RECURSOS
Conceito:
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Pedir para que a decisão seja reformada, é pedir para que ela seja corrigida. Há, na decisão, um erro de
análise, um erro de julgamento. Quere-se que o tribunal “decida melhor que o juiz”. Diz-se que o juiz
“decidiu mal, decidiu erradamente” e pede-se que o tribunal corrija essa decisão, dê uma decisão
melhor. Quando se pede a reforma, discute-se o conteúdo da decisão impugnada. Ou seja, pede-se
que o tribunal examine o conteúdo da decisão, e o corrija, pedindo o aprimoramento da decisão, sua
melhora.
Error in procedendo3 Invalidação4
Omissão
Integração5
Obscuridade ou Contradição
Esclarecimento6
Posso pedir para que o tribunal reforme um capítulo e anule outro capítulo.
Quando eu faço isso, estou formulando uma cumulação própria (porque quero que
todos os pedidos sejam atendidos). Mas também posso pedir para que o tribunal
anule um capítulo, e se assim não podendo, reforme-o (cumulação imprópria).
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É todo erro que leva à nulidade/invalidade.
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Quando se quer a invalidação da decisão, pretende-se que ela seja anulada, desfeita, em razão de um
defeito que ela possui. Ela possui um vício que compromete a sua validade. Em relação ao pedido de
invalidação não se discute o conteúdo da decisão. Não se recorre para discutir se o juiz acertou ou errou;
se ele decidiu bem ou mal, se a decisão é justa ou injusta; discute-se apenas se o juiz decidiu válida ou
invalidamente. Não se discute o seu conteúdo e sim, sua forma. Se se recorre dizendo que falta
fundamentação à decisão, alega-se que a decisão é nula (não se discute se é justa ou injusta) e,
portanto, pede-se que ela seja invalidada.
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Tanto a integração como o esclarecimento, são pedidos feitos nos Embargos de Declaração. O pedido
de integração é o pedido de complementação da decisão, que ela seja completada, tornando-a íntegra; e
isso acontece quando há uma omissão.
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Quando a decisão é obscura ou contraditória, pede-se o esclarecimento, fazendo uso dos Embargos de
Declaração.
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Quando todos os pedidos formulados puderem ser atendidos.
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Quando somente alguns pedidos puderem ser atendidos.
1) Recurso total e recurso parcial.
1ª Posição: Para Barbosa Moreira, recurso total é aquele que impugna tudo
quanto aquilo que pode ser impugnado e recurso parcial é aquele que impugnar
apenas parte daquilo que poderá ser impugnado.
Havia uma súmula 622 do STF que dizia não ser cabível Agravo Regimental
contra decisão de relator em liminar de mandado de segurança. Veio a lei nova do
Mandado de Segurança e deixou expressa a possibilidade de Agravo Regimental em
liminar de mandado de segurança. É uma possível pegadinha concursal.
Obs.: Existem casos, que são raros, em que cabe Agravo contra a sentença!
Exemplos: Agravo contra a sentença que decreta a falência e Agravo contra a
sentença que julga liquidação.
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ORTN é a antecessora da Ufir. Uma ORTN, hoje, seria algo em torno de R$ 10,00.
Federais, ainda há outra peculiaridade: é que lá se admite agravo das decisões
interlocutórias sob tutela de urgência (arts. 4º e 5º da Lei dos Juizados Federais).
Obs.: Lei de Assistência Judiciária – Lei 1.060/50 – o art. 17 desta lei diz
que as decisões com base nessa lei são impugnáveis por apelação. É uma regra
curiosa porque as decisões que aplicam a lei de assistência judiciária são todas elas,
interlocutórias. Até do ponto de vista operacional fica difícil compreender como
ficam as apelações nesses casos. A doutrina e a jurisprudência tentaram corrigir este
artigo: existem algumas decisões previstas nessa lei que são decisões proferidas em
autos apartados (decisão que julga o pedido de revogação da justiça gratuita é
proferida em autos apartados e decisão que julga o pedido superveniente de justiça
gratuita – já que esse pedido superveniente é autuado em apartado) caberia apelação
e as decisões proferidas nos mesmos autos, o recurso cabível seria agravo de
instrumento.
Juízo a quo e juízo ad quem. O juízo a quo é o juízo de origem, o juízo que
proferiu a decisão recorrida. Enquanto o juízo ad quem é o juízo ao qual o recurso é
dirigido. No Brasil, o recurso se submete, em regra, a um duplo juízo de
admissibilidade. Porque, em regra, o recurso deve ser interposto perante o juízo a
quo, deve ser interposto na origem e por conta disso o juízo a quo fará o primeiro
juízo de admissibilidade. Se o juízo a quo conhece o recurso, remeterá ao juízo ad
quem. Nesse caso, o juízo ad quem não fica vinculado ao posicionamento do juízo a
quo, podendo fazer um segundo juízo de admissibilidade.
Agora, se o juízo a quo não conhece do recurso, sempre caberá um recurso
dessa decisão porque para que o juízo ad quem possa controlar a admissibilidade do
recurso que lhe foi dirigido, podendo dar a última palavra sobre esse recurso.
Três observações:
Obs 1.: O Agravo de Instrumento dos arts. 524 e ss. CPC é o único recurso
interposto diretamente no órgão ad quem e por conta disso, não passa pelo duplo
juízo de admissibilidade. A admissibilidade será feita apenas pelo ad quem.
Obs 2.: Os Embargos de Declaração é um recurso que será julgado pelo juízo
a quo, pelo mesmo juízo que proferiu a decisão embargada, de modo que juízo a
quo e ad quem são o mesmo órgão.
Obs 3.: Alguns recursos permitem que o juízo a quo se retrate, que revogue a
sua decisão. Nesses casos, o juízo a quo acaba por acolher o recurso, examinando o
seu mérito. Esse efeito é chamado de efeito regressivo do recurso, efeito que
permite o juízo de retratação. A apelação que indefere a petição inicial (com ou sem
exame de mérito) tem esse efeito; a apelação no ECA e os Agravos (todos eles
permitem a retratação).
“Princípio da Fungibilidade”
b) Legitimidade
c) Interesse de Agir
a) Tempestividade
b) Preparo
c) Regularidade Formal
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Esse requisite aparece em alguns livros como requisite extrínseco.