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Organizadores
Antônio Campos
Luiz Carlos Monteiro
CRONISTAS
DE PERNAMBUCO
Inclui índice onomástico
Recife, 2010
3
Copyright dos textos© dos autores
Copyright da edição© 2010 Carpe Diem - Edições e Produções
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta edição pode ser utilizada ou reproduzida, nem apropriada ou
estocada em sistema de banco de dados, sem a expressa autorização da Editora.
Organização
Antônio Campos | Luiz Carlos Monteiro
Impressão
Gráfica Santa Marta
Impresso no Brasil
Printed in Brazil
6
José Mário Austregésilo, O aboio de um povo, 197
José Mário Rodrigues, Pra lá de Marrakech, 199
José Paulo Cavalcanti Filho, Duas ou três coisas sobre
meu pai, 201
José Teles, Estão mexendo na língua, 205
Leonardo Dantas Silva, No tempo do lança-perfume, 207
Lopes Gama, As palestras da ponte da Boa Vista, 210
Luciano Bivar, A intuição não vem do nada, 217
Luciano Siqueira, Vidas quase cruzadas, 224
Luiz Berto, Anotações sobre um coração e uma trombeta, 226
Luiz Carlos Monteiro, Mãe & Filha, 228
Luiz Arraes, A velhinha no Jardin du Luxembourg, 230
Lourdes Sarmento, Os 45 minutos, 235
Luzilá Gonçalves Ferreira, Recife: o amor de
uma cidade, 238
Manuel Bandeira, Carnavais de outrora, 242
Marco Polo Guimarães, 1968, 245
Marcus Accioly, A dor, 248
Marilena de Castro, Tamarineira, adeus, 251
Mário Sette, Não há quem dê mais?, 253
Marly Mota, Fundação Terra em Arcoverde, 261
Mauro Mota, Família dos livros, 264
Maurício Melo Júnior, Diálogos simplificantes de
La Mancha, 266
Maximiano Campos, Do amor, 269
Miriam Carrilho, Comparação, 272
Nagib Jorge Neto, Aura de outono, 274
Nelly Carvalho, Recife brasileiro, 277
Nelson Rodrigues, O menino de Pernambuco, 280
Nilo Pereira, Um Recife que não volta mais, 285
Olímpio Bonald Neto, O poder sênior, 288
Osman Lins, Anatol Rosenfeld – homenagem à memória
do intelectual, 298
Paulo Caldas, Flores e baionetas, 303
Paulo Cavalcanti, O Recife de Mauro Mota, 306
7
Paulo do Couto Malta, Cozinha regional, 310
Paulo Fernando Craveiro, O mestre de telas alheias, 312
Paulo Gileno Cysneiros, Tudo flui, 315
Raimundo Carrero, Uma cidade feliz. E gorda, 319
Raimundo de Moraes, As reclusas de Chawton e Amherst, 322
Raul Pompéia, O carnaval no Recife (impressão de viagem), 325
Reinaldo de Oliveira, O vazio, 328
Renato Carneiro Campos, Recife, 331
Robson Sampaio, Uma ruela estreita, espremida..., 335
Ronaldo Carneiro Leão, Carta aberta a um ladrão, 337
Ronaldo Correia de Brito, E mesmo assim
continuamos escrevendo, 340
Ronildo Maia Leite, O boêmio morre de madrugada.
Com o sol. Iluminadamente, 344
Rostand Paraíso, Das calçadas, quintais e jardins do Recife, 347
Rubem Braga, Véspera de São João no Recife, 354
Salma Bandeira de Mello, Maria do cais, 359
Samarone Lima, Personagens do Recife: Adão Pinheiro
de Carvalho, 361
Ulysses Lins de Albuquerque, Antônio Piutá
entre cangaceiros, 365
Urariano Mota, Miss Pernambuco 1963, 369
Vandeck Santiago, Eu estava lá e vi, 375
Valdemar de Oliveira, Boi, 378
Waldimir Maia Leite, Para este domingo, 380
Waldenio Porto, Sábado de Zé Pereira em Caruaru, 382
8
Apresentação
Pernambuco em Antologias
Antônio Campos*
10
Graciliano Ramos, visto que morou em Buíque durante
boa parte de sua infância, assim como a ucraniana Clarice
Lispector, que se dizia recifense por ter morado no Recife
quando criança e onde realizou os estudos primários. Essas
inserções são possíveis, porque, a partir da primeira obra,
adotamos o critério de “Domicílio Literário”, que trans-
cende ao do simples registro biográfico da naturalidade.
Histórias da infância, amizades, aventuras e grandes
amores são narrados por escritores como Amílcar Dória
Matos (recém-falecido), Benito Araújo, Fátima Quintas,
Gilberto Freyre, Luzilá Gonçalves, Raimundo Carrero e
tantos outros não menos importantes que estes antes ci-
tados. Como afirmou Gallindo, “as coletâneas são como
as publicações de obras completas de autores vivos: ficam
sempre incompletas”, mas acredito piamente que fizemos
um belo trabalho.
Lançada a antologia de contos, era chegado o momento
de voltar a atenção para a publicação de uma antologia de
crônicas. Desta feita, a parceria na organização seria com
o professor Luiz Carlos Monteiro. A antologia Cronistas de
Pernambuco reflete um esforço literário de forte expressivi-
dade cultural, no sentido de trazer a lume escritores de pe-
ríodos diferenciados da vida e da história pernambucanas.
São autores de variada origem e tendência profissional e
artística, do século XIX até os dias atuais. A importância
dessa contribuição cultural evidencia-se pelo registro lite-
rário que tais autores empreenderam na forma da crôni-
ca, reunindo pequenos ou grandes acontecimentos, fatos e
eventos cotidianos que a notícia de jornal não pode expri-
mir com a poesia e a sutilidade que a crônica requer.
O mundo, cada vez mais individualista e fragmentado,
precisa unir-se, e uma antologia é uma tentativa de união.
João Cabral de Melo Neto mostra que a reunião de diver-
sos cantos é a responsável por uma grande manhã:
11
“Um galo sozinho não tece uma manhã
ele precisará sempre de outros galos.
(...) para que a manhã, desde uma teia tênue
se vá tecendo, entre todos os galos.”
O sociólogo Renato Carneiro Campos, em um ensaio
intitulado Joaquim Nabuco: um agitador de ideias, afirma que,
se tivesse que escolher um Estado, na Federação, para re-
presentar D. Quixote, este Estado seria Pernambuco, pois
“Não lhe faltam magreza, loucura e sonho para tanto”.
Realmente, Renato tinha razão. Pernambuco, com suas
revoluções falhadas e seus movimentos libertários abafados
a ferro e a fogo, é uma espécie de D. Quixote da Federação.
Em virtude dos seus ideais republicanos, manifestados em
1817, quando foi proclamada a República de Pernambuco,
e em 1824, quando se desenrolou a Confederação do Equa-
dor, o território da antiga Província de Pernambuco perdeu
as Comarcas das Alagoas e a do São Francisco. Contudo, Per-
nambuco resistiu e nunca deixou de sonhar e de fazer arte.
Certa vez, Alceu Amoroso Lima disse que, quando o
Brasil está em crise, se volta para cá, para a região cortada
pelo Rio São Francisco, que é conhecido como o “Rio da
Integração Nacional”.
Que o sol de Pernambuco e a força de sua poesia e
de seus ideais libertários, forjados na luta de gerações,
acendam uma luz no meio da escuridão e nos mostre o
verdadeiro caminho da nação brasileira. A série Pernam-
buco em Antologias é exatamente isso. É um meio de mos-
trar ao Brasil e ao mundo o valor desta terra iluminada,
tanto pelo sol estampado em nossa bandeira, quanto no
valor histórico, cultural e intelectual do nosso povo. Além
de ser uma homenagem sincera que prestamos ao nosso
Estado e a cada um dos pernambucanos.
12
Prefácio
Luiz Carlos Monteiro
14
fano, alinha apenas dez cronistas. São cinco cariocas – Car-
los Eduardo Novaes, Lima Barreto, Luís Martins, Machado
de Assis e Olavo Bilac, três mineiros – Carlos Drummond
de Andrade, Fernando Sabino e Paulo Mendes Campos,
uma cearense – Rachel de Queiroz e um paulista – Louren-
ço Diaféria. O pequeno número de cronistas, com predo-
minância do Rio de Janeiro, é compensado pelo número
de crônicas, numa média de cinco para cada um deles.
É bem menos conhecido fora da sua terra do que os ou-
tros, Lourenço Diaféria, embora seja tido como o legítimo
representante da crônica paulista. Esse fenômeno ocorre
também em Pernambuco com um autor enraizado feito
Renato Carneiro Campos, o cronista natural e abalizado
do Recife. Outro nome sui generis da antologia de Tufano,
o poeta Paulo Mendes Campos, ombreia-se com o do per-
nambucano Nelson Rodrigues na valorização da crônica
futebolística. O formato curto e a aproximação ao ficcio-
nal e ao subjetivo logram sugerir propósitos de concepção
do organizador, ao ressaltar o “compromisso” dos cronis-
tas com a “vida concreta”. Fornece, em poucas palavras,
uma definição da crônica moderna: “Hoje as crônicas em
geral são mais curtas, os autores gozam de uma liberda-
de de expressão maior, o tom subjetivo é mais acentuado,
os elementos ficcionais estão mais presentes – mas todas
guardam seu compromisso com a vida concreta, mesmo
quando parecem não estar falando dela”4.
Voltando um pouco no tempo, uma coletânea que
teve grande alcance de público, Elenco de cronistas moder-
nos, continha apenas sete autores: Carlos Drummond de
Andrade, Clarice Lispector, Fernando Sabino, Manuel
Bandeira, Paulo Mendes Campos, Rachel de Queiroz e
Rubem Braga. A afluência regional era menos acentuada,
e o número de crônicas, dez para cada um. Mas, todos ti-
4
Antologia da crônica brasileira: de Machado de Assis a Lourenço Diaféria. Organização
e apresentação Douglas Tufano. São Paulo: Moderna, 2009.
15
nham sido editados pela extinta Sabiá, no que se constata
facilmente que o critério geral de inclusão foi esse5.
Ao prefaciar um dos volumes da conhecida série Para
gostar de ler, Antonio Candido afirma que a crônica “elabora
uma linguagem que fala de perto ao nosso modo de ser na-
tural. Na sua despretensão, humaniza; e essa humanização
lhe permite, como compensação sorrateira, recuperar com
outra mão uma certa profundidade de significado e um cer-
to acabamento de forma, que de repente podem fazer dela
uma inesperada embora discreta candidata à perfeição”6.
Eis aí, sem tirar nem pôr, o que seria um dos papéis funda-
mentais da crônica: humanizar e, no mesmo compasso, nos
aproximar ao “modo de ser mais natural”. Dessa humani-
zação, que reaquece linguagens e procedimentos, é que se
chega ao texto acabado, livre das intrusões que o tornam
frágil, gorduroso e destituído de seus sentidos inaugurais
e extensivos. Por isso mesmo, foi facilitada uma ampliação
da leitura da crônica no Brasil, vetorizada em formas es-
teticamente expressivas oralizadas (inicialmente no rádio)
e escritas (na revista e no jornal) que intentavam comuni-
car quase sempre o que se queria ler, sentir e escutar. A
permanência vigorosa da crônica nos jornais brasileiros era
somente interrompida em circunstâncias imperiosas e su-
periores, que não dependiam exclusivamente dos cronistas,
como, por exemplo, a morte. Mas, enquanto vivo, cada cro-
nista recriava o cotidiano a partir do seu campo de obser-
vação, com sua visada pessoal que elegia o homem e a vida
como objetos primeiros e privilegiados.
Nossa antologia inicia-se no Recife do século XIX, com
um cronista de costumes, o Padre Lopes Gama, que passou
5
Elenco de cronistas modernos. Rio de Janeiro: Editora Sabiá, [s.d.]. A Editora José
Olympio relançou a 20ª edição desta obra em 2003.
6
“A vida ao rés do chão”, pref. Antonio Candido. In: Para gostar de ler: crônicas. Carlos
Drummond de Andrade... [et al.] Ed. Didática, v. 5. São Paulo, Ática, 1981. Além de
Drummond, os outros participantes são Fernando Sabino, Paulo Mendes Campos e
Rubem Braga.
16
a editar a partir de 1832, com algumas interrupções, um
jornal implacável, O Carapuceiro. Nesse jornal, Lopes Gama
fustigava todos os segmentos da sociedade, sob os pontos
de vista moral, religioso ou político. Dele publica-se aqui a
crônica “As palestras da ponte da Boa Vista”, uma viagem
irônica, irreverente e bem-humorada por uma tipologia hu-
mana que se reunia diariamente na ponte em torno a con-
versas sérias ou maledicentes que dependiam dos caracteres
sociais e humanos de cada grupo (“rabequistas”, “game-
nhos”, “jogadores”, “políticos”, “cavaleiros da indústria”)7.
Na condição de cronista mais antigo desta coletânea, Lopes
Gama enseja os passos inaugurais da prática jornalística de
se fazer crônicas. E exatamente por isso, como não poderia
deixar de ser, que a maioria dos autores aqui presentes é
composta de jornalistas de batente ou que exerceram ati-
vidades de jornalista. Há, também, os que têm outras ati-
vidades, no âmbito artístico ou profissional, mas que não
deixam de rabiscar a sua crônica e publicá-la em jornal ou
livro. Escritores que se completam no romance, no conto ou
na poesia, emprestam também a sua contribuição.
O Recife de Mário Sette é um capítulo à parte. Na crô-
nica “Não há quem dê mais?”, do conhecido livro Arruar:
história pitoresca do Recife antigo8, Sette discorre sobre
os leilões em domicílio que ocorriam rotineiramente no
Recife do século XIX. Casas eram invadidas por agentes,
licitantes e curiosos, uns ávidos por uma boa negociação,
outros simplesmente para especular como vivia a gente
que estava a vender seu mobiliário, na ânsia de desvendar
segredos familiares, normalmente fechados ao público.
Uma boa quantidade de escritores que ultrapassaram
com seu nome as fronteiras pernambucanas faz-se presen-
7
O carapuceiro – crônicas de costumes (org. Evaldo Cabral de Mello). São Paulo: Compa-
nhia das Letras, 1996. O levantamento das crônicas feito por Evaldo Cabral de Mello
teve como base o trabalho anterior de Leonardo Dantas Silva.
8
Arruar – história pitoresca do Recife antigo. Recife: Secretaria de Educação e Cultura do
Governo de Pernambuco, 1978.
17
te nesta antologia: Gilberto Freyre, Hermilo Borba Filho,
Manuel Bandeira, Mauro Mota e Osman Lins. Dentre os
que aqui viveram por um tempo, mas que não deixaram
de lembrar o Recife em seus escritos, encontram-se Nel-
son Rodrigues, pernambucano que se radicou no Rio, cuja
crônica, “O menino de Pernambuco”, é sintomática de sua
infância recifense; Clarice Lispector, que passou parte da
infância no bairro da Boa Vista, não tendo jamais esqueci-
do a cidade; Raul Pompéia, que com um grupo de colegas
deslocou-se em 1885 de São Paulo ao Recife a fim de con-
cluir o curso de Direito; e Rubem Braga, que esteve aqui
de maio a setembro de 1935. Braga conviveu com intelec-
tuais e boêmios locais, frequentou a zona do meretrício e
escreveu crônicas que se popularizaram em todo o Brasil.
Fez amizade com Valdemar Cavalcanti, Manuel Diégues
Júnior, Capiba, Noel Nutels, Fernando Lobo, Cícero Dias,
Odorico Tavares, Gilberto Freyre, entre outros. Escreveu
25 crônicas no Recife para a Folha do Povo, jornal da Alian-
ça Libertadora Nacional nordestina, que ele editava. De-
pois de três prisões, deixou a cidade em 13 de setembro
de 1935, com destino a Porto Alegre e daí ao Rio de Ja-
neiro9. O cronista-compositor Antônio Maria, que viveu
até o início de sua juventude no Recife, passando a morar
depois no Rio de Janeiro, repartiu-se entre a crônica des-
sas duas cidades. Suas lembranças recifenses fornecem um
painel lírico e urbano de fidelidade e paixão pela cidade;
do mesmo modo, quando escreve a crônica carioca, conse-
gue, com familiaridade, retratar amigos, absorver recantos
boêmios, dobrar ruas e esquinas do Rio, relatar situações
cotidianas com um profundo sentimento lírico.
Além da crônica-poema, como é o caso da que escreveu
Everardo Norões, “Um certo padre Gomes”, o leitor vai
9
Para um conhecimento mais aprofundado da vida e obra de Rubem Braga, é im-
portante conferir sua biografia, escrita por Marco Antonio de Carvalho (1950-2007),
Rubem Braga: um cigano fazendeiro do ar. São Paulo: Globo, 2007.
18
dispor também de crônicas-perfis de autoria de Gladstone
Vieira Belo (tendo como objeto o jornalista Antônio Ca-
melo), de Osman Lins (que mostra a relação de amizade
de Osman com o crítico e antropólogo Anatol Rosenfeld),
de Paulo Cavalcanti (que reúne, num só texto, o poeta
Mauro Mota e uma visada panorâmica e saborosa do Reci-
fe que este viveu). Nesse ponto, uma cronista brasileira da
maior importância vem à lembrança, Rachel de Queiroz,
que teve recentemente uma seleção de suas crônicas feita
por Heloisa Buarque de Hollanda. Sobre os “perfis defi-
nitivos” em forma de crônicas elaborados por Rachel, no-
tadamente um sobre o Padre Cícero, pronuncia-se Heloisa
Buarque: “A galeria de personagens inesquecíveis, lendas
e lembranças da seca, fatos curiosos e flagrantes do coti-
diano é a matéria-prima central com a qual Rachel traba-
lha suas crônicas e sua expertise narrativa”10.
Das crônicas sobre a cidade do Recife e suas manifes-
tações culturais e festivas, seus personagens populares e
sua convivência boêmia, sua compulsão libertária e seus
novos-ricos, seus becos obscuros e seus locais públicos,
a mais representativa é, certamente, “Recife”, de Rena-
to Carneiro Campos. Que vem escrita em prosa poética
delirante e nominativa, dando a impressão de nada ter
faltado na tremenda declaração de amor à cidade feita
pelo cronista.
Em toda coleta literária, surge imediatamente o pro-
blema das omissões, por variados motivos – de espaço, de
contato ou de escolha. Omissões que podem ser corrigidas
futuramente em novas antologias, nas quais aqueles que
ficaram de fora poderão vir a ser contemplados. Nomes
que invariavelmente serão lembrados pelo paradoxo da
10
QUEIROZ, Rachel de. Crônicas escolhidas. São Paulo: Gaudi Editorial, 2008. No pre-
fácio a este livro, Heloisa Buarque de Hollanda, que também fez a seleção das crôni-
cas, chama a atenção para “o belíssimo estudo de psicologia regional que é a crônica
sobre o Padre Cícero, figura cearense emblemática, reconhecido pelo desenho afetivo
e personalizado de Rachel”.
19
sua momentânea ausência, a exemplo de um Pereira da
Costa. E de outros que tiveram presença e papel relevan-
te na crônica recifense: Mário Melo, Aníbal Fernandes,
Theotônio Freire, Silvino Lopes, Altamiro Cunha, para
citar apenas esses. Mas, com um trabalho assemelhado
e militante nos jornais locais, tais omissões completam-
se em outros contemporâneos que foram contemplados:
Jorge Abrantes, Mário Sette, Mauro Mota, Nilo Pereira,
Paulo do Couto Malta e Valdemar de Oliveira.
Novos cronistas comparecem, alguns inéditos em livro,
outros elastecendo aos poucos a sua bibliografia – Cristia-
no Ramos, Geórgia Alves, Miriam Carrilho, Raimundo de
Moraes. Ao lado desses, aparecem autores consolidados e
de carreira literária extensa em suas realizações. Artistas
plásticos de inclinação literária já reconhecida também
trazem a sua contribuição – Francisco Brennand, José
Cláudio e Marly Mota. Nem falta, aqui, a crônica sertane-
ja dos cangaceiros, com o texto de Frederico Pernambu-
cano de Mello.
De um modo subliminar ou direto, insurge-se um ele-
mento de ligação entre muitas dessas crônicas, sinalizado
pelo que fascina ou instiga no perfil guerreiro ou festivo
de uma cidade, o Recife. Elimina-se, portanto, algo da
disparidade temática predominante e da aparente disper-
são conteudística. E, em termos de estrutura e disposição
textual das páginas da obra, ao optarmos pela não fixação
prévia do tamanho dos textos, imaginávamos que, na con-
secução posterior do livro, teríamos de assumir a irregula-
ridade das dimensões variáveis e da surpresa do produto
final. Na solicitação dos trabalhos aos autores ou seus fa-
miliares, as negativas foram tão poucas e irrelevantes que
seria ocioso mencionar. Amigos se prontificaram a ajudar,
indicando formas de contato com autores, fornecendo li-
vros e outros materiais bibliográficos, apontando locais de
20
pesquisa onde seriam encontrados trabalhos de interesse
para a antologia. Parentes de autores mortos agiram com
rapidez e diligência enviando crônicas e esboços biográ-
ficos – alguns deles também presentes como cronistas,
mostrando-se redundante citá-los. Todos sabem, contudo,
o quanto ficamos agradecidos e sensibilizados pelo gesto
solidário que consolida e reafirma amizades.
Quando Antônio Campos me convidou para este tra-
balho conjunto que é o Cronistas de Pernambuco, o tem-
po para pensar sobre o projeto foi mínimo. De imediato,
começaram a desfilar no pensamento numerosos nomes
que fui juntando aos que Antônio já havia sugerido. E a
cada dia novas descobertas, novos insights, e um lema pro-
posto por ele, que funcionou do início ao fim da elabora-
ção do livro: incluir sempre, numa generosidade e des-
prendimento que não excluía, de outra parte, o critério
estético. O fato é que conseguimos reunir uma centena
de cronistas que configuram um perfil razoável do gênero
em Pernambuco. O feitio estético, a qualidade literária e
a capacidade de comoção ou entretenimento originários
destas crônicas, deixamos para o nosso possível leitor sen-
tir, desfrutar e avaliar.
21
22
Os filmes de Celso Marconi
Abdias Moura
24
Abdias Moura
25
Os filmes de Celso Marconi
26
Abdias Moura
27
Inchação urbana
Admaldo Matos de Assis
29
Como envelhecer uma caçarola
Alberto da Cunha Melo
31
Como envelhecer uma caçarola
32
Alberto da Cunha Melo
33
Ouvir a voz do tempo
Alex (José de Souza Alencar)
35
Sozinho no bar
Aluizio Falcão
37
O São João da minha infância
Aluízio Furtado de Mendonça
II
Na casa de meu pai, os parentes mais próximos chega-
vam na véspera. Vinham de toda parte do interior. Apre-
sentavam-se com as breves “mudanças” – algumas camisas,
roupas interiores e geralmente um presente para a cozi-
nheira, que ia suportar os encargos à margem do fogão.
– É para você, comadre, uma lembrancinha para ani-
mar mais nossa amizade!
39
O São João da minha infância
40
Uma dama em tempos idos
Ana Maria César
42
Ana Maria César
43
Uma dama em tempos idos
44
O sol de Pernambuco
Antônio Campos
46
Os olhos sem nexo e verdes do mar
Antônio Falcão
48
Antônio Falcão
49
O exercício de piano
Antônio Maria
6 de outubro de 1962
Com vocês, Antônio Maria. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1994
51
Boa tarde
Ariadne Quintella
53
Homero existiu?
Ariano Suassuna
55
Homero existiu?
56
Ariano Suassuna
57
Homero existiu?
58
O leão adormecido acordou
com um tapa
Arnaud Mattoso
60
Arnaud Mattoso
61
Retrato na parede
Arthur Carvalho
63
Retrato na parede
64
No galope da cardã
Carlos Cavalcanti
66
Carlos Cavalcanti
67
No galope da cardã
68
Procurado
Carlos Newton Júnior
70
Carlos Newton Júnior
71
Procurado
72
Carlos Newton Júnior
15 de novembro de 2006
“Pernambuco”, Suplemento Cultural do Diário Oficial do Estado,
Recife, março de 2007
73
Lembrança do mundo antigo
Carlos Pena Filho
75
Presente de grego
Cássio Cavalcante
77
Presente de grego
28 de março de 2010
78
As três vezes que vi Che
Celso Marconi
80
Celso Marconi
81
As três vezes que vi Che
82
O espelho como testemunha
Celso Rodrigues
84
Celso Rodrigues
85
O espelho como testemunha
86
A chuva
Cícero Belmar
88
Cícero Belmar
89
As grandes punições
Clarice Lispector
91
As grandes punições
4 de novembro de 1967
A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999
92
Saramago, José, literatura
Cristiano Ramos
94
Cristiano Ramos
95
Saramago, José, literatura
96
50 Anos de Brasília
Cyl Gallindo
98
Cyl Gallindo
99
50 Anos de Brasília
100
Cyl Gallindo
101
Caco de vidro
Esther Sterenberg
103
Caco de vidro
104
Um certo padre Gomes
Everardo Norões
O pátio:
um quadrado de terra vermelha,
onde nenhuma grama cresce, como no chão de Átila.
Às 5h30 da manhã, e durante uma hora a fio,
os alunos, na aula de educação física, aqui são tratados
como cabos de guerra pelo sargento do Tiro.
A cor da argila designa o bairro do Barro Vermelho,
lugar onde foi fuzilado Pinto Madeira, pertinho daqui.
Ainda se busca a mancha de sangue, o buraco da bala,
o sopro da última palavra.
Inútil:
tudo aqui foi destruído:
a rua de azulejos portugueses,
a calçada dos morféticos,
o piano que ressoava na rua
as lembranças de Branca Bilhar.
A aula começa.
106
Everardo Norões
107
Um certo padre Gomes
108
Everardo Norões
109
Um certo padre Gomes
110
Everardo Norões
111
Um certo padre Gomes
A fotografia:
não é mais necessário lupa para recompor as feições.
Não mira a objetiva do fotógrafo.
É uma visão para o largo,
um ar que o distingue do resto.
Tem um ar triste, inquieto.
Pensa num mundo mais largo, sem cadeias,
distante do jugo das genealogias,
longe de um sol que é o mesmo sol de todos os dias,
segundo Machado de Assis,
onde nada existe que seja novo,
onde tudo cansa, tudo exaure...
112
Um cheiro, por favor
Fátima Quintas
114
Fátima Quintas
115
Greta Garbo, quem diria,
acabou de se sentar...
Fernando Monteiro
117
Greta Garbo, quem diria, acabou de se sentar...
I want to be alone...
118
Fernando Monteiro
119
Greta Garbo, quem diria, acabou de se sentar...
120
Fernando Monteiro
121
Greta Garbo, quem diria, acabou de se sentar...
Mas ela já não estava ali. Com dificuldade que não pe-
dia por qualquer ajuda, Greta Garbo havia se levantado
do banco de ferro e partido, com seu caminhar inseguro,
firmando a bengala para prosseguir rumo à solidão es-
colhida. Cinco anos depois, iria falecer num hospital de
Nova Iorque, no dia 15 de abril de 1990, mais só do que
jamais havia sido.
122
Mambo-Jambo deve morrer
Fernando Portela
124
Fernando Portela
125
Mambo-Jambo deve morrer
126
Saudade iluminada
Flávio Chaves
128
Flávio Chaves
129
Um universo e uma escultura
Francisco Brennand
131
Um universo e uma escultura
132
Francisco Brennand
133
A lei de Corisco
Frederico Pernambucano de Mello
135
A lei de Corisco
136
O dia em que o autor de Morte e
vida severina desabafou contra o
exibicionismo: “ninguém é tão inte-
ressante para falar de si mesmo o
tempo todo” (o que ele diria do
festival narcisista de hoje?)
Geneton Moraes Neto
Vexame Número 1
Cenário: saguão do Aeroporto Internacional dos Gua-
rarapes. Ano: 1973. Dou meus primeiros passos como
repórter. O chefe de reportagem me despacha para o
Aeroporto. Missão: cobrir a chegada do mais ilustre dos
poetas pernambucanos. O diplomata João Cabral vivia no
exterior, na época.
Lá fomos nós, em busca da celebridade. O único pro-
blema é que o fotógrafo não sabia que João Cabral era
pernambucano. Assim que o poeta desembarca, o fotó-
grafo o convoca a posar em frente a um painel turístico
que mostrava uma imensa foto do Recife. A pose em fren-
te ao painel provaria que o poeta esteve na cidade… Pou-
co à vontade, o poeta concorda em posar. Lá pelas tantas,
o fotógrafo quer saber se o poeta por acaso já conhecia a
capital. João Cabral responde com algum som inaudível.
Vexame Número 2
João Cabral aceita receber o repórter na casa do ir-
mão, à beira-mar, em Olinda. Horário da entrevista: onze
da manhã. O repórter chega vinte minutos atrasado. For-
malíssimo, João Cabral nem parece estar de férias. Apa-
rece no portão metido numa impecável camisa de manga
comprida abotoada até a gola.
Primeira frase que pronuncia: “Você chegou com uma
pontualidade nada britânica…”. O repórter quase estre-
ante procura, em vão, um buraco no chão para se escon-
der. Não encontra. Entre mortos e feridos, todos se sal-
vam: a entrevista segue adiante.
Vexame Número 3
De volta ao Brasil depois de se aposentar da carreira
diplomática, João Cabral escolhe o Rio de Janeiro como
138
Geneton Moraes Neto
Vexame Número 4
O homem marca a entrevista: vai receber o repórter
em casa – um apartamento na Praia do Flamengo. Por
coincidência, o jornal O Globo marca, para a mesmíssima
hora, uma sessão de fotos de João Cabral com Ferreira
Gullar. Os dois poetas aguardam a chegada do fotógrafo
do jornal.
Aperto a campainha. “Pode entrar”. Cabral e Gullar
vão para a janela do apartamento. A vista, ao fundo, é
bela. Fazem pose. Ficam olhando para as minhas mãos, à
espera de que eu saque a máquina fotográfica. Pensam que
eu sou o fotógrafo que estavam esperando. Mas não tenho
máquina nenhuma. Carrego apenas meu gravador.
“Não quer fazer a foto agora?” Dois dos maiores poe
tas brasileiros estavam ali, diante de mim, à espera da im-
possível foto. Não, não quero, não sei, não posso fazer.
Deve ter havido algum engano. Nunca fui fotógrafo em
minha vida. Um buraco no chão, pelo amor de Deus!
Desfeito o equívoco, os dois desistem de esperar pelo
clique de minha máquina inexistente. Cinco minutos de-
pois, o fotógrafo (o verdadeiro) desembarca no aparta-
mento. Os dois voltam a posar na janela. Livre da tarefa,
139
O dia em que o autor de Morte e vida severina desabafou contra o exibicionismo: “ninguém é tão
interessante para falar de si mesmo o tempo todo” (o que ele diria do festival narcisista de hoje?)
18 de setembro de 2009
Dossiê geral – o blog das confissões. http://g1.glob.com/platb/geneton
140
Recife inverno
Geórgia Alves
142
O Recife iluminado e belo
Geraldo Pereira
144
Geraldo Pereira
27 de dezembro de 2007
Blog de Geraldo Pereira. http://blogdegeraldopereira.blogspot.com
145
Do horrível mau hábito
de falar gritando
Gilberto Freyre
147
Do horrível mau hábito de falar gritando
148
Antônio Camelo:
o exercício democrático do jornalismo
Gladstone Vieira Belo
150
Gladstone Vieira Belo
151
Antônio Camelo: o exercício democrático do jornalismo
152
Gladstone Vieira Belo
153
Antônio Camelo: o exercício democrático do jornalismo
154
A flatulência bovina
Gustavo Krause
156
Gustavo Krause
157
Da obscenidade
Hermilo Borba Filho
159
Da obscenidade
Só é imoral
ser morto-vivo,
sol extinto,
preocupado em tomar o Sol
dos outros.
160
Os ETs eram todos comunistas
Homero Fonseca
162
Homero Fonseca
163
Os ETs eram todos comunistas
164
Homero Fonseca
165
Os ETs eram todos comunistas
16 de agosto de 2009
Blog de Homero Fonseca. www.homerofonseca.com.br
166
A vida sexual dos idosos
Hugo Vaz
168
Hugo Vaz
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Martini seco
Inah Lins
171
Martini seco
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Inah Lins
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Martini seco
174
Inah Lins
175
De celulares, sites,
e outras reflexões
Italo Bianchi
177
De celulares, sites, e outras reflexões
178
Pedras brutas
Ivanildo Sampaio
180
Ivanildo Sampaio
181
Cartografia urbana da
Fundição Capunga
Janguiê Diniz
183
Cartografia urbana da Fundição Capunga
184
O homem à margem
da cidade
Joaquim Cesário de Melo
186
Joaquim Cesário de Melo
187
Preto-graúna
Joca Souza Leão
189
Preto-graúna
190
Sentimento do Recife
Jorge Abrantes
192
Jorge Abrantes
193
Crônica em três capítulos
Todos três nojentos
José Cláudio
195
Crônica em três capítulos Todos três nojentos
196
O aboio de um povo
José Mário Austregésilo
198
Pra lá de Marrakech
José Mário Rodrigues
200
Duas ou três coisas sobre meu pai
José Paulo Cavalcanti
Meu pai era uma das pessoas mais inteligentes que co-
nheci. Talvez a mais inteligente. Era também generoso.
Muito generoso. Mas era, sobretudo, um homem simples.
Quando lhe pediam currículo, apenas fazia constar ser
“advogado no Recife”. Profissão e destino. Escreveu três
livros e mais 31 monografias publicadas, todos no campo
do Direito Civil; e, apesar dos muitos convites, nunca acei-
tou ocupar cargo público. Um dia, disse que “o homem é
barro trágico rareado de estrelas”. Se assim for, guardarei
dele a lembrança de uma estrela. Sempre ouvi dizer que
só quem perde o pai é capaz de saber a dimensão dessa
dor. Agora sei. E como dói.
Das imagens que cortam meu coração em brasa, talvez
nenhuma seja tão recorrente quanto a de Penderama – o
engenho em que ele nasceu, no município de Ipojuca. Um
dia me pôs no carro e levou lá. Meus olhos de menino ain-
Duas ou três coisas sobre meu pai
202
José Paulo Cavalcanti
203
Duas ou três coisas sobre meu pai
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Estão mexendo na língua
José Teles
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No tempo do lança-perfume
Leonardo Dantas Silva
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Leonardo Dantas Silva
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As palestras da ponte da Boa Vista
Lopes Gama
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As palestras da ponte da Boa Vista
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Lopes Gama
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As palestras da ponte da Boa Vista
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Lopes Gama
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As palestras da ponte da Boa Vista
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A intuição não vem do nada
Luciano Bivar
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Luciano Bivar
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A intuição não vem do nada
220
Luciano Bivar
Mas é bom que isso fique bem claro: não existe sexto
sentido sem que algo tenha acontecido antes. Você pode
até não perceber – o que, aliás, é muito comum –, mesmo
porque não somos muito de raciocinar quando imbuídos
de paixão. Lia Habib diz que somos preguiçosos mentais
à beira de um colapso, sendo que o processo já não é tão
simples. Concordo que não exista receita para atuar, no
entanto, é necessário observar o mundo ao redor.
No mundo dos negócios, você toma decisões, reconhe-
ce talentos, contrata pessoas, aposta em novos produtos,
novos conceitos, paradigmas e necessariamente todo esse
processo passa por regras lógicas de mercado, estudos e
pesquisas. Daí então, você forma seu próprio conceito in-
terior, não verbal ou racional, mas isso não afasta a ne-
cessidade do trabalho árduo, responsável e a verificação
científica do dia a dia.
Sem trabalho direcionado e com inteligência, não há
solução.
Tudo isso faz me faz lembrar a história de dois náu-
fragos perdidos no meio do oceano, sendo um religioso e
outro leigo. O primeiro virou-se para o leigo e falou:
– Irmão, vamos nadar e orar. É a única coisa que nos
resta.
Ao que respondeu o leigo:
– Está certo, santo padre, mas é preciso que nademos
para o lado da praia.
O que eu quero dizer é que não basta a intuição – é
preciso ir em frente. O trabalho árduo e contínuo de que
falamos é, nada mais nada menos, que a materialização
do intuitivo.
Não basta a análise intuitiva, é preciso trabalhar na
direção certa.
O megaempresário Jorge Paulo Lemann, um dos líde-
res da maior indústria de cerveja do mundo, a ABInbev,
221
A intuição não vem do nada
222
Luciano Bivar
223
Vidas quase cruzadas
Luciano Siqueira
14 de janeiro de 2010
Portal vermelho – a esquerda bem informada. www.vermelho.org.br
225
Anotações sobre um coração
e uma trombeta
Luiz Berto
227
Mãe & Filha
Luiz Carlos Monteiro
2 de fevereiro de 2010
Blog de Luiz Carlos Monteiro. http://omundocircundante.blogspot.com
229
A velhinha no Jardin du Luxembourg
Luiz Arraes
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A velhinha no Jardin du Luxembourg
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Luiz Arraes
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A velhinha no Jardin du Luxembourg
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Os 45 minutos
Lourdes Sarmento
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Lourdes Sarmento
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Recife: o amor de uma cidade
Luzilá Gonçalves Ferreira
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Recife: o amor de uma cidade
240
Luzilá Gonçalves Ferreira
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Carnavais de outrora
Manuel Bandeira
243
Carnavais de outrora
244
1968
Marco Polo Guimarães
Cena 1
Uma parede coberta por colagens coloridas; em des-
taque, uma palavra saindo de dentro da cabeça de Picas-
so: Fabulástico. Em 68 não se escrevia linearmente. Não
mais. Era algo assim como uma escrita de Jomard Muniz
e Glauber Rocha. A grande influência era McLuhan. O
meio é a mensagem. A mídia é um mosaico. Alegria Ale-
gria é uma letra de música assim, fragmentária e calei-
doscópica. Na Fafire, era criado o Cecosne, por madre
Escobar, com uma exposição de poema-processo. Algum
tempo depois fui convidado a colaborar com uma mostra-
monstro de poema-processo nacional, em Brasília. Man-
dei dois. De um deles gostava particularmente. Era uma
colagem. A cara de Ringo Star. No lugar da cabeleira, o
fogo e a fumaça de uma explosão atômica. Da boca saindo
um balão de HQ. Dentro, a mesma frase, primeiro num
corpo grande, depois repetida várias vezes diminuindo de
tamanho até quase se tornar impossível a leitura. A frase:
A Revolução tem futuro? Dois dias depois de inaugurada,
a exposição foi invadida pelo exército e todos os trabalhos
destruídos. A grande influência era Marcuse. A Revolu-
ção Sexual. Mas algumas meninas não tinham “embasa-
mento”. A gente tinha que gastar muita vã filosofia até
convencê-las de que fazer sexo era o melhor para elas.
E pra gente também. Outros embarcavam na viagem do
amor livre. Ninguém é de ninguém. Era duro – e às vezes
1968
Cena 2
Cortinas de plástico amarelo e verde, vermelho, azul
e branco pendendo do teto; em cima, embaixo, no meio,
papagaios e tucanos, jararacas e ratinhos, cobras e lagar-
tos, tribos e totens e tabus.
Show da Rhodia no Santa Isabel com Caetano e Gil,
corpo de balé e desfile de modas. Festa na casa de Tiago,
de mãos dadas com Rita Lee dançando ciranda. Rita Lee
era uma menina e era linda, mas Arnaldo Batista era mui-
to ciumento. Dedé era uma menina e era linda, mas Cae-
tano era muito ciumento. As meninas do balé e as mane-
quins eram umas meninas e eram lindas, e seus maridos e
namorados podiam até ser muito ciumentos, mas estavam
em São Paulo. Melhor pra nós.
Levávamos eles para os bares mais pebas do mundo:
Pina, Encruzilhada. Eles adoravam, até amanhecer o dia.
Uma vez, às duas da madrugada, Celso Marconi cismou
de levar Caetano para conhecer Zé Cláudio. A gente ba-
tendo na janela da casa de Zé e Zé lá de dentro xingando
com tudo quanto era nome. E Celso: abre a porta, Zé,
Caetano Veloso quer te conhecer. E Zé: que Caetano Ve-
loso porra nenhuma, vai te foder, Celso. Até que de tanta
insistência veio abrir a porta e se convenceu de que era
verdade. Não perdeu a pose, mandou todo mundo entrar
e foi uma festa. Até o dia amanhecer.
Cena 3
Mar de Boa Viagem, à noite. Um grupo de rapazes e
moças corre pra água, todo mundo nu. Gritos e sussurros.
246
Marco Polo Guimarães
247
A dor
Marcus Accioly
249
A dor
250
Tamarineira, adeus
Marilena de Castro
252
Não há quem dê mais?
Mário Sette
254
Mário Sette
255
Não há quem dê mais?
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Mário Sette
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Não há quem dê mais?
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Mário Sette
259
Não há quem dê mais?
260
Fundação Terra em Arcoverde
Marly Mota
262
Marly Mota
263
Família dos livros
Mauro Mota
265
Diálogos simplificantes de La Mancha
Maurício Melo Júnior
267
Diálogos simplificantes de La Mancha
268
Do amor
Maximiano Campos
270
Maximiano Campos
271
Comparação
Miriam Carrilho
– E os preços, hem?
– Pois não, esta aqui é quinze, esta outra é vinte e três,
aquela ali, ó, é sessenta e oito e oitenta...
A ansiedade a instalar-se, ele começou a perder o fô-
lego.
– O senhor gostou desta? Pode experimentar. É boa,
ou não é? Veja como é linda!
Palmira segurou uma delas entre os indicadores e co-
meçou a balançá-la para lá e para cá. Como num desfi-
le de modas, uma a uma dançava, faceira, num ritual de
conquista. Coquetes, sedutoras, maliciosas.
O homem começou a desmoronar. Perdia, aos poucos,
o tino. O desassossego a invadir-lhe inteiro.
Frenética, sem perceber, a vendedora continuava a pe-
gar mais e mais canetas na tentativa de agradá-lo.
Perdido no labirinto, ele começou a temer o Minotau-
ro. Aos deuses suplicou uma saída... Súbito uma ideia o
fez recobrar a lucidez. Olhou para mim de soslaio, como
a perscrutar se não estava sendo observado.
Fingi que não. Afundei a cabeça no desenho. Perce-
bi o gesto: pediu à funcionária que se aproximasse. Ela,
enfim, o compreendeu e, por pouco, não encostou a ore-
lha à sua boca. Um sussurro, um sopro, quase, voejou dos
seus lábios:
– Moça será que não tem uma mais baratinha...
O alívio estampou-se em sua face, espraiou-se à sua
volta. Resolvida a peleja entre o desejo e as posses, diri-
giu-se ao caixa.
Com um sorriso agradecido segurou, cheio de cuida-
dos, a embalagem caprichada, segredou:
– Pois é, dona. Quem pode, faz. Quem não pode, faz
a comparação...
273
Aura de outono
Nagib Jorge Neto
275
Aura de outono
276
Recife brasileiro
Nelly Carvalho
278
Nelly Carvalho
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O menino de Pernambuco
Nelson Rodrigues
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O menino de Pernambuco
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Nelson Rodrigues
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O menino de Pernambuco
284
Um Recife que não volta mais
Nilo Pereira
286
Nilo Pereira
287
O poder sênior
Olímpio Bonald Neto
289
O poder sênior
Os sobreviventes
Todavia, alguns fogem à regra desse universo ofegante.
Há uma seleção natural pelo talento, pela sensibilida-
de e pela inteligência.
Quase sempre sobrevivem os melhores. Os sábios, os
feiticeiros, os santos, os visionários, os navegadores e as-
290
Olímpio Bonald Neto
291
O poder sênior
292
Olímpio Bonald Neto
Quantos somos?
Aumenta a cada dia a população de seniores, esses
idosos que vivem cada vez mais...
Só em Pernambuco – na década de 1990, dizia o Ins-
tituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – vi-
viam mais de 600 mil maiores de 60 anos. No Recife eram
216.566. No Brasil mais de 10 milhões. Em 2000, eram
mais de 15 milhões e, para o ano 2030, projetava-se uma
população de 31 milhões...
Ironia é que a cada dia passam a sobreviver mais ido-
sos no Brasil, o que inutilizou as perspectivas atuariais,
prejudicando os cálculos das aposentadorias...
Uma população idosa que vem crescendo a taxas su-
periores à da população jovem. A cada mês e a cada ano,
continua aumentando, até vir a ser uma força de valor e
importância moral ainda não plenamente avaliada!
O cientista político Hélio Jaguaribe chega a afirmar:
293
O poder sênior
294
Olímpio Bonald Neto
295
O poder sênior
296
Olímpio Bonald Neto
297
Anatol Rosenfeld –
homenagem à memória do intelectual
Osman Lins
299
Anatol Rosenfeld – homenagem à memória do intelectual
300
Osman Lins
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Anatol Rosenfeld – homenagem à memória do intelectual
302
Flores e baionetas
Paulo Caldas
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Paulo Caldas
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O Recife de Mauro Mota
Paulo Cavalcanti
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O Recife de Mauro Mota
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Paulo Cavalcanti
309
Cozinha regional
Paulo do Couto Malta
311
O mestre de telas alheias
Paulo Fernando Craveiro
313
O mestre de telas alheias
314
Tudo flui
Paulo Gileno Cysneiros
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Paulo Gileno Cysneiros
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Tudo flui
318
Uma cidade feliz. E gorda
Raimundo Carrero
320
Raimundo Carrero
321
As reclusas de
Chawton e Amherst
Raimundo de Moraes
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As reclusas de Chawton e Amherst
324
O carnaval no Recife
(impressão de viagem)
Raul Pompéia
326
Raul Pompéia
327
O vazio
Reinaldo de Oliveira
329
O vazio
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Recife
Renato Carneiro Campos
332
Renato Carneiro Campos
333
Recife
30 de março de 1975
Sempre aos Domingos – crônicas (org. Jaci Bezerra).
Recife, Massangana, 1984
334
Uma ruela estreita, espremida...
Robson Sampaio
336
Carta aberta a um ladrão
Ronaldo Carneiro Leão
338
Ronaldo Carneiro Leão
339
E mesmo assim
continuamos escrevendo
Ronaldo Correia de Brito
341
E mesmo assim continuamos escrevendo
342
Ronaldo Correia de Brito
Dessoletro-me sozinho
Neste canto de sala.
O vulto vem e espreita.
Mais nada...
343
O boêmio morre de madrugada.
Com o sol. Iluminadamente
Ronildo Maia Leite
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O boêmio morre de madrugada. Com o sol. Iluminadamente
346
Das calçadas, quintais e
jardins do Recife
Rostand Paraíso
348
Rostand Paraíso
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Das calçadas, quintais e jardins do Recife
350
Rostand Paraíso
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Das calçadas, quintais e jardins do Recife
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Rostand Paraíso
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Véspera de São João no Recife
Rubem Braga
355
Véspera de São João no Recife
356
Rubem Braga
357
Véspera de São João no Recife
Junho, 1935
200 Crônicas escolhidas. São Paulo, Círculo do Livro, [s.d.]
358
Maria do cais
Salma Bandeira de Mello
360
Personagens do Recife:
Adão Pinheiro de Carvalho
Samarone Lima
362
Samarone Lima
363
Personagens do Recife: Adão Pinheiro de Carvalho
13 de dezembro de 2009
364
Antônio Piutá entre cangaceiros
Ulysses Lins de Albuquerque
366
Ulysses Lins de Albuquerque
367
Antônio Piutá entre cangaceiros
368
Miss Pernambuco 1963
Urariano Mota
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Urariano Mota
371
Miss Pernambuco 1963
372
Urariano Mota
373
Miss Pernambuco 1963
374
Eu estava lá e vi
Vandeck Santiago
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Vandeck Santiago
377
Boi
Valdemar de Oliveira
20 de junho de 1961
379
Para este domingo
Waldimir Maia Leite
381
Sábado de Zé Pereira em Caruaru
Waldenio Porto
383
Sábado de Zé Pereira em Caruaru
384
Dados Biobibliográficos
386
nacional de Lusografias, em 2000), relançando o seu
livro Yacala, e como expositor do tema: “Condições
de Criação nos Países Lusófonos”. Seu livro O cão de
olhos amarelos & Outros poemas inéditos recebeu o Prê-
mio de Poesia 2007 da Academia Brasileira de Letras,
na qualidade de melhor livro de poesia publicado no
ano de 2006 no Brasil. Participou de 32 antologias,
duas delas internacionais.
Bibliografia: Círculo Cósmico, separata da revista Es-
tudos Universitários, 1966; Oração pelo poema, separata
da revista Estudos Universitários, 1969; “Publicação do
corpo”, in: Quíntuplo, 1974; A noite da longa aprendi-
zagem. Notas à margem do trabalho poético, Recife,
1978-2000, v. I, II, III, IV, V, inédito; Dez poemas polí-
ticos, 1979; Dez poemas políticos, 1979, segundo clichê;
Noticiário, 1979; Poemas à mão livre, 1981; Soma dos su-
mos, 1983; Poemas anteriores, 1989; Clau, 1992; A Rural
também ensina a semear a poesia, 1992; Folheto de cor-
del – divulgação do lançamento do livro Clau; Carne
de terceira com poemas à mão livre, 1996; Yacala, 1999;
Yacala, 2000, edição fac-similar, prefácio de Alfredo
Bosi; Meditação sob os lajedos, 2002; Dois caminhos e uma
oração, 2003; O cão de olhos amarelos & Outros poemas
inéditos, 2006; Marco Zero, crônica, 2009.
387
Bibliografia: Cadeira vazia; O tempo não retorna; Alex:
70 Crônicas; Anotações do cotidiano.
388
de Letras e Artes do Nordeste em duas gestões. Foi
presidente do Sindicato dos Auditores Fiscais da Re-
ceita Federal do Brasil. Fundou e dirigiu as revistas:
Letras e Artes e Edições Cadernos Culturais, a primeira
durante a sua gestão à frente da Academia de Letras e
Artes do Nordeste. Divulgou vários autores através de
sua Editora, Assessoria Editorial do Nordeste (AEN).
Fundou e mantém a editoração do Jornal Ponto de En-
contro, de circulação nacional.
Bibliografia: O silêncio das horas, contos, 1952; O sol-
dado de ronda, contos, 1953; Contos inéditos, 2000; Ali,
do outro lado da maçã, nov., 2002; Quem matou Anató-
lio Brochado, nov. Participa de diversas coletâneas de
contos e poesias.
389
ANTÔNIO Ricardo Accioly CAMPOS, (“O sol de
Pernambuco”), nasceu no Recife/PE, (25.06.1968). É
advogado militante especializado em Direito Empre-
sarial. Detentor da Comenda Dom Quixote da revista
Cidadania e Justiça. Palestrante Honorário da Esco-
la Ruy Antunes da OAB-PE, na cadeira de Direito
Eleitoral. Foi Conselheiro Titular da 1ª Câmara do
2º Conselho de Contribuintes da Receita Federal. É
membro da União Brasileira de Escritores (UBE-PE).
Autor de artigos jurídicos e literários publicados em
periódicos, revistas e jornais. Colunista semanal da
Folha de Pernambuco. Curador da Festa Literária In-
ternacional de Pernambuco – Fliporto. Membro da
Academia Pernambucana de Letras e da Academia de
Artes e Letras de Pernambuco. Presidente do Institu-
to Maximiano Campos (IMC), sociedade civil volta-
da para a valorização da cultura brasileira, especial-
mente dos valores literários, com ampla atuação em
Pernambuco e na região nordestina, cujas atividades
podem ser visualizadas no site www.imcbr.org.br.
Bibliografia: Mensagens, seleta de artigos, 2002; Pense
S.A., acerca de planejamento estratégico e melhoria
organizacional, 2002; O grande portal, seleta de arti-
gos e ensaios, 2003; Direito eleitoral – Eleições 2004,
2004; A arte de advogar, 2004; Viver é resistir, 2005;
Território da palavra, 2006; Organizador da coletânea
Pernambuco, terra da poesia (em colaboração com Cláu-
dia Cordeiro), 2007; Panorâmica do conto em Pernam-
buco (em colaboração com Cyl Gallindo), 2007; Portal
de sonhos, poesias, 2008; [Em]Canto – A voz do poema
– leitura de Antônio Campos, poesia CD; Clarice Lis-
pector: uma geografia fundadora. Palestra proferida
na APL, quando da comemoração do Dia Internacio-
nal da Mulher, 25.03.2010, 2010; A reinvenção do livro,
conferência proferida na UBE-PE, em comemoração
do Dia Internacional do Livro, 23.04.2010, 2010;
Diálogos culturais no mundo pós-moderno, realizado em
390
Estocolmo, em março de 2010, 2010; Carpe Diem: diá
logos contemporâneos, 2010.
391
de série do futebol brasileiro, 2002; e Os artistas do
futebol brasileiro – 50 minibiografias, 2006.
392
mento de Cultura Popular, na mesma época em que
iniciou os estudos universitários, tendo sido professo-
ra de alfabetização de adolescentes no Grupo Escolar
Vasco da Gama. Depois de concursada, ensinou na
Escola Mínima do Alto da Favela e no Grupo Escolar
José Vilela. Também foi servidora da antiga Superin-
tendência do Desenvolvimento da Pesca (Sudepe).
Depois de ter feito estágios no Diario de Pernambuco e
trabalhado como freelancer para vários veículos de co-
municação, como as revistas Veja e Realidade, jornais
da Semana e da Cidade, ingressou no Diario da Noite,
ainda como estagiária por um ano, onde fez carreira,
de repórter à editora e colunista por bastante tempo,
ali assinando a coluna diária “Boa Tarde”, antes assi-
nada por Silvino Lopes e depois por Andrade Lima;
migrou para o Jornal do Commercio, da mesma empre-
sa, onde ocupou várias funções, inclusive de redatora,
assinando por um bom período uma coluna femini-
na com seu nome e, posteriormente, duas páginas de
Turismo. Foram mais de trinta anos de Redação.
É sócia fundadora da Associação Brasileira de Jor-
nalistas de Turismo (Abrajet-PE), membro da União
Brasileira de Escritores (UBE-PE), detentora da Me-
dalha do Mérito da OAB de Pernambuco e do Troféu
da Imprensa conferido pela AIP em 1997; tem seu
nome nos anais da Assembleia Legislativa do Estado
e na Câmara Municipal do Recife por matérias publi-
cadas. Tem crônicas e artigos publicados em mais de
dez antologias, incluindo uma sobre o Recife, editada
pelo jornalista Ronildo Maia Leite. Foi chefe da As-
sessoria de Imprensa da Fundação Joaquim Nabuco
por um largo período de tempo. Atuou como advoga-
da na antiga Assistência Judiciária do Estado. É apo-
sentada como defensora pública.
Atualmente, trabalha como revisora das obras edita-
das pela Companhia Editora de Pernambuco (CEPE),
e considera a experiência fascinante.
393
ARIANO Vilar SUASSUNA, (“Homero existiu?”),
nasceu na Paraíba (hoje João Pessoa), capital da Pa-
raíba (16.06.1927). Passou a infância e parte da ado-
lescência no sertão paraibano, na cidade de Taperoá.
Mudou para o Recife em 1942, onde vive até hoje.
Poeta, dramaturgo, romancista e ensaísta de reno-
me nacional e internacional, é membro da Academia
Brasileira de Letras, além de pertencer às academias
dos estados da Paraíba e de Pernambuco. Participou
do Teatro do Estudante de Pernambuco, com Hermi-
lo Borba Filho e, com ele, fundou o Teatro Popular do
Nordeste. Sua obra teatral, difundida em vários paí-
ses, é considerada um marco da dramaturgia moder-
na brasileira. É autor de um dos maiores romances
brasileiros, o Romance d’A pedra do reino, cuja primeira
edição data de 1971. Foi professor da Universidade
Federal de Pernambuco, de 1956 até aposentar-se,
em 1989. Idealizador do Movimento Armorial, lan-
çado oficialmente em 1970, ocupou cargos de rele-
vância na área da cultura, tanto no âmbito da prefei-
tura do Recife quanto no do governo do Estado de
Pernambuco. Ao longo de mais de 60 anos de vida
literária, colaborou com diversos jornais e revistas do
país, publicando artigos, ensaios e crônicas.
Bibliografia: Auto da Compadecida, 1955; O santo e a
porca, 1957; O casamento suspeitoso, 1957; A pena e a lei,
1959; Farsa da boa preguiça, 1960; Romance d’A pedra
do reino, 1971.
394
ARTHUR Eduardo de Oliveira CARVALHO, (“Retra-
to na parede”), nascido em Salvador/BA (25.12.1935).
Filho de Carlos Koch de Carvalho e de Amália Maria
de Oliveira Carvalho. Advogado e jornalista. Colabo-
rador da Imprensa Pernambucana desde 1956. Entre
1956 e 1973, escreveu contos e ensaios literários para
os Suplementos Literários do Diario de Pernambuco e
do Jornal do Commercio. A partir de 1973, colaborou
com crônicas e artigos nas páginas de opinião dos jor-
nais Diario de Pernambuco, Jornal do Commercio e Diário
da Noite. Na página Opinião do Diario de Pernambuco,
colaborou durante 21 anos ininterruptamente todas
as semanas, de 1973 a 1994. Atual articulista do Jor-
nal do Commercio (artigo semanal), desde 1994. Co-
laborador da Revista Nordeste (literatura), na década
de 1950-1960. Colaborador do Suplemento Cultural
do Diário Oficial do Estado de Pernambuco. Ex-pre-
sidente da Associação da Imprensa de Pernambuco
(AIP), eleito no dia 15 de março de 1999, até o ano de
2004. Membro das seguintes academias, associações
e instituições: Academia Pernambucana de Letras Ju-
rídicas; Academia Olindense de Letras; Academia de
Artes e Letras de Pernambuco; Academia Recifense
de Letras; Federação Internacional dos Jornalistas e
Fundação de Ensino Superior de Olinda (Funeso), da
qual é membro fundador.
Bibliografia: Um reencontro inesperado, crônicas, 1977;
Saca-trapo, crônicas, 2ª edição, 1996; Barbosa Lima Sobri-
nho: monumento vivo, ensaio biográfico, 1997; Escritas
atemporais, coautor, 2003; Lua branca, crônicas, 2004.
395
culturais como: Instituto Histórico de Olinda; Socie-
dade dos Poetas Vivos de Olinda; Academia de Artes,
Letras e Ciências de Olinda (presidente); Academia
Olindense de Letras; Academia Recifense de Letras;
Alane, Sobrames, União Brasileira de Trovadores
(UBT) e UBE-PE. Participa das seguintes coletâne-
as de poesias e contos: Poetas vivos de Olinda; Letras
e Artes da Alane. Colabora com as revistas: Oficina de
Letras, da Sobrames, e Revista Letras e Artes, da Alane,
e tem poemas publicados em Francachela, Revista In-
ternacional de Literatura e Arte, dirigida por José E.
Kameniecki, Buenos Aires, Argentina.
Bibliografia: Caminhos da vida, 1997; Prêmio De Lyra
e César, de poesias, da Academia Pernambucana de
Letras, 2000; Reflexos de terra e sol, 2001; Sertanidade,
2004; Menção Honrosa da Academia Pernambucana
de Letras, ano 2006, e Tema de Mestrado em Língua
Portuguesa: O popular e o erudito na poesia brasileira na
UFPE; nome de mesa na Festa Literária de Paraty,
RJ, 2007. Sertanidade foi também editado em lingua-
gem Braille pelo Instituto São Manoel para estudan-
tes invisuais da cidade do Porto, Portugal, 2010. Seus
poemas foram gravados em DVD, com ilustrações
elaboradas por estudantes das Escolas Rodrigues de
Freitas, Porto, e Diogo Bernardes, de Ponta da Barca,
ambas ao Norte de Portugal. Técnicas de metrificação
poética, 2007, em parceria com Salete Rêgo Barros e
Terezinha Acioli; Na ponta da língua: guia do escritor,
2008; A gênese do tempo, poesias, Menção Honrosa do
Prêmio Edmir Domingues, da APL; Histórias sertane-
jas, contos, 2009; Tresafio: motes e glosas, em parceria
com Paulo Camelo e Rosa Lia Dinelli; Trovalizando a
redondilha, trovas; e Retrospectivas, crônicas, inéditos.
Carlos Cavalcanti, Telma Brilhante e Lourdes Nicácio
e Silva organizaram a antologia Paisagem da memória,
com trabalhos de 73 autores, lançada recentemente
no Recife pela Novo Horizonte.
396
CARLOS NEWTON de Souza Lima JÚNIOR, (“Pro-
curado”), nasceu no Recife/PE (07.09.1966). Professor
da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), é
formado em Arquitetura e em História, com mestra-
do e doutorado em Literatura. Sua poesia se encontra
publicada em antologias no Brasil, na Espanha (Ga-
lícia) e em Portugal. Organizou os poemas de Aria-
no Suassuna, para a editora universitária da UFPE
(Poemas, 1999), os ensaios do mesmo autor, para a
editora José Olympio (Almanaque Armorial, 2008), a
poesia reunida de Paulo de Tarso Correia de Melo,
para a editora universitária da Universidade Federal
do Rio Grande do Norte (Talhe rupestre, 2008) e o ál-
bum iconográfico Portal da Memória, 2005, publicado
pelo Senado Federal por ocasião do cinquentenário
da UFRN, instituição na qual lecionou durante dezes-
sete anos. Em 2009, publicou O cangaço na poesia bra-
sileira, reunindo a produção de poetas eruditos sobre
o tema. Possui artigos, contos e crônicas publicados
em diversos jornais e revistas de circulação nacional.
Bibliografia: No campo do ensaio, publicou, entre ou-
tros, A Ilha Baratária e a Ilha Brasil, 1996; O pai, o exílio
e o reino: a poesia armorial de Ariano Suassuna, 1999;
e O quinto naipe do baralho, 2002. No campo da pro-
sa de ficção, publicou Honorato, o bom-deveras, 1998;
e Vida de Quaderna e Simão 2003. Estreou na poesia
em 1993, com O homem só e outros poemas, publicando
ainda Canudos: poema dos quinhentos, 1999; Nóstos,
2002; Poeta em Londres, 2005; e De mãos dadas aos ca-
boclos, 2008.
397
rio no Colégio Nóbrega, e em seguida passou a estu-
dar Direito. Seu primeiro trabalho como poeta, o so-
neto “Marinha”, foi publicado em 1947 pelo Diario de
Pernambuco. Bacharelou-se em Direito em 1957. Foi,
também, compositor, em parceria com Capiba, com
quem compôs as canções A mesma rosa amarela, Claro
amor, Pobre canção e Manhã de tecelã, todas gravadas
em 1960, sob o título Sambas de Capiba. Na imprensa
do Recife, atuou como repórter político, mas, segun-
do seus contemporâneos, não tinha a menor vocação
para o jornalismo, sua paixão era mesmo a poesia.
Com o Livro geral, conquistou, em 1959, o Prêmio de
Poesia do Instituto Nacional do Livro. A 26 de junho
de 1960, o Jornal do Commercio, do Recife, publicou o
seu último trabalho, o poema Soneto oco.
Bibliografia: O tempo da busca, Recife: Região, 1952;
Memórias do boi Serapião, 1955; A vertigem lúcida, 1958;
Livro geral, 1959; Livro geral, 1969; Livro geral, 1973;
Livro geral (formato álbum, edição de luxo), 1977; Os
melhores poemas de Carlos Pena Filho. Seleção de Edil-
berto Coutinho, 1983; 2. ed., 1986.
398
tidade literária, “Cultura e Arte em Pernambuco”, na
livraria Cultura.
Bibliografia: Os mistérios de cada um, 2007; e Nara Leão,
a musa dos trópicos, 2009.
399
Bibliografia: Amo teu amor, Juliana: homens, mulheres,
fatos e ideias do meu tempo, crônicas, ensaios, poe-
sias, biografias, homenagens, 2006.
400
com o colega de turma e diplomata Mauri Gurgel Va-
lente, e passou a residir no exterior por muitos anos,
em lugares como Berna, Suíça e nos Estados Unidos,
até voltar para o Brasil e se fixar no Rio de Janeiro.
O Recife é sempre lembrado em sua obra, pelo fato
de ter vivido parte da infância na cidade e de ter ab-
sorvido a poesia de lugares, festas, pessoas e ritos da
capital pernambucana.
Bibliografia: Perto do coração selvagem, rom., 1944; O
lustre, rom., 1946; A cidade sitiada, rom., 1949; Alguns
contos, 1953; Laços de família, contos, 1960; A maçã no
escuro, rom., 1961; A legião estrangeira, contos e crôni-
cas, 1964; A paixão segundo G. H., rom., 1964; A mulher
que matou os peixes, 1968; Uma aprendizagem ou O livro
dos prazeres, rom., 1969; Felicidade clandestina, contos,
1971; A imitação da rosa, contos, 1973; Água viva, pro-
sa, 1973; Lazos de família, contos, 1973; A via-crúcis
do corpo, contos, 1974; Onde estiveste de noite?, contos,
1974; De corpo inteiro, entrevista, 1975; Visão do esplen-
dor, crônicas, 1975; Seleta, contos, rom., 1975; Contos
escolhidos, 1976; A hora da estrela, rom., 1977; Para não
esquecer, crônicas póstumas, 1978; Um sopro de vida,
prosa póstuma, 1978; A bela e a fera, contos póstumos,
1979; A descoberta do mundo, crônicas, 1984.
401
contou com a presença de convidados e dos comenta-
ristas fixos Rubem Rocha Filho, Raimundo Carrero,
Jomard Muniz de Britto, Nelly Carvalho, Fernando
Monteiro, Anco Márcio Tenório Vieira, entre outros.
Atualmente, desenvolve pesquisa na pós-graduação
de Letras da UFPE, com estudo comparado sobre o
romance e o chamado livro-reportagem. Está também
como curador do Laboratório de Crítica e Literatura.
402
Leitura/PE. A 18.11.2004 recebeu o título de Cidadão
do Recife e a Medalha José Mariano, concedidos pela
Câmara Municipal do Recife, sob proposta do verea-
dor Paulo Dantas.
Bibliografia: Agenda poética do Recife: antologia dos no-
víssimos, prefácio de Joaquim Cardozo, 1968; A conser-
vação do grito-gesto, poesia, 1971, Prêmio de Poesias da
APL; As galinhas do coronel, contos, 1974; Prêmio Re-
vista Equipe, Recife; O urbanismo na literatura: contis-
tas de Pernambuco, antologia, 1976; Um morto coberto
de razão, contos, 1985. Prêmio de Ficção da APL; Con-
tos de Pernambuco, antologia, org. Cyl Gallindo, 1988;
Livro para minha idade / O menino e o peixe, infanto-juve-
nil, em parceria com sua filha Guajassy 1989; Quanto
pesa a alma de um homem – Quanto pesa a alma de uma
mulher, contos, 1994; Os movimentos, poesia, 1996; 20
Poemas escolhidos – Por Waldemar Lopes, 1999; Cadeira
de Dinah, Discurso de posse na Academia de Letras
do Brasil, 1999; Em defesa da língua portuguesa, ensaio,
2000; Milagre no jardim da casa-grande, conto, 2003;
De como descobri que não existo, contos, 2007, traduzido
para o espanhol por Jorge Ariel Madrazo, 2007.
403
2001; Ainda sei atirar flores, poemas, 2004; Versos diver-
sos... um voo na amplidão, poemas, 2007; Décimo segun-
do, poemas, 2009;
404
negro: identidade e cidadania, org. 1995; Manifesto re-
gionalista, Gilberto Freyre, org. 1996; De névoas e bru-
mas, 1999; A obra em tempos vários, org. 1999; A mulher
e a família no final do século XX, 2000; Novo mundo nos
trópicos, org. 2001; Frevo no pé, 2001; Prece confessional,
2002; Segredos da velha arca, 2003; Evocações e interpre-
tações de Gilberto Freyre, org. 2004; O silêncio das horas,
2004; Oficina literária Clarice Lispector, org. 2005; As
melhores frases de Casa-grande & senzala: a obra-prima
de Gilberto Freyre, 2005. Opúsculos: Educação sexu-
al: um olhar adiante, 1992; Discurso de posse para a
Academia Pernambucana de Letras, 2003; A ilustre casa
dos fantasmas, rom., 2007, e mais dezenas de artigos
publicados no Jornal do Commercio.
405
1984; Akhenaton: ascese & revolução, ensaio; e Bren-
nand, ensaio, 1987. Prêmio Funarte de Melhor Livro
de Arte brasileiro; Aspades, Ets Etc, rom., 1997; A ca-
beça no fundo do entulho, rom., 1999. Prêmio Revista
Bravo! de Literatura; T. E. Lawrence: morte num ano
de sombra, ensaio, 2000; A múmia do rosto dourado do
Rio de Janeiro, rom., 2001; O grau Graumann, rom.,
2002. Primeiro volume da Trilogia Graumann; Arma-
da América, contos, 2003; Finalista do Prêmio Portu-
gal Telecom de Literatura, 2004; As confissões de Lúcio,
rom., 2006; Segundo volume da Trilogia Graumann;
O nome de um hamster, infanto-juvenil, 2008. Vi uma
foto de Anna Akhmátova, 2009.
406
tre outros profissionais do antigo Jornal da Tarde, tem
sido estudado em cursos de jornalismo pelo País; seu
nome costuma ser associado ao tratamento do texto
(o chamado new journalism) e à reportagem especial.
Sempre escrevendo ficção, o autor mantém o blog
http://fernandoportela.wordpress.com/
Bibliografia: Guerra de guerrilhas no Brasil, reportagem
sobre o movimento guerrilheiro do Araguaia, depois
transformada em livro; Fronteiras, viagem ao Brasil des-
conhecido, com o jornalista Cláudio Bojunga; Além do
normal; Drogados da vida; Amei de paixão, 1999; Allegro,
contos, 2003; O homem dentro de um cão, 2007, segun-
do volume de uma trilogia iniciada com o Allegro. O
homem dentro de um cão foi um dos finalistas do Prêmio
Jabuti, na sua categoria. Em 2008, fechou a trilogia
com o livro Memórias embriagadas.
407
FRANCISCO de Paula Coimbra de Almeida BREN-
NAND, (“Um universo e uma escultura”), nasceu no
Recife/PE (11.6.1927). Ceramista, escultor, desenhis-
ta, pintor, tapeceiro, ilustrador, gravador. Inicia sua
formação em 1942, aprendendo a modelar com Abe-
lardo da Hora. Posteriormente, recebe orientação em
pintura de Álvaro Amorim e Murillo La Greca. No
fim dos anos 1940, pinta principalmente naturezas-
mortas, realizadas com grande simplificação formal.
Em 1947, recebe o primeiro prêmio de pintura do Sa-
lão de Arte do Museu de Pernambuco, com o quadro
de uma paisagem inspirada no Engenho São João.
Em 1949, viaja para a França, incentivado por Cícero
Dias. Frequenta cursos com André Lhote e Fernand
Léger em Paris, em 1951. Conhece obras de Pablo
Picasso e Joán Miró e descobre na cerâmica seu prin-
cipal meio de expressão. Em 1958, inaugura o mu-
ral do Aeroporto Internacional dos Guararapes, no
Recife; e, entre 1961 e 1962, realiza uma das obras
mais significativas da sua carreira: Batalha dos Gua-
rarapes, para uma agência do Banco da Lavoura de
Minas Gerais, no Recife. O painel trata da expulsão
dos holandeses do Brasil. Em novembro de 1971, o
artista começou a reconstruir a velha Cerâmica São
João da Várzea, fundada pelo seu pai em 1917. Esse
conjunto, encontrado em ruínas, deu início a um co-
lossal projeto de esculturas cerâmicas que deveriam
povoar os espaços internos e externos do ambiente.
Hoje, após quase 40 anos de trabalho intenso e ob-
sessivo, confrontamo-nos com um complexo escultó-
rico, cujo significado dá relevo a um sentido cosmo-
gônico e, ao mesmo tempo, visionário de Francisco
Brennand. Em 1993, é realizada grande retrospectiva
de sua produção na Staatliche Kunsthalle, em Berlim.
É publicado o livro Brennand, pela editora Métron,
com texto de Olívio Tavares de Araújo, em 1997. Em
1998, é realizada a retrospectiva Brennand: escultu-
408
ras 1974-1998, na Pinacoteca do Estado (PESP), em
São Paulo. Desde os anos 1990, são lançados vários
vídeos sobre sua obra, entre eles, Francisco Brennand:
oficina de mitos, pela Rede Sesc/Senac de Televisão,
em 2000. Sua obra recebeu diversos prêmios, sendo
o mais importante deles o Prêmio Interamericano de
Cultura Gabriela Mistral, concedido pela Organiza-
ção dos Estados Americanos (OEA), Washington, Es-
tados Unidos, em 1993.
409
acadêmico paulista, o “historiador do Brasil profun-
do”, na palavra do professor Nelson Aguilar.
Bibliografia: Rota batida: escritos de lazer e de ofício,
1983; Guerreiros do sol: violência e banditismo no Nor-
deste do Brasil, 1985 [ora em 5ª edição pela Editora
A Girafa, de São Paulo, a partir de 2004]; Quem foi
Lampião, 1993 [ora em 3ª edição]; A guerra total de Ca-
nudos, 1997 [ora em 2ª edição pela Editora A Girafa,
de São Paulo, a partir de 2007]; Delmiro Gouveia: de-
senvolvimento com impulso de preservação ambien-
tal, 1998; Tragédia dos blindados: a Revolução de 30 no
Recife, 2007; Estrelas de couro: a estética do cangaço,
2010; conclui, também em livro, a biografia Benjamin
Abrahão: entre anjos e cangaceiros.
410
duas vezes. Não troca por nada o exercício da repor-
tagem – “a única função realmente importante no
jornalismo”. Teve a chance de percorrer corredores
da morte em prisões de segurança máxima america-
nas, ruínas de campos de concentração na Alemanha,
além de entrevistar três astronautas que pisaram na
Lua, duas sobreviventes do naufrágio do Titanic, o
copiloto do avião que jogou a bomba atômica sobre
Hiroshima, o produtor de todos os discos dos Beatles,
o assassino do líder negro Martin Luther King, o pro-
motor britânico que comandou a condenação dos cri-
minosos nazistas no Tribunal de Nuremberg, o agen-
te secreto britânico que armou um atentado – frustra-
do – para matar Hitler, o golpista que engendrou o
célebre Assalto ao Trem Pagador inglês. Organizou,
em 2006, O livro das grandes reportagens: os bastido-
res de encontros com personagens inesquecíveis, em
2004; Joel Silveira: diário do último dinossauro. Tem
participação também nos livros Ciro Gomes no país dos
conflitos, 1994; e Grandes entrevistas do milênio, 2009.
Bibliografia: Caderno de confissões brasileiras – dez depoi-
mentos, palavra por palavra: Antônio Callado, Ariano
Suassuna, Caetano Veloso, Carlos Diegues, Fernanda
Montenegro, Ferreira Gullar, João Câmara, Joaquim
Cardozo, Nelson Rodrigues, Oscar Niemeyer e Fer-
nando Gabeira, 1983; Cartas ao planeta Brasil: entre-
vistas com Anthony Burgess, Arnaldo Jabor, Daniel
Cohn-Bendit, Francisco Julião, Gilberto Freyre, Gil-
berto Gil, Gregório Bezerra, Henfil, Dom Helder
Camara, João Cabral de Melo Neto, João Saldanha,
Luiz Gonzaga, Pete Best, Roberto Carlos, Caetano
Veloso, Ronald Edwards,1988; Hitler/Stalin: o pacto
maldito: tudo sobre o acordo que estarreceu o mun-
do e suas repercussões na Esquerda brasileira – em
parceria com Joel Silveira, 1990; Nitroglicerina pura
/ Documentos que passaram 50 anos escondidos em
Londres e Washington traçam um perfil devastador
411
da elite política brasileira – em parceria com Joel Sil-
veira, 1992; O dossiê Drummond: a última entrevista
do poeta..., 1994; edição revista e atualizada, 2007;
Dossiê Brasil, 1997; Dossiê 50: os onze jogadores re-
velam os segredos da maior tragédia do futebol bra-
sileiro, 2000; Dossiê Moscou: um repórter brasileiro
acompanha, em Moscou, o desfecho da mais fasci-
nante reviravolta política do século XX: o dia em que
começou a busca por uma nova utopia, 2004; Dossiê
Brasília: quatro ex-presidentes da República revelam
cenas dos bastidores do poder, 2005; Dossiê história:
um repórter encontra personagens e testemunhas de
grandes tragédias da história mundial: o 11 de se-
tembro, o atentado às Olimpíadas de Munique e o
pesadelo nazista. Capítulo extra: as lições do repórter
que derrubou um presidente, 2007; Dossiê Gabeira: o
filme que nunca foi feito, 2009.
412
GERALDO José Marques PEREIRA, (“O Recife ilu-
minado e belo”), nasceu no Recife/PE (04.10.1944). É
médico e professor da Universidade Federal de Per-
nambuco (UFPE), de onde foi Reitor. Atualmente é
conselheiro do Conselho Estadual de Cultura. É presi-
dente da Academia Pernambucana de Medicina e per-
tence à Sociedade Brasileira de Médicos Escritores; ao
Instituto Pernambucano de História da Medicina e à
Academia de Artes e Letras de Pernambuco. Publicou
vários trabalhos científicos voltados para a Medicina
Tropical, numa abordagem da epidemiologia e da
ecologia, bem como numa perspectiva das ciências
sociais. Mantém um blog na internet, no qual publica
semanalmente crônicas de sua autoria <http://www.
blogdegeraldopereira.blogspot.com>. Colaborador
do Jornal do Commercio, do Recife, desde a década de
1980, publicando crônicas e artigos de opinião.
Bibliografia: Esquistossomose urbana: a propósito de
um foco; Aspectos econômicos e sociais da saúde e da nu-
trição em Pernambuco; A medida das saudades, crônicas;
Fragmentos de meu tempo, crônicas; Histórias pitorescas
de um reitor e o pitoresco de outras histórias; Bezerra Couti-
nho: um sábio pernambucano do século XX, 2010.
413
berais pela Universidade de Baylor (Waco, Texas). Na
Universidade de Colúmbia (Nova York), realizou es-
tudos pós-graduados de Ciências Políticas, Jurídicas e
Sociais, obtendo o grau de Mestre (M.A.) com a dis-
sertação Vida social no Brasil nos meados do século XIX.
Criador de um estilo literário em língua portuguesa,
talvez o mais notável, segundo alguns, desde Eça de
Queiroz. Fundador do Instituto Joaquim Nabuco de
Pesquisas Sociais, quando Deputado Federal pelo Es-
tado de Pernambuco, do Seminário de Tropicologia,
da Universidade Federal de Pernambuco. Considera-
do por alguns o fundador de uma ciência: Tropicolo-
gia, juntamente com uma Hispanotropicologia e uma
Lusotropicologia. Conhecido pelos seus conceitos de
tempo tríbio, morenidade e metarraça, e consagrado pela
Sorbonne como abridor de novos caminhos às Ciências
do Homem. Realizou uma vasta obra de interpretação
da cultura brasileira, muito especialmente no enten-
dimento das relações sociais nas regiões agrárias do
Brasil, nas quais o patriarcalismo rural e o paterna-
lismo senhorial são faces dominantes da realidade.
Além do estudo da própria identidade do Brasil e
do brasileiro, o conjunto da obra de Gilberto Freyre,
na sua vastidão e diversidade, retrata a terra, a vida,
as coisas, os animais, os fatos do cotidiano, a casa,
a moda. São dele, pioneiramente, os mais sérios e
aprofundados estudos sobre o Nordeste e o Trópico,
interessando-lhe, sobretudo, o homem situado nesses
espaços geográficos, considerando todas as circuns-
tâncias dessa localização e avaliando as consequências
daí decorrentes. Foi o escritor brasileiro que recebeu
as maiores distinções, o maior reconhecimento de
universidades e instituições brasileiras e estrangeiras.
Recebeu o título de Doutor Honoris Causa pelas Uni-
versidades de Colúmbia, Baylor, Oxford, Sorbonne,
Munique, Salamanca e homenagens dos Estados
Unidos, da França, da Inglaterra, de Portugal, da
414
Espanha, entre outras. Foi distinguido com o título
de “Sir” Cavaleiro do Império Britânico pela Rainha
Elizabeth II da Inglaterra, recebeu o Prêmio Interna-
cional La Madoninna e o Prêmio Aspen pelo que há
de original, excepcional e de valor permanente em
sua obra. Foi eleito, por aclamação, Membro da Aca-
demia Pernambucana de Letras, ocupando a Cadeira
nº 23. Extremamente afeiçoado aos seus familiares, à
sua casa, aos seus livros, ao seu bairro, aos seus ami-
gos e a todo um mundo que foi construindo ao longo
dos seus 87 anos de vida, Gilberto Freyre passou a
maior parte da sua existência na casa conhecida como
Vivenda Santo Antônio de Apipucos, no Recife. Dali, da
colina de Apipucos, exerceu uma notável e renovado-
ra influência no campo das Ciências Humanas e na
evolução dessas ciências no Brasil.
Bibliografia: Casa-grande & senzala; Sobrados e mucam-
bos; Ordem e progresso; Nordeste; Sociologia; Novo mundo
nos trópicos; Aventura e rotina; Além do apenas moderno;
Tempo morto e outros tempos; Açúcar; entre muitos outros.
415
buquerque, Laércio Vasconcelos, Raimundo Carrero,
Maximiano Campos, Marcus Prado, Tarcísio Meira
César, Arnaldo Tobias, Cláudio Aguiar, José Mário
Rodrigues, Marcus Accioly, José Carlos Targino, Al-
mir Castro Barros, entre outros jovens autores que
começavam a marcar presença na vida intelectual da
província. Alguns desses poetas e romancistas habitu-
almente frequentavam, para tertúlias, o extinto bar
Savoy, celebrizado por Carlos Pena Filho num poema
em que se refere, através de versos antológicos, ao ou-
trora concorrido botequim da Avenida Guararapes.
Publicou livro de poemas quando ainda morava em
Garanhuns, A face despida, com prefácio de Erasmo
Vilela. Seu nome está entre os poetas participantes
da Lírica, histórica coletânea lançada no Recife por
Eloi-Editor. Exerceu também o cargo de assessor de
imprensa do antigo Instituto Joaquim Nabuco de
Pesquisas Sociais, na época em que Mauro Mota di-
rigia aquele órgão, posteriormente transformado em
Fundação. É hoje um dos membros da diretoria da
Sociedade Eça de Queiroz, presidida pelo escritor
Dagoberto Carvalho Júnior. Faz parte do Condomí-
nio Acionário dos Diários e Emissoras Associados,
instituído pelo jornalista Assis Chateaubriand, tendo
viajado, em missão jornalística, aos Estados Unidos,
Inglaterra, França, Venezuela e Portugal, acompa-
nhando, em várias idas a Lisboa, o desenrolar do pro-
cesso revolucionário que eclodiu em abril de 1974.
416
dades de baixa renda na discussão sobre a cidade, e
também o projeto Um por Todos, que possibilitou a
execução de numerosas obras em morros alagados,
além de ter implantado o Instituto da Cidade. Elei-
to, pelo voto direto, vice-governador de Pernambuco
na chapa de Roberto Magalhães (PFL), fica no cargo
entre 1983 e 1986, quando assume o posto de gover-
nador em decorrência do afastamento de Magalhães
para disputar a eleição de senador. Em 1988, é eleito
vereador pelo Recife. Em 1990, elege-se deputado fe-
deral. Em 1991, ocupa mais uma vez a Secretaria da
Fazenda de Pernambuco. Em 1992, torna-se ministro
da Fazenda. Em 1994, disputa e perde para Miguel
Arraes a eleição de governador de Pernambuco. Em
1995, torna-se ministro do Meio Ambiente, no gover-
no do presidente Fernando Henrique Cardoso.
417
Curso de Arte Dramática, da Escola de Belas Artes,
vinculado à Universidade Federal de Pernambuco. Em
1960, ao lado de Ariano Suassuna, Leda Alves, José
Carlos Cavalcanti Borges, Gastão de Holanda, José
Moraes Pinho, Aldomar Conrado e Capiba, funda o
Teatro Popular do Nordeste (TPN), no qual desenvol-
ve alguns dos experimentos cênicos mais importan-
tes para o teatro da região. Na estreia, no Teatro do
Parque, dirige A pena e a lei, de Ariano Suassuna. Em
1966, o grupo inaugura sua sede própria, localizada
na avenida Conde da Boa Vista. Lá, até o ano de 1970,
o grupo apresenta 14 das 20 montagens que produz.
Além de sua atividade como diretor teatral, Hermi-
lo exerce atividades culturais em diversas instituições,
como Universidade Federal de Pernambuco, Serviço
Nacional de Teatro, Secretaria de Educação e Cultu-
ra de São Paulo, Secretaria de Educação e Cultura do
Estado de Pernambuco, Secretaria de Educação do
Recife, Movimento de Cultura Popular, Universidade
Federal do Rio Grande do Norte, Universidade Fede-
ral da Paraíba, Cineclube do Recife, Escolinha de Arte
do Recife, Centro de Comunicação Social do Nordeste
e Centro de Cultura Luiz Freire. Ao longo de sua car-
reira, recebeu vários prêmios, como: a Comenda da
Ordem de Nina Rodrigues, conferida pelo Conselho
da Medalha do Ministério da Educação e Cultura, Rio
de Janeiro, 1964; Chevalier de l’Ordre dês Artes El des
Lettres, diploma e medalha, outorgados pelo Governo
francês, sendo ministro da Cultura o escritor André
Malraux, Paris, 1969.
Bibliografia: Escreve mais de 20 peças de teatro, das
quais publica apenas oito: Soldados da retaguarda; Um
paroquiano inevitável; João sem terra; A barca de ouro;
Electra no circo; A donzela Joana; O auto da mula do pa-
dre; Sobrados e mocambos. Nas décadas de 1960 e 1970,
destaca-se na literatura nacional, com os romances Os
caminhos da solidão; Sol das almas; a tetralogia Um ca-
418
valheiro da segunda decadência, que inclui os volumes
Margem da lembrança, A porteira do mundo, O cavalo da
noite e Deus no pasto; e Agá. É autor também de nume-
rosos contos e de uma novela, Os ambulantes de Deus.
Escreveu livros de pesquisas sobre teatro, dentre os
quais se destacam História do teatro; Diálogo do encena-
dor; História do espetáculo; Teoria e prática do teatro.
419
pelo DASP, inspetor federal do Trabalho no Fórum
do Recife e de diversas capitais brasileiras, e como jor-
nalista, atividade que começou aos 14 anos de idade,
tanto no batente como credenciado junto ao Palácio
do Governo, como assessor de Imprensa da repartição
em que prestava serviços. Numa junção da sensibilida-
de com a experiência advinda das múltiplas atividades
que exerceu, resulta a sua obra literária.
Bibliografia: Da prisão do devedor civil, monog., 1968;
Do registro de jornalistas, 1976; Esboço para um projeto
de lei (Alteração e consolidação dos textos legais so-
bre a profissão de jornalista), 1978; Da regulamentação
profissional do jornalista, 1979; Bestiário da Imprensa, 4
vol., 1984/95; Resgate de Afrodite, rom., 1996; O pesa-
delo de Svetevena, rom., 1998, premiado pela UBE-PE
e Conselho Municipal de Cultura do Recife; e o livro
Memórias de um sábio, rom., recebeu Menção Honrosa
da APL, 2006.
420
ITALO BIANCHI, (“De celulares, sites, e outras refle-
xões”), nasceu em Milão, Itália (09.02.1924) e faleceu
no Recife/PE (05.10.2008). Formou-se, em 1946, em
História da Arte. Chegando ao Brasil em 1949, tra-
balha inicialmente como cenógrafo na Companhia
Cinematográfica Vera Cruz, onde ficou até 1954. Em
1955, trabalhou em Buenos Aires produzindo cená-
rios para os espetáculos de balé clássico da Compa-
nhia de Dança Ana Hitelman. Volta ao Brasil em 1957
e trabalha no jornal O Estado de S. Paulo. Elaborou,
em 1956, o projeto gráfico do Suplemento Literário
do jornal O Estado de S. Paulo. De 1962 a 1967, ensi-
nou história da arte e teoria da comunicação no IAD,
fase em que também fez design de móveis. Em 1968,
montou um estúdio de comunicação visual e criação
publicitária no Recife, com trabalhos para Abaeté,
MPM, Standard, dentre outros clientes. Fundou, em
1971, a Italo Bianchi Publicitários Associados, com
Alfrízio Melo. Em 1986, volta a se dedicar às artes
plásticas, como pintor, por intermédio de mergulhos
na abstração geométrica, como exposto em suas obras
na Galeria Ranulpho, no Recife. Sua participação
acionária na Italo Bianchi foi vendida para os demais
sócios (Alfrízio Melo, Jairo Lima e Joca Souza Leão)
em 1995. A partir de então, além da pintura, três veí
culos passaram a fazer parte da sua história: Jornal
do Commercio, Diario de Pernambuco e revista About. As
crônicas publicadas semanalmente pelos títulos de-
ram origem ao livro Nasceu uma rosa no meu jardim,
publicado em 2003. No mesmo período, ele atuou
como consultor de criação, primeiramente da Am-
pla Comunicação e, em seguida, para outros clientes,
aceitando convite, em 2004, para exercer a função de
consultor de comunicação social da Faculdade Mau-
rício de Nassau e, posteriormente, para ser membro
do Conselho Editorial da Fundação Joaquim Nabuco.
Em 2005, passa a atuar como consultor de criação da
421
agência Italo Bianchi, que já havia agregado mais um
sócio: Giuliano Bianchi, um de seus filhos.
422
palestras em Universidades, órgãos de classe, acade-
mias, instituições etc., embora nunca tenha pensado
em reuni-las em livro.
423
Norte, e Maceió, em Alagoas, e agora se prepara para
abrir unidades em Caruaru, no Agreste pernambu-
cano, e em Fortaleza, no Ceará. O processo de ex-
pansão é acompanhado pela chegada de uma nova
marca: o Grupo Ser Educacional que reúne todas as
instituições.
424
do passou a escrever regularmente para o Jornal do
Commercio, a revista Algomais e o PE360graus (blog da
Rede Globo Nordeste).
425
JOSÉ CLÁUDIO da Silva, (“Crônica em três capí-
tulos – Todos três nojentos”), nasceu em Ipojuca/PE
(27.08.1932). Desenhista, pintor, gravurista, escultor,
crítico de arte, escritor. Abandonou o curso na anti-
ga Faculdade de Direito do Recife, para se dedicar às
artes plásticas. Participou, ao lado de Gilvan Samico,
Guita Charifker, Reynaldo Fonseca, entre outros, da
fundação do Atelier Coletivo da SAMR, dirigido por
Abelardo da Hora. Depois, viajou para a Bahia, onde
frequentou o ateliê de Mário Cravo, Carybé e Jenner
Augusto. Seguiu para São Paulo, trabalhou com Di
Cavalcanti e Lívio Abramo, e fez sua primeira expo-
sição individual de desenhos, em 1956. Participou do
Salão Nacional de Arte Moderna, do Salão Paulista
de Arte Moderna e de várias Bienais de São Paulo,
obtendo o Prêmio de Aquisição da IV Bienal. Ganha-
dor de uma bolsa de estudos da Academia de Belas
Artes de Roma, zarpou para a Europa onde estudou
nos anos de 1957 e 1958. Fez, também, esculturas
de granito e painéis de pedra cerâmica. De volta ao
Brasil, foi ser auxiliar de diagramação do jornal O
Estado de S. Paulo, função que continuou no Jornal do
Commercio, do Recife. Em 1962, conquistou o Prêmio
Leirner de Arte Contemporânea para desenho. Em
1969, iniciou o ciclo de grandes esculturas de granito,
em Fazenda Nova, interior pernambucano. Tais obras
formam, hoje, o Parque das Esculturas. Tem outras
peças monumentais em Petrolina, Lagoa Grande,
Aracaju e no Recife.
Bibliografia: Viagem de um jovem pintor à Bahia, 1965;
Ipojuca de Santo Cristo, 1965; Bem dentro, 1968 (obras
que formam a trilogia das suas Memórias do Norte). Os
dias de Uidá, 1995; Meu pai não viu a minha glória, crô-
nicas, 1995. Tem catálogos, artigos, contos e críticas
publicados em vários órgãos da imprensa nacional.
426
JOSÉ MÁRIO AUSTREGÉSILO da Silva Lima, (“O
aboio de um povo”), é graduado em Ciências Econô-
micas pela Universidade Católica de Pernambuco, em
1970. Mestre em Comunicação Social pela Universi-
dade Federal de Pernambuco. Tem vasta experiência
profissional na área de Comunicação, com ênfase em
rádio, TV, cinema, teatro e estudos culturais. É pro-
fessor da UPFE, atuando nos cursos de graduação de
Jornalismo, Radialismo, Publicidade e Propaganda
e nos cursos de pós-graduação (especialização) de
Comunicação e Marketing do Centro de Desenvolvi-
mento Pessoal. É também pesquisador do Núcleo de
Documentação dos Movimentos Sociais (NDMS), da
UFPE. Autor de livros e artigos na área de radiodifu-
são, cultura popular e estudos culturais. Participante
do Grupo de Pesquisa Rádio e Movimentos Sociais.
Coordenador do Laboratório de RTV da UFPE.
Bibliografia: A oralidade e imagética em Luiz Gonzaga:
uma análise de conteúdo da obra musical, 2006; Luiz
Gonzaga: o homem, sua terra e sua luta, 2008.
427
cizar a ilusão, 1979; Respiração do absoluto ou ar da so-
lidão, 1983; O eterno de todo dia, 1987; Os motivos da
eterna brevidade, 1990; Trem de nuvens, 1997; As rédeas
da solidão, 1993; Alicerces da ventania, 2003.
428
Paulo; Continente Multicultural e Suplemento Cultural
Pernambuco. Para esta revista assinou três edições da
Continente Documento, com Luiz Gonzaga, Capiba e
com o Movimento Manguebeat. Colaborou com sites
como o Clique Music, RJ, editado por Tárik de Sou-
za; Jornal da Música, RJ, também editado por Tárik
de Souza; e em O Carapuceiro, SP, editado por Xico
Sá. Em 1988, ganhou, com Ronaldo Correia de Bri-
to, o prêmio de Novos Ficcionistas, promovido pela
Fundarpe. Em 2007, venceu o prêmio de ensaio dos
“100 Anos do Frevo”, promovido pela Fundação de
Cultura Cidade do Recife. O ensaio foi publicado
em livro, com o título de O frevo rumo à modernidade.
No mesmo ano, publicou, pela mesma Fundação, o
livro de ensaio O baião do mundo. Em 2000, publicou,
pela Editora 34, SP, o livro Do frevo ao manguebeat,
que virou uma referência na bibliografia da história
da música pernambucana. Como cronista dominical,
tem quatro compilações de crônicas publicadas há 15
anos na coluna Curto & Grosso. Publicou pela Edi-
ções Bagaços 17 livros infantis e infanto-juvenis. Pela
mesma Bagaço publicou o livro de viagem, Eu e meu
Ray-Ban: uma viagem, 2008; e este ano Quem goitana
foi Ellie Greenwich, uma reunião de crônicas sobre mú-
sica popular, publicadas na coluna Toques Digitais,
que mantém desde 2007, no JC online.
429
1979), primeiro presidente da Fundação de Cultura
Cidade do Recife (1979-1983), diretor de Assuntos
Culturais da Fundação do Patrimônio Histórico e Ar-
tístico de Pernambuco (Fundarpe) (1983-1987). Exer-
ceu a função de diretor da Editora Massangana da
Fundação Joaquim Nabuco. A 25 novembro de 1996,
foi empossado como Membro do Comitê de Apoio da
Comissão Nacional dos Festejos do V Centenário dos
Descobrimentos do Brasil, na função de coordenador
da Área de Documentação e Publicações. É sócio cor-
respondente do Instituto Histórico e Geográfico Bra-
sileiro e efetivo do Instituto Arqueológico, Histórico
e Geográfico Pernambucano, e sócio correspondente
do Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina.
Suas atividades nas pesquisas históricas tiveram início
na Biblioteca Pública Estadual, ainda sob a direção do
pesquisador Olympio Costa Júnior, 1965, passando
depois a receber os ensinamentos do professor José
Antônio Gonsalves de Mello, com o qual realizou oito
viagens de pesquisas em arquivos portugueses. Exer-
ce, hoje, a função de membro efetivo do Conselho
Estadual de Cultura e Consultor do Instituto Ricardo
Brennand, Recife.
Bibliografia: Bandeira de Pernambuco, 1972; Recife:
uma história de quatro séculos, 1975; Pequeno calen-
dário histórico-cultural de Pernambuco, 1977; O frevo
pernambucano, 1990; Ritmos e danças – frevo, 1978;
Cancioneiro pernambucano, 1978; O Brasil que Nassau
conheceu (org.), 1979; O piano em Pernambuco, 1987;
Alguns documentos para a história da abolição (org.),
1988; A imprensa e a abolição (org.), 1988; A abolição em
Pernambuco (org.), 1988; Estudos sobre a escravidão ne-
gra, vol. I (org.), 1988; Estudos sobre a escravidão negra,
volume II (org.), 1988; O Recife: imagens da cidade
sereia, 1998; Carnaval do Recife, 2000; Brasil holandês:
Frans Post e os desenhos do British Museum, 2000;
Pernambuco: imagens da vida e da história, 2001; Ho-
430
landeses em Pernambuco 1630-1654, 2005; Crônicas de
uma vida. 2009.
431
bservações críticas sobre o romance do sr. Eugênio Sue, “O
O
judeu errante”, 1850, ensaio; traduz, em 1850, Uma
lição acadêmica sobre a pena de morte, de Carmignani; e,
em 1852, Os deveres dos homens, de Silvio Pellico.
432
dução da arte em Vera Bastos, ensaio biográfico, 1993;
Vingt-cinq poèmes de passion, poesia, 1994; Alcides Lo-
pes: nas estações do tempo, biografia, 1994; Poésie du
Brésil – Panorama da poesia brasileira, org., Paris, 1997;
José de Souza Alencar: Alex: o artesão da palavra, bio-
grafia, 1998; Amor nos trópicos, 2000; Água nos trópicos,
2000; e Fauna e flora nos trópicos, 2002, em parceria
com Beatriz Alcântara; Olhos de tigre, poesia, 2001 –
Prêmio Dulce Chacon da APL e Prêmio Alejandro
Cabassa hors-concours da UBE-RJ; Guardiã das horas,
poesia, 2003; A poesia é eterna, em parceria, 2003; 7
Cartas e uma confissão de amor, prosa e poesia, 2004;
Rituales del deseo: rituais do desejo, edição bilíngue:
espanhol-português, 2005; 50 Poemas escolhidos pela
autora, 2009.
433
médias agremiações. Além de sua produção na Câ-
mara dos Deputados, é autor de Brasil alerta: psicoses
socialistas, Recife, 1985; Cuba: um retrato sem reto-
ques, Rio de Janeiro, 1986; e Passagem para a vida:
operação terror, Rio de Janeiro, 1989. É membro de
diversas associações de classe e programas para maior
aproximação entre os povos da América.
434
tória da cidade do Recife. Presidente da Comissão de
Desenvolvimento Econômico da Câmara Municipal
do Recife, desde 2009 vem realizando diversas audi-
ências públicas, entre elas a que discutiu a requalifica-
ção do centro do Recife e a necessidade de formação
da mão de obra para o novo ciclo de desenvolvimento
do Estado. Apresentou projetos de leis criando o Sis-
tema Municipal de Ciência e Tecnologia, a Política do
Livro e a Semana Burle Marx.
435
nós gostamos de contar, crônicas, em preparo. Cem obras-
primas da poesia ruim, coletânea, em preparo.
436
rária em revistas, jornais, sites e blogs de Pernambuco e
de outros estados. Seus poemas vêm aparecendo com
maior frequência em antologias e jornais alternativos.
Tem participado de eventos e encontros literários di-
versos, entre eles a Bienal do Livro de Pernambuco e
a Fliporto, e de colóquios acadêmicos na UFPE.
Bibliografia: Na solidão do néon, 1983; Vigílias, 1990;
Poemas, 1999; O impossível dizer e outros poemas, 2005;
Para ler Maximiano Campos, 2008; Prêmio Maximiano
Campos nas suas versões 2, 3 e 4 (coletânea, em cola-
boração com Antônio Campos, 2008; Musa fragmenta-
da: a poética de Carlos Pena Filho, 2009.
437
Ênio Silveira, 1992; Os rios turvos, rom., 1993; A garça
mal ferida: a história de Anna Paes d’Altro no Brasil
holandês, rom., 1995; Humana, demasiadamente, hu-
mana, biogr., e Lou Salomé, ensaios.
438
Manhã, de São Paulo. Comemora 80 anos, em 1966,
recebendo muitas homenagens. A Editora José Olym-
pio realiza em sua sede uma festa de que participam
mais de mil pessoas e lança os volumes Estrela da vida
inteira (poesias completas e traduções de poesia) e An-
dorinha, andorinha (seleção de textos em prosa, orga-
nizada por Carlos Drummond de Andrade).
Bibliografia: A cinza das horas, 1917; Carnaval, 1919;
Poesias, 1924; Libertinagem, 1930; Estrela da manhã,
1936; Poesias escolhidas, 1937; Poesias completas, 1940;
Poemas traduzidos, 1945; Mafuá do malungo, 1948; Opus
10, 1952; 50 Poemas escolhidos pelo autor, 1955; Poesia
e prosa completa, 1958; Alumbramentos, 1960; Estrela da
tarde, 1960; Estrela da vida inteira, 1966; Manuel Ban-
deira: 50 poemas escolhidos pelo autor, 2006 (todos
de poesia). Crônicas da província do Brasil, 1936; Guia
de Ouro Preto, 1938; Noções de história das literaturas,
1940; Autoria das cartas chilenas, 1940; Apresentação da
poesia brasileira, 1946; Literatura hispano-americana,
1949; Gonçalves Dias, biog., 1952; Itinerário de Pasár-
gada - Jornal de Letras, 1954; De poetas e de poesia,
1954; A flauta de papel, 1957; Itinerário de Pasárgada,
1957; Prosa, 1958; Andorinha, andorinha, 1966; Itine-
rário de Pasárgada, 1966; Colóquio unilateralmente sen-
timental, 1968.
439
(MEPE), que integra a coleção de catálogos de acer-
vo dos museus brasileiros. É membro da Associação
de Imprensa de Pernambuco (AIP); da Associação
Brasileira de Imprensa (ABI); da União Brasileira
de Escritores (UBE), seção Pernambuco; da Ordem
dos Músicos do Brasil (OMB), seção Pernambuco. Re-
cebeu o Diploma de Destaque do Ano no Jornalismo do
Conselho Municipal de Cultura do Recife e do Con-
selho Estadual de Cultura de Pernambuco, 1999, e o
diploma de Amigo do Livro, da Câmara Brasileira do
Livro (CBL). A convite do governo dos Estados Uni-
dos, visitou Nova York, Washington, San Francisco,
Nova Orleans, Novo México e Miami, conhecendo a
redação de jornais como o Washington Post, em inter-
câmbio com editores de Cultura.
Bibliografia: Voo subterrâneo, poesia, 1986; Narrativas,
contos, 1992; Memorial, memórias, 1996; Brilho, poe-
sia, 1996; Palavra clara, poesia, 1998; A superfície do si-
lêncio, poesia, 2002; Caligrafias, poesia, 2003; Sax áspe-
ro, antologia poética, 2007; Corpointeiro, poesia, 2008.
440
zes substituído o ministro Antônio Houaiss. Pertenceu
aos Conselhos Federal de Cultura e Nacional de Polí-
tica Cultural. É conselheiro e, atualmente, presidente
do Conselho Estadual de Cultura, PE, e do Conse-
lho Municipal de Política Cultural do Recife. Além
de Íxion, tem outros livros adaptados para o teatro.
Recebeu os seguintes Prêmios nacionais, por obras
isoladas e pelo conjunto de suas obras: Recife de Hu-
manidades, 1971; Fernando Chinaglia, 1979; Láurea
“Altamente Recomendável para o Jovem, 1980”, Lui-
za Cláudio de Souza, 1980; Mário de Andrade, 1983;
Jorge de Lima, 1983; Carlos Pena Filho, 1983; As-
sociação Paulista dos Críticos de Arte, 1985; Olavo
Bilac, 1985; Leandro Gomes de Barros, 1996.
Bibliografia: Cancioneiro, 1968; Nordestinados, 1971;
Xilografia, 1974; Sísifo, 1976; Poética: pré-manifesto
ou anteprojeto do realismo épico, 1977; Íxion, 1978;
Ó(de)Itabira, 1980; Guriatã: um cordel para menino,
1980; Narciso, 1984; Érato: 69 poemas eróticos e uma
ode ao vinho, 1990; O jogo dos bichos, 1990; Latinomé-
rica, 2001. DaguerreÓtipos, sonetos, 2008.
441
e flora nos trópicos, Secretaria de Cultura do Estado do
Ceará. Integra, ainda, a Antologia de Poesia Contem-
porânea, Retratos, em 2005; Painel de Poesia Pernam-
bucana dos séculos XVI e XXI: Pernambuco, terra da
poesia, em 2005; Cantos e contos do Natal, 2006; Conto
feminino contemporâneo em Pernambuco, 2006, Contos de
Oficina II e III, escritos pelos integrantes da Oficina
de Criação Literária de Raimundo Carrero, 2005,
2006 e 2007. Publica poemas no suplemento cultural
Pernambuco, órgão do Diário Oficial, do governo do Es-
tado em 2008; participa da Antologia Contos e Poemas
Pimenta Rosa, em 2006; colabora na revista Eita!, pu-
blicada pela Fundação de Cultura Cidade do Recife,
2009; e na Antologia Poética do site da Interpoética. É
autora do livro A outra face, 2004.
442
diversos como São Paulo e Rio de Janeiro. Foi diretor
dos Correios e Telégrafos em Maceió, onde morou
durante quatro anos. Morou também em Caruaru.
Foi professor de História do Brasil em educandários
recifenses, e na Faculdade de Filosofia do Recife.
Bibliografia: Ao clarão dos obuses, contos, 1918; Rosas
e espinhos, contos, 1919; O palanquim dourado, rom.,
1921; Senhora de engenho, rom., 1921; A filha de dona
Sinhá, rom., 1923; O vigia da casa-grande, rom., 1924;
Sombras de baraúnas e João Inácio, contos, 1927; Seu
Candinho da farmácia, rom.; As contas do terço, rom.,
1929; A mulher do meu amigo, nov., 1933; Os Azevedos
do Poço; Anquinhas e Bernardas; Por onde os avós passa-
ram e Barcas de vapor antecederam Arruar: história pi-
toresca do Recife Antigo, crônicas, 1948-1949 e 1978;
Didáticos: Velhos azulejos e Terra pernambucana, coleção
de episódios históricos, bravuras, lendas, folclore, dé-
cada de 1920.
443
até outubro de 2007. Como pintora, Marly Mota co-
meçou a expor na década de 1960 no Recife e tem
quadros expostos em Portugal e na França. Entre os
trabalhos mais importantes dela estão as 12 telas das
cenas baseadas na obra de Eça de Queiroz, oito em
Casa-grande & senzala de Gilberto Freyre e outras dez
na obra de Mauro Mota.
444
fanto-juvenil, 1995; A cidade encantada de Jericoacoara,
infanto-juvenil, 1995; Histórias da inteligência nacional,
crônicas, 1995; Fernando de Noronha: instruções para
uso e preservação, viagem, 2004; Crônica do Arvore-
do, infanto-juvenil, , 2006; No país dos caralâmpios: a
história das nossas Alagoas, infanto-juvenil, 2006;
Andarilhos, novelas, 2007; É doce viver no mar, infanto-
juvenil, 2008; Paranã-puka e o berço da pátria: passeio
histórico e sentimental pela nação pernambucana,
infanto-juvenil, 2008.
445
Mota, 2001. Mauro Mota é o patrono da Cadeira nº
35 da Academia de Letras do Brasil, Brasília, DF, atu-
almente ocupada pelo poeta João Carlos Taveira.
Bibliografia: poesias: Elegias, 1952; A tecelã, 1956; Os
epitáfios, 1959; O galo e o cata-vento, 1962; Canto ao meio,
1964; Antologia poética; 1968; Poemas inéditos; separata
de Cahiers du Monde Hispanique et Luso-Brésilien,
1970; Itinerário; 1975; Pernambucânia ou cantos da co-
marca e da memória, 1979; Pernambucânia dois, 1980;
Antologia em verso e prosa, 1982; prosa: No roteiro do
Cariri, 1952; São João do Nordeste, 1952; Cajueiro nor-
destino; e Recife, província literária precursora, 1954;
Itinerário da escola 1956; Cadeira vinte; e Paisagem das
secas, 1958; Estrela de pedra e capitão de fandango, 1960;
Geografia literária e imagens do Nordeste; 1961; Fitofobia
e dietas; 1962; Terra e gente; 1963; A casa: habitação
rural, 1964; História em rótulos de cigarro; 1965; Quem
foi Delmiro Gouveia?, 1967; O criador de passarinhos; O
pátio vermelho; Votos e ex-votos, 1968; Os bichos na fala da
gente, 1969; Amor no Recife, O navegante Gilberto Ama-
do, Discurso de posse e recepção na Academia Brasileira de
Letras, 1970; Pernambuco sim, em colaboração com Gil-
berto Freyre e Roberto Cavalcanti, 1972; Cara e c’roa;
Igarassu e a Escolinha de Arte; A gênese de “Casa-grande
& senzala”, 1974; Virtudes e virtualidades, 1974; Modas
e modos; 1975; Diário de um soldado da Companhia das
Índias Ocidentais; 1976; Gervásio Fioravanti; Manuel
Bandeira; Mercados e feiras; 1978; Igarassu, outra civili-
zação, 1980; A estrela de pedra e outros ensaios nordestinos,
1981; Fortalezas de Pernambuco; Do banco de Amintas à
cadeira da Academia, 1982; Barão de Chocolate & compa-
nhia; 1983, Alfinetes e bombons, 1984.
446
estudar. Frequenta o Colégio São João, onde faz os es-
tudos secundários. Ingressa no curso de Direito. Em
1963, trabalha como oficial de Gabinete de Miguel
Arraes de Alencar, seu futuro sogro, até a deposição e
prisão do ex-governador. Assistente de pesquisa dos
departamentos de Sociologia e Psicologia Social do
Instituto Joaquim Nabuco. Em 1964, casa-se com Ana
Lúcia Arraes de Alencar em 10 de agosto. Participa
do II Curso de Preparação em Pesquisa Social, pro-
movido pelo Instituto Joaquim Nabuco. Nesse mes-
mo ano, termina de escrever seu romance de estreia
Sem lei nem rei. Em 1965, nasce o seu filho Eduardo
Henrique Accioly Campos, a 10 de agosto. Isola-se
com a família na Fazenda Três Marias, no município
pernambucano de Vitória de Santo Antão. Em 1966,
recebe o título de Bacharel em Direito pela Universi-
dade Católica de Pernambuco. Em 1968, nasce o seu
segundo filho, Antônio Ricardo Accioly Campos, em
25 de junho. Estreia com o romance Sem lei nem rei.
Escreve a novela Os cassacos, que conclui em outubro.
Nomeado, em 1987, secretário de Cultura, Turismo e
Esportes no segundo governo Arraes. Promove ações
culturais como o restabelecimento dos congressos de
cantoria e o mapeamento artístico-cultural do Esta-
do, com vistas à interiorização da cultura e conscien-
tização popular aliando arte e saúde. Em 1997, é pu-
blicado O viajante e o horizonte, uma seleta de contos
feita por Antônio Campos nos trabalhos anteriores,
compreendendo As emboscadas da sorte, As sentenças do
tempo e As feras mortas.
Bibliografia: Sem lei nem rei, rom., 1968; As embosca-
das da sorte, contos, 1971; As sementes do tempo, contos,
1972; As feras mortas, contos, 1975; O major Façanha,
nov., 1975; A loucura imaginosa, nov., 1985; Cartas aos
amigos, ensaios, 2002; Do amor e outras loucuras, poesia,
2003; Os cassacos, nov., 2003; Na estrada, contos, 2005.
447
MIRIAM Monte CARRILHO de Oliveira, (“Compa-
ração”), nasceu em Natal/RN (22.5.1947). A vonta-
de dos pais levou-a para o Rio de Janeiro em 1947,
onde permaneceu até 1961. Interna em colégio de
freiras, desenvolveu o gosto pela escrita e pelo dese-
nho. Retornou a Natal em fins de 1961, onde reco-
meçou os estudos. Em 1975, concluiu Administração
na UFRN; em 1977, voltou ao Rio de Janeiro, onde
permaneceu até os meados de 1979, quando se mu-
dou para o Recife. Em 1984, concluiu Jornalismo na
Unicap, e conseguiu uma entrevista com o escritor
Ariano Suassuna. A Tribuna da Imprensa, de Hélio
Fernandes, no Rio de Janeiro, a publicou na íntegra.
Costuma presentear com poemas, crônicas, contos
e desenhos muitos dos seus clientes. O incentivo de
muitos serviu para que ousasse a publicação do livro
de poemas Folhas esparsas, em 2003, e exposições de
telas e desenhos entre os anos de 2006 a 2008. Em
2010, lança o seu Pacote – Ficções, que reúne alguns
desses seus fazeres. Tem contos, crônicas e poemas
publicados em revistas nordestinas e na virtual Cone-
xão Maringá.
448
recifense do Jornal do Brasil, do Rio de Janeiro. Em
1968, conquistou o Prêmio Esso Nacional de Infor-
mação Econômica. Ex-presidente da União Brasileira
de Escritores – Seção Pernambuco.
Bibliografia: O presidente de esporas, 1972; As três prin-
cesas perderam o encanto na boca da noite, 1976; O cordei-
ro zomba do lobo, 1979; Longe do país dos sonhos, 1981; A
literatura em Pernambuco, 2010.
449
Janeiro/RJ (23.08.1912-21.12.1980). Jornalista, cro-
nista esportivo, romancista, contista, dramaturgo.
Seu pai, Mário Rodrigues, mudou-se com a família
para o Rio de Janeiro, então Distrito Federal, quando
o autor ainda era criança, indo residir na zona norte
da cidade. Mário Rodrigues emprega-se no Correio da
Manhã. Deixa este jornal e funda, inicialmente, o A
Manhã, que não prosperou; posteriormente, A Crítica,
ambos jornais sensacionalistas. Nelson, aos treze anos
de idade, com seus irmãos Milton, Mário Filho e Ro-
berto passam a trabalhar na redação do novo jornal.
Em 1942, estreou a primeira de suas peças, A mulher
sem pecado. No ano seguinte, Zbigniew Ziembinski
montou, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, Ves-
tido de noiva. Além do teatro, do romance, do conto,
Nelson Rodrigues foi cronista esportivo conceituado
na Imprensa brasileira.
Bibliografia: Peças: A mulher sem pecado, 1941; Vesti-
do de noiva, 1943; Álbum de família, 1946; Anjo negro,
1947; Senhora dos Afogados, 1947; Doroteia, 1949; Val-
sa nº 6, 1951; A falecida, 1953; Perdoa-me por me traí-
res, 1957; Viúva, porém honesta, 1957; Os sete gatinhos,
1958; Boca de ouro, 1959; O beijo no asfalto, 1960; Otto
Lara Resende ou Bonitinha, mas ordinária, 1962; Toda
nudez será castigada, 1965; Anti-Nelson Rodrigues, 1973;
A serpente; 1978. Romances: Meu destino é pecar, 1944;
Escravas do amor; 1944; Minha vida, 1944; Núpcias de
fogo; 1948; A mulher que amou demais, 1949; O homem
proibido, 1959; A mentira, 1953; Asfalto selvagem, 1959
(também conhecido como Engraçadinha); O casamento,
1966. Contos: Cem contos escolhidos – A vida como ela
é..., 1972; Elas gostam de apanhar, 1974; A vida como ela
é: o homem fiel e outros contos, 1992; A dama do lota-
ção e outros contos e crônicas, 1992; A coroa de orquídeas,
1992. Crônicas: Memórias de Nelson Rodrigues, 1967; O
óbvio ululante: primeiras confissões, 1968; A cabra va-
dia, 1970; O reacionário: memórias e confissões, 1977;
450
O remador de Ben-Hur, 1992; A cabra vadia: novas con-
fissões, 1992; A pátria sem chuteiras: novas crônicas de
futebol, 1992; A menina sem estrela, memórias, 1992; À
sombra das chuteiras imortais: crônicas de futebol, 1992;
A mulher do próximo, 1992. Telenovelas: TV Rio: So-
nho de amor, 1963; O desconhecido, 1964; TV Globo: O
homem proibido, 1982. Filmes: Somos dois, 1950; Meu
destino é pecar, 1952; Mulheres e milhões, 1961; Boca de
ouro, 1963; Meu nome é Pelé, 1963; Bonitinha, mas ordi-
nária, 1963; Asfalto selvagem, 1964; A falecida, 1965; O
beijo, 1966; Engraçadinha depois dos trinta, 1966; Toda
nudez será castigada, 1973; O casamento, 1975; A dama
do lotação, 1978; Os sete gatinhos, 1980; O beijo no asfal-
to, 1980; Bonitinha, mas ordinária, 1980; Álbum de famí-
lia, 1981; Engraçadinha; 1981; Perdoa-me por me traíres,
1983; Boca de ouro; 1990; Vestido de noiva; 2006.
451
Nóbrega, Salesiano, Padre Félix, Ginásio Pernambu-
cano e vários outros colégios do Recife. Foi redator-
chefe da Folha da Manhã, jornal diário que pertencia
a Agamenon Magalhães; trabalhou no Jornal do Com-
mercio, do Recife, onde foi editorialista por muito anos
e onde publicava regularmente a coluna Notas Avul-
sas (1954-1992); colaborou com os jornais recifenses
Jornal Pequeno, A Tribuna e o Diario de Pernambuco; O
Jornal e o Jornal do Commercio, do Rio de Janeiro; O Li-
beral, de Belém do Pará; A União, de João Pessoa, Pa-
raíba, e com vários jornais de Natal, como o Diário de
Natal, A República, O Estado, O Poti e Tribuna do Norte.
Recebeu diversos títulos honoríficos e condecorações,
entre as quais, o de Professor Emérito e o de Doutor
Honoris Causa da UFPE; o de Doutor Honoris Causa
da Universidade Federal do Rio Grande do Norte;
Comendador da Ordem de Cristo, concedida pelo
Governo português; Colar da Universidade de Coim-
bra, Portugal; Medalha do Mérito Cultural Oliveira
Lima, do Governo do Estado de Pernambuco; Meda-
lha Carneiro Vilela, da Academia Pernambucana de
Letras, da qual também foi membro.
Bibliografia: O período regencial brasileiro, 1939, sua
primeira publicação, tese (não defendida) para acesso
ao corpo docente do Ginásio Pernambucano; Camões
e Nabuco, 1949; Revisionismo e tradição, 1950; Dom Vi-
tal e a questão religiosa no Brasil, 1966; Conflitos entre a
Igreja e o Estado no Brasil, 1970; Espírito de província,
1970; Ensaios de história regional, 1972; Agamenon
Magalhães: uma evocação pessoal, 1973; O tempo má-
gico, 1975; A Faculdade de Direito do Recife, 1927-1977,
1977; Um tempo do Recife, 1978; Reflexões de um fim de
século, 1979; Igreja e Estado: relações difíceis, 1982;
Iniciação ao jornalismo: pesquisa histórica, 1982; A rosa
verde: crônica quase romance, 1982; Pernambucanida-
de: alguns aspectos históricos, 1983; Gilberto Freyre visto
de perto, 1986; Mauro Mota e o seu tempo, 1987; Profissio-
452
nais de Pernambuco, 1989; O Estado Novo em Pernambuco,
1989; Conferência sobre a vida e a obra do abolicionista José
Mariano, 1990; Os outros, 1996, [livro póstumo].
453
tempo de caju, 1996. Poesia: Dura e breve história da Ilha
do Maruim, 1971; Da lúcida visão do homem de pouca fé,
1965; Tríptico: vida, paixão e canto, 1968; Hinapino,
1974; Estudo de cor na Zona da Mata Sul pernambucana,
1976; Cantoria, 1980; Poética olindense, 1981; Balada
bacamarteira no Alto do Bom Jesus, 1983; Práxis Amandi,
1984; O livro da poesia de Olímpio Bonald Neto, 1990.
Antropologia Cultural: Os bacamarteiros, 1965; Baca-
marte, pólvora e povo, 1976, com nova edição aumen-
tada em 2005; Palco e palanque, 1963 e 1988; Apresen-
tação da via-sacra de mestre Nosa, 1969; Folclore, 1975; O
Homem da Meia-Noite, 1978; A arte do entalhe: tradição
artística olindense, 1985; Os caboclos de lança: azou-
gados guerreiros de Ogum, 1987; Caboclos de lança,
1978; Turismo, folclore e artesanato: 15 Anos de ação
da Empetur, 1982; Modernismo e integralismo: a ideo-
logia dos anos trinta, 1996; Culinária popular, turismo
e região, 1998; e Gigantes foliões em Pernambuco, 1992,
com 2ª edição, em 2007. Ensaios literários, técnicos e
didáticos: Guias turísticos de: Olinda, Nova Jerusalém,
Itamaracá e PE-2, Tronco Sul (década de 1970); Que
é turismo?, 1973; Onde passear no Brasil, 1974; Introdu-
ção ao estudo do turismo, 1975; Turismo e trópico, 1977;
O verbo e a voz, em colaboração com Nelson Salda-
nha, 1981; Artistas de Pernambuco, 1982; Cultura, turis-
mo e tempo: a fruição do intangível, 1983; Aspectos da
receita turística de Pernambuco, em colaboração com a
economista Marinalva Coelho, 1983; Turismo tropical:
vocação regional e estratégia internacional capitalis-
ta, 1984; Potencial turístico do Nordeste, em coautoria
com Zenaide Bonald Pedrosa, 1986; Planejamento e
organização do turismo, 1978, 1986, 1989 e 1995; e
Elementos do Plano e do Projeto em Turismo, 1999; e O
poder sênior, na antologia O fim da velhice, 2006.
454
itória de Santo Antão/PE e faleceu em São Paulo/
V
SP (05.07.1924-08.07.1978). Diplomado em Ciências
Econômicas e Dramaturgia. Professor, romancista,
ensaísta, contista. Sua obra tem merecido estudos
de críticos e professores de universidades brasileiras
e estrangeiras, como é o caso da professora Regina
Igel, University of Maryland, USA, que escreveu:
Osman Lins: uma biografia literária, biogr., 1988; e de
Odete Pena Coelho, que produziu Poéticas em confron-
to: nove, novena e o romance, ensaio, 1987. Osman
Lins fez o curso primário na sua cidade natal e, em
1941, transferiu-se para o Recife, conheceu Mário
Sette, que incentivou o autor de Avalovara a publicar
o seu primeiro conto no Jornal do Commercio. Em 1946,
Osman Lins escreve o primeiro romance, O visitante,
que conquista anos depois o Prêmio Fábio Júnior,
1955. Seguiram-se o Prêmio Especial, da Academia
Pernambucana de Letras, e o Prêmio Coelho Neto,
da Academia Brasileira de Letras. Muda-se para São
Paulo, onde leciona Literatura Brasileira na Faculda-
de de Marília. Casa-se com a também escritora Julieta
de Godoy Ladeira.
Bibliografia: O visitante, rom., 1955; Os gestos, contos,
Prêmio Monteiro Lobato, SP, 1957; O fiel e a pedra,
rom., 1961; Lisbela e o prisioneiro, teatro, 1961, levado
ao cinema; A idade dos homens, teatro, 1963; Marinheiro
de primeira viagem, relato de viagem, 1963; Nove no-
vena, narrativas, 1966; Um mundo estagnado, ensaio,
1966; Capa-verde e o Natal, teatro infantil, 1967; Guer-
ra do Cansa-Cavalo, teatro infantil, 1967; Avalovara,
rom., 1973; Guerra sem testemunhas, ensaio, 1974, so-
bre o escritor, sua condição e a realidade social; Santa,
automóvel e soldado, teatro, 1975; Lima Barreto e o espaço
romanesco, ensaio, 1976; A rainha dos cárceres da Grécia,
rom., 1976; Do ideal e da glória: problemas inculturais
brasileiros, ensaio, 1977; La paz existe?, relato de via-
gem, 1977; A missa do galo: variação sobre o mesmo
455
tema, antologia, da qual foi o organizador, 1977; O
diabo na noite de natal, infantil, 1977; Casos especiais de
Osman Lins, contos, 1978; Evangelhos na taba: outros
problemas inculturais brasileiros, ensaio, 1979.
456
Deputado estadual pelo Partido Comunista Brasilei-
ro, exerceu o seu mandato por duas vezes, de 1947 a
1951, por ter sido convocado, como primeiro suplen-
te, a assumir a vaga do deputado Barros Barreto, e de
1951-1954, fazendo oposição ao governo de Etelvino
Lins. Foi promotor público, advogado, crítico literá-
rio e memorialista. Foi também, em 1988, vereador
do Recife. Com o golpe de 1964, foi aposentado com-
pulsoriamente, quando se dedica a advogar para pre-
sos políticos. Apesar de ter sua origem em famílias
tradicionais (Cavalcanti, pelo lado paterno, e Abreu
e Lima, pelo materno), Paulo Cavalcanti assumiu a
luta em defesa do povo, vivendo o ambiente da classe
média pobre do Recife. O autor faleceu no Recife em
1995 aos 80 anos de idade.
Bibliografia: Eça de Queiroz: agitador no Brasil, 1959;
O caso eu conto como o caso foi – memórias políti-
cas, 1o. volume de memórias,1978; O caso eu conto
como o caso foi, 2o. volume de memórias, 1980; Nos
tempos de Prestes, 1981/1982; A luta clandestina, 3o.
volume de memórias, 1984/1985; Homens e ideias do
meu tempo, 1993; Vale a pena (ainda) ser comunista,
1994; História de um governo popular; Os equívocos
de Caio Prado Júnior.
457
outros) a Academia Anexa, que tinha como objetivo
animar a cultura na capital pernambucana. Na época
da II Guerra Mundial, passou a assinar a coluna “USA
BITS”, no Diario de Pernambuco. Atuou posteriormen-
te como cronista parlamentar, cobrindo o trabalho
de plenário da Assembleia Legislativa. Assinou, em
seguida, a coluna “Periscópio”, sobre política. Com a
morte de Aníbal Fernandes, assumiu a coluna “Coisas
da Cidade”, assinando-a apenas com um “P”. Possuía
um considerável domínio sobre a escrita de prosa e a
língua portuguesa, demonstrando isso através de um
estilo limpo, enxuto e de muita verve. Alagoano per-
nambucanizado, tornou-se um jornalista que entendia
bastante dos meandros da política pernambucana.
458
gia Educacional pela Syracuse University, 1979. Exer-
ceu o magistério no Programa de Pós-Graduação em
Educação da Universidade Federal de Pernambuco,
de 1979 a 1996. Foi professor visitante da Universi-
dade Federal da Paraíba de 1997 a 2000 e da Uni-
versidade Estadual Vale do Acaraú, Ceará, de 2001 a
2003. Professor da Pós-Graduação em Educação da
Universidade Tiradentes, Aracaju, Sergipe, em 2006,
e do Mestrado em Tecnologia da Informação e Co-
municação na Formação em EAD (parceria entre a
Universidade Federal do Ceará – UFC e a Universi-
dade Norte do Paraná – Unopar) até 2009. Nas últi-
mas três décadas, tem-se dedicado ao ensino e à pes-
quisa em Tecnologias da Informação e Comunicação
na Educação – Formação de Professores para uso de
Novas Tecnologias; Gestão de Tecnologias na Educa-
ção; Educação à Distância. Representante do Brasil
na Rede Ibero-Americana de Informática Educativa
(Ribie). Membro do Comitê Pedagógico do Projeto
Um Computador por Aluno, do Ministério da Edu-
cação do Brasil (Secretaria de Educação à Distância),
2007-2009. Membro de corpo editorial em 1998 da
revista Informática Educativa; em 2003, da revista da
Faced e em 1999 da Revista Brasileira de Informática na
Educação. É membro do Comitê Pedagógico do Pro-
jeto UCA – Um Computador por Aluno – da SEED-
MEC/Presidência da República, nomeado através de
Portaria em 2007. Tem textos publicados em jornais
de notícias/revistas: Amarelo Manga. Expresso do
Norte, Sobral, Ceará, 19 set. 2003; Professores, Alu-
nos e Computadores: quem ensina a quem?. Fractais,
Recife, UFRPE, v. 2, p. 26 - 32, 11 dez. 2001.
459
to no Salesiano, no Arquidiocesano e Estadual de sua
cidade natal. Mudou-se para o Recife e dedicou-se
ao jornalismo. Entrou no Diario de Pernambuco, onde
exerceu vários cargos, e assinou uma coluna de crítica
literária. Trabalhou também na Televisão e no Rádio.
Foi assessor de Imprensa da Fundaj e no Departamen-
to de Extensão Cultural da UFPE, sob a orientação
de Ariano Suassuna. Nessa época, ao lado de Marcus
Accioly, Ângelo Monteiro e Maximiano Campos, inte-
grou o Movimento Armorial e escreveu a novela A his-
tória de Bernarda Soledade: a tigre do sertão. Com esse
mesmo espírito, de sabor mais rural, escreveu também
As sementes do sol – o semeador e A dupla face do baralho.
Nessa mesma época, estreou no teatro com a peça An-
ticrime, encenada pelo Grupo Otto Prado. Escreveu
ainda para o teatro: O misterioso encontro do destino com
a morte. Recebeu os Prêmios Governo do Estado, PE,
1985; APCA, 1995; FBN, 1995; Jabuti, 2000. Ganhou
recentemente o Prêmio São Paulo de Literatura, 2010,
com o livro Minha alma é irmã de Deus
Bibliografia: Anticrime, teatro, 1971; A história de Bernar-
da Soledade: a tigre do Sertão, 1975, reeditado em 2007;
As sementes do sol – o semeador, 1981; A dupla face do
baralho: confissões do Comissário Félix Gurgel, 1984;
Sombra severa, 1986; Viagem no ventre da baleia, 1986;
O senhor dos sonhos, 1987; Maçã agreste, 1989; Sinfonia
para vagabundos, 1992; Extremos do arco-íris, 1992; Somos
pedras que se consomem, 1995; As sombrias ruínas da alma,
1999; Sombra severa, 2001; Orlando Parahym: o arco e
o escudo, 2001; Ao redor do escorpião... uma tarântula?,
2003; Os extremos do arco-íris, 2004; O delicado abismo da
loucura, 2005; Os segredos da ficção: a arte de escrever,
2005; O amor não tem bons sentimentos, 2007; Contos de
Oficina, nº 4, 2007; Minha alma é irmã de Deus, 2010.
460
Interpoética. Vem da eclética geração do Movimen-
to de Escritores Independentes de Pernambuco, que
levou para as ruas da capital pernambucana, atra-
vés de happenings e recitais, a nova proposta de arte
dos chamados “escritores marginais”. Na década de
1990, residiu na Europa, trabalhando como tradutor
do Progetto Comett de capacitação universitária. De
volta ao Brasil, dedicou-se às áreas de publicidade
e jornalismo cultural. Publicou Baba de moço (com o
heterônimo Aymmar Rodriguéz) e Tríade (através de
projeto aprovado no Funcultura, Fundarpe). Em co-
letâneas: Recife conta o São João (Fundação de Cultura
Cidade do Recife, 2008); antologia nacional Dedo de
moça (Terracota, 2009) e demais coletâneas dos con-
cursos literários nos quais foi premiado: Concurso
Nacional Carlos Drummond de Andrade (Sesc-DF,
seleção 2008); Off Flip 2008, primeiro lugar nacional-
exterior categoria Poesia; Concurso Nacional de Lite-
ratura Fundação Garibaldi Brasil, Rio Branco, Acre,
categoria Conto, 2008; Menção Honrosa em Poesia
no Concurso Nacional Mendonça Filho (Jornal Extra/
Academia Alagoana de Letras, 2008); Menção Hon-
rosa no Concurso Nacional Helena Kolody (Secreta-
ria Estadual do Governo do Paraná, 2007); Concurso
Nacional de Contos Machado de Assis (Sesc-DF, sele-
ção 2007); Nelson Rodrigues e as Tragédias Cariocas
Hoje (Editora Nova Fronteira / Autoria.com, 2007);
Prêmio Mostre seu Talento – Poesia (Chesf / Sindicato
dos Bancários de Pernambuco, 2006).
461
colegas, para a Faculdade de Direito do Recife, para
terminar o curso. Ensina, a partir de 1891, Mitologia,
na Escola Nacional de Belas-Artes. Nomeado diretor
da Biblioteca Nacional em 1894, é exonerado desse
cargo no ano posterior. Patrono da Cadeira nº 33 da
Academia Brasileira de Letras. Suicida-se no Rio de
Janeiro, em 25.12.1895.
Bibliografia: Uma tragédia no Amazonas, rom., 1880;
Microscópicos, contos, 1881; As joias da Coroa, rom.,
1882, O Ateneu, rom., 1888; Canções sem metro, poema
em prosa, 1900; Alma morta, 1888; Prosas esparsa de
Raul Pompéia, 1920-1921.
462
Mérito Joaquim Nabuco da Assembleia Legislativa de
Pernambuco.
Bibliografia: Manga rosa, 1995; Alegria de morrer: um
conto e cem crônicas, 2008.
463
navalesco Homem da Meia-Noite. Em 2009, recebeu
a Comenda José Olegário Mariano, também na Câ-
mara Municipal do Recife. É sócio da Associação da
Imprensa de Pernambuco (AIP) e do Sindicato dos
Jornalistas Profissionais de Pernambuco, desde 1968;
fundador e diretor do Sindicato dos Escritores do Es-
tado de Pernambuco e da Academia Maceioense de
Letras. Há 12 anos, é colunista da Folha da Cidade,
publicada diariamente no jornal Folha de Pernambuco,
onde atua desde a fundação, em 1998. Eventualmen-
te, atua também como editorialista da Folha, ao lado
do jornalista Fernando Mendonça. E, desde 1984, é
jornalista da Secretaria de Imprensa do Governo do
Estado. Ainda em reconhecimento ao seu trabalho,
foi agraciado com várias homenagens, troféus, meda-
lhas e diplomas de instituições, a exemplo do CPOR
do Recife, da Academia de Artes e Letras de Pernam-
buco, da Comissão de Moral e Civismo do Governo
do Estado, do Tribunal de Justiça de Pernambuco,
dentre outros. É oficial da Reserva do Exército, Tur-
ma de 1967 do CPOR-Recife e torcedor do Náutico.
464
Federal de Pernambuco. Desenvolveu pesquisas e es-
creveu diversos textos sobre literatura oral e brinque-
dos de tradição popular. Publicou o romance Galileia,
2008, pela editora Alfaguara – Prêmio São Paulo de
Literatura, 2009, Melhor Livro do Ano; os livros de
contos Faca, 2003, e Livro dos homens, 2005, editados
pela Cosac&Naify; e As noites e os dias, 1997, pela edi-
tora Bagaço. Dramaturgo, autor das peças Baile do
Menino Deus, Bandeira de São João e Arlequim, encena-
das em todo o Brasil, gravadas em disco pelo selo El-
dorado, e editadas tanto no formato teatral como em
prosa. Baile do Menino Deus e Arlequim, textos teatrais
publicados pela Objetiva, foram distribuídos pelo
Programa Nacional Biblioteca Escolar. Autor de O pa-
vão misterioso, nov. infanto-juvenil, também encenada,
gravada em disco e editada pela Cosac&Naify, 2004.
Assinou durante sete anos a coluna Entremez, na re-
vista Continente Multicultural, e assina coluna semanal
na revista Terra Magazine, do Portal Terra. Escritor re-
sidente da Universidade da Califórnia, em Berkeley,
no ano de 2007.
465
de Memória Viva do Recife, da Fundação de Cultu-
ra do Recife, Medalha comemorativa dos 40 anos da
Fundação Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais, en-
tre outras honrarias.
466
Mário Melo..., 1997; A indefinível cor do tempo, 1998; A
esquina do Lafayette – e outros tempos do Recife, 2001;
A velha Rua Nova – e outras histórias, 2002; Charme e
magia dos antigos hotéis e pensões recifenses, 2003; A velha
senhora, 2004; Livros, livreiros, livrarias, 2006; Fuxicos
literários: a boemia dos cafés, 2007; A magia dos quadri-
nhos, 2008; O vendedor de livros (em preparo).
467
sil. Faz amizade com Valdemar Cavalcanti, Manuel
Diégues Júnior, Capiba, Noel Nutels, Fernando Lobo,
Cícero Dias, Odorico Tavares, Gilberto Freyre, entre
outros. Escreveu 25 crônicas no Recife para a Folha do
Povo, jornal da Aliança Libertadora Nacional nordestina
editado por Braga. Depois de três prisões, deixa a ci-
dade em 13 de setembro, com destino a Porto Alegre
e daí ao Rio de Janeiro.
Bibliografia: O conde e o passarinho, 1936; O morro do
isolamento, 1944; Com a FEB na Itália, 1945; Um pé de
milho, 1948; O homem rouco, 1949; 50 Crônicas escolhidas,
1951; Três primitivos, 1954; A borboleta amarela, 1955;
A cidade e a roça, 1957; 100 Crônicas escolhidas, 1958;
Ai de ti, Copacabana, 1960; A traição das elegantes, 1967;
As boas coisas da vida, 1988; O verão e as mulheres, 1990;
Um episódio em Porto Alegre: uma fada no front, 2002.
468
mais diversos, mas também ganhou seu pão escreven-
do relatos pornôs para a revista Brazil. Santa Cruz de
corpo e alma, desde que chegou ao Recife, em 1987,
e se deparou com a massa coral, no Arruda. Zaguei-
ro raçudo na pelada dos “Caducos”, aos domingos,
mas com limitações na saída de bola. Fracassou bru-
talmente na carreira de boxeador e saxofonista, mas
teve um rendimento razoável na carreira política,
quando foi presidente da Casa do Estudante Univer-
sitário (CEU), em 1991. Todos sobreviveram. Depois
disso, nunca mais disputou eleições nem concorreu
a mandatos. Participou ativamente de dois momen-
tos fundamentais da cidade do Recife: a fundação da
Troça Carnavalesca Mista “Os Barba” e da Torcida
Organizada Musical “Sanfona Coral”. Vive no Recife
e tem quatro livros publicados: Zé, 1998; Clamor,
2003; Estuário, 2005; e Viagem ao crepúsculo, 2009. Zé
e Estuário estão esgotados.
469
mocrático (PSD), reelegendo-se nos pleitos de 1950 e
de 1954. Um de seus filhos, Etelvino Lins, foi inter-
ventor de Pernambuco, senador, deputado federal e
governador de Pernambuco.
Bibliografia: Ao sol do sertão, versos; Mestres e discí-
pulos, sonetos; Fogo e cinza, poesia; Um sertanejo e o
sertão, memórias; Chico Dandim, rom.; Moxotó brabo;
Sol poente; Seara alheia; E a noite vem; Três ribeiras;
O boi de ouro e outros escritos.
470
Em Os corações futuristas, a paisagem humana física
também era a ditadura Médici, no Recife.
471
ca se afastaria, e ao teatro e à música que impregna-
ram, fortemente, a sua vida. Criou a Sociedade de
Cultura Musical com o médico Gouveia de Barros e
fundou o Teatro de Amadores de Pernambuco, sua
obra máxima que continua “rexistindo”. Foi compo-
sitor escrevendo muitas operetas, para adultos (Aves
de arribação, Rosa vermelha, Bob & Bobete, Madrinha dos
cadetes) e crianças (A princesa Rosalinda, Terra adora-
da, Em marcha, Brasil). Ator e diretor de mais de 50
peças no Teatro de Amadores, tendo escrito vários
originais, alguns premiados pela Academia Brasileira
de Letras (Honra ao Mérito). Membro e presidente
da Academia Pernambucana de Letras, assim como
do Rotary Club Recife. Fez parte também do Instituto
Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano,
da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores, por
ele fundada, e professor catedrático de Higiene da
Faculdade de Ciências Médicas que ajudou a fundar
e da qual foi diretor, além de professor da Faculda-
de de Medicina e de inúmeros colégios e ginásios do
Recife. Escreveu vários compêndios científicos sobre
Biologia, Botânica, Higiene, Zoologia, Mineralogia e
Ciências Físicas e Naturais.
472
dade Brasileira de Médicos Escritores (presidente da
Regional Pernambuco entre 1988 e 1991; presidente
nacional entre 1992 e 1993); da União de Médicos Es-
critores e Artistas Lusófonos (UMEAL), que criou, em
1992, com médicos escritores e artistas de Pernambu-
co, Rio de Janeiro, Portugal e Moçambique; foi seu
primeiro presidente, sendo reconduzido ao cargo em
2007, durante o VI Congresso da entidade. Na Acade-
mia Pernambucana de Letras ocupa a Cadeira nº 15
desde 1995, sendo seu presidente desde 26 de janeiro
de 2002, eleito por unanimidade; na Academia de Le-
tras e Artes do Nordeste ocupa a Cadeira nº 31.
Bibliografia: As flores que não plantei; Fernando Paulin:
o cirurgião; As vinhas da esperança: memórias de um
xepeiro; Quando se cobrem de verde as baraúnas; A emo-
ção da palavra; Violinos no Coque.
473
474
Índice Onomástico
476
D Fernanda Montenegro 411
Fernand Léger 408
Dagoberto Carvalho Júnior
Fernando de Oliveira 462
416
Fernando Gabeira 411
Daniel Cohn-Bendit 411
Fernando Henrique Car-
David Nasser 410
doso 417
Destutt de Tracy 431
Fernando Lobo 18, 392,
Di Cavalcanti 426
468
Diná de Oliveira 462
Fernando Mendonça 464
Dolores Duran 392
Fernando Monteiro 6, 116,
Douglas Tufano 15
402, 405
Fernando Pessoa 428
Fernando Portela 6, 123,
E 125, 406
Fernando Sabino 15, 16,
Eça de Queiroz 414, 444 470
Edilberto Coutinho 398 Ferreira Gullar 411
Eduardo Campos 447 Flávio Chaves 6, 127, 129,
Elizabeth II 415 407
Emílio Garrastazu Médici Flávio Marinho Falcão 391
471 Francelina Ribeiro de Souza
Erasmo Vilela 416 Bandeira 438
Ermelinda Ferreira 302 Francisca de Mello Freyre
Ernani Régis 422 413
Esther Sterenberg 6, 102 Francisco Brennand 6, 20,
Etelvino Lins 457, 470 130, 408
Eugênio Coimbra Júnior Francisco Julião 411
457 Francisco Matarazzo 473
Evaldo Cabral de Mello 17 Francisco Pessoa de Queiroz
Evandro Lins e Silva 422 425
Everardo Norões 6, 18, 105, Frederico Pernambucano
107, 109, 111, 404, 445 de Mello 6, 20, 134,
135, 409
F
Fátima Quintas 6, 113, 115,
404
Fausto Varela Pereira 451
477
G Hermilo Borba Filho 6, 18,
158, 394, 417, 418
Gastão de Holanda 417,
Hitler 411
418
Homero Fonseca 6, 161,
Geneton Moraes Neto 6,
163, 165, 166, 419
137, 410
Honório Torombert 431
George Lyttelton 431
Hugo Vaz 6, 167, 169, 419
Geórgia Alves 6, 20, 141,
412
Geraldo Pereira 6, 143, 145,
413 I
Gilberto Freyre 6, 18, 146,
380, 385, 402, 405, Ida Leite Falcão 391
409, 411, 413, 414, Ilane Ferreira Cavalcante
415, 444, 446, 458, 435
468 Inah Lins 6, 170, 171, 173,
Gilberto Gil 411 175, 420
Gilvan Samico 426 Ismael Neto 392
Giuliano Bianchi 422 Italo Bianchi 6, 176, 177,
Gladstone Vieira Belo 6, 19, 421
149, 151, 153, 415 Ivanildo Sampaio 6, 179,
Gouveia de Barros 472 181, 422
Graciliano Ramos 442
Gregório Bezerra 411
Guajassy Gallindo 403 J
Guita Charifker 426
Gustavo Capanema 438 Jaci Bezerra 334, 415
Gustavo Krause 6, 155, 157, Jairo Lima 421
416 Janguiê Diniz 6, 182, 183,
423
Jânio de Freiras 422
Jenner Augusto 426
H J. Galante de Souza 453
Helder Camara (dom) 411 Joán Miró 408
Hélio Fernandes 448 João Cabral de Melo Neto
Heloisa Buarque de Hol- 411
landa 19 João Câmara 411
Henfil 411 João Carlos Taveira 446
João do Rio 14
478
João Goulart 448 José Santiago Naud 402
João Lopes Cardoso Macha- José Saramago 401
do 431 José Teles 7, 205
João Saldanha 411 Julieta de Godoy Ladeira
Joaquim Cardozo 403, 411 455
Joaquim Cesário de Melo 6,
185, 424
Joca Souza Leão 6, 188,
189, 421, 424 L
Joel Pontes 417 Laércio Vasconcelos 416
Joel Silveira 411, 412 Leda Alves 418
Jomard Muniz de Britto Leonardo Dantas Silva 7,
303, 402 17, 207, 429
Jorge Abrantes 6, 20, 191, Lila Marques Pereira 451
193, 425 Lima Barreto 15, 455
Jorge Ariel Madrazo 403 Lívio Abramo 426
José Antônio Gonsalves de Lopes Gama (padre) 7, 16,
Mello 430 17, 210, 431
José Ben Rodrigues 427 Lourdes Nicácio e Silva
José Cândido de Carvalho 396
470 Lourdes Sarmento 7, 235,
José Carlos Brandão Mon- 432
teiro 448 Lourenço Diaféria 14, 15
José Carlos Cavalcanti Luciano Bivar 7, 217, 433
Borges 418 Luciano Siqueira 7, 224,
José Carlos Targino 416 225, 434
José Cláudio 6, 20, 194, Lucila Nogueira 441
195, 426 Luís Martins 15
José de Alencar 13, 14 Luiz Arraes 7, 230, 231,
José E. Kameniecki 396 233, 436
José Laurênio de Melo 417 Luiz Berto 7, 226, 227, 435
José Mário Austregésilo 7, Luiz Bonfá 392
197, 427 Luiz Carlos Monteiro 5, 7,
José Mário Rodrigues 7, 13, 228, 229, 436
199, 416, 427 Luiz Delgado 193, 425
José Moraes Pinho 417, 418 Luiz Gonzaga 411, 429
José Paulo Cavalcanti Filho Luzilá Gonçalves Ferreira
7, 201, 203, 422, 428 7, 238, 239, 241, 437
José Roberto Faria 13
479
M Marly Mota 7, 20, 261,
263, 443, 444
Machado de Assis 14, 15
Martin Luther King 411
Manuel Bandeira 7, 15, 18,
Massaud Moisés 14
242, 402, 438
Maurício Melo Júnior 7,
Manuel Carneiro de Souza
266, 267, 444
Bandeira 438
Mauri Gurgel Valente 401
Manuel Diégues Júnior 18,
Mauro Mota 7, 18, 19, 20,
468
264, 402, 416, 443,
Marco Antonio de Carvalho
444, 445, 446
18
Maximiano Campos 7,
Marco Maciel 416
269, 271, 416, 446,
Marco Polo Guimarães 7,
460
245, 247, 415, 439
Miguel Arraes 388, 391,
Marcus Accioly 7, 248, 249,
417, 436, 447
416, 440, 460
Milton Rodrigues 450
Marcus Prado 416
Miriam Carrilho 7, 20,
Maria Almeida de Oliveira
272, 273, 448
471
Monteiro Lobato 442
Maria Cândida de Souza
Murillo La Greca 408
Bandeira 438
Maria do Carmo Bar-
reto Campello de Melo
385, 443 N
Maria Gonçalves Ferreira
392 Nagib Jorge Neto 7, 274,
Marilena de Castro 7, 251, 275, 448
441 Nélida Piñon 402
Marinalva Coelho 454 Nelly Carvalho 7, 277,
Mário Cravo 426 402, 449
Mário de Andrade 14, 438 Nelson Aguilar 410
Mário Melo 20 Nelson Rodrigues 7, 15,
Mário Quintana 470 18, 280, 281, 283,
Mário Rodrigues 450 411, 449, 450
Mário Rodrigues Filho 450 Nilo Pereira 7, 20, 285,
Mário Sette 7, 17, 20, 253, 287, 451
255, 257, 259, 442, Nivam Bezerra da Costa
455 423
Noel Nutels 18, 468
480
Noêmia de Queiroz Rodri- Paulo Fernando Craveiro 8,
gues 427 312, 313, 458
Nora Ney 392 Paulo Gileno Cysneiros 8,
315, 458
Paulo Jorge Dakar 448
Paulo Mendes Campos 15,
O 16
Odete Pena Coelho 455 Pelópidas Soares 428
Odorico Tavares 18, 468 Pereira da Costa 20
Olavo Bilac 14, 15 Pete Best 411
Olímpio Bonald Neto 7,
288, 289, 291, 293,
295, 297, 453, 469
R
Olívio Tavares de Araújo
408 Rachel de Queiroz 15, 19
Olympio Costa Júnior 430 Raimundo Carrero 8, 319,
Orígenes Lessa 470 321, 398, 402, 416,
Oscar Niemeyer 411 420, 442, 459, 471
Osman Lins 7, 18, 19, 298, Raimundo de Moraes 8,
299, 301, 454, 455 20, 322, 460
Osvaldo Orico 438 Raimundo Magalhães
Oswald de Andrade 438 Júnior 442
Raquel de Queiroz 19
Raul Pompéia 8, 18, 325,
461
P Regina Igel 455
Pablo Picasso 408 Reinaldo de Oliveira 8,
Paulo Caldas 7, 303, 305, 328, 462
456 Renato Carneiro Campos
Paulo Camelo 396 8, 15, 19, 331, 463
Paulo Cavalcanti 7, 19, 306, Reynaldo Fonseca 426
307, 309, 456, 457 Ribeiro Couto 438
Paulo Dantas 403 Roberto Carlos 411
Paulo de Tarso Correia de Roberto Cavalcanti 446
Melo 397 Roberto Magalhães 417
Paulo do Couto Malta 8, 20, Roberto Rodrigues 450
310, 311, 457 Robson Sampaio 8, 335,
463
481
Ronald Edwards 411 Tárik de Souza 429
Ronaldo Carneiro Leão 8, Telles Júnior 413
337, 464 Telma Brilhante 396
Ronaldo Correia de Brito 8, Terezinha Acioli 396
340, 341, 343, 429, 464 Theotônio Freire 20
Ronildo Maia Leite 8, 344, Turanne 431
393, 422, 465
Rosa Lia Dinelli 396
Rostand Paraíso 8, 347, 349,
351, 353, 466 U
Rubem Braga 8, 14, 15, 16, Ulysses Lins de Albuquer-
18, 354, 355, 357, 467 que 8, 365, 367, 469
Rubem Rocha Filho 402 Urariano Mota 8, 369,
371, 373, 470
S
Salete Rêgo Barros 396 V
Salma Bandeira de Mello 8, Valdemar Cavalcanti 18,
359, 468 468
Samarone Lima 8, 361, 468 Valdemar de Oliveira 8,
Selênio Homem de Siqueira 20, 378, 379, 462,
457 471
Sérgio Buarque de Holanda Vandeck Santiago 8, 375,
438 471
Sérgio Moacir de Albuquer- Vinicius de Moraes 392,
que 416 402
Silvino Lopes 20, 393
Silvio Pellico 432
Soledad Barret 470
Sônia Lessa 445 W
Waldemar Lopes 403
Waldenio Porto 8, 382,
T 383, 472
Waldimir Maia Leite 8,
Tadeu Rocha 415 380, 381, 473
Tancredo Neves 428 Wellington Pereira 14
Tarcísio Meira César 416
482
X
Xico Sá 429, 471
Z
Zbigniew Ziembinski 450
Zé de Arruda (v. Homero
Fonseca) 419
Zenaide Bonald Pedrosa 454
Zora Seljan Braga 467
483
Este livro foi composto e editado eletronicamente na fonte New Baskerville,
com tiragem de 1.500 exemplares.
Impressão em papel Chamois Fine Dunas, 67g/m², para o miolo e
Triplex, 250g/m², para a capa.
Produzido pela Gráfica Santa Marta.
João Pessoa, Brasil, outubro de 2010.
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