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Como surgiu o Camtil - desde a formação até final de 1986

P. Carlos Azevedo Mendes s.j

"O Camtil começou por não existir"

Ou talvez dito de outro modo, existia antes de começar, antes de ter nome e estatutos, o
que só sucedeu em 84/85. Contudo a escritura pública de constituição só ocorreu em 1-
II-88 no Cartório Notarial de Cantanhede (Diário da República, III Série de 2/III/88). O
espírito do CAMTIL já se exprimia muitos anos antes fazendo acampamentos idênticos
aos que hoje fazemos. Isto passava-se no Mocamfe (Movimento de Campos de Férias).
Só que, um dia, o Mocamfe que estivera sempre ligado à igreja e à Companhia de Jesus
optou por se transformar numa mera associação civil. Então um grupo de pessoas do
antigo Mocamfe decidiu não deixar morrer a experiência que já há anos viviam e iniciou
o CAMTIL, um movimento que continuasse a assegurar a presença dos capelões nos
campos, a existência dos "Bom Dia Senhor", e em geral, a formação Cristã no
acampamento.

Sem poder ser exaustivo, aponto alguns nomes que mais estiveram ligados a estes
processos de génese: P. Vasco Pinto Magalhães, Xico Cunha, Manuel Mancelos, Paulo
Ramirez, Teresa Cabral, Margarida Raposo, Ania Ramirez, Madalena Cardoso da
Costa, Gonçalo Eiró, Maria Manuel Urbano, Gabriela Figueiredo Dias, Quimpê
Cardoso da Costa, Frederico Ramirez e Carlos Azevedo Mendes.

Este grupo, em Dezembro de 1983, ainda antes da decisão do Mocamfe, mas prevendo-
se esta como eminente, organizou - como prova de força - aquilo que depois se veio a
chamar o campo zero do Camtil: um acampamento de passagem de ano na Quinta do
Rol, perto de Coimbra. Um acampamento tão original que não tinha idade para
participantes (vinha quem queria), nem data exacta de chegada ao campo, nem inscrição
prévia!

Porque não se queria recorrer ao material do Mocamfe, foi necessário pedir ao Colégio
de Cernache um trem de cozinha; tendas não foram precisas visto que se dormia num
celeiro. A organização logística esteve a cargo do grupo de Coimbra, com especial
referência para o Paulo Ramirez e o Manuel Mancelos. O Director do campo foi o
Carlos A. Mendes, o capelão o P. Vasco (mas este só lá podia passar no final da tarde
do dia 31, para celebrar a missa, já que estava em retiro).

Princípios do CAMTIL

Em 25 de Março de 1984 deu-se a separação: o Mocamfe seguiu a linha que achou


conveniente e o grupo do Camtil começou a alicerçar os fundamentos de um novo
movimento que desse corpo aos princípios que já estavam a ser vividos.
1º- Partir da descoberta da natureza, da beleza, do silêncio, da poesia (do mundo
exterior); para chegar à descoberta de Deus
2º- Partir da descoberta dos outros, da equipa; para chegar à descoberta da comunidade,
da Igreja
3º- Partir da descoberta da liberdade e responsabilidade, do trabalho e do serviço; para
chegar à descoberta do compromisso com a justiça
4º- Partir da descoberta da vocação de cada um (o ser para os outros); para chegar à
descoberta da própria síntese pessoal, de Cristo e de Deus

Os primeiros campos

Mas o Camtil, tirando as pessoas e o entusiasmo que as ligava, não tinha nada; nem
material, indispensável para levar um campo para diante, nem dinheiro para o adquirir.

Começou-se por nomear uma Direcção Provisória da qual faziam parte as pessoas atrás
referidas. Depois, em Abril de 84, o P. Vasco escreve uma circular aos participantes dos
campos de férias e aos seus pais, dfando conta do nascimento do Camtil e pedindo ajuda
financeira para arrancar. Esta chegou com tal generosidade, que foi possível ao Camtil
concretizar logo no primeiro ano (Verão 84) três campos de férias, dois deles em
simultâneo:
12 a 21 de Julho para Tremelgas na casa das Mimosas (1º Campo do CAMTIL). Foi
Director o Carlos A. Mendes, adjunto o Gonçalo Eiró, Mamã a Ania Ramirez, Tia a
Graça Cabral, e o Capelão o P. Vasco.
21 a 30 de Julho para Aranhiços no mesmo local. Com: Gonçalo Eiró (Director), Paulo
Ramirez e Quimpê (Adjuntos) e P. Jorge Oliveira (Capelão)
21 a 30 de julho para Melgas na Barragem da Aguieira. Com o Carlos A. Mendes
(Director), João Mendes Ribeiro (Adjunto), Madalena Cardoso da Costa (Mamã), Ania
Ramirez (Tia) e P. Vasco (Capelão).

(Primeiro) Tema do Ano, emblema e camtilena

Apropriadamente escolheu-se para tema dos campos neste primeiro ano "Renascer", o
que se foi desenvolvendo nos Bons Dias Senhor a partir da história bíblica do rei David.

Pela mesma altura lançou-se um concurso entre a gente camtílica com a finalidade de
arranjar um emblema para o Camtil. Do resultado das ideias recolhidas foi possível
conceber o actual símbolo do nosso movimento: um trabalho do Gil d'Orey.

Depois, nas férias da Páscoa de 85, para fazer face ao recrutamento e formação de
novos animadores, realizou-se em Vila Nova de Milfontes o 1º CIFA com 37
participantes (incluindo a equipa formadora).

Mas não se ficou por aqui:


Perto do Verão de 85 saiu a primeira edição da Camtilena, fruto de um copioso trabalho
de recolha de músicas e incluindo já as que tinham nascido em campos ligados ao
Camtil;
Em Julho de 85 é a vez do Camtil Match, o nº1 do jornal do Camtil vir a lume. Além de
alguns artigos de fundo dava sobretudo conta do primeiro ano de actividades com
especial incidência sobre os campos do verão.

O segundo ano do Camtil

E com esta animação e entusiasmo entra-se no verão de 85, o segundo ano do Camtil. O
tema era "Pare/Escute/Olhe" e era tratado a partir do episódio do Evangelho de S. João
da cura do cego de nascença.
Realizaram-se seis campos (o dobro do ano anterior), sendo dois desses campos feitos
pela primeira vez em Setembro. Como directores aparecem a estrear-se o Xico Cunha, o
Manuel Manselmos, o Paulo Ramirez e o Quimpê. Temos também a estreia do P.
Afonso Herédia (que já participara no CIFA da Páscoa) e do P. Manuel Morujão.

Os locais escolhidos foram:


Aderneira (Castelo do Bode) - um inesquecível campo aquático, onde tudo tinha de ser
feito de barco por não haver qualquer acesso por estrada até ao campo;
Penalva do Castelo - onde se fizeram todos os campos exceptuando o de Tremelgas e
que contava com uma magnífica casa de apoio: o Colégio de Santa Joana
No final do verão, a 26 de Outubro de 1985, a Assembleia Geral do Camtil elege a
primeira direcção e aprova os estatutos. Desta direcção faziam parte: P. Vasco, Paulo
Ramirez, Gabriela Figueiredo Dias, Margarida Raposo, Quimpê, Carlos A. Mendes,
Xico Cunha, Gonçalo Eiró, Maria Manuel Urbano, Frederico Ramirez, Isabel Dias
Costa e Teresa Cabral.

O segundo ano -1986

O ano de 1986 veio também cheio de actividade camtílica:


Após o CIFA do ano anterior surgia agora a necessidade de atender especificamente aos
directores, mamãs e capelães. Organizou-se no Baleal nas férias da Páscoa o
COQUSUCA (Congresso dos Quadros Superiores do Camtil), de cujos trabalhos se
editou um resumo para uso e utilidade dos vindouros.

Os campos de verão tiveram como tema "Ser c'a Paz", a par e passo do aprofundamento
da personagem bíblica de Moisés. Mantiveram-se os dois turnos:
em Julho: Tremelgas (Lamarosa), Melgas I (Torres Novas), Arranhiços I (Seixal),
Mosquitos (Seixal);
em Setembro: Melgas II (Montargil) e Aranhiços II.

Veio também este ano o primeiro campo de trabalho, uma iniciativa de P. Manuel Vaz
Pato. Foi em Setembro na Serra da Estrela: 20 participantes ajudaram os pedreiros a
demolir a antiga casa das Mimosas. para permitir a construção de uma mais ampla. Foi
devido a este campo e a esta ocupação que os participantes nos campos de trabalho
ficaram com o nome de "Trolhas".

Mas o Camtil foi ainda mais longe e lançou um campo de passagem de ano de 30 de
Dezembro a 3 de Janeiro. Mais para reflectir do que para agir, foi um campo que para
tanto contou com a ajuda do P. Vasco e do Nuno Tovar de Lemos.

Porque é que paro este relato nos finais de 1986?

Antes de mais porque nesta ocasião me ausentei e, apesar de continuar a colaborar nos
campos de verão considero não ser a pessoa indicada para ir dando conta do que ia
sucedendo ao longo do ano na vida do nosso movimento.

Depois porque sou de opinião de que estes três primeiros anos foram o tempo da
constituição do Camtil: arrancar praticamente do nada, formar animadores e directores,
numa intensa criatividade na resposta às situações. Foram por isso os anos de ouro o
que se justifica já que as pessoas que intervieram nesta génese tinham a consciência de
que estavam a fazer algo de novo, que estavam a dar corpo a um ideal que já tinham
experimentado, que não podia morrer e que dependia deles para andar para diante.

Era óptimo que este testemunho pudesse ser pegado em mão pelos mais novos e
transportado com o mesmo entusiasmo, de modo a que o Camtil não seja uma mera
recordação do passado, mas uma resposta capaz ao presente.

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