“Eu chorei porque não tinha sandálias, até que vi um homem que não tinha os pés”.
Provérbio árabe
Certa vez li um livro destinado àqueles que lidam com adolescentes. O autor sabiamente
denominou o livro de Ensinantes e Aprendentes. Mostrou que o processo de aprendizagem e
crescimento pessoal deve ser contínuo e que todos devemos estar em constante
aprendizado independente de idade e de situações vivenciadas. É isto que tenho observado
no cotidiano.
Mesmo com sentimentos e emoções diversas que podem confundir é importante sempre
extrair lições dos fatos, das perdas, das dores e /ou das pequenas coisas. É bom evitar
precipitação, dar tempo ao tempo para que haja assimilação de novas realidades.
Os amigos nos fazem sentir especiais pela energia, carinho e apoio que nos dão mesmo
quando permanecem ao largo, dando-nos tempo e espaço para desconstrução e
reconstrução. A ordem é esta mesma porque perdas significativas causam um impacto muito
grande, nos desestruturam, reafirmando o óbvio, a importância da família. Percebemos que
há sintonia e identificação mesmo à distância, o que sem dúvida nos conforta, dá segurança
e nos faz sentir gratos.
A vida não pára com isto ocasionando mudanças, pequenas ou grandes não importa, mas
que propiciam inovar, transformar, refazer, reaprender, reciclar, somar, equilibrar para
chegar a um resultado harmonioso.
A inocência das crianças, em especial a minha neta–que sempre me encanta com suas
manifestações inteligentes-ao exclamar encantada, o quanto é maravilhoso poder ver o
eclipse lunar no pátio de casa me mostra mais uma vez que é preciso olhar para o céu, para
as coisas mais elevadas, para a natureza ao invés de só olhar para a terra, ou para o próprio
umbigo alimentando as próprias dores e perceber o quanto temos para agradecer, até
mesmo pelas mudanças que parecem só trazer escuridão, mas na realidade indicam uma
possibilidade de crescimento de aprendizado de fortalecimento na medida em que
entendemos a mensagem clara, simples, real de que ao invés de lamentar pelo que não
temos mais devemos agradecer pelo muito que tivemos ou desfrutamos. Daí surge,
naturalmente, um sentimento de paz, de tranqüilidade, de aceitação ao constatarmos o que
sempre esteve evidente diante de nossos olhos: Primeiro, que nada dura para sempre,
segundo, sempre as coisas poderiam ser piores do que são.
Diante disto, é hora de seguir em frente para onde a vida nos levar.
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