artigos 500.º e
501.º do Código Civil.
Quid iuris?

23.
Ao abrigo da Lei Tutelar Educativa, várias crianças foram internadas em
centros educativos dirigidos por entidades estatais. De igual forma, e
atendendo à sua especial situação familiar, muitas outras crianças foram
acolhidas em instituições estatais de protecção de crianças e jovens em perigo.
Aí, estas crianças foram sujeitas durante diversos anos a abusos sexuais por
parte dos funcionários destas instituições.
Poderá o Estado ser civilmente responsável pelos danos causados nestas
crianças?

24.
Fernanda Famalicão, importante autarca e Presidente da Câmara
Municipal de Famalicão, era suspeita da prática de diversos crimes de peculato
e abuso de poder. Neste contexto, e dado que Fernanda goza de dupla
nacionalidade (portuguesa e brasileira), o Ministério Público solicitou ao juiz de
instrução a prisão preventiva da autarca, dado que a lei brasileira impediria a
sua posterior extradição. Após passar diversos meses em prisão preventiva,
Fernanda foi absolvida de todos os crimes por que foi constituída arguida.
Assim, Fernanda instaurou uma acção judicial contra o Estado, pedindo uma
indemnização por ter sido presa preventivamente, quando se veio a provar em
juízo a sua inocência.
Quid iuris?

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