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2 – Criacionismo e Evolucionismo

2.4 Interpretando as evidências _________________________________


2.4.1 – Gênesis

Os textos centrais das Escrituras no que se refere à polêmica da criação, são, sem
dúvida, os primeiros capítulos de Gênesis. Portanto, será sobre estes capítulos e sobre a
base de evidências que construímos até aqui que criaremos nossa visão sobre esta
polêmica.
No que diz respeito à Gn 1, usaremos os seguintes fatores na leitura e
compreensão deste texto:
 Fatores que mostram a idade antiga do Universo e da Terra.
 Evidências de seleção natural e microevolução
 A explosão cambriana, complexidade irredutível e outros fatores mal explicados
pela ciência
 O referencial de espaço nos textos bíblicos
 O uso da palavra yon no texto bíblico
 O contexto da escrita dos textos bíblicos
 A dificuldade com “mitos” bíblicos
 A pouca distinção entre ação primeira e segunda no texto bíblico
Levando isto em consideração, façamos um estudo verso a verso de Gn 1,
inicialmente.

Versículo 1 – No princípio Deus criou os céus e a terra.

No princípio – Expressão que é o título do livro em hebraico. Uma outra


tradução é “Quando Deus começou criando os céus e a terra, sendo a terra sem forma e
vazia, disse Deus”. A tradução apresentada porém é mais coerente com o relato. O
relato de Gênesis começa mostrando como Deus criou todas as coisas. Esta criação é
“no princípio”, uma vez que antes de Deus decidir criar todas as coisas nada havia e
portanto o momento em que Deus decide iniciar a criação é o marco inicial do tempo, o
início, o princípio. Deus cria todas as coisas a partir do nada, ou seja ex nihilo. A
criação de todas as coisas a partir do nada é mostrada em outras partes da Bíblia, como
por exemplo Jo 1.3 e Hb 11.3. Outros povos antigos tinham seus mitos da criação,
porém a Bíblia é a primeira a mostrar a criação a partir do nada, uma vez que estas
histórias mostravam uma criação a partir de uma matéria pré-existente. A criação ex
nihilo foi discutida algumas vezes na história do cristianismo, por exemplo, por Justino
Mártir (apologista cristão da Igreja Antiga, 100-165 d.C.) que em seus escritos fez
declarações que apontavam para uma criação que não foi feita ex nihilo. No entanto,
textos da Bíblia, como os já citados acima, mostram que antes de Deus iniciar a criação
nada existia, a não ser o próprio Deus. Deus não está contido pelo tempo e pela matéria
e era antes do princípio.
Gênesis inicia respondendo uma questão central: “Porque todas as coisas
existem?” ou “Como tudo veio a existência”. O homem através do método cientifico é
capaz de levar o princípio até uma pequena estrutura de matéria e ao Big Bang, mas não
capaz de responder a questão da causa atrás da existência do universo. A Bíblia nos
mostra que esta causa está em Deus, como nos mostra Jo 1.3 e o relato da criação.
Assim, todas as coisas estão sujeitas a Deus, não estando ele sujeito a coisa nenhuma.
Deus – No original hebraico, a palavra para Deus, Elohim, está no plural,
embora o verbo esteja no singular. Esta forma de plural dá idéia de majestade.
Deus é Aquele que é. Explicar “o que Deus é” é algo além da capacidade
humana. A Bíblia nos mostra alguns aspectos do caráter divino: sua onipotência, sua
onipresença, sua misericórdia e amor, por exemplo. Porém a compreensão total do
caráter de Deus é algo além da capacidade de qualquer criatura. Deus é. Isto significa
que antes do princípio, Ele é. Em nossos dias, Ele é. No futuro, Ele é. Deus não está
restrito pelo tempo, nem por nenhuma lei de sua criação. Ele é o motivo da criação e a
causa dela. Todas as coisas, tanto as que se passaram, quanto as que hoje são, quanto as
que estão por vir, foram feitas por Deus, pela sua própria vontade e motivos. Todos os
acontecimentos vêm da vontade de Deus e agem no sentido do engrandecimento do Seu
Nome. Na Palavra de Deus aprendemos mais sobre sua vontade e sobre seu caráter.
Porém Deus é muito mais do que sua Palavra mostra, é muito mais do que qualquer
palavra possa descrever. Conforme a Palavra for mostrando veremos mais sobre o
caráter de Deus, porém, sempre tendo em mente que nunca seremos capazes de definir
Deus, pois qualquer definição humana o limitaria.
criou – A palavra usada para criou é usada no hebraico apenas para ação de
Deus.
os céus e a terra – Os céus e a terra englobam toda o universo, como podemos
deduzir do relato da criação que se segue, que inclui as estrelas. O relato inicia no
principio, quando este universo é criado. Porém não temos nenhuma informação neste
ponto sobre o que existe ou existia além deste universo físico e desta realidade em que
vivemos. Assim, no relato de Gênesis tem-se em mente apenas este universo e a questão
de quando Deus criou os seres espirituais, entre eles Satanás, e o Céu, lugar de
manifestação especial de sua presença, não é respondida por este relato. Voltaremos a
tratar destas questões. Na Bíblia os céus e a terra referem-se ao nosso planeta e ao
Universo. Esta é uma questão importante a ser considerada.

Versículo 2 – A terra era sem forma e vazia; a face do abismo era coberta por
trevas, e o Espírito de Deus pairava por sobre a face das águas.

A terra era sem forma e vazia – Deus criou todo o Universo e nele o planeta
Terra. Esta criação foi realizada por Deus, que age tanto através das leis naturais
(providência) quanto através de ações sobrenaturais (milagres). Porém, a Terra ainda era
apenas uma bola de material incandescente e derretido, sem forma fixa e sem nenhum
ser vivo presente. Aqui é dito que a terra era sem forma, e não que se tornou sem forma,
como algumas versões influenciadas pela teoria do intervalo fazem crer. A forma como
este versículo está escrito é a principal razão para não aceitação da teoria do intervalo.
a face do abismo– Abismo é no original ‫( תְּ הֹום‬tehom), expressão que aparece
em outros trechos como por exemplo no relato do dilúvio (Gn 7.11). Teólogos liberais
enxergam neste abismo aqui apresentado uma ligação ao mito mesopotâmico de Tiamat,
uma personificação do caos primordial. Nada, porém, exige que se enxergue aqui
qualquer idéia deste tipo. O abismo (tehom) é mais bem entendido, pelo seu uso em Gn
7.11 e em outras passagens do Antigo Testamento como sendo um oceano profundo
abaixo da Terra. Esta era idéia comum dos povos semíticos da época de Moisés. A idéia
é de um oceano primordial encoberto por trevas. Através das mais recentes e
desenvolvidas pesquisas realizadas sobre como a Terra se formou temos que não houve
um oceano de águas antes da formação da parte seca da Terra, e sabemos que não existe
um oceano no mais profundo da Terra. Porém a figura do oceano e das águas é a melhor
descrição que poderia ser dada para um leitor da época de Moisés. O abismo é na
verdade uma forma de descrever a Terra em seu estado inicial, antes da solidificação da
crosta terrestre, com um núcleo de material incandescente coberto por uma atmosfera
muito diferente da atual. A face do abismo é a camada mais superficial deste “oceano
primordial’, ou seja, este material líquido, pelas altas temperaturas, que formava o
núcleo do Planeta. Não podemos porém ser dogmáticos neste ponto. Como já dissemos
anteriormente, o relato da criação, muito embora não seja apenas um mito, foi escrito
primeiramente com motivação religiosa e não como relato cientifico. Além disso foi
escrito em uma época que não conhecia os avanços científicos que hoje temos e nem
tinha a riqueza de termos para descrever fenômenos como os envolvidos na formação
do Planeta. Assim, ao que este abismo se refere verdadeiramente não podemos afirmar
com certeza, embora a idéia da palavra tehom seja como já falado, de um oceano
profundo.
era coberta por trevas – O abismo era coberto de trevas. Caos e escuridão eram
o que havia na Terra até que Deus iniciasse a criação relatada pelos versículos a seguir.
e o Espírito de Deus – Original: ‫( םיהלא חור‬ruah Elohim). A palavra para
Espírito, ruah, é literalmente vento ou sopro, tradução usada por algumas versões. O
Espírito de Deus é a terceira pessoa da Trindade, o Espírito Santo. Muitos vêem aqui,
não a presença do Espírito Santo, mas sim a presença da primeira pessoa da Trindade,
Deus, em Espírito. No Antigo Testamento ainda não temos uma pneumatologia (estudo
a respeito do Espírito Santo) desenvolvida. De qualquer forma, todas as pessoas da
Trindade estão presentes na criação: Deus, o Espírito e Jesus (ver Jo 1.3).
pairava – Algumas versões preferem “se movia”. Porém, a idéia do original é
mais bem expressa por pairava. Podemos ver isso por outro texto do Pentateuco onde
esta palavra aparece, Dt 32.11. A idéia deste texto é de uma águia que paira sobre seus
filhotes protegendo-os. Semelhantemente, mesmo no caos da Terra nos seus primórdios,
o Espírito de Deus pairava preparando caminho para a criação que logo se iniciaria.
por sobre a face das águas – novamente temos a figura do oceano primordial
que na cultura da época acreditava-se ser a forma inicial da Terra. As águas aqui são o
material ainda incandescente de uma Terra ainda sem forma definida e vazia. A visão
dos fenômenos naturais na Bíblia é sempre dada do ponto de vista de alguém na Terra e
de acordo com o conhecimento da época. É neste sentido que devemos ver as descrições
do relato de Gênesis.

Versículo 3 – Então disse Deus: “Haja luz”, e houve luz.

Então disse Deus – Apenas pelas palavras de Deus a criação se faz


imediatamente (Sl 33.9). A soberania de Deus é vista na natureza e em toda parte em
sua Palavra.
“Haja luz”, e houve luz – A primeira criação descrita é a da luz. Dependendo
da interpretação que se adote, haverá diferenças no significado desta frase.
e houve luz – O primeiro aspecto da criação destacado é a luz. A verdadeira luz
do mundo é Jesus (ver Jo 1.8-9). Na Nova Jerusalém os redimidos não necessitarão de
luz do sol, pois Deus será a luz (Ap 22.5). No meio de uma atmosfera densa e de trevas,
Deus faz aparecer a luz, embora não de forma que se pudesse ver o Sol e a Lua, que só
serão vistos no quarto dia. A luz resplandecendo nas trevas é o primeiro sinal da
criação. A luz é criação de Deus, porém as trevas, a negação da luz, não são descritas
como criação de Deus.
Versículo 4 – Viu Deus que a luz era boa; e separou a luz das trevas.

Viu Deus que a luz era boa – A criação de Deus é boa, como ele próprio atesta
após o ato criativo. A luz é boa, pois dissipa as trevas (Jo 1.5). As obras de Deus são luz
e quem nelas permanece não está nas trevas (Jo 12.46).
e separou a luz das trevas – Este mundo, embora não seja feito só de luz, não
seria de apenas trevas. Porém Deus dividiu as trevas da luz, dando a cada uma seu
tempo e propósito. Tanto a luz quanto as trevas estão debaixo do controle de Deus e
servem para o engrandecimento do Seu Nome, cumprindo seu propósito.

Versículo 5 – E Deus chamou à luz dia, e as trevas chamou noite. E passaram-se


tarde e manhã, e esse foi o primeiro dia.

E Deus chamou à luz dia, e as trevas chamou noite – Deus, como Senhor da
luz, das trevas e do tempo; designa nomes conforme seu desejo.
E passaram-se tarde e manhã, e esse foi o primeiro dia – Com a criação da
luz é possível uma divisão entre o tempo da luz e o tempo das trevas. Assim, é possível
se contar o tempo e os dias. O significado dos dias de Gênesis 1 é alvo de debates, e
depende muito da visão que se tem do relato da criação, conforme já discutimos
anteriormente. Este é um tema que necessita ser visto com maior atenção. Pelo exposto
anteriormente, acreditamos que os dias de Gênesis são melhor vistos como períodos
indeterminados (provavelmente muito longos e diferindo de extensão entre si), que
colocam a sucessão dos eventos da criação e estabelecem o padrão das semanas e do
descanso. Outro argumento a que não tenhamos de ficar presos a dias de 24 horas é que
para Deus um dia é como 1000 anos, e 1000 anos como um dia (2 Pe 3.8). Deus não
está restrito e nem contido pelo tempo, mas o transcende, de forma que para Ele a
duração do tempo da criação não é central.

Versículo 6 – E disse Deus: “Haja um firmamento no meio das águas, que separe
águas e águas”

Haja um firmamento no meio das águas – No segundo dia Deus cria uma
separação entre as águas na superfície da Terra e a água na atmosfera. Aqui a atenção é
focalizada na questão da separação da água. Segundo as melhores simulações já
realizadas para a origem da Terra, no início, quando a Terra ainda não tinha sua forma
atual, a Terra tinha uma atmosfera primordial que não possuía água, e que era levada
pelo vento solar, até que a Terra atingiu cerca de 40% do seu volume atual, onde esta
pode reter sua atmosfera. Na atmosfera então formada existia uma boa possibilidade de
presença de água. Não podemos ser dogmáticos em relação a que evento em especifico
este dia se refere (como, aliás, não podemos ser em relação a nenhum outro dia. A idéia
do texto, como já discutimos, não é ser um relato cientifico da criação) até por que não
temos certeza dos eventos envolvidos na formação da Terra, e este é um campo onde há
muito por descobrir. Como já dissemos antes, Deus fez a criação através de
intervenções especiais, mas também através das leis naturais que criou. Não sabemos
em que ocasiões Ele usou cada um desses tipos de ações. O relato de Gênesis 1 escolhe
alguns detalhes de cada era de desenvolvimento da Terra, de forma a montar um quadro
que mostre a criação de todas as coisas por Deus. Assim, provavelmente neste dia da
criação Deus fez as primeiras formas de vida sobre a Terra, que depois, através de
reações com sulfeto de hidrogênio e dióxido de carbono, levariam a formação de mais
água, que alimentaria o ciclo da água (a separação) e permitiriam a formação dos
oceanos. A origem do planeta Terra, da vida e o desenvolvimento desta é complexa e
envolveu muitas etapas, que nosso conhecimento atual está longe de conhecer
totalmente. Seria incoerente esperar que todos os detalhes fossem dados aqui, ainda
mais em um texto com motivação religiosa e não científica.
que separe águas e águas – As águas na superfície e interior do planeta das
águas na atmosfera.

Versículo 7 – Deus fez, pois, o firmamento e separou águas debaixo do firmamento


e acima do firmamento. E assim foi.
Deus fez – Alguns vêem no fato de em alguns pontos do relato ser colocado que
Deus fez, além do fato que ele chamou a existência, uma evidência de mais de uma
fonte presente no relato (teoria documentária). Porém, isto não é prova suficiente.
Moisés apenas está reforçando a idéia presente no que Deus disse, mostrando como Ele
fez aquilo que por sua voz chamou a existência. È acrescentado que Deus criou ou fez
em relação à: céus e a Terra (1.1), o firmamento (1.7), o sol, a lua, as estrelas (1.16), os
animais (1.21 e 25), o homem e a mulher (1.27).
E assim foi – Único resultado possível da ação de Deus.

Versículo 8 – Deus chamou ao firmamento céu. E passaram-se tarde e manhã, e


esse foi o segundo dia.

firmamento – Essa palavra, que pode ser traduzida também por “extensão”, dá a
idéia de um lugar fixo, firme, onde as estrelas ficam presas. Esta era uma idéia antiga
sobre os céus.
céu – De acordo com a concepção judaica haviam 3 céus: o primeiro era o logo
acima da terra, onde as aves voam (Gn 2.19, Lm 4.19); o segundo, o espaço, onde se
encontram os astros, o exército do céu, ou os poderes do céu (Dt 17.3, Jr 8.2, Mt 24.29);
e o terceiro céu, o céu dos céus (Dt 10.14, Sl 148.4, 2 Co 12.2), lugar da manifestação
especial de Deus, morada dos anjos, um outro plano além do nosso. Céu aqui descreve
tudo que está acima da terra, à atmosfera mais especificamente.

Versículo 9 – E Deus disse: “Ajuntem-se em um só lugar as águas embaixo do céu,


e apareça a parte seca”. E assim foi.

Ajuntem-se em um só lugar as águas embaixo do céu, e apareça a terra seca


– Com o resfriamento da Terra, em decorrência da formação de sua atmosfera, o magma
se solifidificou e depois formou-se a crosta terrestre, e então as águas separaram-se num
só conjunto, formando os oceanos e mares.
Versículo 10 – E à parte seca Deus chamou terra, e ao conjunto das águas chamou
mares. Viu Deus que isso era bom.

Viu Deus que isso era bom – A Terra, que no início era sem ordem, agora já
está ordenada em terra e mares, águas na terra e mares, e águas no céu. Deus cria todas
as coisas como primeira ou segunda causa (ou direta e indiretamente, ou naturalmente e
sobrenaturalmente) e as ordena pela sua própria vontade. O próprio Deus atesta que sua
criação é boa.

Versículo 11 – Então Deus disse: “Cubra-se a terra de vegetação, plantas que dêem
semente e árvores frutíferas que produzam semente de acordo com suas espécies”.
E assim foi.

Cubra-se a terra de vegetação – O relato da criação volta-se agora para a


formação das plantas. A discussão sobre quais formas de vida são as mais antigas a
apresentarem características de plantas é controversa, e as primeiras plantas
provavelmente surgiram, de acordo com os registros fósseis, no Período Cambriano
(aproximadamente 542 a 488 milhões de anos atrás), ou até mesmo no período Pré-
Cambriano, embora as embriófitos, plantas mais antigas só tenham se desenvolvido
provavelmente depois. O relato de Gênesis trata do início da formação das plantas, que
podem ter realmente surgido de formas mais simples de vida como algas, porém neste
ponto o relato estende-se até a formação das espécies superiores de plantas, que
produzem frutos e sementes. Como afirmamos anteriormente, não se deve excluir a
organização do texto de forma a mostrar um quadro de referência, porém não devemos
ver aqui apenas um recurso literário. As primeiras formas de plantas passaram a se
desenvolver na terra e este é um momento importante na história da Terra, destacado
neste dia da criação. Obviamente que junto com isto diversos outros fenômenos
ocorriam simultaneamente no planeta e uma descrição detalhada da criação seria
provavelmente tão grande quanto todos os livros da Bíblia. Novamente: o relato de
Gênesis não intente ser um relato extensivo e nem cientifico da criação. Além disso,
temos pouco conhecimento sobre a história do planeta e da vida. Assim, não podemos
determinar o que foi gerado por leis naturais e o que foi feito por ação especial de Deus.
Não é possível ser dogmático neste ponto. Assim, a lição que podemos tirar é que Deus
criou todas as plantas e isto foi importante para o planeta Terra e muito bom. Porém
afirmar que período da história esse dia cobre é algo que não é possível fazer com
certeza, como, aliás, não é possível fazer em relação a nenhum dos dias da criação. O
objetivo do texto não é fornecer estas informações.
plantas que dêem semente e árvores frutíferas – As plantas mais
desenvolvidas passaram a produzir sementes e depois frutos com sementes.
de acordo com suas espécies – Ou seja, cada planta se reproduzindo de acordo
com sua espécie. A lei da manutenção de cada espécie e tipo de vida é obra de Deus.
Versículo 12 – A terra produziu vegetação, plantas que davam sementes e plantas
frutíferas que tinham semente, segundo as suas espécies. E Deus viu que isso era
bom.

A terra produziu – Vemos aqui que se tem em mente uma ação natural: “a terra
produziu”. A criação de Deus é feita tanto por meios naturais quanto sobrenaturais. O
desenvolvimento das plantas sobre a terra (e também em outros ambientes) foi realizado
por meios naturais e não podemos afirmar pelos dados que temos hoje que não tenham
sido também por meios sobrenaturais. A grande diferenciação e evolução das plantas
não é totalmente explicada pela teoria da macro-evolução, embora não se deva excluir
mecanismos deste tipo em etapas da criação dos seres vivos. Até onde esses
mecanismos apenas naturais foram empregados por Deus é motivo de discussão e alvo
de pesquisas. Este versículo é um indicativo de que não temos um dia de 24 horas em
mente, a não ser que se entenda que a Terra produziu toda vegetação em um tempo
muito mais rápido que os processos naturais que conhecemos. Se for isto que se tem em
mente, seria mais adequado que o texto fosse redigido dizendo que Deus produziu, e
não que a terra produziu.

Versículo 13 - E passaram-se tarde e manhã, e esse foi o terceiro dia.


Versículo 14 – Disse Deus: “Haja luminares no firmamento do céu, para separar o
dia da noite. Sirvam eles para sinais, para marcar estações, dias e anos;

Haja luminares – Não que o Sol, Lua e estrelas tenham sido criados apenas
neste dia. Como resultado da formação das primeiras plantas e das mudanças sobre a
Terra, diminuindo as nuvens de poeira cósmica, por exemplo, passa a ser possível em
uma atmosfera que se torna limpa ver com clareza, sempre do ponto de vista de um
observador terrestre, o céu, enxergando os luminares, que assim, podem ser usados
como sinais para a marcação do tempo: dias e estações.
no firmamento do céu – Do ponto de vista da superfície da Terra, os astros
estão fixos nos céus.
para separar o dia do noite – Com a presença dos luminares, é possível se
marcar com mais clareza dia e noite, do que até então. É possível também pela
observação das estrelas se marcar a passagem dos anos e estações, como o texto a seguir
destaca.
estações – Algumas versões trazem em lugar de estações, traduções como
solenidades ou festivais religiosos. A palavra traduzida por estações, Mo'adim, é
encontrada também em Lv 23.2, onde é traduzida geralmente como celebrações ou
festas fixas. A idéia da passagem do ano, estações e celebrações religiosas é realmente
ligada no Antigo Testamento. Porém, de forma alguma aqui se deve ver ligação entre a
Bíblia e ritos das estações ou da fertilidade da Antiguidade.
Versículo 15 – e sirvam de luminares no firmamento do céu para iluminar a
terra”. E assim foi.
Versículo 16 – Deus fez os dois grandes luminares: o maior para governar o dia e o
menor para governar a noite. E fez também as estrelas.

Deus fez – A palavra usada aqui no texto original não implica em ato criativo
necessariamente. Deus faz com que o Sol, Lua e estrelas, criados “no principio”, passem
a ser úteis do ponto de vista da Terra, por serem visto claramente.
os dois grandes luminares – O Sol e a Lua, amplamente adorados em cultos
pagãos da Antiguidade, aqui sequer são citados pelo nome. São apenas criaturas sob a
vontade de Deus.
o maior para governar o dia e o menor para governar a noite – Do ponto de
vista de alguém na Terra, onde o Sol é o maior astro e a Lua o segundo maior, depois
das estrelas, que na verdade são maiores que a Lua e muitas até do que o Sol.
E fez também as estrelas – As estrelas são citadas todas juntas. Elas também
passaram a ser visíveis claramente da Terra, muito embora já tivessem aparecido muito
tempo antes da formação da Terra. A luz que vemos da Terra hoje pode na verdade ter
sido gerada nas estrelas a milhões de anos, só chegando até nós hoje. Esta é uma prova
que a natureza nos dá da idade do Universo, que é certamente maior do que milhares de
anos apenas.

Versículo 17 – Deus os colocou no firmamento dos céus para iluminar a terra,

para iluminar a terra – O objetivo das estrelas é iluminar a Terra. O Universo


foi criado de forma maravilhosa e incompreensível em sua totalidade para nós, porém a
Terra, uma poeira no espaço, é o ponto de atenção especial de Deus, e o homem, sua
maior criação neste Universo.

Versículo 18 – para governar o dia e a noite, e para separar entre a luz e as trevas.
E Deus viu que isso era bom.
Versículo 19 - E passaram-se tarde e manhã, e esse foi o quarto dia.
Versículo 20 – Disse Deus: “Encham-se as águas de seres vivos e sobre a terra, no
firmamento dos céus, estejam os seres vivos que voam”.

Encham-se as águas de seres vivos – A vida na água se desenvolve


grandemente e procede-se a multiplicação e formação de diversos tipos de peixes e
outro seres aquáticos. Provavelmente neste dia ocorreu a explosão cambriana. A forma
de ação de Deus na produção desta vida aquática pode ter se realizado tanto por meios
naturais quanto sobrenaturais.
estejam os seres vivos que voam – O original desta frase seria
aproximadamente: ”Voem os seres voadores sobre a terra, no firmamento dos céus”. A
expressão “seres vivos que voam” é usada no lugar da palavra que no original dá a idéia
tanto de aves, tradução costumeira desta palavra, quanto de insetos que voam. A idéia
do versículo fica melhor expressa desta forma, pois no original não se tem em mente
aves, mas sim seres que podem voar, como é o caso de alguns insetos.
Além da multiplicação da vida nas águas, começaram a surgir insetos, que
voando e fazendo a polinização seriam importantes para o desenvolvimento da vida no
planeta.

Versículo 21 – Deus criou assim os grandes animais aquáticos e os demais seres


vivos que habitam nas águas, de acordo com suas espécies; e todos os seres que
voam, de acordo com suas espécies. E Deus viu que isso era bom.

os grandes animais aquáticos e os demais seres vivos que habitam nas águas
– Aqui tem-se em mente todos os animais aquáticos, que através da ação de Deus foram
criados e diferenciaram até o que hoje temos, através da vontade e ação direta e indireta
de Deus. Os grandes animais aquáticos eram associados na mitologia antiga aos dragões
do mar, que se acreditavam ser rivais dos deuses criadores. Aqui , no entanto são apenas
mais uma parte da criação de Deus, e subordinados a Ele.
e todos os seres que voam – Primeiramente os insetos e outros animais menos
desenvolvidos, mas também as aves e mesmo os mamíferos que voam. Embora estes
últimos tenham sido criados apenas depois de um estágio avançado da história da Terra,
a lição aqui é clara: Deus criou todas as formas de vida das águas e dos ares. As formas
de vida da terra são destacadas apenas no último dia, pois é na terra que o homem, a
criação principal, habitará.

Versículo 22 – E Deus os abençoou dizendo: “Sejam férteis e multipliquem-se!


Encham as águas! E sobre a terra multipliquem-se os seres vivos que voam”

Aqui é destacada a benção de Deus sobre os seres vivos, para que estes
pudessem se reproduzir e encher a Terra. A capacidade de sobrevivência e
multiplicação de todos os seres vivos depende da vontade de Deus.

Versículo 23 - E passaram-se tarde e manhã, e esse foi o quinto dia.


Versículo 24 – E Deus disse: “Produza a terra seres vivos de acordo com suas
espécies: animais domésticos, animais selvagens e demais seres vivos da terra, de
acordo com suas espécies”. E assim foi.

Produza a terra – Tendo o relato já focado na criação dos animais nas águas e
nos ares, agora ele passa a descrever como a vida se desenvolve na terra, onde o homem
será criado. Os animais que vivem na terra são os mais desenvolvidos e, portanto, o
relato está correto com nosso conhecimento da natureza.
animais domésticos – A palavra traduzida por animais domésticos é usada para
descrever os animais herbívoros, aqueles que o homem depois domesticaria para serem
seu rebanho.
animais selvagens – Os animais da natureza, especialmente os carnívoros.
e demais seres vivos da terra – No original temos uma palavra que designa os
animais que rastejam sobre a terra, o que leva muitas versões a trazer a tradução répteis.

Versículo 25 – Deus fez, pois, os animais selvagens, os animais domésticos e os


demais seres vivos, todos de acordo com suas espécies. Deus viu que isso era bom.

Deus criou todos os animais, e todos os seres vivos da Terra, criando em seguida
o homem. Não temos conhecimento suficiente da natureza para entender os meios
usados por Deus em toda esta criação, mas de qualquer forma Deus nos mostra que a
causa de toda criação é Deus, seja ela primeira (criação direta/sobrenatural) ou segunda
(criação indireta/natural).

Até aqui estudamos a criação até o ponto onde é introduzida a criação do


homem, tema mais controverso no relato. A interpretação que demos é baseada nas
evidências que antes estudamos. Através delas também é que passaremos a pensar a
questão da criação do homem.

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